Percy Jackson e as alianças de Ouro escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 19
Capítulo 19


Notas iniciais do capítulo

Gente este capítulo e curto mais é muito engraçado. Espero que gostem.



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–Está vendo as câmeras lá dentro? Vai ser ainda mais difícil se tiver alarmes- alertou Annabeth enquanto observávamos uma joalheria pela vidraça da frente.

Era a primeira vez que eu me sentia um assaltante. Não que antes eu já não tenha deixado os defensores da lei zangados, mas dessa vez eu estava fazendo por vaidade, uma coisa que interessava somente á mim e Annabeth, não ao mundo todo como das ultimas vezes.

– Só temos que nos proteger para nossa identidade não vá parar na capa dos jornais de Londres.

–Nem nas mãos da Interpool.

O céu ainda estava escuro, mas embora o sol ainda não tenha nascido já dava para se perceber o ar se agitando, esperando pelo tumulto que começariam daqui á poucas horas.

Meus olhos pesavam, os músculos das pernas e braços dobravam-se com ardência e rigidez por causa do excesso de tempo acordado e fazendo movimentos exaustivos. Annabeth também parecia cansada, ela piscava vagarosamente, como se conte-se para não pegar num sono.

Fiquei com pena ao vê-la daquele jeito, seus olhos cinzentos estavam sem cor e onde estivera branco, agora era uma pura vermelhidão de exaustão. Queria leva-la para casa ou qualquer outro lugar que pudesse descansar, mas estávamos á poucos passos de entregar uma bela joia á Erodíte e acertar as coisas com Afrodite. Rezei para que o dia seguinte fosse sábado, estava tão cansado que pensar em qual dia da semana estávamos era mais difícil do que andar em corda bamba. Se assim fosse, poderíamos dormir o dia todo e repor as energias do longo e cansativo dia do nosso noivado.

E quantas dores aquele dia me rendera. Pra começar o salgado preço que paguei pelas alianças, por elas terem sido roubadas e para recupera-la tive que dar sangue, suor e lágrimas, fora meu dinheiro pelo conserto do carro de Jason. Mas apesar de todo meu corpo doer assim como minha mente, fiquei feliz por tudo acabar bem. Éramos finalmente noivos e isso era o que me deixava mais aliviado. Fosse como fosse daríamos um jeito de nos casar, com festa ou sem festa.

–Tem certeza que quer fazer isso?

– Quero sim- A voz de Annabeth me fez voltar dos meus pensamentos- Vamos fazer logo isso.

–Posso me contentar em me casar em Las Vegas.

–Acha mesmo que eu te levaria para um lugar desses?- Torci para que ela não me entendesse mal.Não queria chatea-la, tão pouco queria que ela pensasse que por qualquer que fosse o motivo eu a colocaria dentro de um carro e dirigiria até Nevada para depois passarmos a lua de mel na casa da minha mãe. Eu queria a fazer feliz, dar um motivo para que ela sorrisse ao se lembrar do nosso casamento. Dar um motivo para que todos se lembrassem dessa data como o acontecimento do ano, ou quem sabe, a melhor festa de casamento que já foram.

– De forma alguma, mas se for o caso de economizarmos para nos mudarmos, eu concordaria em ir para Las Vegas se fosse preciso.

– Está sendo generosa demais. Você merece isso... Nós merecemos. E já estamos aqui mesmo, vamos resolver essa história e colocar os pingos nos ís.

–Então vamos entrar- Com as mãos delicadas e habilidosas de Annabeth, aos poucos, o cadeado que prendia a porta de ferro ao chão se afrouxou. Com um pequeno estalar de contracorrente no trinco fez o ceder.

Entramos devagar para não ativar nenhum sensor de movimento. Com a distância de segurança que Annabeth pusera jogamos algumas pedras onde deveriam ficar os sensores. As luzes se acenderam mas não houve som algum.

–Felizmente para nós o sistema de segurança desta joalheria precisa ser trocado. Acho que justamente o ativador do comando da polícia está danificado, o que nos ajuda mais ainda- Annabeth tirou os sapatos e pediu que eu a ajudasse a subir nos balcões sem me aproximar demais dos fios de luzes vermelhas que cobriam o chão- Mesmo assim não podemos nos dar como vitoriosos, pode ser uma questão de tempo até que o alarme realmente exerça sua função, então temos que ser rápidos.

– tem algum plano além de se arrastar por um balcão de vidro?

– Obviamente- Annabeth fez cara de descontente, evidentemente não gostou do meu sarcasmo- Como não podemos nos aproximar demais das luzes a forma mais segura de se chegar ás joias é pelo lado de dentro, onde não existe o sistema. O painel para desligarmos os alarmes deve estar dentro da sala do gerente, e não preciso ser filha de Atena par saber que está trancada e conta com mais dispositivos de segurança... – Ela passou a mão pelo queixo, pensativa- Estamos desprevenidos estando sem nada para cobrir nossos rostos, por tanto a melhor forma de se assaltar esta loja é sendo leve- ela caiu como uma pluma do outro lado dos balcões- inteligente- Annabeth abriu uma gaveta com fecho com apenas um chute- E rápida!- Para terminar Annabeth pegou um molho com poucas chaves prateadas e abriu as portas de correr dos balcões de vidro. Passou a mão por diversas joias, metendo vários pares de anéis em seus dedos, seus pulsos se encheram de pulseiras incrustadas de pedras brilhantes e ouro, prata e outros tipos de metais caros. Ela não deixara passar nem mesmo os colares que estavam num balcão mais distante. Em minutos seu pescoço se parecia com o cofre da Rainha da Inglaterra.

–Assim é suficiente? –perguntou ela, fazendo pose com as joias

–Quantos cupidos teremos que subornar mesmo?

–Melhor prevenir do que remediar.

Ajudei com que voltasse para a porta arrombada da loja, antes de irmos nos certificamos de não deixarmos marcas das nossas mãos em nada, e em seguida tentamos disfarçar nossas pegadas mesmo com os sapatos em nossos pés.

–Alguém aqui está assistindo muito CSI- brincou ela

– Nunca se sabe.

Quando finalmente saímos da loja e a fechamos como antes, resolvemos gastar as ultimas reservas de energia em nosso corpo com uma corrida até o parque onde Erodíte nos esperava. Devíamos ter gasto pelo menos uns quarenta minutos dentro da joalheria, fora o tempo para arrombarmos a porta de ferro. Agora o sol começara a nascer, e com ele os primeiros vestígios de uma cidade habitada.

Estávamos exasperados correndo, nos debruçando e cedendo sobre nossas próprias pernas. Desejei poder ter uma carona que me levasse para um lugar onde eu pudesse dormir.

Meio segundo depois eu estava começando a me arrepender de ter desejado aquilo.

–Annabeth- chamei. Ela estava á alguns metros á minha frente, ainda correndo. Fora tarde demais quando ela percebeu o motivo deu tê-la a chamado. Quando ela conseguiu diminuir a velocidade e parar, dois caras de feições nadas gentis desceram de um carro de policia. Eles se aproximaram impondo respeito, e seus olhos percorreram a ponta dos cabelos de Annabeth aos pés.

– Não me diga que agora é moda usar tantas joias de uma vez- disse um deles sem tirar o cigarro da boca.

–Está sozinha?-perguntou o segundo

–Meu marido...- Annabeth se silenciou quando me juntei á ela.

–Identidade por favor.

Tateei os bolsos. Mesmo que eu tivesse ela ali não acho que seria útil por se tratar de uma identidade americana. Quando Zeus concordou em nos vestir adequadamente para a ocasião ele não estava pensando que a ocasião seria um jantar á luz de velas juntamente com uma perseguição, caçada e enquadramento policial numa noite só.

– Não trouxemos- respondi- Não somos ingleses.

–Isso eu percebi. Ninguém em Londres se vestiria desta maneira- o policial com o cigarro nos olhou serio e pegou seu comunicador- Central, favor entrar em contato com a embaixada... – Seus olhos nos percorreram como raio X- Americana.

Engoli em seco.

–O que vão fazer?

–Pra você sou senhor- respondeu ele- Entraremos em contato com a embaixada do seu país para resolvermos o que faremos com dois assaltantes da classe.

–Assaltantes da Classe?-quis saber Annabeth

–É uma quadrilha que se veste com roupas de baile e assaltam lojas de grife e de joias. Pelo visto as informações não chegam onde vocês moram não é, moça?

–Queiram por favor encostar no capo do carro- interrompeu o segundo policial- A guarda feminina está a caminho para fazer a revista na garota, enquanto você rapaz, um de nós vamos ver se tem mais joias roubadas dentro das suas calças.

Engoli em seco mais uma vez e caminhei até o capo do carro, onde as mãos do policial com o cigarro tateou as extremidades de dentro e de fora das minhas calças. Pediram que eu tirasse a camisa e os sapatos, e dessa forma fiquei quase nu no centro de Londres.

Quando me liberaram da revista a guarda feminina tinha acabado de chegar. Esperei dentro do carro da policia que a mulher fardada acabasse de revistar Annabeth. Ela colocou as mãos em lugares que eu achei muito desagradável e desrespeitoso. Nunca vira nada igual nos Estados Unidos.

–Você está limpa. Pelo menos no meio das pernas e dentro do decote. Está liberada.

Agradeci aos deuses a improbabilidade de termos sido pegos com a boca na botija e termos sidos soltos, apesar de tudo ainda havia luz no fim do túnel.

–Está liberada da revista-a policial se corrigiu- Mas as joias evidentemente são roubadas. Vocês serão encaminhados para a segunda DP Britânica onde depois de serem fichados por furto serão separados e agrupados em cadeias específicas até que algum responsável pelos imigrantes americanos chegue.

Afundei no banco.

Annabeth se sentou ao meu lado com os sapatos nas mãos e os olhos muito vermelhos. Dessa vez não soube dizer se era o sono ou as lágrimas.

Peguei sua mão- Vamos sair dessa, você vai ver.

Ela me olhou com incredulidade- Como pode ter tanta certeza?

–Estamos juntos. E nós sempre temos um plano.


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Notas finais do capítulo

Lindo e divertido. O que acharam?



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