O Chamado escrita por Evelyn Andrade


Capítulo 2
Uma Vida Limitada




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Eu me arrumo para mais um dia na escola,eu toda a minha existência de 16 anos eu nunca vi uma árvore imagino que as outras capsulas ao redor do mundo sejam iguais a daqui onde vivo,a capsula 11,nunca sai de dentro dessa enorme bolha.Calça jeans ,uma blusa com mangas e uma sapatilha,eu penteio meus cabelos negros,sim meus enormes cabelos negros,meu tratamento para o cancer requeria raspar a cabeça,e eu raspei quando eu tinha 8 anos,me lembro da sençasão horrivel das pessoas apontando seus dedos para mim na escola,ou até mesmo quando eu passava na rua,depois disso nunca mais deixei que nenhum médico encostasse em meus cabelos.
Minha casa fica próximo ao centro da capsula,minha mãe está pondo a mesa do café quando desço as escadas de meu quarto uma tontura me abate e eu seguro no corrimão para não cair,conto até oito e então saio como se nada tivesse acontecido,na mesa meu irmão já está comendo um de seus cereais coloridos e meu pai como sempre já foi trabalhar.

–Bom dia querida. (Fala minha mãe se sentando a mesa)

–Oi. (Eu respondo.)

–Já tomou seus remédios hoje? (Ele perguntou)

Analizo sua pergunta por meio segundo antes de responder.

–Sim. (Respondo)

Mais era uma tremenda mentira,os remédios eram horriveis, mais uma parte de meu cerebro a parte racional me incriminava e fazia eu me sentir culpada por estar mentindo já que minha mãe só queria o meu bem.

–Hoje eu irei visitar o museu da cidade. (Disse Erick com sua foz infantil)

Revirei os olhos,ele já era bem grandinho para tentar parecer com uma criança.Enquanto isso eu comia as diversas comidas diferentes que minha mãe havia posto a mesa.

–Que bom meu querido,se comporte. (Minha mãe disse)

Ele assentiu a cabeça várias vezes rapidamente como uma criança de quatro anos faria,aquilo me deixou mais irritada,mais eu não fiz nenhuma insinuação sobre o caso.

–Estou indo.(Eu disse)

Me levantei da cadeira e deixei meu prato agora vazio.

–Rose,você não comeu nada. (Brigou minha mãe)

Voltei meus olhos para ela.

–Comi sim,comi uma banana,duas fatias de pão um pouco de suco de laranja e algumas bolachas. (Eu disse)

Ela pareceu surpresa,é claro que pareceu,eu amava minha mãe mais do que tudo mais ela não vivia prestando atenção em mim,sua atenção estava presa em Erick,meu irmão caçula de nove anos,ás vezes me pergunto ,se minha irmã Tasha ainda estivesse aqui? o que ela acharia? ela me apoiaria? eu poderia ter uma confidente particular? talvez.

–Tudo bem,boa aula. (Minha mãe disse)

Me virei sem responder e subi as escadas,a caixinha de meu remédio ainda estava em cima da cabeceira,peguei um dos comprimidos amarelos e fiz uma careta ao sentir o gosto do remedio passando por minha boca e garganta.Peguei a mochila e sai do quarto.

–Tchau Mãe! (Eu disse da porta)

Nenhuma resposta,fechei a porta em um baque surdo,o sol esquentou meu rosto,sorri,acho que nunca me cansaria de algo assim,nunca me cansaria de explorar o pouco de natureza que eu podia.Um pé depois do outro,eu segui caminhando pela rua, enquanto balançava meu rabo de cavalo a cada caminhada como uma garota idiota,sorri,eu não me importava.A escola era a menos de duas quadras de minha casa,pessoas me olharão quando eu cheguei,eu virei as costas e segui para dentro.Eu costumava ter vários amigos aqui,na verdade eu ainda os tenho mais nos últimos tempos havia tudo ficado mais dificil pra todos nós.
O sinal soou alto e estridente,e minha vontade de gritar com os sinos foi intensa mais eu não o fiz pois saberia que todos achariam que eu era louca,e eles estavam a um passo de achar isso.
Eu sentei na minha cadeira de costume,na terceira fileira a penúltima cadeira.A professora entrou na sala de aula e sem sequer uma palavra pois-se a passar matéria na lousa,suspirei,a escolha havia sido minha,Beneficios do cancêr alegavam que seu eu quisesse parar de estudar e permanecer em casa eu poderia,mais ao invés disso eu resolvi frequentar uma escola normal com pessoas normais,agora eu terei que aguentar como qualquer pessoa comum e fingir que não me sinto tonta só de olhar para a enorme lousa cheia de letras.


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Notas finais do capítulo

Comentem!! :3



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