Entrelaçados No Amor escrita por Paula


Capítulo 1
Prólogo.


Notas iniciais do capítulo

Queridos, aqui está o prólogo! Quero agradecer especialmente a Ane Bee pela sua ajuda! Se ela não me ajudasse talvez eu não estaria aqui agora postando o capítulo! Bjo amore! Também quero agradecer a Clara Assis pela sua disponibilidade de betar a minha fic! E mesmo não tendo tempo! Bjo para você também amore! Bom, não vou falar muito... LEIAM!!!



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P.O.V Lucas

Eu sempre desde de pequeno ficava interessado nos negócios do meu pai, mas meu espírito aventureiro falava mais alto, o que eu realmente gosto é fazer desenhos, modéstia parte eu desenho muito bem, mas minha família nunca aprovou, sempre quis que eu trabalhasse na empresa e agora que meu pai está doente eu vou ter que assumir a presidência, mas eu não quero isso, eu quero um simples cargo, eu quero investir nos meus desenhos, quero ser artista, foi e é meu grande sonho. Infelizmente o meu pai adoeceu e eu não podia deixar minha mãe sozinha, ela nunca nem pegou em nenhum documento relacionado aos negócios, não podia deixá-la nessa hora de necessidade e foi por isso que deixei Istambul, estava viajando por lá.

Eu sempre viajo, gosto de explorar novos lugares! Dá-me sempre ideias para desenhar! E todas as minhas viagens sempre faço questão de registrar, fotografar as paisagens inesquecíveis! Mas isso tudo agora vai acabar, ou pelo menos não vai acontecer com tanta frequência assim. Meu pai sempre me forçava a está ciente das coisas da empresa e de vez em quando passar por lá, participar de algumas reuniões e que sempre foi meu companheiro é o Sebastian, meu melhor amigo! Um pouco contraditório afinal somos totalmente diferentes um do outro, no fundo admito que tenho uma pontada de ciúmes, ele sempre foi o filho que meu pai desejou ter, Sebastian trabalha na empresa do meu pai, ele administra a parte das novas fragrâncias e a venda dos perfumes. Por isso tenho o total apoio dele nessa nova ‘’aventura’’.

– Aqui está o portfolio que você vai ter que apresentar a eles na terça. – Sebastian estava me dando sugestões como deveria me comportar e proceder diante dos fornecedores e acionistas.

– Não dá para se adiar essa reunião? Eu queria poder conhecer primeiro as pessoas, os funcionários que trabalham lá.

– Mas vai dar para conhecer todo mundo Lucas, quando você chegar lá todos vão te receber te apresentar aos devidos funcionários. Sempre tem aquelas apresentações formais. – disse Sebastian seguro de si, acho que ele não estava entendendo aonde eu queria chegar.

– Sebastian, você não entendeu o que eu disse! Eu queria poder conhecê-los sem toda essa formalidade, não quero que ninguém saiba que sou o filho do presidente Carlos Ferraz! Quero conhecê-los como uma pessoa ‘’normal’’.

– Não existe essa possibilidade Lucas, você vai ter que aparecer uma hora dessas... E para que tudo isso hein? – Dava para perceber, Sebastian estava com uma cara muito confusa!

– Eu quero conhecê-los sem eles saberem que sou o herdeiro entendeu? Se eu chegar lá, vão ser receptivos, atenciosos e eu preciso saber quem é quem ali...

– E como você vai fazer isso?

– Eu ainda estou pensando... Depois eu fico assumo o cargo publicamente.

– Eu vou ligar para a minha secretária adiar a reunião, eu vou pensando em te ajudar alguma coisa, relaxe!

– Você é um amigo de primeira! Valeu!

– O que eu não faço pelo meu velho amigo né? – Depois de tantos estresses e novas descobertas e adaptações essa era a minha primeira descontração.

O relógio marcava ás 10:00 horas da manhã e eu tinha acabado de acordar, tomei banho, escovei os dentes me vesti e desci...

– Bom Dia Sr. Lucas! – Falou Lucinda a nossa governanta.

– Não precisa me chamar de Sr. Eu não sou velho Lucinda! – falei tentando descontrair o ambiente, percebi que ela estava com vergonha.

– São as formalidades Sr.

– Mas eu não sigo ás regras Lu, acho que sabe muito bem disso!

– Por isso deu tanta dor de cabeça aos seus pais! Várias mulheres que trouxera para casa, festa que fez sem permissão... – Ela começou a citar todas ás coisas que eu havia aprontado nos últimos tempos.

– Lu, o bom é curtir a vida, eu to feliz está bem? Curtir, curtição! – falei dando risada da cara dela, ela esta com uma expressão séria e balançando a cabeça em negativo, como se tivesse me repreendendo!

– A vida também tem responsabilidades Sr. Digo Lucas!

– A vida com responsabilidades é chata Lu, o bom é você acordar sem nenhuma obrigação e sem nenhum horário, e do nada você tem uma ideia e pronto arruma o que fazer... As coisas que você gosta, lazer, diversão!

– Prefiro ficar por aqui mesmo Lucas!

– Pois eu continuo com a minha ideia! Até mais Lú!

– Até mais! Para aí menino! Não vai tomar café?

– A conversa foi tão boa, que já me alimentou! To sem fome! Thau! – Não deixei ela nem terminar de falar, fui logo saindo me encontrar com Sebastian na casa dele.

– Mas Lucas, uma mesa farta dessa, tem fruta, tem pão, suco... O menino não sai assim não! – Fora ás última frases que ouvi dela. Estava querendo me encontrar com Sebastian, talvez pudéssemos chegar alguma conclusão, como vou descobrir quem é quem naquela empresa? Mais uma aventura vindo por aí... E eu adoro aventuras...

P.O.V Laura

— Desce Tatá! – pedi pela segunda vez. — Você vai se atrasar!

— Já vou Laura! – gritou ela lá de cima, com sua voizinha meiga.

Enquanto eu colocava os pratos sobre a mesa da pequena cozinha, observei o refletir do sol através da janela. Graças a Deus está fazendo calor hoje. Depois de um fim de semana chuvoso um dia ensolarado é mais que bem-vindo. Odeio o fato de chegar ao trabalho toda suja de lama. Por mais que eu pegue o metrô, sempre ando uma parte a pé. E provavelmente, sujaria meu velho e batido jeans.

— Tô prontinha. – Tatá disse assim pisou na cozinha.

Minha irmãzinha estava toda engomadinha e pronta pra ir a escola. Os cabelos cacheados estavam domados em um trança embutida que ela mesma havia feito. Eu não sei fazer uma trança embutida em mim. Meu coração aperta um pouco. Tainá ficou muito autossuficiente depois que nossos pais morreram. Aprendeu a tomar banho sozinha, fazer tranças, passar roupa, amarrar os cadarços e isso tudo as sete anos de idade. Sinto que aos poucos ela está perdendo um pouquinho de sua infância. Isso me dói a alma...

Suspiro pesadamente e dou um beijo no topo de sua cabeça.

— Bonita trança. Aonde aprendeu a fazer?

— Com uma menina do colégio.

Tainá se sentou a mesa e eu coloquei sua tigela com leite morno e cereal. A cafeteira apitou alertando que meu café estava pronto. Rapidamente depositei o liquido quente em minha caneca preferida e juntei-me a tatá na mesa.

— Essa menina é sua amiguinha? – perguntei dando leves goladas em minha bebida fumegante. Tainá concordou com a cabeça enquanto levava uma generosa colher de cereal à boca.

— É. A mernina choma Agnes. Er muisto legal. – falou ele de boca cheia.

— Não fale de boca cheia Tainá. – repreendi. — Já não te ensinei o certo? – perguntei arqueando uma sobrancelha e recendo um sorriso tudo cheio de cereal preso aos dentes.

— Sim. – ela engoliu. — Somos pobres, mas educadas. – sorri para ela e acariciei sua cabeça.

— Exatamente. Educação a cima de tudo. – ela assentiu.

Minha irmãzinha terminou de comer e correu para escovar os dentes. Retirei a tigela, meu copo e os lavei rapidamente. Detesto louça suja. Eu secava minhas mãos quando o som de uma buzina um tanto arranhado chegou aos meus ouvidos.

Era Joana, minha melhor amiga. Eu sabia por que o som dessa buzina velha era irreconhecível.

Jojo quebra bastante o meu galho todos os dias dando uma carona para Tatá até o Ciep. Ela tem um irmão da mesma idade de Tainá. As crianças não se dão muito bem, mas mesmo assim forçamos os dois a irem juntos para o colégio. Como eu não tenho como levar Tatá e Joana é intimada pelos pais a levar seu irmão para escola, eu aceita a oferta de deixar Tatá ir junto.

— Até mais tarde Laura. – Minha irmã aparece pra com sua costumeira mochila amarela nas costas. Ele me lembra daquela formiguinha da vida de Inseto...

Sorrindo eu abraço e beijos seus cabelos.

— Seja uma boa menina, ok?

— Sim senhora. – ela bate continência pra mim e sorri.

Lá fora Joana nos espera em fusca azul. A pintura do carro já viu dias melhores, mas ainda assim é o xodó de Jojo. Ai de quem falar mal de seu fusca turbinado. É capaz de ela comer a pessoa viva.

Marquinhos seu irmão-pentelho– mais novo aguarda como sempre emburrado no banco de trás do apertado fusca.

— Ei, Laurete! – deus, eu odeio esse apelido dela. Ele é tão... Senhora. Deixa-me velha e pra lá, só tenho dezenove.

— Detesto esse apelido Jojo. – falou ao me aproximar e depositar um beijo na bochecha morena de minha amiga. Joana me puxa para um abraço e bagunça meus cabelos.

— Eu sei. – ri na maior cara de pau. — É por isso que te chamo assim. – é impossível não rir com ela. Joana tem uma áurea tão boa que todos que ficam perto dele sentem isso.

— Sei. Anda logo ou os pequenos vão se atrasar e você também.

Joana apenas assentiu e acomoda Tatá no banco detrás ao lado de um muito irritado Marquinhos.

— O que há com ele? – indico o menino com a cabeça e Jojo ri.

— Está chateado porque impliquei com ele. – essa Joana...

— O que fez ao menino dessa vez? - minha voz saiu repreensora. Joana vivia perturbando o irmão.

— Disse que ele estava apaixonado pela sua irmã. – balancei minha cabeça.

— Você é má Joana Rodrigues. – falei rindo. — Tadinho do garoto...

— Ah! – vibrou ela. — Que nada! É a verdade. – Joana se afastou indo sentar no banco do motorista.

— As sete? – falou ela ao ligar o barulhento fusca.

Manejei a cabeça e dei acenei para Tatá e Marquinhos. Ela me correspondeu e já o menino tratou de virar a cara. Garotos...

Assim que Joana partiu eu entrei correndo em casa, arrumei tudo, peguei minha bolsa e sai para mais um cansativo dia de trabalho.

O metrô já estava lotado às seis e meia da manhã. Eu pego as oito no emprego, mas mesmo assim gosto de chegar mais cedo. “Melhor prevenir a remediar” Era a uma frase típica de minha mãe.

A nostalgia me pega fazendo-me apertar minha bolsa contra meu peito e escorar na parede do vagão.

Perdi meus pais em um maldito acidente há um ano. Um caminhoneiro bêbado perdeu o controle e esmagou o carro dos meus pais, matando os dois no mesmo instante. Acho que foi o dia em mais sentir dor. A perda dos dois foi algo marcante e insuperável para mim. Apesar de toda a angústia, eu nem pude sofrer como deveria. Tinha que pensar em Tatá em estar lá para ela e tornar sua vida mais fácil e feliz. Foi pensando nisso que abandonei a faculdade de matemática no meu primeiro período. Tinha passado no vestibular para uma universidade publica o sonho dos meus pais e o meu. Mas, foi tudo por agua a baixo quando a tragédia bateu em minha porta.

Em menos de uma semana após a morte de meus pais eu fui procurar um emprego. Eu tinha que ter uma renda para manter a Tainá. Não permitiria que o governo a tirasse de mim. Consegui um trabalho numa cafeteria e fiquei lá por seis meses ganhando uma mixaria. Eu gostava do emprego, era tranquilo e eu sempre chega cedo em casa. Porém o local não tinha nenhum compromisso legal comigo e foi por isso que procurei emprego em outros lugares. Eu precisava de um lugar estável, que me desse benéfico e segurança.

Quando uma empresa de limpeza entrou em contato comigo me informando de um emprego de carteira assinada e tudo mais, eu quase surtei de tanta felicidade. Não importava se eu teria que lavar privadas ou esfregar chãos, eu só queria trabalhar e dar estabilidade a minha irmã. Faço tudo pensando nela, na felicidade dela. Tainá é tudo o que me restou e por ela vou ao céu ou no inferno se for preciso.

Saindo do metrô eu passo a caminhar até o local aonde trabalho. A empresa que me contratou me enviou para ser parte do grupo de limpeza de uma indústria de cosméticos. A empresa é tão, mas tão que até hoje não sei quantos andares tem naquele lugar. As tarefas lá são dividas por departamentos. O meu grupo fica com a sessão do escritório, arquivo e recepção. Tirando o fato das funcionarias preconceituosas que habitam no escritório, eu posso dizer que meu trabalho é muito tranquilo.

Chegando à empresa, eu entrei, dei um oi para Clare a recepcionista, mostro meu crachá para a segurança e parto rumo ao elevador de serviço. O andar da limpeza fica abaixo do da recepção e acima do estacionamento. Assim que chego ao meu destino ponho meu dedo indicador no relógio de ponto. Ele marca minha hora, sete e vinte e imprimi meu comprovante diário. Guardando dentro da bolsa eu vou para o vestuário que esta em um harmonioso silêncio. O pessoal ainda não chegou.

Coloco uma música para tocar no mu celular e rapidamente o som de Bruno Mars - Locked Out Heaven começa a ecoar pelo pequeno comodo. Tiro minhas roupas, as penduro em meu armário e visto meu habitual uniforme cinza.

E que começe mais um dia de trabalho! Rumo á batalha!


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Notas finais do capítulo

É isso gente! Diga se gostaram!!! A Ane Bee fez a parte da Laura, não podia deixar de dár os créditos e ela que me deu tantas ideias! Bjossss