Mess. escrita por bangerz


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

demorei again, mas enfim eu realmente não sei se vcs estão lendo, te 25 pessoas acompanhando a fic mas só duas se pronunciam e assim não rola né gente.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/486036/chapter/9

Eu acordo com I fucking hate you do Godsmack tocando num volume ensurdecedor, eu tento levantar e percebo que estou dormindo no tapete e não na cama, levanto cambaleando e procuro encontrar a fonte maldita do som maravilhoso que anima meu belo amanhecer, quando eu encontro o rádio relógio ao lado da cama na mesinha eu bato no botão de desligar e rosno irritada. Merda. Esse dia vai ser uma grande e fodida merda. Me arrasto pelo quarto e me desfaço do sutiã e em seguida do resto das roupas que me sobram e as atiro no cesto de roupa suja, prendo meu cabelo num coque, faço xixi e sigo feito uma lesma até o chuveiro e tomo um banho rápido.

Quando eu termino de secar meu cabelo eu ando até o closet enrolada em uma toalha e escolho o que mamãe costuma chamar de roupas de encrenqueira, uma camisa velha do Misfits que era do meu melhor amigo e pseudo primo Zacky, que morava com a gente, uma calça jeans skinny detonada e uma camisa xadrez também dele, um coturno velho qualquer e deixo meu cabelo solto, desço as escadas correndo e encontro minha mãe na cozinha, eu estou prestes a soltar uma enxurrada de informações pra ela sobre o que vou fazer hoje quando noto que não estamos sozinhas. Minha tia Lindsay está sentada ao lado da minha mãe, as duas eram tão amigas que se chamavam de irmãs e eu até as achava parecidas, as duas estavam sorrindo uma para a outra, eu estanquei no lugar e encarei minha tia como se ela fosse um fantasma, eu não a vejo tem um bom par de anos, desde que Zacky decidiu que voltaria a morar com ela e seu novo marido.

– Ai meu Deus! Melissa você está linda! Cresceu tanto! - Tia Linds grita enquanto corre para me abraçar apertado, eu devolvo o abraço com um entusiasmo um pouco menor.

– Hey tia Linds, o que te traz aqui? - Eu pergunto enquanto dou a ela meu melhor sorriso inocente e ando até a cafeteira depois de me desfazer do abraço.

– Eu estou vindo para arrumar a casa, Zacky e eu nos mudamos no fim da semana que vem! Nós compramos uma casa duas ruas depois daqui, nós vamos fazer uma grande limpeza e tudo mais. - Minha tia diz entusiasmada mas tudo que eu posso processar é que Zacky está de volta. AH MEU DEUS ZACKY ESTÁ DE VOLTA! Eu grito internamente enquanto deixo um sorriso tranquilo transparecer.

– Isso soa como um bom plano, você precisa de ajuda? Mamãe vai ajudar não é? - Eu pergunto olhando de uma para a outra e minha mãe acena afirmativamente enquanto minha tia responde um sonoro sim.

– Zacky está na garagem, vá ver o seu garoto! - Minha mãe diz enquanto empurra a louça na pia.

– Hm, okay então.

Zacky e eu éramos melhores amigos. Nós sempre fomos ligados demais desde pequenos e quando ele veio morar comigo e a mamãe quando eu tinha 12 e ele 13 anos nós nos aproximamos mais ainda. Eu podia fazer qualquer coisa errada, se Zacky descobrisse antes da mamãe eu estaria a salvo eternamente e a expectativa de ver o meu companheiro de confusão outra vez era simplesmente excitante demais. Corri até a garagem e desacelerei quando cheguei na porta, abri devagar e entrei com todo cuidado do mundo pra que ele não me percebesse, eu sempre gostei de assustar o Zacky, me escondi atrás da estante de livros velhos da minha mãe e espiei ao redor tentar encontrar o que possivelmente agora seria um cara alto e branquinho de cabelo loiro e corpo esquelético. Zacky sempre foi magro demais.

– Quem é você e o que está fazendo aqui? - Uma mão apertou meu braço e eu me virei irritada para encarar dois olhos grandes e azuis emoldurados por cabelos loiros bagunçados e um rosto de menino bonito. Mas... que... porra...

– A pergunta certa é quem é você e o que está fazendo na minha garagem? - Eu puxei meu braço da mão do grandalhão e apoiei as mãos nos quadris tentando manter uma postura ameaçadora para o estranho.

– Sua casa?

– Minha casa.

– Melissa? Foda-se! Melissa, sou eu, Zacky. - A boca bonitinha se esticou em um sorriso que eu reconheci instantaneamente no rosto que segundos antes era estranho pra mim. Merda, como é que eu não percebi que era ele? Talvez fosse pelos ombros largos e o cabelo que ele deixou crescer até o pescoço e agora usava bagunçado ao invés de meticulosamente arrumado.

– Zacky? Mas que... hm, quer ajuda? - Eu perguntei apontando para as caixas atrás dele que claramente não eram da minha mãe já que as nossas eram etiquetadas e separadas por necessidade pela minha mãe maníaca por organização.

– Você não vai nem me dar um abraço? É assim que você recebe o cara que salvou a sua pele milhares de vezes? Você não cresceu muito hein. - Eu fui puxada por um par de braços fortes e engolida em um abraço que parecia intimo demais e me deixou com as mãos suadas. Mas que droga está acontecendo aqui? É só Zacky. Eu enrolei meus braços ao redor da cintura dele e o abracei apertado, Zacky enterrou o rosto no meu cabelo e apertou os braços ao meu redor. - Eu senti sua falta, Lissa.

– Eu também... - Perdi momentaneamente a habilidade de falar quando ele me soltou e sorriu torto pra mim, exatamente como Travis fazia e aquilo me irritou e ao mesmo tempo me fez sorrir. Zacky era o único que me chamava de Lissa, era um presente que eu só concedi a ele e ele sempre adorou a idéia de ter um nome único pra que ele pudesse me chamar. Ele achava que era muito exclusivo e elitista.

– Anda lá princesa, me ajuda com essa tralha aqui. - O encanto foi quebrado terminantemente quando nós começamos a trabalhar com as caixas, arrumando-as empilhadas ou lado a lado no fundo da garagem para que restasse espaço para os dois carros e o da titia.

– Caralho porque vocês tem tanta coisa? - Eu resmunguei meia hora depois quando nós guardamos as duas ultimas caixas e nos atiramos no gramado da frente cada um com uma cerveja.

– Minha mãe gosta de acumular coisas desnecessárias. - Ele respondeu e deu um gole longo na cerveja, eu o imitei e em seguida apoiei a garrafa ao meu lado na grama.

– Como é que você está? Quer dizer, está tudo bem com a idéia de se mudar pra cá? - Perguntei olhando pra ele e ele sorriu de lado.

– Você está brincando? Eu estou incrível, Lissa! Na verdade a idéia de mudar pra cá foi minha, eu sentia falta de você e da minha tia, eu queria viver perto de vocês outra vez e a escola aqui oferece um programa de futebol incrível, eu sou um quarterback incrível então foi uma jogada bem pensada. - Zacky deu de ombros e tomou outro gole da cerveja. A minha já devia estar quente.

– Você é um QB agora? Então é daí que vieram todos os montes de músculos aqui? - Eu apertei seus bíceps e ri quanto ele fez uma careta fofa.

– É pode se dizer que sim. Mas e você, quem você é agora? Além é claro da garota que usa minhas camisas? - Zacky me pergunta enquanto me encara e eu tento não parecer uma pirralha apavorada.

– Hm, eu posso explicar sobre isso. Elas ficaram aqui e eu realmente gosto muito de como elas se parecem em mim então eu me recuso a devolver. E eu sou a garota que o QB principal adora atormentar, eu sou literalmente a Mess. - Eu digo enquanto o encaro desafiando o cara na minha frente a me olhar com pena.

– Mess? Caramba como eu não pensei nesse apelido antes? Você vive criando confusão e bagunça por onde passa mesmo. - Ele ri alto e eu me vejo rindo junto com ele. Zacky nunca seria um dos caras que sente pena da garotinha excluída, ele sempre seria um dos que se aproximaria e faria piada com ela sobre si mesmo e sobre ela. Ele sempre foi um bom amigo.

– É, você pode ver que eu totalmente sou apropriada para o apelido. Eu bagunço com os corações por aí, inclusive eu até penso que o cara que me deu o apelido pode estar apaixonado por mim, secretamente. - Eu digo ainda rindo e Zacky ri mais alto ainda, nós dois gargalhamos como loucos até que ele para e se joga para trás na grama, eu o imito e me deixo rente a ele.

– Você sempre foi uma encrenqueira, você deve estar deixando o cara completamente louco com a sua mania de irritar as pessoas. - Ele esticou o braço e me abraçou pelos ombros. Com Zacky eu sempre fui mais fácil de lidar, ele era mais irritante do que eu e conseguia me controlar rapidamente com coisas bobas como uma piada suja ou uma arqueada de sobrancelha.

– Eu faço.

– Sei que faz. - Ele riu outra vez e eu fechei os olhos aproveitando o meu melhor amigo de volta na minha vida.

Era como se ele nunca tivesse ido, exceto pelo fato de que agora ele era mais alto ainda do que antes e tinha um corpo realmente bom, cabelos bagunçados e era um quarterback como Travis. Como se fosse o diabo e eu o tivesse chamado eu escuto pneus guinchando no começo da rua e reconheço o barulho instantaneamente mas me recuso a sair do meu recém conquistado paraíso. O caro estaciona na frente da minha casa e eu escuto o barulho de porta batendo e em seguida o barulho do tênis caro de Travis no cascalho da entrada.

– Mess? - Travis está parado ao meu lado e eu relutantemente ergo a cabeça para encarar o imbecil ao meu lado.

– O que você faz aqui, Becker? - Eu resmungo irritada enquanto tento proteger meus olhos do sol com as mãos. Droga, ele está malditamente bonito.

– Eu vim ver se você não quer ir adiantando algumas coisas do trabalho, eu estava entediado. - Travis resmunga e eu me levando do chão deixando Zacky deitado lá olhando entre mim e Travis como se algo estivesse errado demais pra ele. Na verdade algo está errado pra mim. Eu estava seriamente tentada a beijar o Becker cada vez que olhava o rosto corado e o cabelo ruivo na massa bagunçada mas quando eu encarava Zacky meu estomago apertava e eu queria que ele me abraçasse até que eu dormisse. Fodida. Eu sou fodida.

– Vamos entrar, Becker. Vem, Zacky. - Eu resmungo para os dois grandalhões e eles me seguem lado a lado. - Alias, Becker esse é Zachary meu melhor amigo e quase primo. Zacky esse é Travis Becker, o idiota que me deu o apelido e minha dupla em um projeto.

– Prazer, Zachary. - Travis diz mas o sorriso de boas vindas não está no rosto dele, tudo que eu posso ver é uma carranca irritada quase parecida demais com a de Zacky que o encara do outro lado.

– Prazer, Becker. - Os dois apertam as mãos e eu tento prender uma risada nervosa.

– Vamos lá, Becker. Zacky a gente se fala depois! - Eu agarro a mão de Travis e o puxo escada acima para o escritório da minha mãe. A mão dele cobre a minha e eu me sinto um pouco controlada demais quando ele inverte a situação e segura minha mão na dele.

– Então ele é seu melhor amigo? - A voz dele é irritada mas eu estou concentrada em ignorá-lo. - Ele é o seu melhor amigo ou ele é o seu próximo namorado? Porque ele pode preencher o cargo, você tem mesmo uma queda por idiotas.

– Começando por você. - Eu sussurro irritada e tento puxar minha mão da dele, mas o idiota é mais forte.

– O que você disse? Eu não ouvi. - Maldito Becker, porque ele não pode simplesmente desaparecer do mapa? Essa maldita situação é uma droga.

– Eu disse que se tivesse uma queda por idiotas eu estaria com você. - Eu resmungo tentando me livrar de ser desmascarada.

– E com quem você está agora? Porque eu acho que é comigo. - Pela segunda vez no dia eu sou puxada e apertada contra um cara. Travis agarra minha cintura e no segundo seguinte eu estou presa entre ele e a porta do escritório, toda a minha fachada bem construída está despencando rapidamente enquanto eu tento me livrar do aperto, quando eu ergo o rosto pronta pra despejar nele os melhores palavrões que eu aprendi no verão com o namorado texano da minha mãe, Travis me pega desprevenida. Eu não aguardei, eu não previ, eu nem sequer cogitei. Nem por um minuto eu pensei que um dia, Travis Becker me daria um beijo cheio de significados no escritório da minha mãe. E eu nunca imaginei que corresponderia ao único cara que eu nunca quis realmente querer. Eu sou patética.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mess." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.