A Bela e a Fera escrita por Natfrança


Capítulo 52
Capítulo 52


Notas iniciais do capítulo

Voltei, primeira vez que cumpro um prazo, disse no grupo do Whatsapp que postaria essa semana, e estou cumprindo, espero que gostem, e não me odeiem, chorei escrevendo esse capítulo, essa história tem estado em minha mente durante quatro anos, então é uma grande realização pra mim que vocês estejam lendo e gostando, esse é o penúltimo capítulo, desde já agradeço o carinho, as cobranças, foi muito além de minhas expectativas. Amo Vocês.



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Quatro anos depois:

Andava pela cidade de Nova Iorque, o central Park estava com um movimento consideravelmente alto para o outono, o dia cinza refletia o que eu sentia, os vestígios de Olliver ainda estavam em mim, olhei para um dos lagos que se localizavam no parque, vi meu reflexo. Meus cabelos agora eram curtos, já não tinha cara de criança, mas não era velha, era jovem, tentei olhar em meus olhos, na esperança de ter esquecido, mas todo o meu passado estava esculpido, bem lá no fundo eu vi o reflexo do que aconteceu à quatro anos atrás. Fechei os olhos e olhos e senti a brisa suave passar em meus cabelos, então as lembranças invadiram minha mente, e pude nos ver novamente.

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Olliver segurou uma de minhas mãos e me olhou nos olhos, me passando uma segurança que nunca senti antes.

— Só não saia de perto de mim.

Saímos da sala e pegamos outro corredor, em meio a fumaça, quase não se via nada, mas era preciso que pudéssemos aproveitar enquanto ela não se dissipava, entramos na área paleontológica do museu,  e seguimos  pelo corredor até encontrar a sala da organização, Olliver olhou pela janela.

— Estamos cercados, mas estão focando na entrada.

— O que a gente faz agora? - Perguntei.

— Área de carga do museu, vamos para lá. - Olliver olhou o mapa do museu que estava na parede de modo rápido, pegou minhas mãos e me guiou, andamos apressados, meus instintos estavam aguçados, começava a passar mal, eu realmente não me sentia bem, mas estava tão empenhada de em sair dali que nem percebi que lágrimas saiam de meus olhos, ao chegar ao pequeno depósito foi possível avistar pelo menos doze grandes caixas de papelão em meio à algumas de madeira, Olliver me olhou no fundo dos olhos, pude ver seu cansaço. Ao soltar minhas mãos ele abriu uma das caixas que estava cheia de isopor, enfiou seus braços e puxou de lá a cabeça de uma pantera empalhada, abriu a outra e colocou a pantera ali. Veio até mim e segurou em minha cintura, me trazendo pra mais perto, fechei os olhos derramando mais lágrimas, sentia o medo tomar conta de cada partícula de meu corpo, senti seu nariz junto ao meu.

Logo meus pés saíram do chão, abri meus olhos rapidamente, Ollie me colocou em pé dentro da caixa em meio a isopor, ele começou a tirar o excesso de isopor de dentro da caixa e depositar na caixa ao lado, quando o volume estava na metade ele  juntou os que caíram no chão com todo o cuidado, pois não queria deixar rastros. Abriu um pequeno sorriso e entrou comigo nos abaixamos e nos fechamos dentro da caixa, eu sei que parece uma ideia idiota, mas foi a única coisa que podíamos fazer.

Me aconcheguei em seus braços, desejando sentir conforto, mas tudo o que pude fazer foi ouvir seus batimentos descompassados, o medo insistia em não me deixar, eu tão encostei meus rosto em seu peito e chorei, sem soluços apenas um choro silencioso, senti todos os meus sentimentos trasbordarem, tentei por tanto tempo guarda-los, mas ali no escuro no braços de Olliver eu pude chorar. Quando eu era criança costumava a não chorar na presença de alguém, eu precisava ser forte, tinha irmãos para cuidar. Mas agora não só chorava de medo, chorava por meus irmãos, chorava por meu pai, chorava por mim mesmo, porque eu realmente sentia que esse era o final da linha, senti as mãos geladas de ollie em meu rosto, limpado minhas lágrimas.

— Vai ficar tudo bem? - Perguntei aos sussurros.

— Eu espero que sim.

— Eu estou com medo Ollie.

— Eu sei, eu também estou, mas é segredo nosso meu amor.- Ele sussurrou em minha direção.

O abracei o mais forte que pude, sentindo o frio do ambiente, anoite começava a surgir , e as pequenas faixas de luzes que entravam pelas frestas diminuíam.

— Está consono minha Bella? -Ele perguntou me apertando contra seu ombro.

— Sim.

— Descanse.

— Só se você descansar também. - Respondi ainda preocupada, Olliver sorriu baixo e de modo desanimado.

— As vezes me pego me perguntando o que fez eu me apaixonar por você, nós nem nunca fomos pra cama, mas sinto que sou totalmente seu. - Ele disse, e soube que essa era uma boa reflexão, nunca avançamos para mais de alguns beijos.

— Nossa relação é mais importante que sexo, já fui sequestrada, e já levei um tiro por você. - Falei lembrando-me de como fomos parar fechados em uma imensa caixa de papelão, durante horas.

— Você tem razão, mas isso vai acabar.

— O que você quer dizer com isso?

— Eu quero dizer que estou cansado de tudo isso.

— Como assim? - Perguntei fechando meus olhos, já sentindo o cansaço tomar conta de meu corpo.

— Estou cansado de continuar fugindo. - Ele afirmou com convicção.

— Hum? 

— Descane, vai dar tudo certo minha Bella.

Me senti mal com sua fala, eu queria recrutar mas meus olhos pesavam tanto, eu perdi para o esgotamento do meu corpo. Sonhei.

Estava novamente no enterro de minha mãe, eu não chorei, ela ficaria orgulhosa, após o corpo ser baixado ao solo, me afastei de todos andei até onde ninguém poderia me ver, sentei em uma pedra e chorei, não alto, mas baixinho, mas chorei até meu peito se descarregar, após alguns minutos decidi que deveria me acalmar e voltar eles me procurariam, continuei alguns minutos ali sentada e respirando fundo, mas ouvi passos perto de uma arvore, procurei e vi um homem com cabelos até os ombros, ele estava de costas pra mim, ele estava de terno preto, vi que espiava o funeral de minha mãe.    

Hey, você .- Ele me olhou e eu o reconheci imediatamente, era Olliver, e como no dia do enterro de minha mãe, ele desviou seu olhar assustado e corre em outra direção, no momento eu não havia intendido. 

Acordei sobressaltada, sabia que era o meio da noite pôs podia ouvir as cigarras cantarem, o sonho em minha mente, eu sabia que quando vi seu rosto na televisão antes de ser levada, ele me aprecia familiar, ele estava lá, estava com minha mãe, ele queria cuidar de mim, respirei fundo e percebi que estava só na caixa, e não exitei, sai rapidamente da caixa, procurando Ollie ouve passos no andar de cima, o FBI ainda estava lá, Lembrei-me do que ele me disse antes de eu pegar no sono, abri a porta do depósito e sai, sem nem ao menos me preocupar em me esgueirar, subi as escadas de emergência e o vi no topo da escada parado em frente a porta. Corri até ele e o o abracei por trás.

— Por favor, não faz isso. - Implorei .

— Eu não quero mais fugir, eu estou cansado de ser covarde, sou inocente e vou tentar provar, mas as pessoas que eu prejudiquei precisam de justiça.

— Eu sei que você esteve o tempo todo cuidando de mim. - Ollie soltou-se de meus braços, mas eu segurei a sua mão que estava fora do bolso de seu casaco, outra continuava ali dentro.

— Então iremos juntos.- Ele me olhou nos olhos, e concordou em silencio com um aceno de cabeça.

Coloquei a minha mão livre na maçaneta e a destravei, minha respiração estava descompassada.

Todos os agente que trabalhavam em tirar fotografia, e coletar provas, pararam seus trabalhos ao no ver, alguns sacara suas armas, e um homem gritou, para que colocássemos nossa mãos para ou alto, fiz o que me pediram eram muitas armas apontadas em nossa direção. Mas suas armas continuavam apontadas para nós e ouve gritos para que nos rendêssemos, eu não entendia até Olliver se colocar em minha frente com uma das mãos levantadas, mas outra ainda estava no bolso do casaco. Olliver então puxou algo de lá e ouvi barulho de disparos, fechei meus olhos e quando os abri não enxerguei mais Olliver.

Olhei desesperada para o chão, e me ajoelhei ignorando os gritos dos policiais, Olliver estava no chão sangrando, segurei seu rosto e olhei para sua mão, ele as abriu e vi duas alianças em uma pequena caixa aberta. Senti o desespero tomar conta de mim, senti que meu mundo estava acabando então gritei para que as pessoas o ajudassem. Eu só precisava que alguém nos ajudasse, beijei suas testa e enquanto eu o olhava nos olhos.

— Depois de todo esse tempo cuidando de mim,não me abandone por favor.- Supliquei.


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