“—Só vou se você for comigo. Annabeth, você aceita ir para Londres comigo?”

Pov Percy

Estar apaixonado é uma merda. Uma grande merda.

O problema nem é se apaixonar, o problema é não ser correspondido. Dói. E quando acende aquela pequena esperança eu faço merda. Pelo menos penso ter feito.

Eu sei muito bem que não deveria ter convidado a Annie para ir comigo, óbvio que a resposta seria não. Não faço ideia do que se passou na minha cabeça. Mas até que a resposta dela me surpreendeu: “Não Percy. Eu mal te conheço, como poderia ir para outro continente para morar com você?”.

Ela estava coberta de razão. Não porque o cobertor dela chame “Razão”. Realmente tenho que parar de pensar essas coisas.

—Percy? —Chamou-me Annabeth. —Você está viajando.

—Ainda não né? —brinquei com coisa seria.

—Então você vai? —perguntou balançando os pés.

—Acho que sim, não posso perder essa oportunidade. —falei meio triste. —Eu sei que você não gosta desse jeito de mim, mas eu agradeço muito pela noite que passamos nos divertindo.

—Não foi nada Percy, eu gostei muito de ter assistido Arrow com você. —ela falou se levantando. —Você pode me levar para casa? Eu não falei pra minha mãe que dormiria fora.

—Claro. —Assenti.

A casa de Annabeth era um pouco próxima então logo já estávamos estacionados em frente a casa.

—Então é isso. —ela disse abrindo a porta do carro e a observei caminhar ate a entrada da casa.

—Ei espere. —Falei saindo do carro.

—O que foi? —perguntou com uma voz embargada. —Estou com sono Percy.

—Eu sei, mas eu quero que você lembre que eu volto o mais rápido do que você imagina e peço que você pense em uma possibilidade de me dar uma chance. —falei rápido lhe abraçando. —Por favor. —disse baixo.

—Ok. —ela respondeu e me deu um beijo. —Até.

Pov Annabeth.

Às vezes, quando eu penso ter feito algo errado discuto com a minha consciência. Ela tem até um nome carinhoso. Nilce.

Eu sei, não é comum às pessoas darem outro nome para sua própria consciência, mas eu tinha e não me importava.

Neste momento estou a discutir com a Nilce. Não sei o que foi mais errado. Ter saído com o Percy ou não ter saído com ele antes. A verdade é que apesar de tudo eu sentia atração por aquele rockeiro rebelde cheio de tatuagem. O jeito dele era, sei lá, é indescritível esse sentimento. Apenas me apaixonei pelo cara que vai se mudar para outro continente, mas que esteve aqui por semanas me pedindo uma chance.

Eu sou muito imbecil.

Acho que tudo que acontece não está traçado pelos cosmos e estrelas, nada disso. Quem faz o meu futuro sou eu. As escolhas que eu fiz que resultaram nisso. Eu poderia estar dormindo agora, ou até mesmo escalando alguma montanha. Mas a escolha que eu fiz foi ter deixado de terminar de ler Em Chamas no dia que ele me deu spoiler. Águas passas, já até terminei A Esperança.

Tudo que posso fazer agora é dormir e esperar com que chegue segunda e ele não esteja mais na mesma sala que eu.

Pov Percy

Olho no relógio e vejo “4:40”. Ótima hora para ir ao endereço que o Sirius me deu caso eu pensasse na ideia de ir para Londres. A hora não é muito casual, mas quem disse que eu sou?

Chego em frente ao endereço e vejo que é uma belíssima casa e que as luzes ainda estão acessas. Talvez eu nem seja tão importuno assim.

Toco a campainha e um cara usando apenas um samba-canção de bolinhas.

—Percy! —exclamou ao ver que eu. —A que devo a sua presença tão cedo?

—Não seria tão tarde? Desculpe-me o horário. —disse a ele.

—Sem problemas. Aos sábados eu só durmo com o nascer do sol. Sabe como é né? —falou fazendo uma cara marota.

—Eu vim por causa do convite que você fez a minha ontem a noite. Pensei bastante e é uma oportunidade que não posso perder. Apesar de todas as coisas que me prendem aqui, é o meu futuro que esta em jogo.

—Ah, mas é claro. Está tudo certo, mas eu tenho uma infeliz notícia para lhe dar. O seus estudos não poderão ser iniciados de imediato. A escola não pode te aceitar sem as notas do primeiro bimestre. Eu não sei o por que desta bobagem, mas infelizmente terá de ser dessa forma.

—Tudo bem. Melhor ainda. Mas ai a viagem será quando? —perguntei.

—Daqui a exatos 31 dias. Eu sei que não saiu do modo que eu lhe disse, mas posso te assegurar de que o ensino musical será de excelente qualidade Perseu. —falou apertando a minha mão.

—Tenho certeza de que será. —respondi.

—Vou pedir para o meu assessor te mandar um email. Não se preocupe, seu primo Nico já me passou todos os emails da banda. Boa noite. Desculpa não ter te convidado para entrar, é que a casa esta uma bagunça. —desculpou-se passando as mãos pelo cabelo.

—Sem problemas. Eu que vim em má hora. Boa noite Sirius.

Tudo que se passava na minha cabeça agora era “Trinta e um dias para passar junto com a Annabeth e fazer acontecer a minha felicidade.”

Parece até que está tudo correndo a meu favor. Percorrendo as ruas durante a noite percebo o quão bonito é a cidade. Gostaria muito de ver as estrelas brilhando no céu, porem a iluminação da cidade atrapalhava.

Chegando em casa a única coisa que eu fiz foi dormir.

—Acorda Percy. —Nico gritou puxando o cobertor.

—Que droga Nico. Quantas horas? —perguntei me sentando na cama.

—Quase 14:00. Sirius me disse que você vai para Londres no próximo mês. —falou alegre.

—Sim. Annabeth passou a noite aqui comigo. —contei e a expressão maliciosa apareceu em seu rosto. —Não rolou nada disso. A gente ficou e eu me despedi dela, mas então Sirius me disse que a viagem é só no próximo mês.

—Eu sei. Você pode pegar meu carro pra ir falar com ela. Se quiser. —ofereceu.

—Ah valeu. Vou ligar pra ela e perguntar se ela já almoçou.

Liguei para Annabeth e ela me disse que ainda não tinha almoçado, então a convidei para comer comigo e assistir algum filme no cinema.

—Me empresta a chave do carro, vou sair com a Annie. —Pedi a Nico.

—Cuidado com meu carro. —falou como sempre.

—Falou. —me despedi.

–-x--

—Então, que horas que você vai para Londres? —perguntou Annabeth assim que entrou no carro.

—Eu não sei ainda. —falei.

—Como assim?

—A viagem foi adiada para mês que vem. —Contei e a expressão de Annabeth ficou variando. Ela abria a boca e nada dizia. Algo me dizia que isso não era nada bom.