Cruzei os braços sobre o peito vendo-o dirigi sorridente pelas ruas, deixando para trás nossas indiferenças.

“Está brava, não está?” passou seu polegar em minha mão acariciando-me.

“Você praticamente me raptou Jacob!”.

“Era isso ou a possibilidade de nunca mais vê-la”.

“E isso seria tão...” antes que pudesse terminar de falar o carro parou e suas mãos apertaram fortemente o volante.

“Doloroso?” murmurou olhando para o farol fechado “Não Bella, já está sendo, posso ver que já não me ama mais... Não como antes! Mas perde-la por completo é algo que não consigo imaginar, talvez eu morresse aos poucos, assim como estava antes de você voltar”.

Passei as mãos tremulas pela cabeça tentando recuperar o ar que me faltava pelo nervosismo, ele pareceu perceber meu embaraço e rapidamente fez uma careta fazendo-me soltar uma leve risada.

“Fica comigo até segunda?”.

CONTINUA

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11º CAPÍTULO - EU TE AMO, BABY

Sorri sem graça tentando abrir a porta do carro ao ver que havíamos chegado, Jacob suspirou fundo, após sair do carro fez a gentileza de abri-la para mim.

“Você não me respondeu Bella...”.

Olhei para um lado, para o outro, a rua estava deserta a não ser por um carro que havia acabado de estacionar no começo da rua deixando os faróis acessos o que fez com que meus olhos ardessem.

Os esfreguei voltando a aprestar atenção em Jacob.

“Hãn?”.

“Fica comigo até segunda?” abaixou a cabeça como se temesse um não, chutou uma latinha de refrigerante que estava próxima ao seu pé e voltou a me fitar “E então?”.

“Não sei se é uma boa ideia Jacob”.

“Alice está morrendo de saudade Bella, ela ficaria tão magoada se soubesse que você não quis vê-la”.

“Eu não disse isso!”.

“Então isso é um sim?” perguntou esbanjando um sorriso vitorioso no rosto. Dei de ombros, após desfazer minha cara de assassina.

Entrelaçou seus dedos nos meus, deixei que me guiasse até a portaria do prédio, um senhor de aproximadamente 50 e poucos anos, com alguns fios de cabelos brancos e um uniforme azul marinho nos encarou sorridente, seus olhos passearam pelas nossas mãos que estavam unidas e por um breve momento me olhou com ternura, o que sinceramente não entendi.

Apenas retribui o sorriso.

“Senhorita Swan” veio em minha direção com um pouco de dificuldade, percebi que ele tinha algum problema na perna esquerda, já que mancava “Posso?” olhei para seus braços abertos como se quisesse me abraçar, foi então que entendi a pergunta, cortei o pouco espaço que havia entre nós e o abracei.

Era um abraço tão carinhoso, como de pai para filha, ouvi uma tosse, era Jacob.

“Vamos Bella?” perguntou sem cerimônia, assenti mais antes que entrássemos no elevador o porteiro segurou meu braço afastando-me de Jacob. Jacob pareceu não gostar e para minha surpresa segurou meu outro braço puxando-me de volta, ambos agiam feito crianças e o vai e vêm continuou, ambos me puxando de um lado para o outro, puxei meus braços com força e bati meu pé no chão reprovando a atitude dos dois.

“Alguém. Pode. Me. Explicar. O. Que. Está. Acontecendo. Aqui?” disse pausadamente enquanto alisava as mangas de minha blusa tentando desamarrotá-la.

“Preciso falar com a senhorita” disse o porteiro.

“É importante?”.

“É sim” afirmou.

“Tem que ser agora Petter?” perguntou Jacob quase choramingando.

“Sim senhor, só irei roubá-la por uns breves minutos”.

“Fazer o que, né?” Jacob resmungou alguma coisa que não consegui entender, aproximou seu rosto do meu encostando seus lábios em minha orelha “Vou te esperar em meu apartamento, não demore” sussurrou rouco num tom incrivelmente sexy para em seguida beijar o canto de meus lábios fazendo-me ficar tremula, mal conseguindo apoiar meu próprio peso sobre minhas pernas, abaixei o rosto tentando esconder minha face corada.

Após me recompor caminhei até o balcão onde Petter me aguardava segurando um pacote.

“Pode falar” virei para trás para ver se Jacob já tinha ido “Ele já foi, o que quer me dizer de tão importante?”.

O senhor fez sinal com a mão para que eu me aproximasse, inclinei meu corpo sobre o balcão obedecendo-o, Petter começou a cochichar de uma maneira rápida fazendo com que eu não entendesse absolutamente nada.

“Não entendi nada” bufei.

“É confidencial senhorita, é de extremo sigilo”.

“Você quer escrever no papel? Depois que eu ler pode tacar fogo, picotar ou até mesmo, sei lá...” sorri sem graça apontando para o bloco de nota ao nosso lado.

Ele pareceu gostar da ideia, rapidamente pegou a caneta e começou a escrever.

Depois de uma eternidade Petter me entregou o bloco.

O moço do elevador mandou entregar isso para a senhorita.

Olhei para ele sem entender, ele pareceu perceber minha confusão e apontou para o pacote sobre o balcão.

“É para mim?” perguntei.

“Shhhhhhh” pousou o dedo indicador sobre os lábios pedindo para que eu me calasse.

Balancei a cabeça incrédula, o senhor parecia ser uma boa pessoa, mas por outro lado completamente “louco”, ele agia como se isso fosse uma missão secreta do FBI.

Antes que ele brigasse comigo, peguei o bloco de notas e escrevi.

Que moço do elevador?

Voltou a escrever, mas dessa vez foi direto.

Admirador secreto te lembra algo?

Arregalei os olhos ao descobrir que ele conhecia Edward, Petter pegou uma chave da gaveta e me entregou.

“Alice teve que viajar, mas amanhã mais pra noitinha já estará de volta, seu apartamento fica no 6º andar é o número 12”.

Sussurrei um obrigada após pegar a chave e o pacote, entrei no elevador pasma, minhas pernas estavam tremulas, desci no andar que Petter, havia me dito e a chave realmente abriu o apartamento de número 12, acendi as luzes dando de cara com uma sala aconchegante.

Dei uma volta pelo apartamento tentando lembrar de alguma coisa, entrei em um quarto que aparentemente parecia ser meu, tinha várias fotos minhas com Jacob e também com uma moça de cabelos curtos e um rosto angelical, suspeitei que fosse Alice, minha irmã.

Voltei para sala e por um logo tempo fiquei sentada no sofá apenas encarando o pacote sobre a mesinha do centro, levantei num pulo decidida a abrir, no exato momento em que arranquei o ultimo pedaço de fita isolante a campainha tocou.

Extremamente frustrada, berrei um “Já vou”.

Arrastei-me até a porta, antes que a abrisse a campainha voltou a soar. Brava, abri com força e pronta a resmungar, mas fiquei mais do que surpresa ao ver Jacob encostado na lateral da porta com um sorriso malicioso nos lábios, sua mão balançava uma garrafa de vinho enquanto seus olhos passeavam pelo meu corpo. Analisando-me.

“T-ta fazendo o que aqui?” gaguejei.

“Você não apareceu... Então resolvi fazer uma surpresinha, não gostou amor?” sussurrou num fio de voz, ele parecia desapontado, sem pensar agarrei seu braço o puxando para dentro do apartamento.

“Não, é que eu... Eu não esperava” olhei para o lado tentando inventar uma desculpa “Está tão tarde, amanhã você não trabalha?”.

“Final de semana te lembra algo?”.

“Hãn?”

“Folga. Dia livre...” sorriu divertido.

“Nossa” coloquei a mão sobre a cabeça “Que cabeça a minha” forcei uma risadinha, que soou muito sem graça, pelo menos para mim. Embaraçada com a situação, dei a volta nos calcanhares, peguei o pacote sobre a mesinha e sutilmente caminhei rumo ao quarto.

MÚSICA:

CLIQUE PARA QUE ABRA EM SEU WINDOWS MEDIA PLAYER

http://www.innocencemidis.com.br/m.i_dis/internacional/frankie/frankie_valli_-_cant_take_my_eyes_of_you.mid

CASO NÃO ABRA, ESCUTE PELO YOUTUBE

http://www.youtube.com/watch?v=NGFToiLtXro

Não podia deixar que Jacob visse o aguardei no armário, após alguns minutos totalmente insanos, apoiei as mãos sobre a pia do banheiro sentindo meu corpo tremulo. As coisas só pioraram quando uma música romântica predominou o ambiente, levantei a cabeça olhando fixamente para o espelho e lá estava ele.

Os primeiros botões de sua camisa desabotoados, as mangas dobradas um pouco acima do cotovelo, me dei ao luxo de virar e encará-lo, seus braços estavam jogados para frente, enquanto seus dedos estalavam seguindo o ritmo da música, ri nervosa tentando me controlar, já que minha mão esquerda praticamente me abanava, vi que um sorriso brotou de seus lábios e sua mão foi rapidamente estendida em minha direção.

“Me daria a honra, bela moça?” pousei minha mão sobre a dele, seu corpo curvou para frente e quase delirei ao senti-lo encostar seus lábios sobre ela e depositar um doce beijo.

Foi então que seu braço quente envolveu-me a cintura.

“Está arrepiada amor” sussurrou com os lábios colados em meu pescoço, fazendo-me arrepiar mais ainda.

“Es-esá frio” gaguejei tentando me esquivar de seus braços.

“É mesmo?” arqueou a sobrancelha com um sorriso sapeca nos lábios. Virou-me para encará-lo, sua mão parou em minhas costas, enquanto a outra segurava minha mão, seu corpo começou a balançar lentamente seguindo o suave ritmo da música “Então deixa que eu te esquento rapidinho, é só me acompanhar” sussurrou no meu ouvido.

Assenti sem saber o que fazer apenas me deixei segui o balançar de seu corpo. Pousei meu queixo sobre o vão de seu ombro enquanto Jacob afagava de uma maneira carinhosa meus cabelos.

Ele segurou meu rosto entre suas mãos e me encarou de uma maneira ardente, senti um calafrio, a frita acabei pisando em seu pé.

“Desculpa” disse praticamente me afastando, Jacob pareceu não se importar, o que me deixou mais aliviada “Não danço bem, não é?” mostrei a língua tentando quebrar o clima extremamente tenso.

Para minha surpresa, Jacob me girou e puxou-me novamente para seus braços e num tom baixo começou a cantarolar.

“Eu te amo, baby, e se for tudo bem Eu preciso de você, baby, para aquecer as noites solitárias. Eu te amo, baby, acredite em mim quando eu digo...”.

Senti o ar faltar em meus pulmões, sem saber o que fazer, permaneci paralisada, Jacob piscou seu olho como se aquilo fosse uma maneira de tentar me acalmar.

Sua mão segurou meu queixo e novamente voltou a cantar, mas fazendo-me fitar seus olhos.

“Oh, coisinha linda, não me deixe deprimido, eu imploro. Oh, coisinha linda; agora que eu te encontrei, fique E me deixe te amar, baby, me deixe te amar...”.

Fitei seus olhos e tudo que consegui ver foi, amor, desejo, paixão. Não pensei, agi por impulso, enchi minhas mãos com seus cabelos, segurando-os com força, Jacob pareceu gostar, deixei escapar um gritinho com a atitude inesperada de Jacob, tudo foi tão rápido que apenas notei que estava sentada sobre a pia ao sentir que minha saia havia subido e a pedra fria tocava minha pele.

Tentei abaixar a saia, mas Jacob pousou sua mão sobre a minha me impedindo.

“Você é boa demais para ser verdade, Não consigo tirar meus olhos de você. Você seria como tocar o céu Eu quero tanto te abraçar. Finalmente o amor chegou E agradeço a Deus por estar vivo.”

Sua voz tornou-se rouca e meus olhos arregalados ao senti-lo adentrar sua mão por debaixo da minha saia, me debati inquieta quando sua mão parou em minha coxa.

 Balancei a cabeça incrédula, corada e principalmente chocada. Tampei o rosto com a mão e fechei os olhos com força, Jacob pareceu perceber meu desconforto.

“Se fiz algo que a magoou perdoe-me” sua voz falhou “Eu devia saber que depois de todos esses meses as coisas não voltariam a ser como antes, quer dizer entre vocês...”.

Afastou-se e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, vi sua expressão mudar para triste e desapontado, o velho Jacob de poucas horas atrás aparentemente havia voltado, ainda mais ferido.

CONTINUA