Pousei na varanda do castelo, Elsa ria em meus braços quando a depositei no chão ela continuava rindo, e me deu um soco leve no peito.

– Bobo.

Eu ri com seu comentário, até o ar começar a me faltar, parei de rir de repente e me encostei na parede. Elsa me olhou, e veio ao meu socorro, senti apenas algo gelado, e depois estava sentado em um banco de gelo, ela me olhava com o olhar sofrido, como se sentisse a minha dor.

Ri, tentando amenizar a situação.

– Para. -Ela mandou. - Jack deixa de ser idiota, e para de me enganar. - Ela mandou, seu corpo começou a tremer, e o gelo azul ao meu redor foi começando a avermelhar.

– Elsa... - a chamei, os olhos azuis dela caíram em mim.

– Como você manda eu não me meter em problemas?! - Gritou. - Olha você! Olha como você tá!

Estacas começaram a sair das paredes, me levantei e agarrei os ombros dela, os olhos dela marejavam, ela virou o rosto pra esconder, segurei seu rosto,obrigando-a a olhar pra mim.

– Pareço tão ruim? - Perguntei.

Ela me olhou, aqueles olhos azuis olhando mais que meu rosto.

Nossas respirações se misturavam, nossos corações batiam numa sintonia rápida e desesperada. Ela se afastou de mim, fazendo minhas mãos se sentirem mais frias do que eram, se virou de costas, o cabelo longo caindo até sua cintura.

– Não. - Murmurou.

Sorri, apoiei-me em meu cajado, ergui uma mão, e uma bola de neve apareceu, joguei-a nela, e ela soltou um gritinho muito fofo. Virou-se pra mim, a expressão raivosa, eu sorri.

– Vamos lá, já estive em piores momentos, isso não é nada. - Era uma mentira, eu nunca me sentira tão mal na vida.

Ela ergueu uma sobrancelha, e colocou as mãos nos quadris. Criei outra bola de neve, e joguei-a nela de novo. Ela ergueu as mãos em proteção, e um escudo de gelo apareceu em sua frente, os olhos dela encontraram os meus e ela sorriu.

Quando percebi havia uma bola de neve do tamanho de uma bola de basquete vindo ao meu encontro, agarrei o cajado e pulei pra longe de seu alcance. Ela riu, e criou outra, essa maior ainda, fui ao chão me desviando dela, meu coração ardeu como o inferno, mas não liguei.

O sorriso dela era contagiante.

Criei uma outra bola e lancei, ela não conseguiu se desviar e a bola se desmanchou ao tocar seu braço. Eu ri, até ver uma bola do tamanho de uma bola de pilates vindo em minha direção. Pulei pra longe dela de novo, parando em algum ponto atrás de Elsa.

Antes dela ter tempo de me atacar de novo, pulei ao seu encontro, prendendo seus braços contra suas costas com minhas mãos. Meu cajado caíra no chão durante o processo, mas eu ri. Ela riu comigo, e começou a se mexer, tentando se soltar.

Senti um frio tocando meus pés e dei um passo pra trás, acabei escorregando, mas agarrei sua cintura antes, e ela caiu por cima do meu peito.

Tudo doeu, desde meus músculos até meu coração. Segurei meu gemido enquanto vi-a levantar-se de leve, ainda no meu peito, sorrindo.

– Acho que é hora de eu te mostrar como viver.

– Mas eu...

Apertei-a contra meu corpo.

– Não você sabe viver, não viver. - Falei. - Eu vou te ensinar o que fazer.

Ajudei-a a se levantar, e o tempo que ela levou pra me ajudar, fez eu perceber o quanto aquilo tudo tinha me custado, doía eu fazer qualquer coisa, mas eu não liguei.

Enquanto aquele sorriso continuasse estampado ali, eu não ligava pra nada.