A Filha das Trevas (LIVRO 1 - COMPLETO) escrita por Ally Faro


Capítulo 22
Capitulo Vinte e Dois


Notas iniciais do capítulo

Sinto muito pela demora e espero que gostem. ^^



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A coruja parecia irritada, bicava sem parar a janela do quarto, Draco abriu a janela e pegou a carta que ela trazia, rapidamente a vendo ir embora, sem esperar resposta.

Por favor, me encontra na Torre de Astronomia as 4h, eu acho que eu to pirando, fiz algo que não consigo me perdoar e você, por incrível que pareça, é a única pessoa com que posso conversar sobre sem que me julguem e me repudiem, então, POR FAVOR Draco, me encontra lá e não se atrasa.

Malfoy se preocupou, não lembrava quando havia sido a última vez que Belinda havia recorrido a ele por ajuda, talvez quando eram crianças. O menino se deitou e ficou olhando para o teto.

Belinda esperou que suas colegas de quarto estivessem em um sono profundo como sempre, então abriu a porta, que rangeu dolorosamente, e saiu do quarto, usando um feitiço silenciador para quando voltar não alertar ninguém.

Mulher Gorda ficou extremamente ofendida por Belinda acorda-la, sem querer, com a luz da Varinha aquela hora da madrugada, logo a menina caminhava sorrateiramente pelo castelo e evitando acordar os quadros, porém ela deveria ter notado que eles eram os menores de seus problemas. Madame Norra a avistou e miou longamente, alertando o Maldito-Zelador, Lestrange tentara correr, mas a gata infeliz a seguiu pelo corredor, até que a menina se enfiou em uma sala e trancou a porta, praticamente evitando respirar.

–O que houve Madame Norra? -Belinda escutou Filch perguntar para a gata demoníaca. –Vamos andando, aqueles pestes não estão aqui.

Belinda ouviu os passos abafados se afastarem e cessarem, esperou mais uns cinco minutos e se atreveu a sair da sala, o corredor estava deserto, a menina aproveitou a oportunidade e correu para a Torre onde Draco a aguardava, provavelmente impaciente pelo atraso.

Belinda chegou correndo na Torre de Astronomia, exatamente como no primeiro dia que marcaram de se encontrar ali, no início das aulas, as bochechas normalmente pálidas estavam coradas levemente por conta da corrido, os olhos furiosos, magoados e preocupados, as mãos pareciam tremer ligeiramente. Ao notar o olhar de Draco, que a estudava, Belinda escondeu as mãos no bolso do moletom e ajustou a postura.

–Granger, ela... –Draco a viu respirar fundo, tentando se recompor da corrida, e se preocupou com o que poderia ter ocorrido.

–O que foi?

–Eu fiz uma coisa... Detestável.

–Achei que ela fosse sua amiga. –Disse, tentando parecer indiferente.

–Nem que fosse inimiga, eu não deveria ter feito, Malfoy, não deveria.

–O que você fez, Belinda? –Ele realmente pareceu alarmado.

–Eu tinha acabado de tomar banho e meu braço tava exposto...

–Ela viu seu braço? –A ansiedade estava estampada em sua expressão.

–Sim.

–Pela barba de Merlin! O que houve? O que você fez?

–Eu precisei... –Ela suspirou e o silêncio de poucos segundos o fizeram temer por algo que ele nem sabia o que era. –Eu tirei essa memória dela, Draco. Eu simplesmente fui egoísta e traidora o suficiente para tomar isso dela. –Malfoy relaxou.

–Me conta exatamente o que aconteceu.

Belinda precisou respirar fundo algumas vezes, enquanto tentava não se sentir monstruosa o suficiente por ter mexido na memória de Granger.

–Eu me sinto tão...

–Era isso ou ela poderia contar e você...

–É, é. Eu sei, mas isso não minimiza o que eu fiz. –Draco a viu apertar tanto o ferro da grade de proteção da Torre que suas juntas esbranquiçaram.

–Você ficar culpada não vai ser de serventia alguma.

–Muito obrigada pela compreensão, também não sei por que diabos esperava que justo você fosse compreender.

–Você sabe sim. –Ela torceu a boca.

–É, eu sei.

–Esquece isso, é o melhor que você podia fazer.

–Talvez.

–Não, é o melhor. Granger não teria nenhum feitiço para remover isso do seu braço e não ajudaria em nada ela saber, não é da conta dela, não é da conta de ninguém.

–Acho que você tá certo, mas eu to me sentindo tão mal, egoísta e...

–Qual é Belinda? Deixa isso pra lá. Você só se protegeu e não machucou ninguém.

–Certo. –Suspirou, decidida a mudar de assunto. –Mas você nunca me contou como se sentiu ao beija-la.

Draco abriu e fechou a boca, por fim a encarou, a irritação o fez ficar vermelho e Belinda rir.

–Você...

–Eu sabia que você ia ficar irritado.

–Sua desgraçada.

–Sua desgraçada favorita, me deixa acrescentar.

–Quem te disse um absurdo desses?

–Não é preciso que digam, Malfoy, eu só o conheço.

–Não conhece não.

–Qual é? Fui criada com você, claro que ficamos um tempo afastados e você se tornou mais idiota que antes, mas...

–Calada. –Disse ríspido, o que a fez sorrir.

–Por que você tem tanto medo de dizer que gostou de beija-la?

–Eu não gostei. –Protestou.

–Eu sei que gostou, Draco.

–Você tá delirando.

–Não to.

–Como pode saber o que senti? Você nem tava lá.

–Se você não tivesse gostado, não se irritaria quando eu falo do beijo.

–Eu me irrito porque ela é uma Sangue-Ruim...

–Sangue-Ruim, mas você a beijou.

–Foi um acidente.

–Acidente bom. –Provocou.

–Não foi bom!

–Sua expressão diz o contrário.

–Você é a pessoa mais irritante que eu conheço.

–O Draquinho, a Pansy não vai saber, não se depender de mim.

–O que ela tem com isso?

–Sua namoradinha, não é?

–Fala sério.

–Então o que ela é pra você?

–Olha pra mim.

–To olhando. –Disse ela virando para encara-lo, tentando ficar séria.

–Me diz, honestamente, você acha que eu ia perder meu tempo só com uma garota, podendo ter qualquer uma?

–Qualquer uma? Nossa, modéstia realmente não é com você, Draco.

–Fala sério, eu consegui pegar até a Maldita-Sabe-Tudo.

–Ela foi diferente.

–Não.

–Foi sim, porque se não fosse, você não se importaria que os outros soubessem.

–Não quero que ninguém saiba porque ela é uma Sangue-Ruim.

–Pode repetir isso quantas vezes for, eu sei a verdade.

–E que verdade é essa que você insiste conhecer?

–Você, Draco Malfoy, beijou Hermione Granger porque sentiu vontade e gostou do que aconteceu. –Ele abriu a boca para protestar. –Calado que eu ainda não acabei. –O loiro a fuzilou. –Mas não quer admitir porque tem medo do que sente.

–Você andou bebendo, Lestrange?

–Não, totalmente sóbria. –Deu um sorrisinho.

–Não parece, tá falando muita besteira.

–Pare de mentir, Draco! Sou a única pessoa que não vai te julgar por isso, pelo contrário.

–O que você quer que eu diga?

–A verdade.

–Mas eu digo e você não acredita.

–Porque eu sei que você tá mentindo.

–Olha, foi uma coisa de momento, ela não calava a boca e eu não aguentava mais ouvir a voz dela.

–Então preferiu sentir os lábios? Historiazinha mal contada, Malfoy.

–Não vai adiantar, né? Eu posso falar qualquer coisa que você não vai escutar.

–Não enquanto você não assumir.

–Eu gostei, tá bom? –Disse irritado. Belinda sorriu satisfeita, sabia que se o irritasse o suficiente, ele diria a verdade.

–E?

–E nada! –Exasperou-se. –Eu quis e beijei, mas não é certo, ela é uma Sangue-Ruim, eu sou...

–Um cara que quis beijar uma garota.

–Não, eu sou um Malfoy, tenho Sangue-Puro e não posso me envolver com qualquer uma.

–Eu gostaria que você mostrasse o que realmente é para os outros, uma única vez pelo menos. –Suspirou.

–Eu mostro o que sou.

–Não, você mostra o que o Lucius projetou, mostra o que ele quer que vejam, uma cópia idiota dele. –Bufou. –Mas você não é o seu pai e deveria parar de tentar ser só porque ele manda.

–Você não sabe de nada.

–Sei mais do que qualquer um sabe sobre você.

–Não mesmo.

–Você não é se pai e nunca vai ser, porque você não é um idiota autoritário, alguém que quer...

–Belinda, ele é meu pai e não é assim.

–Quer saber? –Ergueu as mãos para o ar em um gesto irritado. –Se um dia você ficar que nem o Lucius, vai ser pior do que se tivesse morrido pra mim, bem pior!

Belinda lhe deu as costas e saiu. Draco não conseguiu reagir ao que ela dissera e somente encarou suas costas enquanto ela se afastava em uma marcha irritada.

Belinda não conseguira mais dormir, quando por fim amanheceu tomou banho e se arrumou, seguiu para a Sala Comunal e se jogou em um sofá, logo Rúnda pulou em seu colo e ela começou a acariciar o animal.

–Oi Rúnda. –Ele ronronou. –Eu to bem, não se preocupe.

O gato a encarou, como se duvidasse da veracidade de suas palavras, miou longamente e ela lhe deu um sorriso. Não demorou muito e a Sala Comunal da Grifinória encheu.

–Lestrange! –Disseram os gêmeos, sentando cada um de um lado da menina.

–O que vocês querem? –Perguntou desconfiada e eles riram.

–Uma aposta.

–Aposta? Depende. –Eles riram.

–Queremos invadir o gabinete do Filch... –Freddie começou.

–Opa, o que é pra pegar fazer exatamente?

–Pegar qualquer peça das roupas dele e pendurar na trave do campo de Quadribol. –George disse sorrindo.

–Quem conseguir completar primeiro, ganha um galeão de cada e os perdedores ficam devendo um favor para o vencedor. –O sorriso que Freddie exibia era contagiante e a menina riu.

–Valido até que horas?

–Até o fim do dia de hoje.

–Alguma regra?

–Claro que não. –George riu. –Só não seja pega.

A aposta tinha tudo para ser completamente divertida, se não fossem as lacunas, era Filch e a Gata-Maldita estava sempre de vigília. Porém seria interessante sair da rotina e brincar um pouco com os gêmeos, afinal, fazia algum tempo que eles não apostavam.

–To dentro.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que vocês acharam?



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