The Challenge escrita por Marquesa


Capítulo 14
Caí fora perdição!


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores! Sim, eu voltei e até que foi rápido dessa vez não acham? Então, Jesus fez um milagre e esta me sobrando alguns minutos pra poder escrever pra vocês. Eu espero que vocês gostem e que deem a opinião de vocês. Se cada um que lesse deixasse um comentário falando sobre o que esta achando da história eu com certeza seria mais frequente, but.

Enfim, sem choradeiras.

CAP betado pela Boow que super atormentei enquanto escrevia o capitulo - a beta mais paciente ever!

Boa leitura!



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Sai do apartamento sem um destino certo. Eu sempre soube que aquela áurea proibida que Matthew possuía era um lembrete constante de que eu não deveria confiar nele e de que deveria ignorá-lo, mas, como sempre, ignorei a mim mesma.

– Nathaly, espera – Ouvi a voz de Matthew ecoar por entre o corredor seguido de seus passos na escada. – Só me deixar explicar o que você ouviu, por favor, ruiva.
Eu parei com a mão no corrimão mas permaneci de costas para ele.

– Não me chama de ruiva Matthew, não somos íntimos e muito menos amigos. – Respondi de forma seca soltando todo o ar preso em meus pulmões.

Ele estava a alguns degraus acima de mim, sua sombra deixava isso extremamente evidente. – Vai me dizer que aquilo era sobre outra ruiva chamada Nathaly?

– Não, não vou negar que falávamos de você. – Ele disse descendo mais alguns degraus e ficando um abaixo de mim, deixando assim que nossa altura ficasse nivelada. – Mas quando eu disse que você perdia as estribeiras comigo não foi nesse sentido que você entendeu. – Ele começou se explicar, a minha razão gritava que eu não deveria ouvi-lo, que seria um erro e que eu me arrependeria se fizesse isso.

Eis ai o “X” da questão. Deveria eu ouvir a voz da razão ou a voz sexy do meu novo ex colega de apartamento?

– ...Eu só quis dizer que você perde a paciência comigo e, quanto a ontem, sobre você ter dormido em cima de mim, não foi mentira. Você literalmente babou no ombro. – Completou com um sorriso torto. Eu corei por ele ter dito que babei nele, isso com certeza era mentira. Mesmo inconsciente eu seria incapaz de dar a Avery alguma utilidade, mesmo tão mínima quanto a de um encosto para minha cabeça.

– Não foi isso que você deu a entender aos seus amigos. Afinal, você não deveria fazer as suas malas agora? – Respondi tentando manter o tanto de dignidade que me restava depois de tudo isso. – Eu não acredito em você. Eu não tenho motivos pra isso. – Completei desviando dele e tentando descer as escadas que a placa na parede indicava ainda se as do quarto andar.

– Será que você não escutou absolutamente nada que saiu da minha boca? – Apesar de seu tom de voz ter permanecido o mesmo, as expressões de seu rosto tinham mudado. Sua boca que antes mantinha um sorriso amigável agora era uma linha reta, seu cenho estava franzido e sua respiração se tornara pesada. – Nathaly, será que você não ouviu a parte que eu disse que você não é como as outras? Que você é diferente? Ou tudo que eu te disse a um minuto atrás?

Dessa vez Avery parou na minha frente e apoiou sua mão no corrimão metálico que tinha uma tinta vermelha em ruínas deixando a mostra seu metal antigo corroído pela ferrugem.

–Faz diferença? – Perguntei cruzando os braços. – Talvez isso seja só um sinal que foi um grande erro dividir o espaço com você. Nós somos completamente diferentes e os seus conceitos de certo e errado jamais coincidirão com os meus. Somos o oposto um do outro. – Completei sem me importar nenhum pouco se eu e Sam seriamos multadas por exceder o limite de barulho novamente com minha discussão nas escadarias.

Havia muitas coisas excedidas naquele lugar além do som, e a principal era a minha paciência.
Matthew passou as mãos pelo rosto, seguindo o caminho até seus cabelos e, logo após, colocou essas mãos no bolso da frente da calça jeans preta que usava.

– Me desculpe, por favor. Nós temos um tratado de paz, lembra? – Ele arqueou a sobrancelha como de costume e cruzou os braços na frente do peito como se esse fosse seu coringa para apartar a minha decisão de expulsá-lo.

– Entenda de uma vez por todas Matthew, não conseguirei ter paz sabendo que você está dormindo a apenas alguns passos do meu quarto. Por tanto, pegue suas coisas e caia fora. Você tem até o fim da semana que se inicia hoje para arrumar um lugar pra morar.


Dessa vez não permiti que ele continuasse a me bloquear, eu estava certa da minha decisão e estava ciente de todos os prós e contras daquilo.
Prós: Não teríamos mais um homem em um apartamento com duas mulheres; Eu voltaria a me preocupar somente com a bagunça de Sam; Rex não seria mais amarrado com um cinto no beiral do prédio; Não seria mais surpreendida por ele no banheiro enquanto estou nua e minha sanidade não estaria mais em risco constante.
Contra: Nossa situação financeira pioraria. E talvez isto ainda seja um eufemismo.
Matthew em uma semana foi capaz de criar mais problemas do que eu já criei em uma vida, mas uma coisa era certa, foi ele quem nos tirou da lama quando pagou meses de aluguel atrasado. E eu sabia que estava tomando uma decisão idiota, mas nada era mais idiota que Avery. Eu daria um jeito de acertar com ele cada centavo que ele havia usado para pagar os alugueis. Só não sabia como. Talvez fizesse algumas horas extras, mas tenho certeza que mesmo que eu vivesse a disposição do meu serviço, limpando mesas o dia todo, com a micharia de salário que eu recebia, não pagaria a divida antes de pelo menos cinco anos.

– Tudo bem então, eu vou embora. – Ouvi ele gritar com raiva e depois no silêncio das escadarias ouvi seus passos pesados subirem as escadas. Eu estava no patamar do terceiro andar encostada na parede. Aos poucos escorreguei e acabei sentando naquele chão com pedras de ardósia gelada.
Abracei minhas pernas e apoiei a cabeça em meus joelhos numa posição fetal como se daquela forma eu estivesse mais livre ou pelo menos mais segura de todos os meus novos e antigos problemas.

Eu estava cansada de todo o estresse provocado por Matthew. Ele jamais seria certo.

–Nath? – Ouvi a voz familiar do meu melhor amigo. Levantei a cabeça e só então percebi que com tanto estresse, eu nem exercia mais controle sobre minhas lágrimas. – O que aconteceu? – Shane sentou-se ao meu lado e ficou me olhando curioso.

– O que você está fazendo aqui? – Respondi sua pergunta com outra, enquanto secava meu rosto e ele revirou olhos com o desgosto. Ele odiava quando eu fazia isso. – Desculpe. Eu tive uma pequena discussão com Matthew -Minha cabeça estava inclinada para cima, apoiada na parede, e meus olhos encaravam o teto e após obter sua resposta Shane fez o mesmo. – Eu o mandei embora, você tinha razão, mas agora eu estou realmente encrencada. – Completei soltando uma arfada.

Por alguns segundos permanecemos em silêncio. O único som emitido era o da respiração de Shane.
Ele segurou minha mão e sorriu.

– Vai ficar tudo bem – Uma pausa – Vem, vamos sair daqui. – Ele se levantou e estendeu a mão para mim.

Tudo vai ficar bem.
No longo silencio que se seguiu até chegarmos a rua percebi que Shane não havia respondido minha pergunta.

–Por que você veio aqui? – Repeti.
Ele me olhou e pareceu pensar antes de responder. Apesar de ser meu amigo nunca deixei de alertá-lo sobre sua facilidade e guardar a raiva. Os poucos fios do seu cabelo castanho que não estavam presos por sua touca se esvoaçam com o vento frio da cidade. Ele encarava seus pés como se precisasse de extrema concentração para caminhar, enfim soltou o ar de seus pulmões e me respondeu.

–Não sei. – Ótima resposta. Extremamente esclarecedora. – Eu ainda estou com raiva por você ter preferido cuidar daquele panaca a ter ido ontem na palestra, mas, mesmo assim, estou feliz por ter uma amiga tão dedicada – Ele completou levantando o rosto e sorrindo de leve – ... Até mesmo com quem não merece.

–Ele precisava da minha ajuda. – Defendi involuntariamente.

–Nath, aquele cara deve ter dinheiro suficiente para comprar o edifício inteiro, qual seria a razão para ele querer dividi-lo com você?
Shane tinha razão. O cara dirigia uma Ferrari, a não ser que a forma de pagamento dela tenha sido sua casa, aparentemente seus motivos não eram reais, mas os meus eram. Samantha e eu precisávamos da sua ajuda para continuarmos a ter onde morar e é bem verdade que ele não era o único universitário que precisava de um teto, mas nesse momento ele foi o único capaz de nos resgatar de uma divida imensa. Acabamos caminhando até a Starbucks na Nassau St, que ficava sentido contrário a universidade.
Shane acabou engatando uma conversa sobre as metas do trabalho que estava formulando para apresentar a sua faculdade de cinematografia, onde até então, contra a minha vontade, eu viria a ser a protagonista.

– ... Mas enfim, a ideia é mostrar como é a vida no campus, entende? Seria como uns bastidores – Ele dizia gesticulando e sorrindo ao pensar no seu trabalho. Eu tomava um Cappuccino Canela e Shane aguardava seu café americano.

– Isso significa que não precisa mais de mim, certo? – Perguntei esperançosa.

–Bom, não como protagonista. – Respondeu.
Senti um alívio enorme dentro de mim e Shane deve riu.

–Ah, obrigada – Ouvi ele agradecer após receber seu pedido. – Qual é Nath, estar sobre o foco de uma câmera não pode ser tão ruim assim. – Defendeu já que afinal ele nem sabia qual era mesmo a sensação, estava muito mais ocupado se certificando que todas as suas gravações ficassem O.K.
No fim acabamos entrando em uma discussão tentando cada um expor seu ponto de vista. Quando saímos da cafeteria o tempo estava ainda pior e eu estava com as mãos nos bolsos quando senti meu celular vibrando e logo após pegá-lo vi o nome da Samantha Robbins piscando na tela.

Obviamente não era um bom sinal.

–Oi Sam – Falei ao atender a ligação.

–Oi Sam? – Pelo tom de voz que a loira usou para repetir minhas palavras deduzi que ela estava um pouco puta comigo. Existia tanto sarcasmo e raiva no “Oi Sam?” que mal reconheci sua voz – Eu chego em casa e dou de cara com Matthew juntando suas tralhas e indo embora, e, após questioná-lo, a resposta que recebo é que você o pôs no meio da rua por motivos banais? Qual é a sua doença Nathaly?

–Motivos banais? Com certeza a história que esse panaca contou não é realmente a verdade.

Shane estava ao meu lado e fingia não prestar atenção na conversa, mas acredito que era um pouco difícil já que Samantha estava aos gritos do outro lado da linha. Na verdade eu me surpreenderia se a senhora que caminhava a nossa frente não soubesse do que se tratava minha conversa com Sam.

– Samanta Robbins, conversamos assim que eu chegar em casa. – Exclamei sem abrir espaço para discussão.

–Ah claro, se ainda tivermos uma até você chegar aqui! – Ela finalizou a ligação com essa frase nada dramática e guardei meu celular no bolso.
Ficamos em silencio. Rodava tantos pensamentos em minha cabeça que fiquei com medo de que Shane pudesse ouvi-los. Saímos da Nassau St. e entramos na Washington St. que ligava as ruas da casa de Shane e a minha e também era a rua em que ficava a universidade de Princeton.

–Quer eu vá com você até lá? – Disse Shane quando estávamos na esquina da rua da sua casa, eu andaria mais alguns metros a frente até enfim chegar ao meu destino. – Sabe, Sam esta meio brava. Não é perigoso?

–Não – Respondi rindo e logo depois o puxei para um abraço. – Obrigada por hoje – Disse.

Ele apenas sorriu de forma amistosa.

Segui rumo ao edifício de quatorze andares com tintura anteriormente branca, agora estava encardida devido à poluição da cidade. Teria de resolver mais um problema desencadeado por Matthew Avery.

O meu problema com sobrenome.

Quando entrei no apartamento Sam estava sentada no sofá com o cotovelo apoiado no braço do sofá e a sua cabeça apoiada na mão, observava as imagens da TV, ela estava com rabo-de-cavalo consideravelmente torto e folgado, suas expressões eram tão serias e seu olhar estava tão vago que era impossível ela estar de fato prestando atenção em alguma coisa que aquele jornalista dizia, seu pé balançava demonstrando sua ansiedade e nervosismo. Me sentei ao seu lado esperando que ela falasse primeiro. Não aconteceu.

– É...Sam, eu vou dar um jeito nisso – Comecei dizendo sem ter certeza se poderia cumprir minhas palavras, mas aquilo parecia ser o certo a dizer apesar delas saírem vacilantes.

–Você não pode tomar decisões que afetem outras pessoas sozinha Nathaly, que droga.

– Eu sei disso, mas eu não posso mais morar com ele.

– Você poderia deixar de pensar só no seu umbigo não acha? Só por que você está completamente atraída ou sei la oque mais por ele – Ela se virou pra mim e seu olhar ainda permanecia vago.

– Por acaso a decisão dele vir morar aqui não foi somente sua? Por que a decisão de expulsá-lo não pode ser somente minha? – Respondi sentindo meu rosto ruborizar.

– Eu não te obriguei a absolutamente nada! – Exclamou dizendo e arqueou a sobrancelha que completava toda sua arrogância em sua voz – Apenas disse que neste momento ele era a nossa saída e você sem muita relutância aceitou.

– Ele literalmente “era” a nossa saída. – Falei enfatizando o verbo da frase.

– Ele ainda é Nathaly, o cara pagou meses de aluguel em atraso e em uma semana você o pôs para fora – Sam começou a dizer alterando a voz.

– Eu vou devolver o dinheiro para ele, eu já disse, vou dar um jeito nisso. – Interrompi e depois respirei fundo – Eu o ouvi com seus amiguinhos conversando sobre mim.

Sam passou a prestar mais atenção nas minhas palavras quando eu comecei a contar tudo o que tinha acontecido. No fim, ela meio que acabou concordando que a minha decisão não foi tão errada. Eu sabia que deveria ter falado com ela antes, mas naquele momento eu não estava em condições para chegar a essa conclusão. Ouvir o cara que você ajudou na noite anterior se referindo a você como um mero objeto não é tão simples quanto se pode imaginar.

– Tudo vai ficar bem.

Tudo vai ficar bem, até a página dois.


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Notas finais do capítulo

Eae? O que acharam? Matthew enfim foi chutado. Ponto pra Nathaly - ou não -. Galera, é muito serio, deixem um comentário aqui na história, isso é muito importante pra mim de verdade. O próximo capítulo já esta em criação e vai ter doses Matt (Spoiler? Talvez), agora cabe a vocês imaginarem que tipo de doses serão hahahahaha.

Já quero adiantar que T.C não vai ser tão longa e que já estou preparando um novo (não tão novo assim) enredo pra vocês. Alguém aqui curte triangulo amoroso? Pois é, pra quem me acompanhava antes " Eu escolho você" vai voltar na versão 2.3, porem de acordo com as regras do Nyah.



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