Little Hell escrita por Diana


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Gente, não me bate, por favor T.T (Porque eu estou querendo me bater, sério).
Mas agora é sério. Vou atualizar Little Hell no máximo de duas em duas semanas.
Tava numa fase meio complicada, falta de inspiração, tempo e etc.
Mas vamos lá!

Não vou nem pedir desculpas porque tô com vergonha já de ficar pedindo desculpa pra vocês.

Capítulo ainda não betado. Qualquer erro, me avisem.

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/487331/chapter/14

Capítulo 14

– Você está nervosa. – Piper havia acabado de encontrar Annabeth no refeitório da escola. A garota logo notou os cabelos loiros um pouco bagunçados e a expressão irritada no rosto da amiga.

Annabeth, por sua vez, mal encarou Piper e sua única reação foi dar uma mordida desinteressada em seu sanduíche. A cherokee suspirou. Ela sabia que poucas coisas eram capazes de deixar Annabeth tão perturbada e calada.

– Desembucha. – A menina insistiu, se aproximando da loira, que continuava fingindo ignorar sua presença. – Annie!

– Clarisse. – Annabeth murmurou irritada e Piper mal teve tempo de entender o que a amiga tinha dito, pois logo Annabeth havia se levantado e se afastava a passos largos até o pequeno jardim da escola.

Piper pensou em seguir a amiga quando percebe que uma outra pessoa tinha ocupado o lugar em que Annabeth estava. E não é sem surpresa que ela nota a própria Silena Beauregard lhe sorrindo gentil. Piper tenta falar alguma coisa, mas o olhar de Silena a cala.

– Deixe-a. – A garota diz e toca o ombro de Piper, como se a tentar mantê-la no lugar. – Ela só está um pouco confusa.

Piper quis argumentar, dizer que Annabeth estava muito mais que confusa e que aquilo não era do feitio da garota mais inteligente e certinha da escola, contudo a expressão calma e bonita de Silena a pegou fora de guarda.

Por fim, ela decidiu que Silena tinha razão e que o melhor a fazer era deixar Annabeth processar todas as coisas relacionadas à Clarisse por conta própria. Até porque não era como se ela própria não tivesse uma bomba relógio nas mãos. Memórias da noite da festa teimavam em lhe invadir.

Ela se lembrava de cada detalhe. Da roupa de Reyna, do ciúme que sentiu quando viu Drew dar em cima de sua professora particular, do susto que Reyna tomou quando ela a beijou, do olhar da morena em cima de si ao se despirem, da tatuagem de leão nas costas fortes..

– McLean! – Um grito a tirou de seu transe e Piper praguejou. Onde ela estava com a cabeça por pensar tanto assim na outra? Até parecia que ela estava apaixonada. Como se Piper McLean se apaixonasse. A garota olhou carrancuda para a figura magrela e suja de graxa que se aproximara dela. – O que quer, Leo? Parece que você saiu de uma oficina mecânica.

– Tecnicamente, eu estava numa oficina mecânica. – O menino diz num tom de deboche e encara a garota.

– Correção: Você estava num laboratório.

– Dá no mesmo. – Leo deu de ombros e Piper reprimiu a vontade de abraça-lo e estapea-lo ao mesmo tempo.

– O que você quer, Valdez?

–-----------------------------------------------------//--------------------------------------------------

Annabeth tentava se concentrar ao máximo em sua leitura. Escorada no tronco de um castanheiro que crescia bem no meio do pequeno bosque da escola, Annabeth Chase tentava fazer a resenha de Dom Quixote para a próxima aula de literatura. Contudo, depois de dez minutos tentando anotar algo relevante, só uma palavra tinha sido escrita no topo da folha e não tinha nada a ver com a obra de Cervantes. No topo, escrito às pressas, estava o nome da wrestler mais desejada da escola: Clarisse.

A loira bufou de frustração. Ela não conseguia tirar aquela idiota da cabeça nem por um minuto e aquilo estava começando a lhe assustar. Desde a noite do baile, quando Clarisse a conduziu pelo salão de dança e depois a levou em casa. Naquela noite, ela e a wrestler haviam trocado dois beijos. E aqueles dois beijos não largavam suas memórias.

E, desde então, de lá pra cá, qualquer coisa relacionada à Clarisse parecia atingir proporções inimagináveis. Annabeth ajeitou melhor os cabelos e deixou o livro de lado um pouco. Por um instante, a loira se inclinou e fechou os olhos, tentando botar em ordem tudo que acontecia dentro dela.

A sombra que a enorme árvore fornecia era um alívio ao calor do verão que começava a chegar. O local estava tão sossegado que Annabeth quase se viu pegando no sono antes da próxima aula, mas ao ouvir passos se estenderem na grama, a loira endireita o corpo e espera.

– Oi. – Uma voz firme a chama e Annabeth não demora a reconhecer a dona da mesma.

– Oi, Clarisse. – A loira diz um pouco amuada.

– Posso me sentar aqui? – A wrestler pergunta e Annabeth assente, ainda olhando para o outro lado. Para a imensidão verde e colorida que era o bosque naquela época do ano. O perfume que vinha das flores no alto das árvores se misturava ao de Clarisse e o camuflava, pelo que Annabeth agradeceu.

– Trouxe pra você. – A morena lhe estendeu um lírio e Annabeth não pôde mais deixar de encará-la.

– O-Obrigada. – A loira balbucia um pouco e aceita a flor.

– Olha, Anni..Chase. – Clarisse se corrige a tempo. – Eu... Me desculpe por hoje no treino, eu...

Annabeth riu. Mais alto do que ela pretendia. Ao ver Clarisse, toda alta e musculosa, sem jeito e sem nem saber o que dizer, Annabeth riu. Não por maldade, mas por achar a tentativa de desculpas de Clarisse a mais fofa e desajeitada do mundo. Entretanto, a loira se obrigou a parar ao perceber a irritação e desconforto da outra.

– Está tudo bem, Clarisse. Eu não sei o que me deu. Acho que foi a adrenalina e eu realmente fiquei preocupada com você. – De repente, Annabeth se viu sendo sincera. Sem nenhuma reserva, ela não teve receio de segurar as palavras.

A loira sentiu o rosto ruborizar quando Clarisse apenas a encarou. Talvez, tenha sido um erro ter dito aquilo. Talvez, para a wrestler, Annabeth ainda era apenas uma conquista qualquer. Talvez, aquele fosse só mais um gesto de doçura ensaiado que já funcionara com outras garotas, talvez...

– Pare de pensar um pouco, Chase. – Gentilmente, Clarisse segura a mão de Annabeth, a arrancando de seus devaneios. – Dá pra ver a fumaça saindo daí dos seus cabelos. E obrigada. – A morena disse e desviou o olhar.

– Pelo quê? –

– Por se preocupar. – Clarisse diz e dirige seu olhar mais atencioso para os sapatos que usava.

Timidamente, Annabeth aperta a mão de Clarisse que estava entrelaçada à sua, atraindo a atenção da outra garota para si. Quando os olhos castanhos de Clarisse finalmente se esbarram nos seus cinzentos, é que a loira retoma a coragem para falar. Sua mente gritava para deixar aquilo de lado, mas ela precisava passar aquela pergunta para Clarisse antes que aquela dúvida a enlouquecesse.

– Pode me dar um beijo? – A pergunta pegou Clarisse totalmente fora de guarda. Os olhos castanhos da wrestler se arregalaram e, por um instante, sua voz não conseguia encontrar um caminho para sair.

A morena sentiu a mão em cima da sua congelar e os dedos finos de Annabeth deslizarem para fora do aperto que dividiam. Foi quando Clarisse acordou. Seu coração parecia querer pular pra fora da garganta enquanto ela ainda processava o que a loira tinha lhe pedido. Ali, no jardim da escola, que com certeza tinha um nome pomposo – que a morena não dava a mínima para qual era -, Annabeth Chase estava lhe pedindo um beijo? E que tipo de idiota pensava duas vezes antes de beijar uma garota como aquela? Clarisse teve vontade de se bater ao se dar conta da loira já de pé e juntando suas coisas para ir para aula.

Contudo, seus reflexos de lutadora agiram por ela. Num instante, a wrestler estava de pé e segurando um pulso da loira. Quando os olhos cinzentos a confrontaram um pouco marejados e desapontados, Clarisse fechou a distância entre seus lábios e tomou aquela garota linda e confiante em seus braços.

–-------------------------------------------------------//------------------------------------------------

Reyna corria à velocidade máxima em uma das quadras da faculdade. Seus músculos tensos e firmes brilhavam de maneira singular à luz do sol. Ela sentia o cansaço lhe invadir o corpo e seus pulmões buscarem por ar, mas ela ainda tinha que completar aquele circuito. Correr e lutar. Era o que mais Reyna tinha feito desde a noite que dividira a cama de Piper. Correr na quadra da faculdade e lutar com os membros do time Beta da universidade. A morena até estava pensando em se inscrever nas competições internas. Entretanto, ela sabia que as modalidades esportivas não passavam de um disfarce. Porque o esporte era uma das poucas formas de tirar os acontecimentos dos últimos dias da cabeça.

E era uma das formas de esquecer a pontada dolorosa que lhe atingia o peito quando ela se dava conta de que não recebera sequer uma mensagem de Piper após o café da manhã na casa dos pais da garota. Reyna balançou a cabeça. Aquilo não importava agora. Agora, era só ela e aquela pista. E faltava pouco para ela completar o circuito e ultrapassar seu último recorde.

–------------------------------------------------------//-------------------------------------------------

– Você parecia um trator. – Jason veio lhe encontrar assim que Reyna saiu do vestiário feminino. A morena lhe lançou um olhar irritado que logo se dissipou ao perceber que o rapaz lhe trazia uma bebida.

– Laranja?

– O seu preferido. – O loiro piscou maroto e Reyna sorriu.

– Ainda pensando na garota? – A morena trincou o maxilar. Era impossível esconder algo de Jason. Na verdade, Reyna sabia que estava ficando difícil esconder que algo tinha acontecido a qualquer um. Sua nova disposição e alguns atrasos para aulas, davam a entender isso.

– Sim. – A morena por fim respondeu.

– Pois parece que seus pensamentos acabaram de se materializar. – O rapaz falou e Reyna percebeu o olhar assustado que Jason tinha. Ela ia perguntar alguma coisa quando percebeu que o que havia atraído a atenção do rapaz não era nada mais, nada menos, do que o mesmo motivo que tirara o sono de Reyna quase toda noite aquela semana: Piper McLean.

A garota estava parada na porta do prédio, usando um short jeans e uma camiseta estampada de uma banda qualquer. Um sorriso tímido adornou a boca bonita quando os olhos caleidoscópicos fitaram os seus e Reyna pôde jurar que seu coração parecia estar tão acelerado quanto na pista de corrida. A garota mal pode ouvir Jason dizendo que tinha que ir a algum lugar. Piper era a única coisa que os sentidos da estudante conseguiam captar naquele instante.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Beijão!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Little Hell" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.