Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 28
Minha Primeira Lição É Um Desastre


Notas iniciais do capítulo

Yo! Estava animada essa noite e esse capítulo simplesmente brotou!! Espero que gostem.
Boa Leitura!



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Passamos a maior parte do tempo conversando sobre os últimos acontecimentos. July nos dissera que havia faltado as aulas porque descobrira os seus poderes. Seu pai, Ansei tinha lhe contado toda a verdade e desde então ela vinha trabalhando para controlar suas habilidades e ficar a par de tudo que acontecia no Coven.

Kate parecia estranhamente contente com tudo que ouvia. Eu achava que ela ia surtar quando soubesse do quão assustadora a minha vida tinha se tornado mas ela estava muito animada com a ideia de ter duas amigas “diferentes”

Quando expus a ela meus pensamentos ela sorriu e respondeu.

–Eu sei, tem um lado muito estranho e assustador em tudo isso, mas fala sério a July é uma bruxa! E você é uma bruxa vamp! Por falar nisso você tem presas?

Balancei a cabeça perplexa. Só a Kate para reagir daquele jeito a uma situação como essa.

–Não Kate. Quer dizer, acho que não – respondi com sinceridade.

Ela pareceu decepcionada. Eu revirei os olhos.

–Eu não acredito que eu sou a única normal. Que coisa mais sem graça.

–Você devia se considerar uma sortuda- disse para ela – eu mal descobri não sou normal e já tem meio mundo de gente me querendo embaixo do chão.

July me olhou com pena.

–Não fica assim Sue. Vai dar tudo certo, você vai ver.

Eu não respondi nada. Por um longo momento todos ficamos quietos e um silêncio desconfortável pairou sobre a sala. Arthur estava jogado na poltrona cochilando. Kate sussurrou baixinho.

–Ele é o maior gato!

July sorriu e eu fiz uma careta. Ela continuou falando.

–É impressão minha ou rola uma tensão entre vocês?

Tapei os meus ouvidos enquanto July colocava uma mão na boca segurando o riso. Kate levantou-se e nos levou para a cozinha onde ela poderia continuar me enchendo em maior privacidade.

–Vincent, o garoto lá da escola e agora esse Arthur... querendo tirar o atraso hein tomatinho? – disse ela piscando para mim com malícia.

Eu pisquei atordoada.

–O que? Tá louca? Eu não tenho nada com nenhum deles e nem quero ter.

–Porque não Sue? – tentou July - tudo bem o Vincent eu não recomendaria para nenhuma menina na face da Terra e menos ainda para minha amiga e o Arthur é um pouco difícil, mas o Eric... eu falei com ele ontem e ele parece gostar de você. Muito.

Senti um aperto no coração ao lembrar-me do Eric. Eu o tinha tratado muito mal e o Arthur praticamente tinha batido nele. Ele podia ser meio chato, mas eu gostava dele. Sentia que poderíamos ser amigos.

–Vocês estão loucas – eu disse baixinho – o Eric é uma amigo, o Arthur é um sádico (pelo menos em relação a mim) e o Vincent...bom é o Vincent! E isso já é razão suficiente para eu querer estar a quilômetros de distância dele!

Elas se entreolharam.

–É como nos romances que a gente lê sabe? – disse July – o amor vem de onde menos se espera.

Kate bufou irritada.

–Quem aqui está falando de amor?Eles são uns gatos e você devia era aproveitar – ela apontou para a sala – começando pelo bad boy ali. Você já deu uma olhada naquele bíceps?

Senti meu rosto esquentar um pouco. Talvez eu tivesse olhado mesmo, embora jamais fosse admitir, mas ele ainda era detestável.

–Pois eu não acho ele bonito e ponto– disse com desdém ensaiado – é só um cara metido como tantos outros por aí.

Nenhuma das duas me disse nada. Kate me deu aquele olhar “eu sei que está mentindo” mas deu de ombros e deixou por isso mesmo.

–July – disse ela mudando de assunto – que tipo de magia você sabe fazer?

July deu um sorriso fraco.

–Bom eu treinei bastante a concentração.

–Só isso? – disse Kate desanimada.

–Não é tão simples assim Kate – disse July lhe dando um olhar severo – primeiro é preciso aprender a ver como as bruxas.

Fiquei curiosa.

–Como assim? – perguntei.

–Sabe, não é como as pessoas por aí pensam que são – explicou ela – não tem isso de grimório, palavras rimadas e rituais. Nós aprendemos a manipular a energia do ambiente e a nossa própria energia espiritual, a aura.

–Quer dizer que você não vai falar “lumus” quando estiver no escuro? – brincou Kate

–Ha há engraçadinha – disse July – como e dizia, nós aprendemos a ver o mundo a partir de sua essência. Eu posso te ensinar Susan. Quer?

Eu estava incerta quanto aquilo no primeiro momento. Mas eu era uma bruxa não era? Não tinha mais volta e com aqueles malucos atrás de mim, ter uns truques na manga não faria mal.

–Quero sim – respondi.

Ela sorriu animada e Kate se sentou para observar tudo.

–Primeiro, você deve tentar se concentrar. Feche os olhos e tente não pensar em mais nada. Sinta o ambiente ao seu redor, a energia fluindo através das coisas.

A princípio achei aquilo muito bobo. Parecia aquelas aulas de yoga horríveis que a minha mãe me levava quando eu era mais nova. A instrutora sempre dizia que eu tinha problemas para me concentrar, que era muito dispersa.

Mas daquela vez até que não foi difícil. Eu fechei meus olhos e apesar disse eu tinha total consciência de tudo que estava ao meu redor: os móveis, o respiração ansiosa da Kate, o leve ressonar do Arthur totalmente imperceptível para mim segundos antes e agora tão claro...era como se um novo mundo se abrisse para mim.

Eu abri os olhos e notei a aura azul bebê da July. Era uma energia suave, confortável do tipo que tranquiliza qualquer um. Podia sentir uma a energia leve e amigável da Kate que, embora não tivesse aura, tinha um tipo de calor que me fazia consciente da sua presença. Acho que era assim com todo humano (credo! Já estou começando a falar como se não fosse humana).

Arthur se mexeu desconfortável na poltrona e eu voltei a minha atenção para ele. A energia que emanava dele era bem diferente da July. Era verde escuro e lembrava a cor dos seus olhos. Parecia muito mais poderosa também. Mas isso foi de longe o que chamou a minha atenção.

Eu te amo querido. Fique comigo – sussurrou uma voz feminina.

Olhei para os lados assombrada. July ainda estava de pé completamente calma, então eu acho que ela não ouviu. Kate tampouco dera algum sinal de ter ouvido. Tentei me concentrar e vi que a voz viera do Arthur. Como podia? De quem era aquela voz? Olhei fixamente para o Arthur e tentei ir mais fundo seja lá o que fosse que eu estivesse fazendo. Arrependi-me daquilo muito tarde. O corpo dele ficou tenso e ele abriu os olhos assustado e principalmente: irritado, muito irritado.

Todas as cores sumiram e estava tudo normal outra vez. Ele se levantou num pulo e veio até mim com um fúria cega.

–O que você fez! – ele rosnou segurando meu braço direito com força.

Eu não consegui formular nenhuma resposta. July veio em meu socorro.

–Calma Arthur. Eu não sei o que ela te fez, mas não foi de propósito.

Kate se levantou e veio em nossa direção.

–Solta ela cara.

Ele simplesmente as ignorou.

–Nunca mais faça isso de novo entendeu? Ou vai se arrepender muito caro.

Tentei puxar o meu braço em vão.

–Me desculpa! – tentei explicar – eu não sei o que aconteceu!

–Eu também não – disse uma voz zombeteira que agora parecia estar muito aborrecida – mas você tem dois segundos para soltar o braço dela antes que eu mate você.

A boca de Kate fez um “O” que teria me feito rir se eu tivesse cabeça para isso naquele momento.

Arthur se virou e eu o senti ficar mais aborrecido ainda ao constatar quem havia falado.

–Um – disse Vincent erguendo o dedo.

Ah não! O meu subconsciente avisou.

–Dois! – e a confusão começou.


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Notas finais do capítulo

O que foi isso! Calma meninos! rsrsrsr Esperem pelo próximo pq o bicho vai pegar. Como diz o Coisa do quarteto fantástico: "Tá na hora do pau!"