Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 2
Você não faz ideia!


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, sinto muito pela demora, mas esta difícil escrever ultimamente, não tenho muito tempo, não como antes, rs Espero que gostem desse novo capítulo, pode ser que eu poste mais um ainda hoje.
Quero Reviews, gosto de saber o que pensam, ok.
Beijinhos.
http://www.youtube.com/watch?v=LVnvikQpEig



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http://www.youtube.com/watch?v=LVnvikQpEig

O vento seco de Vegas acoitava minha pele, e o sol apenas piorava tudo, sentia falta de casa, de São Francisco.

As lágrimas borravam minha visão, mas não me impediram de ver o táxi que se aproximava. Acenei e esperei até que o veículo estivesse à minha frente para adentrá-lo. Não fora uma tarefa fácil com meu vestido espalhafatoso.

Enquanto tentava o trazer para dentro do carro, pensava no que havia feito, como diabos eu tinha me casado? Me casado com Dean Hunt! Eu chorava e até mesmo soluçava o que não ajudava em nada.

Quando finalmente consegui puxar todo o meu vestido para dentro do carro, levantei os olhos apenas para ver o velho atrás do volante me olhando como se de alguma forma intendesse meu sofrimento. Ele me estendeu uma caixa de lenços, e um pouco relutante a aceitei.

Abri a boca para responder, mas a visão de Dean em seu terno barato correndo para mim, me fez parar. Todos as mulheres no hall o seguiram com os olhos, junto de até mesmo alguns homens. Bufei, Dean Hunt poderia estar vestido de mendigo e ainda sim atrairia olhares.

Recobrando o pouco do juízo que me restara, disse ao motorista para me levar de volta ao nosso hotel. Eu sabia que ainda teria de encarar o garoto problema que a pouco se tornara meu marido, e apenas a ideia de olha-lo nos olhos novamente fazia com que eu tremesse.

Seria estranho dizer que senti uma conexão com o velho taxista? Ele era bondoso e se parecia com vovô Steve. Dando-lhe um sorriso de despedida, deixei o veículo e caminhei até a porta de nosso hotel. Ele era muito modesto comparado ao que acordara esta manhã, mas eu não me importava, tudo o que eu queria era ir embora, para casa.

Subi para o quarto que dividia com Sophie e Megan, feliz por não vê-las em parte alguma, precisava de um tempo para mim. Comecei o árduo trabalho de tirar o vestido de noiva, não era assim tão fácil ter de abrir o maldito fecho em minhas costas. Pensando bem, seria bom ter uma das meninas aqui agora. Revirei os olhos pensando nas duas beldades que viraram minhas amigas. Sophie é brilhante, dotada de sua beleza exótica, poderia facilmente ser comparada a uma Amazona*, com seu corpo curvilíneo extremamente sexy e seus olhos negros, meu irmão é sortudo por tê-la como sua namorada. Megan é exatamente o oposto de Soph, com seu corpo esbelto e lindo, sua beleza é quase como um soco no estomago, pele clara, cabelo ruivo, olhos verdes...acho que não preciso continuar. Enquanto eu possuo olhos azuis, cabelo longo e loiro e um corpo magro.

– Tão pateticamente comum. – murmurei, autoestima não é, nem nunca foi meu forte.

– Eu discordo.

Virei-me bruscamente ao som de sua voz.

– Andrew?

Tentei inutilmente recolocar o vestido no lugar enquanto fitava boquiaberta meu noivo.

– Como... o que esta fazendo aqui? – balbuciei.

Olhando-me como se a resposta fosse tão obvia ele respondeu:

– Não achou que eu perderia sua primeira apresentação fora de casa, achou? – rindo ele veio até mim e depositou um beijo casto em meus lábios. Não pude ignorar meu desapontamento, nada de faíscas ou joelhos cedendo, nada.

Andrew Price, rico e extremamente lindo, o pacote perfeito para qualquer garota.

– Ei? Você parece cansada, não dormiu bem noite passada?

Você não faz ideia!

A preocupação em suas palavras torceu meu coração, de repente desejei estar em qualquer lugar, menos aqui.

– Sai com o grupo ontem, fomos conhecer o teatro e depois saímos para alguns drinks. – minha voz soava fraca, rouca e eu piscava para afastar as lágrimas que insistiam em denunciar-me.

– Entendo. Precisa de ajuda com o vestido? – olhando para Andrew esperava encontra malicia em suas palavras ou em sua expressão. Mas é claro que não encontrei. Ele é o oposto de Dean.

Enquanto o bad boy só se importa com festas, bebidas e mulheres, Andy é atencioso e carinhoso, um perfeito cavalheiro.

Doía tê-lo traído friamente.

Afastando aqueles malditos olhos azuis de mim, neguei sua oferta e caminhei até ele. Envolvendo meus braços em torno dele, sussurrei:

– Obrigado por ter vindo.

– Não foi nada Em. – aconcheguei-me a ele sem importar-me com o quão pouco eu estava vestida.

– Amo você Emma. – suas palavras dilaceraram meu peito, como poderia contar a ele o que havia feito? Andrew era um homem bom, o homem que eu desesperadamente tentava amar.

– Eu sei. – sussurrei.

...

Almoçamos no caminho para o teatro, depois de deixarmos meu vestido na lavanderia. Mais uma vez senti-me deslumbrada com a fachada do grande edifício. Ter ganhado o último concurso anual de teatro da USF* fora uma de minhas maiores realizações. Várias equipes foram formadas ao longo do ano, com o intuito de escrever, dirigir e apresentar uma peça, todas se dedicaram muito. Os vencedores ganhariam uma viajem de 10 dias para Las Vegas, onde teriam sua primeira apresentação formal fora de São Francisco, em um dos muitos teatros da cidade.

Eu e minha trupe trabalhamos muito e por fim, ganhamos a viajem. Felicidade não descreve como estamos nos sentindo, sabendo que todo o dinheiro que arrecadarmos está indo para instituições e hospitais.

Segurando tão apertado quanto pude a mão de Andrew, adentrei as grandes portas que nos levariam ao palco, onde ensaiaríamos uma última vez antes de nossa grande estreia hoje.

Suspirei de alivio quando não o vi.

Olhos surpresos e curiosos me estudavam, é claro que eles se lembrariam!

Andrew depositou um beijo em minha testa e disse que iria falar com Walt, o líder de minha trupe.

Tão logo ele saíra, braços me puxaram em direção aos bastidores.

– O que ele esta fazendo aqui? – Sophie me encarava com seus preocupados olhos negros.

Dando de ombros, respondi: - Ele apareceu hoje de manhã.

A carranca em seu rosto teria sido engraçada em um outro dia. Ela, assim como eu, tinha um milhão de perguntas circulando em sua mente agora.

Lutando com as lágrimas eu tentava não chorar. Sua expressão suavizou-se e ela me abraçou.

– Sinto muito Em, achamos que tudo não passava de uma brincadeira, e eu estava tão bêbada ... – suspirei, vê-la martirizar-se por algo que eu havia feito era demais. Balancei a cabeça, tentando dizer a ela que já não importava, mas, que a culpa era toda minha. – Shh, - Sophie era minha amiga a tanto tempo, éramos como opostos e mesmo assim não era certo não tê-la por perto. – Andrew, ... ele sabe?

Mais uma vez balancei a cabeça, negando. – Você terá que contar um dia sabe...

Assenti, engolindo as lágrimas.

– Nós, hum..., Dean e eu..., consumamos o ato. – a última parte não passou de um sussurro rouco, levantei os olhos para ter certeza de que ela me ouvira.

Sophie parecia ter engolido um limão ou algo assim, ela me olhava como se de repente eu tivesse uma segunda cabeça. Eu queria fugir, me esconder...

– Emma?

Arrepios involuntários me fizeram estremecer, e as partes mais doloridas de meu corpo entraram em combustão. Esse era o “Efeito Dean Hunt”

Virando-me, encarei meu marido, enquanto Sophi apenas balançava a cabeça, frustrada e nos deixava. Sozinhos.

– Eu só queria saber como você esta. – Dean parecia inquieto, desconfortável e eu até mesmo podia ver algumas gotículas de suor em sua pele bronzeada pelo calor de Las Vegas. Sacudi para fora de mim a imagem dele semi nu, usando apenas uma toalha em volta de seu quadril. – Gosta do que vê?

Seu riso debochado me trouxe a tona. Droga eu fui pega encarando! Passei a mão em meus lábios, apenas para ter a certeza de que não estava babando.

– Eu estava apenas,... foda-se. Sim, estou ótima Hunt. Não é como se estivéssemos realmente casados, então pare de fingir que se importa.

– Não estou...

– Em?

Um segundo depois eu tinha os braços de Andrew em mim. Dean deu um passo em nossa direção, com uma expressão de quem poderia matar alguém. Com os olhos, supliquei a ele que ficasse onde estava. Ele pareceu entender, pois parou.

Não conseguia entender sua postura, ele nos fuzilava com os olhos, sua mandíbula estava cerrada e ele tinha as mãos fechadas em punhos, era quase como se ele estivesse com ciúmes.

Desconfortável, desvencilhei-me do abraço de Andrew, mas continuei segurando a mão dele. Dean relaxou um pouco.

– O que ele esta fazendo aqui? – ele apontava para Andrew, olhando-o como se ele fosse um verme ou algo do tipo.

Abri a boca para responder, quando fui interrompida por meu noivo.

– Isso não é da sua conta Hunt.

Um sorriso enorme tomou o rosto de Dean, estufando o peito ele caminhou até Andrew. Dean com seus 1,90 era alguns centímetros mais alto que ele.

– Não diria isso se fosse você Price.

Andrew estava tão vermelho que tive medo de que ele explodisse ou algo assim. Entrei no meio de meu noivo e meu marido, os dois homens se encaravam mortalmente.

– Vamos Andy. – disse tentando arrasta-lo comigo.

A hostilidade entre os dois era palpável, Andrew relutante, me deixou leva-lo de volta ao palco.

Quando estávamos longe de Dean, pude enfim soltar o ar que prendia sem perceber.

– O que ele quis dizer com aquilo....?

– Emma, vamos começar.

Mentalmente agradeci a Walt, não queria ter de mentir para Andrew. Dando um beijo em sua bochecha, corri até o restante da turma, percebendo que Dean já havia se juntado a eles.


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Notas finais do capítulo

Reviews?