—Diga adeus! -e o tiro.

Ward sentia o peso levando ele para baixo… Seu ombro direito o carregava em direção ao chão.Seu próprio peso o traia. Ele tinha sido baleado? Se tinha por que não sentia dor? Ele tinha fechado os olhos por um momento. Quando abriu viu um olhar entorpecido caindo a sua frente. Jemma Simmons desabava na sua frente e ele via um pequeno buraco negro em sua garganta. Tinha sido ela a ir primeiro.

—Não preciso dela mesmo. -e L.A.B chutou as costelas de Simmons depois limpou seu salto alto na saia preta de Simmons.

Skye arfava e tremia por causa do grito de horror que não saiu.

—Que cena linda… -ela apontava a arma para Ward que estava petrificado -Eles se juntaram finalmente na morte… Romeu e Julieta… -ela riu loucamente e fechou seu sorriso de uma vez -Eu não vou permitir que terminem assim. Felizes… - a voz que parecia ter saído das profundezas do oceano, daquela garota de olhos negros demoníacos e sorriso afiado, fez o sangue de Skye gelar até a alma.

—Limpo. -a voz masculina atrás de Skye fazia ela tremer mais ainda.

—Quatro já foram… -ela se dirigia até Skye e Ward e M.Ar.C.O os fazia andar em direção a ela -Faltam dois… -ela estava na frente de Skye, M.Ar.C.O apontava a pistola para a cabeça de Ward.

A doçura abraçou Skye. Mas a arma continuava apontada para sua cabeça.

—Coloque algumas coisinhas em sua cabeça… -ela sussurrava ao ouvido de Skye. A arma desceu para seu peito- Você vai descobrir todas as faces sujas da S.H.I.E.L.D. Eles vão tentar te destruir assim como fizeram a mim… -ela sorriu. Skye não conseguia se mover, estava muito assustada. Ward Queria salvar Skye mas tudo que via era o amor da sua vida fugir de seus dedos novamente- Leia os Sinais Skye… Descubra os traidores e o mais importante: Não tema a morte! Ela é linda! -e Skye levou um tiro na barriga.

Ward quase desabou. Ele tinha sido fraco demais para defendê-la. Ela iria morrer na sua frente e ele não conseguiria evitar.

Skye era puramente fogo. Ela sentia o sangue correr em seu corpo como lava quente. Seus olhos pareciam derreter, seu corpo não era nada alem de um monte de carne desperdiçada. Ela via Ward enquanto descia escorregando no ombro de L.Alfa.

—Eu te amo… -ela murmurava quase sem voz -Não me deixe…

Ward contraiu os músculos. Ia correr para pegá-la. Ele não a deixaria.

—Cale a boca. -A raiva vociferou. Skye recebeu outro tiro e ela caiu ao chão.

—Não Skye! -Ward correu até ela o mais rápido que pode.

Um som surdo e M.Ar.C.O atinge Ward pelas costas. War caiu aos pés de L.Alfa. Poucos centímetros de Skye que lutava para continuar respirando.

—Você acaba com meu estilo M… -A doçura fez biquinho e pegou Ward no colo.

—Estamos meio sem tempo Doçura… -o homem por trás da mascara justificou.

—Tudo bem. Eu só queria que ele pegasse Skye. Você é mau! -A raiva repetiu em um tom mais severo -Você é mau; muito mau. -ela então se dirigiu a Ward -Quando chegar a hora, meu benzinho. -ela beijou a testa de Ward e sussurrou em seu ouvido -Você vai matar A Clarividência! Por mim… Por ela… E por toda a S.H.I.E.L.D… -ela arrastou Ward e pôs seus rosto a centímetros do de Skye -Tenha bons sonhos. -E deu um segundo tiro nele.

—Eu te amo Skye… -ele disse enquanto L.A.B punha a mascara de gás e fugia ao lado de um homem desconhecido.

—Não foi a-assim q-q-que e-eu imaginei nosso fim... -Skye dizia entre uma respiração e outra, ela estava indo. Ela sentia. As lágrimas pesavam em seus olhos. O rosto de Ward era tão lindo, e nunca mais ia vê-lo.

—Não é o nosso fim… -ele também sentia a dor escruciante pesar sua respiração, mas mesmo assim sorriu. O sorriso fez Skye sorrir também, ela iria morrer, mas estaria ao lado de seu amor -É o nosso começo… V-você mesmo disse que ficaria bem Skye? N-não esta b-bem? -as lágrimas correram em seu rosto.

—Eu te amo Ward. -sua voz era um sussurro -É m-minha ú-úni-nica certeza…

—Eu te amo Skye! -os olhos de Skye se fecharam com uma lágrima que escorreu até o chão. Ele quase chorou também, mas tudo que viu foi uma névoa esverdeada preencher o local.

Tudo que Ward ouviu depois disso foi:

—Faça tudo parecer um sonho… -era a voz daquela mercenária -Não quero que o amor deles morra, então faça parecer uma sonho.

19:00 Em um avião militar no meio do pacifico.

—Seu nova identidade. -M.Ar.C.O disse entrando naquele avião gigantesco.

—”Larissa Blake Haven” -ela leu o pedaço de plastico que seria sua nova vida, pelo menos naquela missão -Larissa B. Haven. -ela repetiu tentando se acostumando com a sonoridade estranha -B. Haven? Foi você que escolheu esse nome?

—Foi o gerador aleatório! Eu juro! Mas sempre achei que você fosse que deveria se comportar! -ele subiu as escadas do avião rindo até as suas respectivas suítes, a sala com o bar e a sala de controle do avião. Em alguns aspectos era bem parecido com o Ônibus dos agentes de Coulson.

—Eu te conheço Matheus. Sempre foi o piadista da turma. Naquela missão que participou com o Agente Sitwell quase que a tropa quis arrancar suas cabeças! -ela riu indo em direção ao bar.

—Você se lembra dessa missão? -ele disse impressionado.

—Eu me lembro de muitas coisas. O problema é distinguir o que é real… -ela comentou se sentando na confortável poltrona que ficava ao lado do sofá que M.Ar.C.O se jogou. Ela viu a imagem de dentro de um cérebro pelo tablet dele -É o cérebro que quem?

—Skye. -ele dividiu a tela -Esse é de Grant Ward. -ela analisou aquelas imagens pulsantes que nunca paravam de mudar -Fiquei preocupada quando me mandou reprogramar os nanorobôs. Eu já tinha apagado a memorias dos outros, transformar memorias em sonhos poderia fazer-los perder a noção da realidade… Mas deu tudo certo.

—Não seria justo… -ela se debruçou no braço da poltrona -Já teve um sonho tão real, que quando acordou achou que era verdade e então veio aquela sensação de que não era real?

—Não muito… -ele respondeu.

—Eu tenho essa sensação todos os dias. Eu sou como ela Matheus… -ela tocou a tela que aumentou o cérebro de Skye -Eu tenho um passado. Mas para mim é um mistério. Eu amei alguem e nunca confessei, mas o sentimento continua aqui… Não poderia fazer isso com ela. Seu amor continua vivo, e esquecer desses momentos de hoje faria o amor deles morrer.

—Mas eles provavelmente não se lembrariam de grande parte do que aconteceu hoje. Tive que fixar apenas memorias importantes, o que aconteceu nesta tarde é um grande borrão. -ele explicou.

—Eu conheci Skye. Tem uma razão para eu querer vigia-lá de perto: ela é uma garota diferente. Ela vai se lembrar…

15:55 Em direção Caixa de areia.

Demorou mais do que deveria. Mas Ward acordou em sua cama sobressaltado com uma dor no peito. Tudo não passou de um pesadelo.

Sua camiseta estava ensopada de tanto suor ele a retirou e jogou nun canto do quarto. Resolveu tomar um banho. Saiu do quarto e encontrou Fiz-Simmons no corredor.

—Terminaram todas as analises?

—Sim! -respondeu que tinha um olhar fixo em Fitz -desmontamos tudo na mesa holográfica e terminamos rápido.

—Eram armas complexas, mas terminamos. -Fitz acrescentou.

—Se souberem de mais alguma coisa me avisem. -e foi saindo.

—May não teve muita sorte com a ladra. Ela se recusa a confessar… -Simmons comentou enquanto Ward de afastava para tomar um banho relaxante.

Quando aqueles dois iriam admitir que se gostavam de verdade? Se bem que o próprio Ward se culpava por não ser forte o suficiente para admitir seus sentimentos por Skye.

Ele passou no quarto de Skye que continuava a dormir. Ele abriu a porta e a observou por uma pequena fresta. Quando se deu conta estava ao lado dela afastando uma mecha grudado de suor de seu rosto.

—Eu te amo… -ele disse apenas movendo os lábios, sem fazer som algum.

—Fique… -Skye se moveu bruscamente dizendo aflita -Comigo… Ward! Eu amo…

Ele se afastou. Não poderia fazer aquilo. Doía demais admitir. Em seu sonho ele disse a Skye diversas vezes que a amava. Um sonho confuso, emocionante e estranho.

Dez minutos depois Skye e ele se chocaram na saída do banheiro. Skye foi ao chão e a toalha que Ward enrolou na cintura caiu junto, já que Skye se agarrou na toalha para não cair. Skye olhou para sua mão e fechou os olhos constrangida.

—Esta me seguindo O.S pervertido?

—Estou de cueca. -ele tentou amenizar a situação o que claramente não deu certo.

Ela abriu os olhos devagar. Ward a ajudou a levantar. Skye tropeçou e acabou apalpando o peito nu de Ward.

—Andou malhando… -ela disse sem muita pretensão, ainda vermelha. Droga! Ela não era nada sutil.

—Um agente precisa estar sempre em boa forma. -ele respondeu de forma despreocupada, tentando ser como Skye, vendo a vida de forma mais leve.

—Hoje foi um dia tão tranquilo, mas tão cansativo. Parece que dormi por 70 anos e ainda estou cansada.

—Eu não gostaria de ter uma cópia feminina do Capitão America na minha frente. -ele tentou rir. Skye não achou graça, apenas tentou passar pela porta estreita do banheiro. Ward a parou -Skye espere! Eu estou muito cansado. Estou dizendo bobagens…

—Deve ser o estresse. -ela disse com um sorriso cansado no rosto -Tem que ser o estresse. -ela murmurou.

—Me desculpe Skye. -ele virou a cabeça de lado, levemente para a esquerda. Ele fazia isso quando estava tentando ser sincero sem ser forçado. Era um gesto que Skye percebeu e que mais gostava nele -Me desculpe por todas as bobagens que eu disse hoje de manhã. Eu fui um grande idiota!

“Ela gosta de chá de rosas brancas” Skye teve um lampejo. Parecia um pensamento que não era dela.

Ward esperava que ela fizesse alguma piada do tipo: “Eu sempre soube que você era idiota, só não esperava que admitisse”

—Tudo bem senhor certinho. -a piada não veio. Ela estava mesmo magoada -Acho que ultimamente, não conseguimos dar vazão aos sentimentos. Estávamos extremamente tensos, isso nos fez mal. -ela baixou os olhos -Foi quase normal descontarmos uns nos outros. Me desculpe, eu também fui uma chata com você. -e sorriu. Como Ward ansiava por aquele sorriso…

—Vou deixar você tomar banho. -ele sorriu de volta.

O resto do dia passou sem que os outros agentes notassem nada de diferente. Exceto May que achou estranho os problemas que o avião teve.

Ward e Skye ainda tinham aquela sensação de que todo aquele sonho era extremamente real. Que o sentimento que os uniu naquele sonho de amor e morte era simplesmente real. Skye iria admitir aquilo um dia, Ward também. Uma semente foi plantada, no fundo de suas mentes, só precisavam esperar crescer.