Capsule escrita por Emily Ingred


Capítulo 5
Amor, Silêncio e Luto


Notas iniciais do capítulo

Não me aguentei e to postando a segunda parte, nesta maravilhosa parte meu amado vai aparecer, espero que gostem e demonstrem sua existência ^^



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Silêncio

Após o acontecido poucas palavras trocaram, um silêncio rodeava os dois e Anna reconhecia aquele silêncio, era insegurança escrita por formas tortas. Ele nada sabia sobre aquilo então apenas aceitou e seguiu a maré que os levou de volta a Capsule mais rápido do que desejavam.

Já em Capsule Anna ouviu a notícia que há muito não ocorria lá, “chegou um novo interno”, e para surpreender mais ainda, ela havia sido a escolhida para o tratamento psicológico do recém-chegado.

Ela andava em passos lentos, mas fortes e determinados, se estivesse de salto se ouviriam aquele incômodo tac-tac-tac, mas é claro que não haviam saltos. Ela estava calada, pois o silêncio seria cheio de buracos, de perguntas sem respostas, de batimentos cardíacos acelerados e estalares de dedos. Ofereceram-lhe a ficha do novo “interno”- um nome inadequado até certo ponto, mas era assim que chamavam os moradores dentro do instituto e fora eram gênios, na verdade todos dois poderiam facilmente ser ridicularizados. - ela recusou a ficha como se fosse um peixe cru que se ela quisesse comer teria de frita-lo ou etc., mas ela era do tipo que preferi pescar seu próprio peixe então preferia arrancar as coisas do próprio “interno”.

_ Olá, meu nome é Anna Colsburg e vou cuidar do seu tratamento psicológico, mas pode ficar tranquilo no fim você não vai lembrar-se de nada, literalmente gostaria eu. - Ela olhou para o lugar onde haveria de estar ele, mas estava vazio, o quarto era idêntico ao que ela havia estado nos primeiros dias anos atrás, agora estava lá para fazer o mesmo que tentaram fazer com ela.

O quarto estava metade em escuridão absoluta e a outra metade com pouca iluminação que vinha da janela.

_ Anna, Anna, Anna. - Ainda não se via ninguém, mas a voz vinha da direção da cama, mas a garota continuou ali, não tentou acender a luz nem se aproximar dele, no fundo ela sabia por que, ela tinha medo. Ela havia ouvido falar que esse garoto na verdade era um “homem” e tinha 21 anos, ninguém nunca soubera de alguém que tivesse entrado no instituto comais de 7 anos, mas lá estava ele despreocupado, com sua voz preguiçosa e áspera como se ele fosse um gato que briga em seu sonho pois não quer ser acordado.

_ Seu silêncio diz mais sobre você do que suas palavras ou até mesmo seus olhos, na verdade seu olhos não dizem nada, são órfãos analfabetos e só sabem gritar ódio e guerra, suas palavras são burras, ditas sem pensar, muito menos nas consequências, claro que não nas consequências em relação a você essas você sempre pensa, mas digo em relação aos outros, você não enxerga o quanto é egoísta e acaba ferindo quem tenta te aninhar de todas a formas. Seu egoísmo ainda vai lhe ferir, mas antes ele vai lhe tirar tudo. - A voz parecia se aproximar cada vez mais e Anna lutava para não correr ou começar a tremer timidamente, mas não conseguiu evitar os pequenos passos que deu para trás quase perdendo o equilíbrio.

_ Não, não, mas seu silêncio, Ah, esse é rico, ele diz tudo, isso porque você não acredita que algum dia alguém seja capaz de lê-lo, mas cá estou eu vendo oque seu silêncio diz agora, você tem medo, como alguém que não te conhece nem há alguns minutos sabe sobre você mais do que pessoas que te conhecem a anos? Sabe por quê? Porque nem você se conhece, mas o seu silêncio sabe e ele me diz tudo o que preciso saber.

Nesse momento Anna ficou chocada, estática, teria caído no chão se não fosse pela cadeira que estava atrás dela, como se tivesse sido arquitetado que ela cairia bem ali. Ela não conseguia conciliar muito bem, ela havia perdido o chão não apenas pelas palavras dele, mas pela aparência que ela viu assim que ele surgiu em meio a escuridão, como se tivesse aberto dois cobertores a sua volta e ele simplesmente tivesse empurrando pro lado para poder passar.

Ele pode-se dizer que era no mínimo estranho, mas ao mesmo tempo hipnotizante. Seu cabelo de um branco incrivelmente natural que descia até a altura dos ombros estava preso em um rabo de cavalo frouxo e baixo, sua pele era incrivelmente branca e sua boca parecia estar suja de sangue, pois era vermelha como uma rosa na primavera, seus sorriso era no mínimo irônico e zombeteiro, mas era lindo, como uma facada, uma morte lenta e dolorosa que valia a pena ser vivida cada instante, mas seus olhos eram espantosos, seus olhos eram azuis, azuis cor de céu assim como os de Anna.

Ela fugiu por tanto tempo e sem se dar conta o destino foi ao seu encontro, sem nem mesmo perceber ele ao seu lado cambaleando ela seguiu seu caminho com todas as dificuldades, egoísmos e sorrisos tortos.

Lá estava ela novamente afundada em si mesma enfurnada em seu profundo poço de medo e insegurança, de onde aquele homem haveria de ter saído? Porque ele sorria daquela forma para ela, tão irreverente, ele ou ela quem estava fazendo o papel de palhaço? Quem iria ganhar o jogo? Um jogo interminável que já havia começado bem antes dos telespectadores chegarem, um jogo que apenas um sairá vivo. Mas ninguém havia percebido que um deles já havia morrido.


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