Um Diário Nem Tão Querido escrita por The Reaper


Capítulo 27
A Híbrida


Notas iniciais do capítulo

Voltei!!! Nesse capítulo não temos o Vince...ohhh :(. Mas não fiquem tristes pois o Arthur está de volta!!! Por enquanto eu estou alternando mas em breve os meninos vão se conhecer aguardem este momento rsrsrs
Será que a Sue está bem? O que será que ela fez com a Amanda? Descubram!!!!
Boa Leitura!!!



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Não sei por quanto tempo exatamente eu fiquei desacordada. A única coisa que eu sabia era que eu estava me sentindo uma dor de cabeça horrível. Meu corpo estava todo dolorido, mas apesar disso eu estava bem. Quero dizer, muito bem para alguém que estava à beira da morte. Fiz um esforço e entreabri os olhos. Eu notei que não estava mais na escola, mas sim num quarto que surpreendentemente era muito familiar para mim. Além disso, eu não estava sozinha. Um par de olhos muito verdes me examinava.

–Ela ainda está viva – disse Arthur para alguém que estava fora do alcance da minha visão.

Tentei ignorar o tom de desgosto dele ao constatar isso e tentei me sentar.

–Nem pensar mocinha - disse a minha tia se aproximando e me empurrando de volta para a cama – tem que descansar, perdeu muito sangue.

–O que? – disse atônita. Eu mal podia me lembrar direito do que acontecera sem sentir um for pontada na cabeça.

Kate e July também entraram no quarto.

–Olha a bela adormecida aí – disse Kate.

July sentou-se na ponta da cama.

–Está melhor?

–Acho que sim – respondi – o que aconteceu?

–Você levou uma baita surra – disse Kate.

Tentei um revirar de olhos e falhei miseravelmente.

–Jura? – falei com sarcasmo – eu quis dizer depois disso. Porque eu não estou em um hospital?

July olhou para minha tia e baixou os olhos. Ninguém disse mais nada.

–Então? – insisti.

Arthur bufou irritado.

–Preferem que eu conte do meu jeito? – perguntou ele enfatizando a duas últimas palavras.

Tia Nat lhe lançou um olhar irritado e ele deu de ombros.

–É uma história meio longa Sue. Talvez você queira se recuperar um pouco antes de falarmos sobre este assunto.

–-O que? – disse minha voz soando um pouco mais agressiva que o normal – que você é uma bruxa? Que o meu pai é um vampiro? Que mentiram para mim e me fizeram de boba o tempo todo?

Minha tia arregalou os olhos. Ela com certeza não esperava que eu soubesse tanto.

–Como? – ela perguntou. Depois lançou um olhar nada amigável para Arthur que ergueu as mãos.

–Eu não tenho nada a ver com isso.

–Como eu soube não importa – eu disse – o que eu quero saber é o porquê de tentarem me matar hoje.

Natalie suspirou e ficou calada por um instante como se buscasse pelas palavras certas. Kate foi mais rápida e falou de uma vez só.

–Você é uma bruxa. Mas também é parte vampira. Pelo que ela acabou de me contar – disse ela apontando para a minha tia – isso é algo completamente impossível. Vampiros não podem ter filhos com bruxas, pois elas sempre nascem mortas. Você sobreviveu.

Franzi o cenho tentando compreender tudo aquilo. Kate acenou concordando.

–Pois é, eu também fiquei assim alguns minutos atrás quando fiquei sabendo que vampiros e bruxas existem e que minhas melhores amigas não são humanas e pior, que nunca me contaram nada. Sério, como vocês simplesmente esconderam uma coisa assim de mim?

–Eu soube disso recentemente Kate – tentei explicar – não é uma coisa fácil de se dizer para alguém.

–Além disso – emendou July – você realmente acreditaria em algo assim? Há três dias atrás nem mesmo eu acreditei.

–Dá para se concentrar no que realmente é importante? – interveio Arthur irritado. Depois apontou um dedo para mim – você tem coisas muito mais importantes para se preocupar.

Minha tia que estava calada até este momento pediu com voz firme.

–Podem me deixar sozinha com a Susan, por favor?

Arthur saiu sem dizer mais nada. Kate não se moveu e July teve que puxá-la pelo braço para fora.

Ela se sentou ao meu lado. Parecia cansada com olheiras ao redor dos olhos e estava preocupada, mas começou a falar.

–Kate tem razão no que disse, apesar da explicação um tanto atropelada.

Balancei a cabeça.

–Minha mãe não é uma bruxa, tenho certeza – afirmei.

–Ela tem sangue de bruxa Susan. Mas você tem razão, para se tornar uma bruxa você tem que despertar.

Despertar? Pensei.

–É quando uma bruxa “descobre” seus poderes. Quando uma moça com sangue de bruxa faz dezessete anos ela esta pronta para o despertar. Depois dessa data em algum dia daquele mesmo ano ela sua aura ascende e ela passa a poder usar magia. Aconteceu comigo, mas não com sua mãe. Ela não tinha o dom.

–Porque? – indaguei – tinha alguma coisa errada com ela?

Minha tia sorriu.

–Não Susan, não tinha nada de errado com ela. É assim que as coisas são. Alguns são outros não.

–Mas eu não despertei – disse – como sabe que eu sou mesmo uma bruxa?

Ela mexeu nos cabelos antes de me encarar.

–Eu esperava que não fosse. Mas depois de hoje. Acho que lá no fundo você sabe do que eu estou falando, não é?

Eu sabia perfeitamente. Aquele poder que eu havia sentido no colégio. Era isso, só podia ser.

–Eu entendo como se sente Susan – disse ela segurando a minha mão.

–Mas não era só isso tia – falei – o que a Kate disse sobre os filhos de bruxas e vampiros. É por isso que me odeiam não é?

Eu me recordava bem do que o Vincent dissera: vampiros e bruxas não se dão bem.

–Vampiros podem ter filhos apenas algum tempo depois de serem transformados. Enquanto ainda resta algo de humano em seus corpos. Já ouvi falar de pessoas com pai vampiro e mãe humana. Mas nunca com bruxas. As poucas vezes em que uma bruxa, mesmo uma sem o dom, engravidou de um vampiro as crianças já nasciam mortas. Sempre.

–Mas eu não morri – completei.

–Você é uma criatura única Susan. Depois do que você sofreu hoje esta aqui, sem um arranhão sequer. A parte vampira em você a curou.

Eu tentei me lembrar das diversas vezes que fiquei doente ou me machuquei. Eu sempre me curei como qualquer criança sem nenhum tipo de superpoder.

–Mas eu sempre fui normal tia. Eu nunca me curei desse jeito, porque agora?

Ela parecia pensar sobre isso também

–Talvez não tenha sido apenas sua aura que despertou hoje, mas também a sua parte vampira.

Eu me sentei na cama apesar do olhar reprovador da minha tia.

–E agora? – eu perguntei – o que acontece?

–As bruxas vão querer te destruir - respondei Arthur aparecendo na porta do quarto.

Tia Natalie pôs as mãos na cintura e falou irritada com Arthur.

–Eu pedi para ficar sozinha com ela, Arthur. Será que você é incapaz de obedecer uma ordem?

–Foi mal. Mas estamos perdendo tempo. Agora que sabem que ela tem poderes vão vir com tudo que tem. Devíamos estar nos preparando.

–Mas eu não sei porque eles me odeiam. Eu nunca faria mal a ninguém! – eu disse tentando não soar desesperada.

Arthur revirou os olhos.

–Claro, você nem tentou atirar um despertador num pobre gatinho.

–Você mereceu – sibilei para ele.

–O Coven é grande - disse minha tia ignorando nossa discussão – mas nem todos concordam com isso. Se conversarmos com Samuel, talvez ele nos ajude.

O que? Quem? Pensei. Será que ninguém se incomodava em explicar algumas coisas?

–Já desafiaram o Samuel quando atacaram a Susan – argumentou Arthur – ninguém pode garantir que isso vá funcionar.

–Temos que tentar – disse Natalie – a menos que você tenha outra ideia.

Ele ficou quieto.

–Vou deixar você em casa – disse ela – Arthur e as meninas vão ficar com você.

Eu ia protestar, mas ela me deu aquele olhar me obedeça pelo amor de Deus e eu resolvi ficar quieta. Aquele não era o melhor momento para se começar um briga.

Saímos os cinco pelos fundos da casa da minha tia. A sensação de ter um bando de bruxas me querendo morta não era nada agradável ainda mais que eu não entendia o porquê? Só porque eu também era parte vampira? Aquilo não era motivo para me matar.

Quando chegamos a minha casa não havia ninguém lá. Preocupada andei pela casa procurando pela minha mãe e encontrei um recado da minha mãe dizendo que tinha saído com o Robert e aquilo me deixou aliviada.

Depois de nos deixar tia Nat saiu apressada. Ficamos todos no sofá, Kate enchendo July de perguntas e Arthur parecendo entediado.

–Eu ainda não entendo – falei para mim mesma, mas dó depois percebi que tinha pensado alto.

–O que? – indagou July.

–Isso tudo. Todo esse trabalho para me matar só porque eu sou um sei lá o que.

–Na verdade é bem simples – disse Arthur dando de ombros – é política. Você é uma criatura rara. Quando souberam da sua existência o Coven se dividiu. Alguns achavam que você ia se bandear para o lado dos vampiros e seria a destruição para nós. Outros que você poderia ser uma arma contra os vampiros. Outros que você nunca desenvolveria o seu dom e não seria nenhum tipo de perigo. E claro, a sua tia que só quer que você tenha uma vida normal e feliz.

July e Kate se entreolharam.

–E para o seu azar – continuou - você resolveu ficar amiguinha de Vincent Darin que tem uma história bem ruim com o nosso Coven. Resultado: todos os bruxos acham que você é cúmplice dele e querem você morta. Simples assim. Agora a sua tia tem que convencer o nosso líder Samuel Learn que você é inocente, algo que eu duvido muito que aconteça.

–Samuel Learn? – disse Kate – nunca ouvi falar.

–Ele é o pai de Eric Learn – disse ele mais para mim do que para Kate – você o conhece não é?

O líder das bruxas é o pai do Eric? Pensei intrigada. Apesar disso ele nunca tentou me fazer mal.

Ou talvez ele só não goste de sujar as mãos – uma vozinha maldosa no fundo da minha mente falou.

–Esse é o dia mais louco da minha vida – disse Kate.

–Eu concordo plenamente - disse para a minha amiga. E eu tinha a horrível sensação que a coisa só iria piorar.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram?A Susan está numa encrenca e tanto né?
Acompanhem, comentem, favoritem e recomendem meus amores!!



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