Call Me With The Past escrita por QueenD, Mary Crovenew


Capítulo 7
Capítulo 6 - L'imbécile et son scooter




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OOI GENTE ♥

E aí, como cês tão? Notas sendo postadas no capítulo porque o nyah ta cortando a maior parte do que eu tenho pra falar com vocês.

Uma coisa que a gente já devia ter dito nos primeiros capítulos com essas lembranças da Call: PRESTEM MUITA ATENÇÃO, sério. Se você tiver pulado pensando "Af, que bosta, deixa eu ir pro tempo atual" você pode não perceber coisas que quem estiver lendo pode/vai notar. Sim, tem coisas importantes que fazem algumas ligações com o presente ~mistério~

AH, tem outra coisa, mas essa não é tão importante, é só que as lembranças não estão em ordem cronológica.

Olaaaaa esse nyah ta doido. Enfim demorei pq passei eras sem entrar aqui e quando eu editei as notas simplesmente sumiram, era só isso. Boa leitura!

***

Cocei minha cabeça com as presilhas que minha mãe tinha colocado incomodando e coçando.

Fazia calor, mas mesmo assim ela também tinha me feito usar uma meia-calça branca com um vestido amarelo de bolinhas brancas. Ela sempre se empolgava demais em me arrumar quando íamos em alguma festa. Mesmo que fosse do outro lado do jardim, separada apenas por uma cerca.

Mamãe estava empolgada com esse aniversário em especial, pois era a primeira vez em anos que ela revia a sua melhor amiga do colegial. Elas haviam estudado juntas desde que se entendiam por gente até o último ano do ensino médio.

Ela segurava minha mão firmemente enquanto caminhávamos até a porta da frente dos vizinhos com medo de que eu corresse para o meio da rua e fosse atropelada, ou algo parecido. Adultos.

Meu pai estava do meu outro lado e me sorriu me dando uma piscadela quando olhei para ele.

Uma mulher bonita com o cabelo castanho solto nos ombros abriu a porta e praticamente pulou em cima da minha mãe em um abraço sufocado.

– Jen! Ai, como eu senti saudades! - Ela disse se afastando.

– Sandy - Mamãe parecia tão feliz em rever a amiga quanto a própria - Esse é o meu marido, Jase e essa minha filha, Call.

– Que Robert não me escute, mas Jase é ainda mais bonitão pessoalmente - disse Sandy rindo junto com minha mãe - E olha só essa menina! Ainda bem que nasceu com o cabelo do pai, pensa se fosse esse castanho sem graça igual ao seu.

– Nossos cabelos têm a mesmo cor - revirou os olhos.

– Entrem, entrem - abriu mais a porta dando passagem para nós três passarmos.

A casa se parecia com a nossa em muitas coisas: O tamanho da sala - que me parecia enorme com aquela altura -, o banheiro que ficava do lado direito da sala e uma porta que levava para a área aberta onde, assim como lá em casa, tinha mesas e uma churrasqueira.

Sandy nos levou até o lado de fora, que assim como eu previra tinha mesas e cadeiras ocupadas por várias pessoas. Alguns homens estavam fazendo churrasco num canto, tocava uma música que eu adorava, bolhas flutuavam pelo ar. Meus olhos focaram no pula-pula enorme onde formava-se uma pequena fila de crianças.
Soltei-me da mão da minha mãe e corri na direção do pula-pula, louca para brincar nele.

Ouvi meus pais chamarem meu nome, mas não me importei, eu ainda encontrava-me no campo de visão deles.

Passei por entre as pessoas, desviando de cadeiras e corpos, mas quando estava perto do brinquedo, um monte de bolhas me atingiu, vindo aparentemente de todos os lados e eu acabei trombando em algo - alguém.

Fiz um bico, caída no chão.

E foi no amontoado de bolhas que uma mão se estendeu para mim e olhando para cima, por entre as bolhas, vi o rosto de um garoto.

– Me desculpe - disse com a mão ainda estendida.

No momento em que a segurei para me levantar, o garoto sorriu.

Seus olhos muito verdes pela claridade e as covinhas destacadas pelo sorriso que mostrava todos os dentes. Um sorriso verdadeiro.

***

Brandon era super lindo. Isso era um fato que meus olhos não conseguiam esconder nem se eu quisesse. Mas o cara tinha aquela inegável expressão de "vou me aproveitar de você e depois dar no pé" e de problemas eu queria o máximo de distância possível.

– Call, é só um encontro, relaxa - Mittie revirou os olhos.

– Você me forçou à isso!

– Opa, calma aí. - apertou os olhos na minha direção - Eu fiz você pegar o número dele, mas foi eu quem discou o número dele e marcou um encontro?

– Não, mas foi você quem mandou uma mensagem do meu celular perguntando se eu podia ligar.

– Ele é bonito e se você não gostar é só bloquear e depois deletar o número dele - disse Kath deitada em sua cama. Ela e Mittie tinham combinado de ir para um lugar perto da onde seria meu encontro com Brandon, mas tinha pegado uma gripe sabe-se de onde.

– É, oras. Afinal, o que pode dar errado? - Mittie sentou-se em sua cama.

Eu e Kath olhamos uma para a outra e gememos de frustração.

– O quê? - Mittie ergueu os olhos do seu celular.

– Você sabe que sempre que diz isso algo errado acontece - falei voltando a me olhar no reflexo do espelho do banheiro.

– Isso é verdade, Mitt - Kath disse em um tom ameno como que para não magoar Mittie.

E era mesmo.

A primeira vez em que Mittie disse "Afinal, o que pode dar errado?" nós tínhamos catorze anos e íamos tentar entrar escondido na festa que o irmão mais velho de Kath tinha ido com os amigos. A ideia veio de Mittie que disse a bendita frase. Nem tínhamos saído da casa de Kath e Mittie quebrou o braço enquanto tentávamos fugir pela calha.

A partir daí foi uma sucessão de "Afinal, o que pode dar errado?" onde sempre alguma coisa dava errado.

– Maaas, você está de matar nesse roupa, Call - O sarcasmo na voz de Mittie era palpável.

– Haha, muito engraçado.

Eu estava vestindo uma roupa comum que era basicamente jeans, uma das minhas blusas preferidas com uma bota e um cardigã por conta do frio. Não tinha ideia de onde Brandon iria me levar, então não sabia que roupa vestir. A primeira em que pensei foi a que vesti.

Agora pronta e o esperando não tinha mais tanta certeza que essa impulsividade de vestir a primeira roupa que me veio a mente tinha sido uma boa ideia. E se Brandon fosse me levar em algum restaurante? Aquela roupa não tinha nada a ver com forros de seda, lustres e garçons.

Quinze minutos depois recebi uma mensagem dizendo para eu descer.

– Brandon chegou! - Fui andando para a porta ao mesmo tempo em que terminava de puxar o zíper da bota - Rezem para nada errado acontecer - Lancei um olhar para Mittie que me mostrou a língua em resposta.

Do momento em que fechei a porta, desci o elevador e caminhei pelo hall fiquei pensando onde diabos eu estava me metendo.

Conti um suspiro quando vi Brandon parado e sorrindo para algum ponto na rua que eu não conseguia ver. Ele estava lindo. Sua roupa não era casual demais nem elegante demais, assim como a minha.

Soltei o ar aliviada, não iria me levar para nenhum lugar super chique onde minhas roupas estariam totalmente fora de contexto.

– Oi - sorri tocando o braço de Brandon que virou-se para mim, abrindo mais o sorriso.

– Oi, Call - seus olhos me avaliaram de cima à baixo - Você está linda.

– Obrigada - falei meio constrangida.

– Vamos? - estendeu a mão para mim.

Fomos para o meio fio e ele pegou um dos capacetes que estavam em cima de uma lambreta branca e preta.

– É sua? - perguntei impressionada.

– Aham, incrível, não é? - Deu um tapinha na lambreta com um olhar brilhante.

Oh, não. Ele era um daqueles tipos de caras. Que vangloriam o seu automóvel como se fosse o amor da sua vida, dizendo coisas como "Você precisa de comida, Sherley" e no caso comida era combustível. Sherley foi só o nome hipotético e brega que seria exatamente o tipo de nome que caras como Brandon daria para sua moto.

– Hã, é. Muito bonita.

Ele colocou o capacete que estava nas suas mãos e colocou na cabeça.

– Eu sei! É um clássico dos anos setenta, eu só troquei o estofamento e ficou novinha em folha - Depois de alguns segundos comigo de braços cruzados na calçada e ele sentado na lambreta, Brandon franziu as sobrancelhas - Você não vai subir?

– Eu não vou colocar um capacete? - Foi a minha vez de franzir as sobrancelhas.

– Uh, não, eu só tenho um. Você se importa?

– Hum... Não.

Passei uma perna por cima da lambreta e me ajeitei no assento, colocando os braços ao redor da cintura de Brandon.

Para a sorte da minha vida, Paris era uma cidade com muitos metrôs e bicicletas, e poucos automóveis, então o caminho foi tranquilo mesmo comigo sem capacete.

Conforme andávamos pela rua que não era tão movimentada quanto o centro por não ser alvo dos turistas, mais eu tinha a sensação de já ter estado naquele lugar.

– Onde vamos?

– Espere um pouco, estamos quase chegando.

Andamos mais um quarteirão até Brandon parar em frente um restaurante. Ele não era chique, era confortável e bonito.

Nos sentamos em uma mesa no fundo do restaurante, perto de uma das janelas do lado esquerdo.

Depois de fazermos nossos pedidos, Brandon sem nenhum pingo de vergonha puxou a minha mão que estava sobre a mesa e colocou sua mão por cima. Bem, isso não deveria ser estranho, considerando que já havíamos feitos mais que isso, mas era.

Controlei o impulso de puxar minha mão para o meu colo.

– Como você descobriu esse lugar? - perguntei.

– É perto da minha faculdade. Eu moro num dormitório de lá.

– Você faz faculdade de quê?

– Psicologia.

Ergui as sobrancelhas. Aquilo não parecia ser muito a cara dele.

– Você gosta da profissão?

Brandon riu.

– Ta brincando? Psicólogos são osterceiros profissionais que mais transam. Como não gostar de uma profissão dessas? - riu mais.

Arregalei os olhos. Isso era algum tipo de piada de mal gosto ou ele estava falando mesmo sério?

Peguei o copo de água e dei longos goles evitando o momento de ter que falar alguma coisa e na esperança de que ele falasse algo que desviasse o assunto desse tópico.

– E você, Call, pensa em alguma profissão assim?

Com "assim" ele queria dizer assim com intenções sexuais ou assim alguma profissão na área de humanas?

Antes que eu precisasse responder o garçom chegou com os nossos pedidos.

Agora eu vivia um dilema: Comer o mais rápido possível e dar o fora dali ou comer lentamente para manter sempre a boca ocupada e evitar ter que falar alguma coisa.

Optei por comer devagar porque mesmo se eu comesse rápido teria que ficar esperando Brandon terminar sua comida para poder me levar de volta para o hotel. Não podia simplesmente levantar e sair sendo que nem sabia em que rua estávamos.

O resto do jantar Brandon tentava puxar assunto, porém eu sempre dava respostas curtas que acabavam com a conversa.

– Podemos ir agora? - perguntou assim que dei um último gole no meu refrigerante.

– Uuh, claro.

Brandon pediu a conta e depois de pagar saímos. Ele começou a seguir caminho à esquerda da rua, ao invés de irmos pegar sua lambreta.

– Onde estamos indo? - perguntei apressando o passo para alcança-lo - Sua lambreta está ali.

– Para o meu dormitório, oras.

– O seu dormitório?

– É, fica só a uma quadra daqui.

Então era por isso que eu tinha conhecido a rua. Eu já tinha vindo aqui só que de dia quando fui para o meu curso de verão e tinha encontrado ele acidentalmente.

Parei de andar. Era bom que isso não fosse o que eu suspeitava que era.

– Pra quê nós vamos para lá?

Brandon virou-se para mim, parando de andar também.

– Ah, você sabe.

Inclinei a cabeça e comprimi meu lábio inferior contra o superior.

– Eu acho melhor eu voltar para o hotel– virei começando a andar na direção do restaurante e conseguir o número de algum táxi. Eu estava começando a ficar brava, e quando isso acontecia eu agia mais impulsivamente que o normal.

– Call? Espera! - Brandon segurou meu braço, me fazendo parar de andar.

– O quê? - disse sem muita paciência. Agora estávamos à poucos metros da onde sua lambreta estava estacionada.

– Eu disse alguma coisa errada? Eu tenho camisinhas se você estiver problemas com isso.

Balancei a cabeça, incrédula.

– Você não pode estar falando sério.

– Por quê? - perguntou como se estivesse mesmo confuso.

– Por quê? Você me trouxe em um restaurante perto da sua universidade de propósito, não foi? Já pensando que eu iria dormir com você.

– Você não vai?

Olhei para o lado e balancei a cabeça outra vez. Sacudi meu braço para que ele o soltasse. Eu devia mesmo estar muito bêbada para ter ficado com um babaca desses.

– Call! Callie! - Brandon disse quando voltei a andar - Todas as garotas que vêm para cá de intercâmbio, curso de verão e essas coisas, estão interessadas nesse tipo de encontro.

– Você achou que eu te liguei para transar? - Não parei de andar, mas caminhei em outro rumo, onde sua lambreta estava.

– Hm, é. Garotas americanas são as mais fáceis.

Dei um risada sarcástica lembrando de Mittie dizendo "Afinal, o que pode dar errado?", se aquele encontro não era um desastre, não sei o que era.

– E ainda me chama de fácil na cara de pau - disse para mim mesma.

Antes que me desse conta do que estava fazendo, a raiva me dominando, fui na direção da sua lambreta e a empurrei. Ela tombou para o lado atingindo o asfalto com um barulho alto de coisa quebrando.

– VOCÊ FICOU LOUCA?

– Louco ficou você de achar que pode falar com uma garota desse jeito.

Brandon correu para levantar sua lambreta.

– Olha o que você fez com a Sherley!

– Sherley? - disse arqueando a sobrancelha e me virando para a entrada do restaurante, pensando em pedir informações sobre táxis ou estações que me levassem para perto do hotel.

– O meu bebê! Você estragou a Sherley!

Revirei os olhos rindo da ironia do nome e continuei andando, ignorando a indignação de Brandon. A única que deveria se sentir ultrajada ali era eu.

Abri a porta do restaurante e caminhei até uma garçonete que acabava de sair de uma mesa.

– Uh, excusez-moi. Você tem, é... Nombre d'un taxi? - Toda hora eu virava para trás, certificando-me de que Brandon não iria entrar furioso pela porta.

– Eu falo inglês - ela sorriu ligeiramente - É praticamente obrigatório nós sabermos inglês nos restaurantes. Os táxis não circulam nessa área.

Bufei. Aposto que se Mittie não tivesse dito a sua frase amaldiçoada as coisas não estariam tão ruins assim.

– E estações de metrô que me levem para o centro?

– A mais próxima é a três quilômetros.

Frustrada e com raiva, saí do restaurante agradecendo a garçonete pelas informações e me certificando de que Brandon já tinha ido embora. Eu esperava nunca mais vê-lo na minha vida.

O jeito agora era seguir a direção que a garçonete tinha me dito até o metrô e se eu não quisesse morrer, ser assaltada ou nada do tipo era melhor apressar meu passo.


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Notas finais do capítulo

[QueenD] Seus gostosos, nós estamos com um pouco mais de cinquenta leitores e nós precisamos saber a opinião de vocês e também os conhecer mais, vamos interagir então:
1- Qual dos bofes dessa fic você mais achou pegável/delícia/comível/lega/gostoso/sensual/maisalgumadjetivoquevocêuseparasereferiráumcaragato?
2- Tem alguma coisa que vocês queriam que acontecesse na fic? A opinião de vocês pode mudar totalmente o rumo da fic, se lembrem disso.
3- Qual o filme preferido de vocês? (Pergunta aleatória pra conhecer mais vocês hehe)
Enfim, respondam todas, uma, duas, quantas vocês quiserem.



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