P.O.V Calypso

–Calypso, você tem certeza que isso é uma boa ideia? - pergunta Rachel

–Uma festa sua nunca ficou tão cheia assim, e olha que tem gente que ainda nem chegou - completa Drew - Se você errar alguma coisa, ou se eles descobrirem...

–É claro suas idiotas, eu QUERO que fique cheia, por isso chamei outra escolas. E sim, eu vou fazer isso, e não, não vou errar e nem eles nem ninguém vai descobrir.

–Calypso, podemos conversar? - fala Luke, puxando meu braço.

–Sinto muito Luke, não posso agora. Estou esperando uma pessoa.

–Quem? O Jack?! Não me diga que você convidou ele?

–É, o Jack. Agora me solta, e sai da minha frente.

–Calypso você é cega?! Não vê que ele não quer você? - ele gritava.

–Cala a boca seu idiota! Você não sabe de nada - gritei mais ainda, o que chamava a atenção das pessoas ao redor, me aproximei dele e sussurrei em seu ouvido. - Eu sempre consigo o que eu quero. - e continuei andando, na direção do DJ, deixando Luke, com uma cara de bravo para trás.

P.O.V Annabeth

Eu não acredito que concordei em fazer isso, eu não acredito! Se bem que, a cara que o Jack fez me alegrou um pouco. E eu tenho certeza que quando o vi eu não estava diferente. Ele está lindo! Não é que quando estamos no colégio ele não esteja bonito, mesmo com calça jeans e blusão ele é um gato, mas todo arrumado como agora, ele ficou... humm... Argh não sei! Extremamente perfeito! Seu cabelo preto estava bagunçado, o que eu percebi que sempre está assim, fiquei tentada de passar a mão ali, deve ser tão macio e fofo. Seus olhos castanhos estavam concentrados na rua, por trás dos óculos pretos. As vezes eu olhava para ele, mas como se percebesse que estava sendo observado, ele me encarava de volta, e eu, desviava rapidamente.

–Então... Gosta de música né? Me lembro de você ter falado isso no primeiro dia de aula- começa ele, finalmente quebrando aquele silêncio constrangedor

–Sim! Adoro música! E você Jack? Ouvi você tocando guitarra hoje.

–Sério? Como?

–Você estava na sala de música, eu estava na sala ao lado, então ouvi você tocando. E estão comentando também, aquele site... - nem terminei de falar, ele exclama.

–Ah não! Não me diga que eu apareci de novo naquele site de fofocas do colégio, já não bastava aquela notícia da Calypso, agora tem outra?

–Sinto muito Jack, você apareceu nas duas primeiras páginas hoje. A primeira era sobre aquele negócio da Calypso, e a segunda falava sobre você tocar muito bem guitarra, alguns estudantes que estavam na mesma aula que você espalharam isso. Mas você toca muito bem mesmo Jack.

–Ah... Obrigado. Você canta?

–Não, adoro música, mas não sei cantar, nem um pouco.

–Ah! Que isso! Todo mundo sabe cantar, pelo menos alguma coisa.Vai, eu vou por uma música e você canta ok?

–Por que?

–Porque sim! Eu quero ouvir. Eu canto junto com você. - falou, e eu assenti, meio nervosa. O que eu tinha falado era verdade. Eu definitivamente não sei cantar, sempre desafino.

Ele pegou o controle do rádio e parou em uma música, abrindo um sorriso em seguida.

–Conhece? - perguntou, não sei como ele ainda não bateu o carro, se fosse eu no lugar dele, e principalmente, se eu tivesse que ficar olhando para ele, o carro já estaria todo quebrado de tantas batidas. Ouvi um pouco o começo da música, a parte instrumental e sorri. Era minha música favorita!

–Sim! Amo essa música. - ele sorriu, e começou a cantar. Fiquei boquiaberta. A voz dele é perfeita! (Resumindo: ELE É PERFEITO!)

When i look into your eyes
It's like watching the night sky
Or a beutiful sunrise
There's so much they hold
–Canta! - fala Jack, me tirando do transe que sua voz fez comigo. Respirei fundo, e me juntei a ele.

https://www.youtube.com/watch?v=TdN5GyTl8K0

Terminei de cantar e abri meus olhos, dando de cara com os lindos olhos castanhos de Jack, ele tinha um sorriso enorme no rosto.

–Annabeth... Você tem uma voz linda... - falou, rouco, me causando um arrepio pelo corpo

–O-obrigada, você também... - não estava conseguindo nem terminar a frase direito - também tem... - Argh! Vai Annabeth, você consegue, desvia o olhar, respira fundo e fala - uma voz muito bonita - terminei, olhando para baixo. Pensando direito agora, estávamos em uma posição meio... diferente. Meu corpo estava virado para frente, mas minha cabeça estava virada para o lado esquerdo, olhando para o Jack, ele estava a mesma coisa, com o corpo para a frente e a cabeça para o lado, olhando para mim.

Fiquei tão atordoada por causa da música e também por causa da imensidão que parece haver dentro dos olhos do Jack que nem percebi a posição de espaço e tempo em que estávamos. Tentei me lembrar o que estávamos fazendo antes de tudo, ainda olhando para baixo, mas senti uma mão levantando minha cabeça, e encontrei com o olhar, os olhos de Jack novamente.

–Obrigado - fala ele, me causando um calafrio. Estávamos muito perto um do outro agora, nossos narizes quase se encostando. Uma luz veio de algum lugar, iluminando nós dois, refletindo no olhar de Jack, e eu percebi um leve tom esverdeado aparecer ali. Não tive tempo para processar o que vi, porque Jack tirou uma mecha do meu cabelo que caia nos meus olhos e colocou a mão na minha nuca, me puxando para mais perto. Agora nossas bocas estavam quase se tocando, mordi o lábio inferior e encarei-o, seus olhos castanhos brilhavam, e mesmo sendo uma cor escura, eu podia ver, sua pupila estava dilatada. Coloquei meus braços ao redor de seu pescoço e fomos nos aproximando... Ele vai me beijar! Ele vai me beijar! Fechei meus olhos e...

Um som muito alto vindo de trás pareceu "acordar" a gente, eu olhei pra ele, que olhou pra mim, ambos com expressões confusas no rosto. Jack estava vermelho, e tirou rapidamente a mão da minha nuca, passando a mão no cabelo.

–Annie... - sussurrou - Desculpe...

Eu já ia responder, mas outro som, ainda mais alto, vindo da frente dessa vez, me impediu. Jack olhou para frente e arregalou os olhos. Segui com o olhar para ver o que ele viu, mas dois faróis de luzes quase me cegaram, fechei os olhos e senti meu corpo ser puxado para a esquerda e depois para a direita, ouvi o som de pneu derrapando no asfalto e um cheiro de borracha queimada. Ainda bem que eu estava com o cinto de segurança.

Depois de um tempo, abri meus olhos e olhei para frente, só tinha uma rua calma com postes de luz, e o carro de Charles lá na frente.

Ouvi o som de uma respiração pesada e olhei para o lado. Jack estava ofegante e apertava com força, usando as duas mãos, o volante.

–Annabeth? Você está bem? - falou, sem desviar os olhos da rua

–Sim... O que aconteceu?

–Sem querer o carro foi indo para a contra mão e um carro vinha na nossa direção, graças ao Nico que buzinou lá trás e ao cara que buzinou também, consegui desviar do carro e voltar para a pista - falou, com a voz assustadoramente séria, ele pareceu perceber o jeito que falou e suspirou, relaxando um pouco, mas ainda com as duas mãos no volante - Sinto muito Annabeth. Sinto muito mesmo, a gente poderia ter morrido! VOCÊ poderia ter morrido! Eu não ia me desculpar nunca...

–Jack... Ei! Jack! Não foi culpa sua! Jack olha pra mim. JACK! - gritei, percebi que parou o carro e finalmente olhou pra mim, ele estava triste e tinha uma expressão de culpa, aquilo partiu meu coração - Não se culpe Jack. Você foi um herói, salvou minha vida, salvou a sua vida, e a vida das pessoas que estavam naquele carro. Obrigada, você foi brilhante!

Ele deu um sorrisinho de lado, o que já ajudou muito a me alegrar também, e sussurrou um obrigado. Eu me aproximei dele e o abracei, enterrando meu rosto em seu peito. Ele tem um cheiro diferente, não sei se é perfume ou natural, mas é um cheiro bom de maresia.

P.O.V Nico

Puxei Thalia para o "meu" carro e abri a porta para ela, que me olhou com uma sobrancelha levantada mas entrou, eu dei a volta e entrei também

–Tem certeza que esse plano vai dar certo? - perguntei, enquanto ligava o carro

–Não certeza CERTEZA! Mas ajudar a aproximar eles? Provável.

–Então... Recapitulando: 1-O Jack e a Annabeth vão ficar juntos o tempo todo, 2-Ninguém. Ninguém! Vai atrapalhar eles, só se for para ajudar, 3-Deixar o Jack pelo menos um pouco bêbado - fui falando e ela assentia a cada item que eu falava. Começamos a andar, com Charles na frente de todo mundo, Percy logo depois, eu, Jason e Frank. Essa de deixar o Percy bêbado eu não sei se é uma boa ideia, ele geralmente fica muito engraçado e ri de tudo, mas o pior, ele sempre fala antes de pensar, que nem quando está nervoso. - 4-Achar um lugar vazio para eles ficarem, e que seja frio, para eles terem que ficarem abraçados para se esquentarem. Acha mesmo que vai dar certo? E se der alguma coisa errado?

–Acho. Tem que dar. Eles se gostam! E Annabeth já sabe do plano. E nada vai dar errado.

–Ela já sabe?! Então ela sabe que o Jack gosta dela?

–Não, isso é meio que óbvio né? Mas ninguém falou nada, então... E ainda. Prometi pro Jack que não contaria nada pra Annie.

–Você? Você prometeu pra ele? O que pediu em troca?

–Como assim? Por que você acha que eu pediria algo em troca? - fala ela

–Porque eu conheço você. E se fosse eu, pra guardar um segredo desse pediria algo em troca. Então, o que você pediu? - percebi que ela começou a ficar meio desconfortável, o que aumentou mais minha curiosidade.

–Não vou te falar! É um segredo, e só a Annie e o Jack sabem, e nem era pra ele saber! Pedi pra ele guardar o segredo.

Hum... Interessante. Vou usar isso pra evitar embebedarem meu amigo, se ele ficar bêbado, a qualquer momento ele pode falar do reality, ou falar que quando eu era pequeno, tive uma pequena paixão pela garota que está ao meu lado.

–Sério? Posso falar uma coisa? Quando o Jack fica bêbado, ele as vezes fala tudo, praticamente tudo. Então se ele estiver guardando um segredo seu, que você não quer contar pra ninguém, é melhor deixar ele sóbrio. Eu sei, ele é muito tímido, se não tiver a ajuda de uma bebida ele não vai fazer nada. Mas eu conheço meu amigo muito bem. Ele VAI fazer alguma coisa. Com ou sem bebida.

–Ok. Vou avisar os outros.

Enquanto ela mandava uma mensagem no celular, liguei o rádio, e o locutor falava alguma coisa.

"Atenção a todos os fãs de Percy Jackson, o cantor vai fazer um show essa quinta feira a noite. Todos os ingressos já estão esgotados, mas responda a pergunta e você ganhará um par de ingressos, com direito a visita ao camarim! Vamos lá: Qual é, o nome completo de todos os integrantes da banda do Percy?"

Quando ele terminou de falar, vi que Thalia olhou pra mim e começou, desesperada, a discar o número da rádio no celular, ela pôs o celular no ouvido, esperando, mas pareceu que ela não tinha conseguido, porque ela desligou e bufou.

–Eu não acredito! "Você foi a 338º pessoa a ligar" - falou, imitando uma voz fina, provavelmente a voz da pessoa que atendeu o telefone. Ela olhou pra mim e fala - Ei. Nico! Você é o guitarrista! Não quer me levar junto?

–Sinto muito Thalia. Não posso fazer isso, só com a autorização do empresário.

Ela bufou e afundou no banco do passageiro, ficou um silêncio por um tempo, até que ela volta a falar.

–Sabe, Percy me ensinava a tocar guitarra quando eu ia para lá. Ele até me ajudou a escolher uma guitarra. Mas como eu parei de ir pra lá, então eu só sei o básico. Você não gostaria de me ensinar a tocar? - fala ela, um pouco tímida

–Poder até posso. Mas pede pro Jack, ele é muito melhor do que eu e foi ele que me ensinou a tocar.

–O Jack? Pensei que foi o Percy que tinha te ensinado a tocar.

–Ahn? O que?

–Todo lugar fala sobre isso, revista, internet... Eu sei como você conheceu o Percy e que foi com ele que você aprendeu a tocar guitarra.

Droga! Nico seu idiota não devia ter falado isso.

–Ahn... É que... Eu aprendi um pouco com os dois.

–Ok então - fala ela, estreitando os olhos. - Não sabia que o Jack tocava guitarra, Annabeth tinha me falado antes mas eu não acreditei. Isso é estranho, muito estranho.

–O que é estranho?

–O Jack! Ele parece ser um garoto tímido mas faz bastante coisa pra um nerd. Ele gosta de basquete, natação, toca guitarra... - ela fez uma cara pensativa. Se ela juntar os fatos, vai descobrir que o Jack é o Percy! Comecei a pensar em qualquer coisa para mudar de assunto, mas bem no momento que eu preciso de alguma coisa, eu não lembro de nada, ou nada de interessante acontece.

–Thalia! E seu tio? Já conversou com ele? - puxei qualquer assunto que me veio a cabeça.

–Não. Tio Poseidon é bem legal, ele era muito ocupado, mas é bem engraçado e divertido.

–É... eu sei... - foi uma conversa bem curta, mas o suficiente para ela esquecer do assunto Jack/Percy.

Olhei para a rua, estava bem calma, só iluminada pelos postes de luz que passavam de alguns em alguns metros. Percebi que eu tinha reduzido bem a velocidade, na verdade, o Percy tinha reduzido muito a velocidade, virei um pouco para o lado, e vi que o Charles estava lá na frente, bem na frente. Franzi o cenho.

–O que está acontecendo com o Jack? Ele diminuiu a velocidade de repente.

Thalia, que olhava para o céu pela janela, olha pra frente e dá de ombros.

–Sei lá. Ele deve ser bem cuidadoso no volante. - e volta a olhar pela janela.

Ha! Até parece! O Percy? Cuidadoso no volante? Ele sempre anda acima ou na velocidade permitida, mas também nunca chegou ao ponto de andar a 10k/h! Deixei pra lá e continuei dirigindo.

Depois de um tempo, o carro da frente começa a ir de pouquinho em pouquinho para a esquerda, na direção da contra mão.

–O que ele está fazendo?! - fala Thalia, falando a mesma pergunta que eu tinha na minha cabeça.

–Ele ta indo pra contra mão Nico! Faz alguma coisa!

–Thalia! O que você quer que eu faça? Ele provavelmente sabe o que está fazendo. E relaxa,a rua tá vazia.

Ela pareceu considerar um pouco o que eu falei e voltou a ficar normal. Depois e um tempo o carro estava inteiro na contra mão, o que começou realmente a me preocupar.

–Tá, tem alguma coisa errada. Já era pra ele ter voltado pra mão certa.

–Buzina!

–Não! Pelo horário já tem - olhei pro relógio, ainda tava cedo, era umas 21:51 p.m. - criancinhas dormindo!

–Então buzina fraco.

Dei só um soquinho na buzina, o que fez um som nem tão forte nem tão fraco. O carro continuou do mesmo jeito, dei mais uma, nada, outra, nada.

–Thalia, tenta ligar pro Jack ou pra Annie, vê se algum deles atende. - ela assentiu e ligou pra Annabeth primeiro, nada, depois pro Jack, nada também.

–Nico... - fala Thalia, olhando para frente, olhei para o mesmo lugar que ela, e vi um carro vindo.

–Oh droga. Vamo Jack, se mexe! Annabeth, você também! - comecei a dar as pequenas buzinadas - Vem vindo um carro na direção de vocês, pronto para bater de frente, fazendo com que vocês mooorramm! - gritei e apertei forte a buzina, causando um barulho alto, o que provavelmente acordou as criancinhas.

O carro se aproximava cada vez mais, a rua estava um pouco mais escura, o que justificava o porque do outro carro não ter parado ainda, ele não estava vendo. Depois da buzinada parei e esperei, torcendo para eles terem ouvido. Ai meus deuses! O carro está se aproximando! Vai Jack, cara se mexe!

Ouço o carro da outra pista buzinar e finalmente percebo um movimento do carro do Percy, ele vira bruscamente para a direita e volta para a pista normal. Manobra estilo Velozes e Furiosos.

–Ufa! - suspiro, e vejo Thalia ao meu lado desabar de alívio no banco.

–O que será que aconteceu?

–Não sei... Mas chegando na festa a gente pergunta...

–Viu! Mais uma coisa estranha! Onde o Jack aprendeu a fazer aquilo? É uma manobra digna de cinema.

Engoli em seco. E agora? O que eu falo? "Ah não é que ele aprendeu com aquele cara do Velozes e Furiosos, sabe? O Vin Diesel." Não! É claro que eu não vou falar isso.

–E-eu não sei... Na Flórida? Sei lá...

Ela pensa um pouco, mas acaba desistindo, olhando para o céu novamente.

...

Estávamos procurando uma vaga e passamos na frente da casa da Calypso, estava muito cheio, Charles já tinha achado uma e esperava junto de Silena no jardim da frente. Olhando pra lá, acabei vendo a Calypso perguntando para eles se tinham visto o Jack, eles respondem que ele já estava vindo, e Calypso pula de alegria e entra correndo dentro da casa, passando por um monte de gente. Que foi? Eu sou bom eu leitura labial, e um bom observador também... Correndo o olhar pelo jardim, percebo pessoas conhecidas e pessoas estranhas... Tinha gente que nem era da Goode ali!

–Hum Thalia... Lembra quando eu falei que alguma coisa pode dar errado?

Ela resmunga alguma coisa, o que eu entendi como um sim.

–Uma Calypso correndo pra cá e pra lá procurando pelo Jack é considerado uma coisa que pode atrapalhar os planos?

–O QUE? É sério? Isso pode mudar tudo! Ela provavelmente está tramando alguma, temos que ficar de olho nela.

P.O.V Percy

Não sei o que eu estava pensando quando falei que ia cantar junto com ela. Quíron tinha me falado que eu não podia cantar, mas como ninguém falou nada comigo pelo minifone então continuei cantando.

Annabeth tem uma voz linda! Não sei porque ela tinha falado que não sabia cantar, ela tem uma voz de quase uma profissional, desafinava as vezes, mas isso é normal. A voz dela me hipnotizava, seus olhos também, que brilhavam enquanto cantávamos, até ela fechá-los.

Tudo que aconteceu depois disso foi uma confusão, passou tão rápido que agora eu estou aqui, parado no jardim da minha ex-namorada, com um monte de gente perguntando o que aconteceu lá no carro.

–Jack mano, aquela manobra que você fez foi muito daora, me ensina um dia né? - fala Charles, recebendo um olhar de repreensão de Silena

–Mas o que aconteceu para vocês se distraírem e acabarem indo parar na outra pista?

E agora? Droga! Droga! Droga! Troquei um olhar com Annabeth, ela também não sabia o que falar, corei um pouco lembrando do que aconteceu lá no carro.

–Ahn... Só nos distraímos, começamos a conversar e nem percebemos que o carro estava indo para o lado - tentou ela, deixando várias pessoas desconfiadas.

–Uhum sei... Vamos entrar? - fala Thalia

Na entrada, vejo um monte de pessoas já bêbadas.

–Onde ela consegue tanta bebida assim? Não é proibido? - pergunto

–A Calypso? Ha! Pra ela não existe as palavras "Proibido" ou "Não". Ela só entende "Sim"ou "Pode".

Dentro da casa, é enorme. Já fui na casa na Calypso lá na Califórnia, é do mesmo estilo, exageradamente grande. Olho para a mesa do DJ e encontro Grover, um velho amigo, que virou DJ e é um rapper muito famoso hoje em dia. Já fiz uma música com ele. Espero que ele não me reconheça.

Vejo que Annabeth olha para as colunas que vão do teto até o chão, ela fica olhando para a arquitetura da casa, e eu percebo que todo mundo, misteriosamente sumiu, deixando só eu e a Annie ali, parados.

–Cadê os outros? - tenho que gritar para ser ouvido no meio de toda essa música.

–Foram beber, dançar... Não sei...

–Por falar em beber, você quer alguma coisa?

Ela assente, e eu vou na direção da mesa de bebidas.

P.O.V Annabeth ( voltando)

Jack foi pegar uma bebida pra gente. Ao longe vejo Thalia e Nico conversando, Thalia segurava um copo de cerveja, mas não bebia. O que ela vai fazer? Percebo Calypso indo na direção da mesa de bebidas, na direção de Jack. Thalia e Nico também percebem, ela vai na direção de Calypso, tropeçando sem querer e derrubando o copo de cerveja no vertido da outra, que grita de raiva e bate o pé, subindo correndo as escadas. Thalia e Nico caem na risada, e quando voltam ao normal, ele estenda a mão para ela, convidando-a para dançar, vejo Thalia corar um pouco, mas aceita, eles vão para o centro da pista de dança e começam a dançar, alegremente. Sorrio, eles realmente combinam um com o outro.

–Ei... Não sei do que você gostava então trouxe água. - fala Jack, chegando com dois copos de água.

–Obrigada. Você não quer ir para outro lugar? Um lugar mais calmo? - pergunto, começando com o plano.

Ele assente e segura minha mão, me puxando e atravessando a multidão de pessoas. Fomos andando e acabamos parando em uma parte que era coberta, mas tinha uma parede feita interia de vidro, mostrando o lindo céu azul escuro cheio de estrelas e a Lua. O lugar estava incrivelmente vazio, Jack se sentou no chão mesmo, e eu me sentei do lado dele. Era frio ali, e ele, como se lesse minha mente, passou o braço pelo meu ombro, me puxando para mais perto.

–Obrigado por... sabe... me ajudar lá no carro - falou ele, meio embananado e vermelho. Eu sorrio e respondo.

–Por nada. Eu que devo agradecer, você salvou minha vida, com... uma manobra pelo que eles disseram. - ele da uma risadinha e olha pra mim, me encarando, sua expressão fica séria de repente e ele desvia o olhar. - Obrigada por tudo. - murmuro

–Tudo o que? - pergunta ele, olhando de novo para mim.

–Por estar aqui comigo, e não lá. E tudo mais. Não gosto muito de ficar em lugares muito cheios, me sinto a estranha... - falo, abaixando a cabeça, sinto que Jack começa a se levantar e eu olho para ele, confusa, que estende a mão.

–Quer dançar? - fala, com um sorriso brincalhão no rosto, entendo o que ele quer fazer e sorrio, aceitando e me levantando.

Coloco minhas mãos no seu pescoço, e ele coloca as dele na minha cintura, e começamos a dançar, lentamente, um encarando os olhos do outro.

–Você não é estranha. Não precisa se sentir assim. Somos todos seres humanos, ninguém é igual a ninguém, fazemos nossas próprias escolhas. Você é muito bonita Annabeth, inteligente, engraçada, prestativa e muito mais. Não tem o porque se sentir estranha, eles podem falar que você é. Mas você sabe que não é. Cada um sabe o que é e o que não é, cada um sabe o quer para a vida. Podemos cometer erros, sim, todo mundo comete erros, mas é com os erros que se aprende, não é? - sinto uma lágrima cair do meu rosto, Jack levanta a mão e limpa ela, olhando bem fundo nos meus olhos.

–Você é linda. Não faz ideia dos sentimentos que causa em mim, não sei porque mas desde o nosso esbarrão lá no colégio não tiro você da cabeça, seus lindos olhos cinzas, que me hipnotizaram, e os cabelos loiros voando para lá e para cá. Sempre estarei do seu lado, não importa o que aconteça, tentarei estar ao seu lado. Saiba que pode contar comigo né? - assenti rapidamente e sorrio, as lágrimas já não caiam mais, mas eu estava sem palavras. Só encarava os olhos de Jack por trás da lente do óculos.

Ele sorri e coloca a mão na minha nuca, causando um arrepio por ali, me puxa mais pra perto, fico na ponta dos pés, e ele se inclina um pouco. Voltamos para a mesma posição que estávamos lá no carro, só que agora estávamos de pé, sua mão encaixava perfeitamente na minha cintura e a outra fazia círculos pela minha bochecha com o dedão. Finalmente, ele acaba com o espaço entre nós, colando seus lábios macios nos meus.

P.O.V Narradora.

Enquanto isso, a festa ainda continuava, Calypso procurava para lá e para cá o Jack, sem obter sucesso. Thalia e Nico, riam e dançavam, felizes, os outros faziam o mesmo, aproveitavam a noite, sem notar ao longe, um barulho de helicóptero e vários carros.