Presa a Você escrita por Beatriz Dionysio


Capítulo 14
Malditos Hormônios!


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo.
Vejo vocês nos Reviews.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/473668/chapter/14

– Isso já foi longe demais Emma, você precisa superar. – Sophie não entendia, ela nunca iria. – Vocês precisam conversar.

Eu fitava o teto de meu quarto tentando não pensar, pensar doía.

– Por favor Emma. Ele ainda esta lá.

Aparentemente Dean se mudara para o corredor de meu apartamento e seu novo passatempo preferido era ser meu porteiro desde o dia em que deixei o hospital há uma semana.

Eu não queria vê-lo ou ouvi-lo, eu apenas preferia a escuridão de meu quarto enquanto a chuva caia lá fora.

Eu ainda mal podia acreditar na ideia de que um outro ser vivia dentro de mim, um ser que era tanto meu quanto de Dean, mesmo que eu preferisse negar.

Senti a cama afundar e o perfume cítrico de Sophie preencher o ambiente. Tentei relaxar e me concentrar em minha respiração, Sophie era esperta o suficiente, e ter uma crise de enjoou na frente dela não era nada inteligente, mesmo que seu perfume revirasse meu estomago. Ela já havia aceitado a minha “virose”, que segundo o meu médico se agravara pela minha falta de alimentação.

– Por favor Em, acho que ele merece pelo menos uma chance de se explicar.

Não havia explicação, explicações não acabavam com a dor, ou nos faziam esquecer. Elas também não me fariam inteira novamente.

Lutando contra as lágrimas apenas sacudi a cabeça.

– Pelo menos coma alguma coisa, e por favor, tome um banho. – ela se levantou e parou no batente. – Tem certeza de que não quer ir conosco ao cinema?

Ah sim! Seria maravilhoso, meu irmão, sua namorada e Eu.

– Não obrigada.

– Fiz lasanha para você, basta esquenta-la.

Apenas a ideia de queijo me fazia ter calafrios.

– Obrigado.

Cinco minutos depois quando ouvi a porta bater, pude finalmente respirar.

Levantei e me livrei da maldita lasanha. Quando voltava para meu quarto ouvi a voz dele vindo da porta de entrada. Não pude evitar, me aproximei, encostando o ouvido na porta para poder ouvi-lo.

“- Sim... Amanhã..., Também amo você Ellie.”

As malditas pontadas estavam lá enquanto meu fodido coração implorava por misericórdia.

Me arrastei para o chuveiro, ouvindo as palavras dele.

“Também amo você”.

Dean era lindo e muitas garotas eram apaixonadas por ele, não me admira que ele tenha alguém, mas isso não faz com que doa menos. A questão era por que ele perdia tempo aqui. Seria por causa do bebê?

As perguntas cresciam como erva daninha em minha cabeça enquanto eu tentava depilar minha perna esquerda e logo já estava imaginando coisas, como ele rindo e expondo suas covinhas para a tal garota, ou a segurando durante toda a noite como ele havia feito comigo.

Ellie. Um belo nome que agora me deixava enjoada.

O som do telefone me assustou e acabei deslizando a lâmina em um ângulo errado.

Não percebi que havia gritado até que o vi arrombar a porta do banheiro.

Dean parecia preparado para matar alguém, enquanto eu o olhava petrificada, pelo menos até seus olhos se voltarem para meu corpo. Arrepios involuntários subiram por mim, e entre me manter em pé e me esticar para pegar a toalha, acabei caindo para fora da banheira.

Teria sido um belo tombo se não fosse por ele.

Oh! Meu herói!

Tão estupidamente clichê.

– Tire suas mãos de mim Hunt. – de repente eu estava irritada pela humilhação. Eu queria gritar com ele e até mesmo bater para fora dele o sorriso presunçoso que estava estampado em seus lábios...

Aqueles lábios...

Eu até mesmo podia ver as malditas covinhas...

– Sempre a sua disposição esposa.

Por que ele tinha que ser tão quente, em todos os sentidos?

Bufando, levantei, tentando cobrir o pouco que era possível com minha minúscula toalha.

– Como vê, não preciso de você, eu só estava...

O sorriso em seu rosto morreu quando seus olhos caíram para minha perna.

– Você esta sangrando.

Nem mesmo abri a boca para responder, antes que ele passasse seus braços pela parte de trás de minhas pernas e me levantasse, saindo para a cozinha, me depositando no balcão.

– Deus Dean, não foi na...

– Você esta bem? É o bebê? Você comeu?

Ele me olhava como aqueles cachorrinhos que agente vê nas vitrines de Pets Shops. Era impossível odiá-lo quando o tinha assim, tão próximo, tão encantador.

Suspirando falei: - Estou bem Dean, apenas me assustei com o telefone e acabei me cortando com a gilete.

Mal acabei de falar e já podia sentir as mãos dele, inspecionando o ferimento. Por um momento me esqueci da dor, ou do telefone que ainda tocava, por um momento tudo o que sentia eram as mãos dele, era o toque dele e as malditas faíscas.

– Emma?

Abri os olhos e... quando foi que eu fechei os olhos?

Merda!

– Sim?

– Acho que deve estar doendo muito, não é mesmo? – o sorriso zombeteiro dele me pegou desprevenida. Por que ele tinha que sorrir assim?

– Eu... hum... Muito, doí muito. – fiz uma careta, esperando que ele acreditasse.

– Não foi fundo então não precisa de pontos, mas teremos de limpar o local e fazer um curativo...

Depois de curativo não entendi mais nada, e a culpa era dele, por ter os lábios mais...

– Emma?

Ele estava sorrindo outra vez.

Filho da mãe.

– Emma? Você bateu com a cabeça ou algo assim?

– Não. – respondi, ainda um pouco tonta.

– Você comeu hoje?

Merda! Acontece às vezes.

– Não, eu esqueci e...

– Você esta esperando um filho meu, e diz que não comeu porque esqueceu? – suas sobrancelhas estavam franzidas e ele parecia realmente chateado. – Vamos fazer o curativo e enquanto eu tomo banho, você pede alguma coisa.

– Espera? Banho?

– Sim, se não se importa é claro.

Eu me importava, merda é claro que eu me importava.

Foco Adams!

Aquela não era uma boa ideia. Imagens de como eu poderia aborda-lo no banheiro dançavam em minha mente, e saber que a porta não podia ser trancada graças a ele por tê-la arrombado, apenas me atormentava mais.

Malditos hormônios!

Não tive tempo para responder, pois ele perguntou pelo kit de primeiros socorros.

Curativos prontos,

Chuveiro ligado,

Porta entreaberta.

Por precaução, me tranquei em meu quarto e pedi por comida italiana.

Mais uma vez lá estava eu, encarando meu teto tentando entender meus sentimentos, tentando me entender. O que diabos estava acontecendo comigo? Há apenas alguns minutos eu odiava Dean Hunt, e agora queria me enfiar debaixo do chuveiro com ele!

– Emma? Pode me trazer uma toalha?

Puta merda! Ele esta brincando, certo?

Você pode fazer isso Em! Sai do quarto, levando comigo a maldita toalha e caminhei até o banheiro.

– Dean?

Ele abriu a porta sem se importar com sua nudez. Estendi a toalha e praticamente corri para longe dele depois que ele a tomou.

Ainda podia ouvir o riso dele enquanto ligava a TV.

Bastardo.

Fiquei confusa quando o vi sair do banheiro usando roupas diferentes das que usava antes.

– Sophie me deixa tomar banho enquanto você dorme. – disse ele, vendo minha careta.

Assenti, sem saber como me sentir em relação a minha melhor amiga estar ajudando ele.

– Emma, nós precisamos conversar...

Eu temia este momento, e quando a campainha tocou, quase chorei de alivio.

Durante o jantar Dean não tocou no assunto “Precisamos conversar”, e me senti aliviada, já que não sabia o que dizer, sobre “Nós”, sobre o bebê. Eu só precisava de tempo.

Não percebi o quanto estava faminta, até que comi todo o meu prato e boa parte do prato de Dean, que me incentivava a comer cada vez mais.

Eu sentia falta do vinho que normalmente acompanhava a massa, mas quando toquei no assunto, Dean me olhou como se eu fosse uma daquelas crianças malvadas que se divertem chutando gatinhos.

Quando acabei, ele se levantou e tirou a mesa. Me ofereci para por os pratos na lava-louças, mas ele disse que dava conta.

Durante todo o trajeto até a cozinha, meus olhos o seguiam, estritamente falando, seguiam a bunda dele.

Deus! Que bunda!

– Você esta babando Emmy. – e lá estava ele, o maldito sorriso zombeteiro que me fazia querer mata-lo e beija-lo ao mesmo tempo.

Bufando me levantei e dei dois passos antes de sentir a mão dele em meu braço.

– Me comportei a noite toda Em, mas se você continuar a me olhar assim, vou ter que reivindicar meus direitos como seu marido.

Sua voz era rouca e seu hálito quente em meu ouvido faziam com que minhas pernas cedessem, creio que se não fossem os braços dele me segurando, eu teria caído.

– Estou duro desde o momento em que arrombei aquela porta e encontrei na banheira.

Como se para deixar claro, ele apertava sua ereção contra mim. Um gemido escapou de meus lábios, e quando sua mão viajou para um de meus seios, perdi o resto da sanidade que me restava, o puxei para mim e o beijei. Meus pés literalmente deixaram o chão enquanto ele me prendia a ele em um beijo doce e selvagem ao mesmo tempo.

Eu queria mais, eu precisava de mais. O envolvi com as pernas, como um convite, que ele prontamente aceitou, pois nos levou ao meu quarto.

Dean cuidadosamente deitou-me em minha cama, e deitou-se sobre mim.

– Eu sempre sonhei em conhecer sua cama Emmy. – disse ele, descansando sua testa na minha. – Sempre sonhei em fazer amor com você aqui.

Apenas assenti, não querendo que ele sentisse o medo em minhas palavras.

Dean voltou a me beijar, e mais uma vez, tudo sumiu, toda a dor e todos os problemas, éramos só eu e ele.

O ajudei com meu vestido e ele me ajudou com sua camiseta. Era estranha a maneira com a qual eu o tocava e o adorava agora, quando sabia que talvez amanhã eu já não pensasse mais assim.

O sorriso em meu rosto morreu quando notei a pequena tatuagem no lado esquerdo do peito dele. Acho que nunca a havia notado antes por conta do tamanho dela e todas as outras centenas de tatuagens que a rodeavam.

“Ellie”.

– Quem é Ellie? – perguntei, e logo me arrependi quando vi como os olhos dele brilharam apenas em ouvir o nome dela.

Dean abriu a boca para responder quando o som da porta sendo aberta nos fez pular.

Merda! James e Sophie.

Dean pulou da cama sem saber o que fazer, enquanto eu lutava com meu vestido.

– Emma? – disse, James. Eu podia dizer que ele estava caminhando para meu quarto pelo som de seus passos.

– Para baixo. – sussurrei para Dean.

Ele pareceu não entender, pois me olhava com as sobrancelhas franzidas.

– Da cama. – falei.

Quando por fim ele se abaixou, a porta se abriu. Milésimos a menos e James o teria pego.

– Sophie esta um pouco preocupada Emmy. Ela pediu que eu viesse checa-la.

James era o modelo de irmão mais velho, ele parecia um grande urso, com seus músculos, mas também era carinhoso e amoroso. Alguns diziam que ele era a minha versão masculina, o que o irritava um pouco.

Ele realmente parecia preocupado, me estudando com seus olhos azuis.

– Estou bem James. – falei, tentando parecer convincente.

– Você precisa comer Emma.

– Eu sei, pedi comida italiana hoje. – falei, sorrindo.

– Fico feliz Emmmy, agora preciso dormir – disse ele, vindo até mim, e depositando um beijo em minha testa. - Ah, já estava quase esquecendo, mamãe ligou a semana toda. Você precisa falar com ela, antes que ela pegue um avião e apareça aqui.

Assenti enquanto ele deixava o quarto.

Tranquei a porta e me joguei na cama, segundos depois Dean deitou-se ao meu lado.

– Ela é linda, a melhor pessoa que já conheci, você vai ama-la tanto quanto eu...

De repente eu estava cansada e com sono, e não queria mais ouvir sobre a tal Ellie. Não me preocupei em manda-lo embora, apenas relaxei e fechei meus olhos.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!