P. O. V Hermione

Estava em uma sala com paredes pretas e colunas da mesma cor, mas delas escorriam um líquido vermelho... sangue. Comecei a me apavorar, eu queria gritar por ajuda, mas minha voz não saia. No meio da sala havia um trono com um acolchoado vermelho e nele estava sentado Voldemort.

–Achou que seu pesadelo havia acabado senhorita Granger, mas sinto em lhe dizer que não, mas também lhe digo que realmente estou morto e isso- ele apontou para si mesmo- é só um sonho...

Minha visão começou a ficar turva, tudo ia dissolvendo diante de meus olhos, as paredes se reduziram a pó junto das colunas, mas o sangue que ali estava escorreu e se aproximou de mim vagarosamente, olhei novamente para Voldemort e ele tinha um sorriso sádico no rosto.

–Se eu fosse você senhorita Granger eu ficaria longe de...

Neste momento acordei desesperada, não podia ser. Quando acho que minha vida não pode piorar ela piora. Veja: perdi meu namorado e sou corna, perdi todos aqueles que eu chamava de amigos, tirando a Gina, e agora Voldemort ainda vem me avisar que meu pesadelo não acabou.

Levantei-me da cama e fiquei pensando nisso no chuveiro, minha cabeça doía e eu não conseguia decifrar o que aquele sonho quis me dizer, dizia para eu me afastar de alguém, mas de quem? E o que aconteceria se não me afastasse desse alguém? Meu medo maior não foi realmente em saber quem seria, mas sim quem veio me dar à notícia. Fiz minhas aulas do dia e, como sempre, minhas respostas geraram muitos pontos para Grifinória.

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Semanas se passaram desde meu sonho e meu beijo com Draco, não tenho trocado uma palavra com ele desde então, não deveria me importar, mas me importo.

Chegou a hora do almoço e comi com a Gina, mas senti um olhar atrás de mim, resolvi não olhar porque achei que estava ficando paranoica, mas alguns segundos depois uma coruja pousou na minha frente com um convite em sua perna, dei uma torrada para ela e peguei o convite, li:

“Gostaríamos de sua presença em nossa festa hoje à noite às 00h00min na sala precisa, não esqueça do seu par. Anônimo”.

Logo depois chegou outra coruja trazendo um bilhete, abri:

“Hermi, se não quiser ir tudo bem, mas nós queríamos que você fosse. Se você for me avisa. Beijos e até a festa”.

Reconheci muito bem aquela caligrafia, era da Gaby, escrevi uma resposta e mandei pela mesma coruja que logo retornou com um bilhete da Gaby que sugeria que nos arrumássemos no meu dormitório e concordei.

Hoje a ronda era minha e do Malfoy, tenho certeza que ele não faltaria à festa, iria ser fácil.

Para garantir resolvi ir falar com ele, eu teria aula de DCAT com a sonserina agora então ia ser fácil. Segui para minha sala com Gaby e Pansy, logo as duas se sentaram juntas, eu fui para onde Malfoy estava e sentei ao seu lado, perguntei se ele iria à festa, e ele:

–Vou, mas eu estou sem par... Posso te levar?

–Por mim tudo bem- falei.

Depois Snape entrou na sala e mandou que todos se calassem, a aula foi tranquila, desta vez Snape não me tirou pontos, só adicionou estranho... Draco empurrou um pequeno papel para mim, desdobrei e li:

“Sobre aquela noite... Por favor, me perdoa, eu não queria te forçar a nada... Prometo fazer essa noite inesquecível. D.M”.

“Não se desculpe por nada, você não forçou nada, quem tem que pedir perdão sou eu por ter te ignorado essas semanas, estarei esperando ansiosamente por esta noite. H.M”.

Entreguei-lhe e vi que sua expressão era feliz, ele guardou o bilhete e voltamos a prestar atenção na aula, à aula estava tranquila até Minerva entrar na sala e dizer:

–Com licença professor Snape, eu preciso dos monitores Draco Malfoy e Hermione Granger.

–Pode levá-los, mas os traga de volta são meus melhores alunos- falou Snape.

Achei, inicialmente, que ele falava unicamente de Draco, mas não era verdade, ele falava de mim também. Snape está estranho comigo, será que é por que estou andando com os sonserinos?

Apenas segui Minerva, ela nos levou até a sala de Dumbledore e lá também estavam Jonathan e Nicholas, Dumbledore mandou que sentássemos, ele começou:

–Como sabem ainda não foram feitas as provas para decidir quem será o monitor-chefe, mas a primeira prova será daqui a três dias, só uma dica: Coração e razão podem trabalhar juntos. Foi tudo, podem voltar as suas aulas.

Voltei para a aula do Snape, meu coração estava aflito e muito. Eu nunca conseguiria juntar a voz da razão com a do meu coração, uma sempre dizia o oposto da outra, minha cabeça de sabe-tudo estava fervendo em ódio, como eu não conseguia resolver uma simples frase. Não consegui prestar atenção na aula, minha cabeça estava na frase de Dumbledore...

–Hermi, acorda- era Blás- a aula já acabou faz uns cinco minutos.

Despertei de meu transe, minha vontade era de chorar, eu estava com medo da prova, Blás percebeu e me deu um abraço muito forte dizendo:

–Chora Mi, coloca tudo pra fora.

–Eu sou uma inútil Blás... Eu estou com... Medo, eu não consigo nem honrar a minha casa- falei entre lágrimas.

–Já passou, passou. Olha pra mim- olhei- você é a pessoa mais corajosa que eu já conheci na minha vida toda. Enfrentou Malfoy sua infância toda de cabeça erguida, suportou a dor de maldições imperdoáveis, aguentou a traição tanto dos amigos quanto do amor e tudo isso de cabeça erguida, tenho muito orgulho de te chamar de amiga, Mi. Você é muito corajosa.

Comecei a chorar mais, mas agora de felicidade e emoção, Blás era tão incrível eu não mereço um amigo desse.

Comecei a dizer o quanto ele era incrível e especial para mim e ele me abraçou mais forte, me sentia tão bem agora... Alguém pigarreou atrás de nós e eu estava com vontade de dar um soco na pessoa por interromper meu momento emocionante com meu amigo, mas então vi que era Draco e apenas dei um tapa no braço dele e o local onde bati ficou muito vermelho, Draco soltou um suspiro de dor e surpresa, já eu e Blás começamos a rir feito idiotas.

–Ai Hermi, por que fez isso?- Draco disse passando a mão no braço.

–Simples, porque você interrompeu meu momento emocionante com o Blás, fique feliz que não é um soco- falei e comecei a rir acompanhada dos outros sonserinos que só notei a presença agora.

–Você está passando muito tempo com a Gaby- ele resmungou- mas deu pra ver que você me odeia não é Hermi?- ele fingiu estar ofendido.

Demos algumas risadas do nosso grande ator e fiquei um pouco surpresa por ele estar me chamando pelo apelido.

–Claro que não, Dra- usei o apelido que Narcisa o chama- eu te adoro- disse dando um beijo na sua bochecha.

Rimos um pouco e seguimos para a aula de Runas que felizmente também era com a sonserina, a aula era dada pela Sra. Ally Wild uma senhora que aparenta uns quarenta anos, é baixinha e tem cabelos negros com alguns fios brancos pela idade, tem olhos zuis como o céu, o rosto fino e uma aparência bem clássica. Ela só não gosta da Corvinal, mas das outras casas ela gosta.

A aula iria ser todas as casas juntas, Sra. Wild disse que formaria grupos de oito no fim da aula, dois de cada casa, no meu grupo ficaram: eu e Potter da Grifinória, Draco e Blás da Sonserina, Luna e Jonathan da Corvinal, e para finalizar Nicholas e uma menina chamada Katy da Lufa-lufa. Ela colocou os monitores no mesmo grupo de propósito, ela mesma disse. O grupo deveria entregar na semana seguinte um pergaminho falando sobre cada runa que aprendemos hoje, fácil, pensei. O ruim é que DEVERIA ser feito em grupo, eu não estava preocupada nem incomodada com nenhum deles a não ser o Potter, ele me traiu igual a qualquer outro da Grifinória, o pior era que ele era meu melhor amigo, um cara em quem eu confiava muito.

Chamei todo meu grupo e marquei para fazer o trabalho daqui a quatro dias, um dia depois da prova, e todos concordaram. Logo a aula acabou e fui para o jardim com meus amigos, estávamos conversando, nos divertindo e rindo muito até que chega o Potter e pega em meu ombro e começa:

–Mione, será que poderíamos conversar a sós?- perguntou olhando para os sonserinos.

Eles fizeram menção de levantar, mas olhei para eles e estes voltaram à posição anterior, menos Draco, ele levantou foi ao meu lado, comecei:

–Um: não me chame de Mione como se fossemos amigos; dois: eu tenho certeza que o que você tiver para falar não é nada importante, mas vou escutar junto com meus amigos; três: você já pode começar.

–Hermione, queria te pedir perdão por não ter lhe contado nada, eu fui um completo idiota e sei que me odeia, mas só quero uma segunda chance, dê a Grifinória uma segunda chance- pediu Potter.

–Não tenho que dar segunda chance a ninguém, principalmente você que era meu melhor amigo e não deveria ter pensado na hipótese de fazer isso, mas você esta certo, você é um idiota- respondi.

–Agora que já disse o que tinha a dizer pode ir, Potter- falou Draco.

Ele resmungou algo como ”ainda não”, deu um soco em Draco que o canto da boca começou a sangrar, Draco não é o tipo de pessoa que leva desaforo para casa, devolveu o soco e Potter caiu no chão, eles começaram uma pancadaria, eu fiquei apavorada e meus amigos não faziam nada porque estavam em estado de choque, entrei no meio dos dois para que parassem, mas infelizmente entrei na hora em que Potter ia dar um soco em Draco, o soco foi certeiro em minha barriga, cai no chão gritando e me contorcendo de dor.

Na mesma hora Crabbe, Blás e Goyle se levantaram, Crabbe segurou o Potter, Blás segurou o Draco e Goyle correu para me ajudar. Eu gritava de dor, me encolhi na ideia de amenizar a dor que sentia. Goyle me colocou no colo dizendo palavras de conforto, Potter começou a gritar:

–Desculpe Mio...

Ele não conseguiu terminar a frase porque Draco havia se soltado de Blás e deu um soco em Harry que caiu no chão, depois Draco correu ao meu encontro, me pegou dos braços de Goyle e começou a andar na direção do castelo, para a enfermaria, logo que entramos Draco me colocou em uma cama e chamou Madame Pomfrey, logo os outros sonserinos e Potter entraram na enfermaria, Potter se deitou na cama ao lado da minha e meus amigos ficaram ao meu lado enquanto eu me contorcia de dor.

Madame Pomfrey chegou e me deu algumas poções, logo eu estava bem de novo, deu algumas poções para Potter que logo melhorou e saiu. Draco não quis tomar nenhuma poção, disse que não se fazia necessário, ele era tão forte, estava com um corte na boca que sangrava um pouco, um corte na bochecha e com o uniforme um pouco rasgado, mas comparado ao Potter ele estava em perfeito estado. Potter tinha entrado na enfermaria com várias parte do corpo roxas, alguns cortes... Mas havia saído bem, como se nada houvesse acontecido.

Eu sabia que Draco não ia querer tomar poção nem fazer curativo algum, se bem que as poções nem eram necessárias, bastava os curativos em seus dois cortes. Pedi a Madame Pomfrey um quite de primeiros socorros e logo ela me deu, depois expulsou os sonserinos dizendo que só poderia ficar um porque o local estava muito cheio, todos saíram dizendo palavras reconfortantes e só ficou Draco.

Aproximei-me de Draco e comecei a limpar a parte dos cortes, parecia um pouco doloroso, mas ele não deu trabalho, logo terminei os curativos, ele agradeceu e perguntou se eu estava bem, apenas assenti.

–Já sabe com que roupa vai à festa hoje?- perguntei mudando o assunto.

–Você ainda vai querer ir à festa? Achei que...

–Não, eu estou bem, é claro que eu vou. Que eu me lembre alguém aqui está me devendo uma noite inesquecível- falei brincando.

–Pode ter certeza que será- ele riu- mas respondendo a pergunta, não faço a mínima ideia e você?

–Tenho uma ideia de ir de um verde claro, o que acha?

–Opa, a grifinória aqui vai usar verde, essa eu quero é ver. Acho uma ótima ideia e só pra combinar com sua ideia vou de blusa vermelha.

–Não mesmo, sua blusa não vai combinar com meu vestido- brinquei.

Rimos um pouco e no final ficou decidido que ele ia com uma blusa branca que tinha um leão no canto, ri muito e logo Madame Pomfrey me liberou e disse que se eu sentisse dores era para procurá-la, assenti e saímos da enfermaria.

Não deu três segundos que eu sai da enfermaria e uma ruiva louca esbarrou em mim, vulgo Gina, ela disse que tinha ficado preocupada e depois começou a falar sobre a festa, ela também tinha sido convidada. Ela também ia se arrumar no meu dormitório, como nós começamos a falar sobre a festa perguntei com quem ela ia e ela respondeu:

–Com o Theo e você?

–Comigo- respondeu Draco sorridente.

–Espera. Você vem aqui- ela me colocou ao lado de Draco- vocês formam um casal tão bonitinho.

Rimos um pouco e seguimos em frente, Draco foi para suas aulas enquanto nós fomos para as nossas, o resto do dia passou muito rápido. Eu fiquei pensando na festa a tarde quase toda e minha barriga já não doía mais.

Logo estava na hora de me arrumar para a festa, Pansy, Gaby e Gina já estavam no meu quarto para nos arrumar.