Enemies escrita por MMenezes


Capítulo 6
Reconciliações


Notas iniciais do capítulo

Queridos e queridas.
Como prometido, mais um capitulo para tus!
Espero que gostem,

Beijos da Miia



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486582/chapter/6

Era fim de outono, começo de novembro. Mary, Pansy, Blasio e Teodoro caminhavam para sua ultima aula do dia enquanto conversavam sobre os acontecimentos da semana. Sim, muita coisa mudou nesse ultimo mês.

O verão acabara, os ventos ficavam cada vez mais fortes e o frio se apossara do castelo. Mary agora passava boa parte de seu tempo livre ajudando Madame Pomfrey na enfermaria, alegando que Beauxbatons sempre oferecia oportunidades praticas para os alunos que desejavam se tornar Medibruxos. Dumbledore não se opôs a isso, já a irritante Dolores Umbridge mandou uma carta ao Ministro da Magia Cornélio Fudge, dizendo que Dumbledore não só estava favorecendo alguns alunos como também os incitava a práticas ilegais dentro da escola, sendo assim Fudge a nomeou Primeira Alta Inquisitora de Hogwarts, dando a ela total liberdade para inspecionar os outros professores e decidir quais estavam aptos a ensinar.

Agora os dias de Mary se resumiam em participar das aulas, ajudar Madame Pomfrey em todos os períodos livres que somavam em média 4 horas por dia, e também aos sábados durante a manhã e parte da tarde.

Apesar da correria em que sua vida havia se transformado, Mary estava aproveitando tudo ao máximo. Só uma coisa a incomodava, a falta de noticias de Sirius e July, Mary lhes tinha enviado inúmeras cartas nas ultimas semanas e até o momento ninguém tinha lhe respondido. – Vou tentar mais uma vez. – Pensou a garota dando uma ultima garfada na comida. – Se não me responderem peço ao Dumbledore para tentar entrar em contato com eles.

Mary se afastou do grupo dando a desculpa de que precisava buscar alguns livros em seu dormitório para a próxima aula, mas na verdade tudo o que ela queria era um pouco de sossego para escrever mais uma carta. Teodoro a acompanhou pelos corredores das masmorras e estavam tão absortos na conversa que não perceberam a presença de Dolores Umbridge até que a mesma pigarreasse chamando-lhe atenção.

– Senhorita Black. – Ela chamou com a voz falsamente meiga logo atrás da garota. – Gostaria que a senhorita me acompanhasse para uma pequena conversa.

– Conversa? - Mary perguntou confusa. – Não me lembro de ter conversas pendentes com a senhora, professora.

– E não tem querida. Quero apenas que a senhorita explique alguns pontos da sua transferência para Hogwarts que não foram muito bem esclarecidos. – Umbridge falou estampando aquele sorriso falso e cheio de dentes pontudos.

– Talvez a senhora deva conversar com o Professor Dumbledore sobre isso, afinal, foi ele quem cuidou de todo processo de transferência com a Diretora Maxime - Mary falou certa de que Umbridge estava aprontando algo.

– Senhorita Black eu terei de insistir para que a senhorita me acompanhe. – Umbridge falou deixando o sorriso falso de lado e aderindo a uma expressão quase ameaçadora.

– Ok. – A garota falou sentindo-se desconfortável, algo lhe dizia que essa conversa não seria nada agradável.

Mary pôs-se a seguir a professora deixando-a tomar distancia na intenção de pedir uma ajuda silenciosa a Teodoro, mas antes que ela o pudesse fazê-lo o garoto lhe deu as costas e continuou agora na direção oposta.

Mary sentiu-se sozinha. Os corredores das masmorras nunca pareceram tão vazios e os sapatos de Umbridge nunca foram tão barulhentos. Umbridge lhe guiou até sua saleta pequena e totalmente decorada com fotografias de gatos penduradas nas paredes que se movimentavam e miavam a todo instante. A mesa de Umbridge também era decorada com porta-retratos de gatos e bem ao centro havia um conjunto de xicaras, chaleiras e leiteiras de porcelana.

– Sente-se querida. – Ela falou indicando a única cadeira disposta em frente à mesa, enquanto contornava a mesa e se sentava do outro lado.

Mary sentou-se silenciosamente, decidida a falar o menos possível.

– Aceita uma xicara de chá? - Umbridge perguntou abrindo um imenso sorriso.

– Não, obrigado. – Mary falou desconfiada.

– Eu insisto querida. – Umbridge falou empurrando-lhe uma xicara de chá.

– Não estou com sede, muito obrigado. – Respondeu semicerrando os olhos.

– Garanto que apenas uma xicara não lhe fará mal algum. - Umbridge falou forçando mais o sorriso.

– Já falei que eu não quero. – Mary respondeu empurrando bruscamente a xicara. – Agora pare de enrolar e diga logo o que quer.

– Ótimo. – Umbridge falou abandonando seu falso sorriso, levantando-se e caminhando pela sala. – Quero saber onde seu pai está. Quero que me diga onde Sirius Black anda se escondendo.

– Já disse ao ministério da magia que não sei onde ele está. – Mary respondeu tentando manter-se séria e controlando-se para não puxar a varinha e azarar aquela maldita sapa velha.

– A senhorita realmente acha que engana o ministério? - Ela perguntou aproximando-se ameaçadoramente da garota. – Eu mantenho o ministro a par de tudo nessa escola, inclusive sobre a senhorita e suas “cartinhas”.

– Como é? - Mary perguntou confusa.

– O ministério da magia vem interceptando suas cartas há semanas, dezessete ao total. – Umbridge falou abrindo uma das gavetas de sua mesa e jogando um bolo de cartas sobre ela. – E apesar de não serem destinadas ao seu pai, pude descobrir muitas coisas interessantes enquanto as lia. Como por exemplo, o fato da sua irmã mais nova estar sob a guarda de seus pobres avos, tão idosos e debilitados. – Umbridge falou sorrindo de forma maquiavélica, fazendo com que Mary corasse e semicerrasse os olhos de raiva, nada nem ninguém tocaria na sua irmã mais nova, nem mesmo passando por cima do seu cadáver. – Seria realmente uma pena se seus avos fossem internados em uma casa de repouso e sua irmãzinha mais nova fosse mandada para um lar adotivo.

Sua... – Mary gostaria de falar uns bons palavrões para aquela megera, mas sua ira fora interrompida por várias batidas na porta.

– Entre. – Umbridge falou retomando sua postura falsa e irritantemente dócil.

– Professora Umbridge um grupo de alunos foi visto saindo do castelo às escondidas. – Filch falou entrando esbaforidamente na sala.

– Eu pedi ao senhor que não deixasse ninguém, absolutamente ninguém sair do castelo durante os dias de aula. – Umbridge falou contrariada. – Senhorita Black está dispensada, retomaremos nossa conversa num outro momento.

Mary permaneceu presa à cadeira por alguns segundos incerta de que poderia se levar e sair da sala sem estapear a cara empapada e sapuda de Umbrigde, mas logo seu alto controle foi restaurado e a garota correu para fora da sala pegando o bolo de cartas sobre a mesa antes de sair. Mary andou pelos corredores completamente desnorteada, se a intenção de Umbridge era deixa-la instável então tinha conseguido, pois só de pensar na hipótese de perder sua irmã já sentia o sangue ferver. Estava quase saindo do castelo em direção aos jardins quando seu braço foi puxado para trás fazendo-a tropeçar nos próprios pés e quase cair.

– Onde você pensa que vai? - Draco perguntou arrastando-a pelo braço.

– Não te interessa. – Ela respondeu tentando livrar o braço que Draco segurava.

– Interessa sim. – Ele respondeu bravo. – Você sabe que é proibido sair do castelo durante os dias de aula. Já foi difícil te livrar da Umbridge uma vez, não vou ter a mesma sorte da próxima.

– Como? - Mary perguntou confusa.

– Quem você acha que contou ao bobalhão do Filch que havia alunos fora do castelo? - Draco perguntou ainda arrastando-a pelo braço.

– Porque você fez isso?

– Porque Teodoro me procurou antes da aula dizendo que você precisava de ajuda. – Ele respondeu ainda irritado.

– E você se voluntariou pra me ajudar? - Mary perguntou debochando.

– Você esperava que o bundão do Nott fizesse algo? - Draco respondeu com o mesmo tom.

– Não precisava ter me ajudado.

– Sim, eu precisava. – Draco falou parando pra encara-la. – Precisava te mostrar que é comigo que você deve contar e não com o Potter. Sou eu quem vai te ajudar quando você precisar e não ele. Ele não tá nem ai pra você Mary, eu estou.

– Ah, você está? - Mary perguntou tão debochada quanto antes quando voltaram a andam em direção a sala comunal. – Engraçado, você não pareceu se importar muito comigo no ultimo mês.

– Mas me importei o suficiente pra te salvar da Umbridge. – Draco falou andando mais rápido pelos corredores das masmorras.

– Você não me salvou da Umbridge. – Ela retrucou. – Eu estava perfeitamente bem sem sua ajuda.

– Não foi isso que o Nott falou. – Draco respondeu ficando de frente para a parede vazia e dizendo a palavra-chave. – E isso me faz questionar porque você teria tanto medo de uma conversa com a Umbridge.

– Eu não tenho medo dela. – Mary respondeu fechando a cara enquanto entravam na sala comunal da Sonserina.

O assunto morreu ao encontrarem um grupo de terceiranistas curiosos espalhados pela sala. Draco agarrou Mary pelo braço e a arrastou escada acima, não precisavam de espectadores nessa conversa.

– Você precisa parar com essa mania de me arrastar pelo braço. – Mary Marine falou massageando o braço depois de chegarem ao dormitório dos garotos.

– E você precisa parar de ser teimosa e admitir que eu te salvei da Umbridge, assim como te salvei do imbecil do Tyler.

– Eu até te agradeceria se você não fosse tão estupido e arrogante. – Mary falou jogando-se na cama de Draco e abrindo o bolo de cartas que trouxera da sala da Umbrigde.

– O que é isso? - Ele perguntou curioso.

– Cartas. – Mary respondeu. – Aquela maldita da Umbridge tem confiscado minha correspondência.

– Ela pode fazer isso? - Draco perguntou sentando-se do outro lado da cama e vasculhando as cartas em busca de algo interessante.

– O que aquela cobra não pode fazer? - Ela perguntou pegando a carta datada como mais antiga e começando a ler.

“Querida Mary,

Estamos todos bem. July tem se comportado como um anjo e provavelmente vamos leva-la ao parque nesse fim de semana...”

“Mary,

Já faz semanas que te enviei a ultima carta e você não me respondeu. Entendo que talvez você esteja muito ocupada com os deveres de Hogwarts, mas tente nos escrever o mais rápido possível...”

“Mary,

July está doente, tem passado o dia todo na cama...”

“Mary Marine Black,

July está melhor, mas estou realmente decepcionada com você já faz quase um mês que não me dá noticia, se não me responder até o fim do mês serei obrigada a lhe enviar um berrador.

Estamos todos com saudade.

Com amor,

Dora”

Mary leu todas as outras cartas, estava tão absorta que até se esqueceu da presença de Draco que relia cada uma das cartas de Mary assim que ela as largava. Uma em particular quase a fez chorar, no finzinho da página, escrito com letras irregulares e tortas havia um “Eu te amo” que segundo Dora eram as primeiras palavras escritas de July.

– Eu não sabia que você tinha uma irmã mais nova. – Draco falou ajudando-a a juntar as cartas e prende-las em um bolo.

– O nome dela é July. – Mary falou com um sorriso bobo. – Ela é linda e muito inteligente pra idade dela.

– Posso imaginar.

– Umbridge ameaçou manda-la para um orfanato. – Mary confessou sentindo os olhos úmidos novamente.

– Ela não pode fazer isso. – Draco falou sentando-se ao lado da garota.

– Será? - Mary perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Tenho certeza. – Draco falou convicto. – Você é uma Black, não há nada que não possa fazer e não há nada que façam sem que você queira.

– Você fala como se fosse tudo muito fácil. – Mary falou dando um sorriso tristonho.

– É muito fácil. – Draco respondeu preguiçosamente deitando-se com as mãos atrás da cabeça. – Você só precisa por esse cérebro genial pra pensar.

– Você me acha genial? - Mary perguntou divertida, Draco não era do tipo que elogiava alguém além de si mesmo.

– Nós somos geniais. – Ele falou dando de ombros. – Está no nosso sangue.

– Sangue... Acho que você acabou de me dar uma ótima ideia – Mary falou pensando em uma vingança contra a Umbridge.

– É claro que teve. Você é a mais bonita, inteligente e astuta sonserina que eu já conheci, depois de mim, é claro. – Draco falou fazendo-a gargalhar. – Está rindo do que?

– Sua humildade é admirável. – Mary ironizou jogando-se ao lado do garoto ainda rindo.

– Sua capacidade de enxergar minhas qualidades também é. – Draco falou usando o mesmo tom de ironia.

Os dois continuaram trocando ofensas disfarçadas por elogios e rindo um do outro. Draco gostava da risada da garota, era baixa, contida e sempre saia naturalmente, sem nenhum esforço e isso o fazia se perguntar o que era preciso para rir daquele jeito, qual o segredo de algo tão espontâneo? Ainda questionando-se Draco aproveitava o pequeno momento de paz entre os dois.

– Que horas são? - Mary perguntou depois de um longo tempo.

– Acho que já passa da hora do jantar. – Draco respondeu tranquilamente.

– Você perdeu a ultima aula. – Mary falou preocupada. – Isso não é bom.

– Falei ao professor que – Draco fez uma pausa dramática e limpou a garganta para continuar com o tom de deboche. – Como monitor da Sonserina eu tinha o dever de relatar a ausência de uma determinada aluna na aula a Suprema Inquisitoram de Hogwarts.

– E ele deixou? - Mary perguntou espantada.

– Sem pensar duas vezes. – Draco falou sorridente. – Você deveria estar feliz, afinal se não fosse isso eu não teria salvo você.

– Você vai ficar me lembrando disso para o resto da vida, não é? - Mary perguntou divertida.

– Sem duvida. – Ele respondeu pretencioso.

– Ok, isso não me incomoda. – Mary respondeu. – Mas acho melhor ir para o meu dormitório antes que os seus amigos cheguem, caso contrario vou ter que explicar como você me salvou bravamente, mas não acho que você queira passar de garoto prepotente, arrogante e metido para cavalheiro, cordial e amistoso.

– Você tem razão. – Ele falou. – Por mais que eu queira ficar com toda a gloria, não quero que essas minhas ações de extrema bravura e coragem interfiram na minha imagem pessoal.

– Você e sua humildade sem limites. – Mary ironizou esticando-se na cama e depositando um beijo na bochecha de Draco. – Boa noite Malfoy.

– Boa noite Black. – Ele respondeu dando um meio sorriso e tentando conter o rubor que se formava em suas bochechas.

Mary pegou suas cartas e saiu do quarto deixando-o sozinho, sorrindo para o vazio. Ele não esperava por aquele beijo, não depois do que acontecera no ultimo mês, mas quando se tratava da Mary Marine Black tudo era possível e inesperado. Draco se pegou tocando debilmente o local do beijo, se alguém entrasse no quarto naquele momento ele estaria ferrado, pensando nisso Draco rapidamente afastou a mão da bochecha e Mary Marine de seus pensamentos. – Não amoleça Malfoy. – Ele pensou repreendendo a si mesmo. – Ela é uma Black, sua prima Black. – Com esse pensamento Draco levou o resto da noite, afastando a garota de sua mente tanto quanto possível.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Enemies" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.