POV BELLA

Senti o edredom ser arrancado de mim e a forte luz do Sol bater em mim. “Que porra é essa?” pensei apertando os olhos.

— Levanta, Bela adormecida! A merda do dia já começou. — Escutei a voz de Jessica. Me sentei na cama vendo a loira falsificada colocando as patinhas nas minhas cortinas limpas.

— O que você quer, resto de aborto? — Perguntei a olhando com raiva.

— Que você passe uma maquiagem! Amiga, CE ta péssima. — Ela disse me olhando como se estivesse com nojo. — Vai tomar um banho e coloque a roupa que separei que está em cima da cama. Ta na hora de voltar a vida.

— Não sou sua amiga, vadia. — Reclamei mas fui pro banheiro fazer o que ela ‘mandou. Tomei um banho bem demorado, me arrumei de um jeito que tinha tempo que não me arrumava e então sai.

— Ual! Até que fim tirou aquela cara de zumbir e aquelas roupas de quem se converteu.

— É ta legal mas to parecendo uma adolescente e não mãe de duas crianças. — Eu deixei escapar sem querer fazendo Jessica me olhar assustada.

— Oi? Não escutei direito... Você ta tão envolvida assim nessa atuação? — Ela perguntou se levantando da cama e fazendo um gesto com a mão perto da cabeça como se eu estivesse doida.

— Olha, Jess... Acho que já faz um tempinho que deixou que ser atuação. — Eu disse e sai do quarto a deixando de boca aberta.

— Boa tarde? — Charlie perguntou indeciso quando eu cheguei na sala. Lancei um olhar de “Não fala comigo” e passei direto por ele indo para a porta.

— ANDA, APRENDIZ DE BRUXA! — Gritei para Jessica e sai de casa. Fiquei esperando a criatura estranha descer encostada no carro lixo, mas carro, dela.

— Cheguei, prostituta. — Ela gritou de volta quando saiu de casa. Tentando se equilibrar naquele salto de puta que combinava com a cara dela. Ela entrou no banco do motorista e eu do carona.

— Mas explica ai esse negócio de “ser mãe” — Ela pediu começando a dirigir. Eu nem sabia para onde estávamos indo mas provavelmente para um dos lugares que costumávamos a frequentar.

— Eu sei lá... Eu simplesmente me apeguei aquelas crianças, eu não esperava que isso acontecesse até porque já me separei delas antes. Acho que antes eu as deixei ir porque eram muito pequenas para eu gostar... A única coisa que eu sei é que de algum jeito elas me comovem. — Eu disse “gaymente” e Jessica riu.

— Você tem nem amor próprio, imagina para dar ao próximo. — Ela disse e eu balancei a cabeça em sinal de concordância.

— Eu sei... O problema é que agora estou fodida! Edward me quer longe dele e das crianças... Ele com certeza vai levar as crianças de volta para Londres se esquecendo do nosso acordo, ou seja, to sem filhos, amante e dinheiro.

— Idiota, por quê você não volta e pede desculpas ao gostoso? — Ela perguntou me fazendo lançar o olhar assassino por chamar Edward de gostoso, porém, não disse nada.

— Não sou de voltar. — Eu respondi.

— Você está com medo que ele volte para Londres mas não quer voltar atrás ? O seu orgulho te separa mais deles do que a distância... É, você ta fudida. — Concluiu.

— Eu gostava mais quando não gostava daqueles três. — Mumurrei e depois disso, ficamos em silêncio o caminho todo.

— Tira as mãos de mim, babaca! Você está fedendo a bebida. — Reclamei tentando me desviar do cara que me prendia pela cintura, tentando me beijar. Estávamos na casa de Erick á 2 horas e Jessica estava em algum quarto transando com ele.

— O que deu em você? — Mike,perguntou me estranhando. Revirei os olhos saindo do aperto dele. Mike costumava ser um dos caras que eu mais ficava.

— Só preciso fazer uma coisa. —Disse olhando o relógio. — Avise a Jessica que fui embora. — Mandei sem o dar tempo dele perguntar algo.

Peguei um taxi qualquer e fui para casa. Subi para meu quarto rapidamente, Charlie e Renée nem perceberam minha presença. Tomei outro banho, me esfregando o máximo possível para tirar o cheiro de sexo, droga, bebida e perfume forte depois coloquei uma roupa mais apresentável. Depois desci rapidamente sem falar com ninguém. Peguei outro taxi e segui em direção ao meu destino.

Ao chegar vi muitas mulheres, homens, adolescentes e, é claro, crianças. Me aproximei da escola me certificando de que não tinha nenhum volvo prateado ali perto.

Pedi informação a mulher que estava no portal cuidado da saída dos alunos e ela me mostrou o canto que as crianças ficavam. Estiquei meu pescoço e enxerguei um cabelo ruivo. Sorri abertamente em direção a garotinha que conversava animadamente com mais 5 garotas.

— RENESMEE! — Gritei e ela rapidamente começou a me procurar, quando achou, abriu um enorme sorriso. Largou as amigas e a mochila e veio correndo em minha direção. A professora tentou me impedir já que não me conhecia mas já era tarde demais, eu já apertava Renesmee em um abraço.

— Mãe! Por quê você foi embora ontem? Por quê o papai não queria que eu e o Thony falássemos de você? — Ela perguntou com o rostinho no meu pescoço fazendo meu coração doer.

— Xiuu... Ta tudo bem, meu amor. Eu e papai tivemos uma discussão mas ta tudo bem. Eu nunca vou te deixar. — Prometi a balançando em meu colo. Olhei para frente e vi sua professora me olhando como se estivesse entendido a história. Ótimo. Não vou ter que explicar.

— Sereia Ariel... — Chamei atenção de Renesmee com o apelido, nome da princesa da Disney. — Chama seu irmão para mim? — Pedi a descendo do meu colo. — Ela saiu correndo e eu suspirei vendo a professora vir ao meu encontro.

— Prazer, sou Annaluh, professora da Nessie e do Thony. — Ela estendeu a mão e eu apertei com um sorriso forçado.

— Isabella Swan. — Me apresentei. Tive que explicar para ela o por quê de eu nunca ter aparecido, minha relação com o Edward e com as crianças e tive que mentir dizendo que Edward sabia que eu tinha vindo ver as crianças. Ela ficou meio desconfiada mas permitiu que eu ficasse um pouco com elas mas não poderia levar os dois embora.

— Bella. — Escutei o Anthony chamando timidamente. Vi ele se aproximar e me agachei, ficando do tamanho dele.

— Hey! — Disse o abraçando. Ele ainda estava tímido mais retribuiu.

— Você e meu pai brigaram? — Ele perguntou quando se soltou de mim. Eu afirmei com a cabeça.

— Brigamos mais eu vou tentar conversar com ele, okay?

— Bella, eu não quero voltar para Londres. — Renesmee reclamou chegando perto da gente. Eu sorri fraco.

— Eu também não quero que você vá... Mas agora eu tenho que ir. — Disse me levantando. — Daqui a pouco o pai de vocês chega. — Dei um beijo na cabeça de cada um.

— Ah, Nessie. — Chamei para ela chegar perto. — Não deixe nenhuma Irina ou qualquer mulher se aproveitar do seu pai. — Sussurrei em seu ouvido e ela sorriu afirmando. Sorri de volta e fui embora.