POV: Annie

Eu estou na aula de filosofia agora, quer dizer, meu corpo está na aula de filosofia, minha cabeça está viajando para além do arco-íris. Se você reparar bem em mim vai achar que eu estou dormindo de olhos abertos!

Eu estou com uma puta vontade de bater minha cabeça em uma porta de titânio para tentar apagar minhas memórias... Eu devia ter bebido algo mais forte na festa de sábado, algo forte o suficiente para apagar minhas memórias, mas eu ainda lembro do que eu deveria esquecer! Desde aquela festa eu não paro de pensar nisso!

Eu ainda lembro muito bem do como o Percy fica lindo com vergonha, e das mãos dele em minha cintura quando nós dançamos juntos, e da voz dele, e do sorriso! Puta merda, vocês já entenderam! Eu realmente pensei nisso? Esqueçam que eu disse isso!

–Senhorita Chase? – Ela não está, quer que eu deixe o recado?

–Hã? Sim... – Arrumei minha postura e fingi estar interessada na aula desde o inicio.

–Pode responder a pergunta que eu lhe fiz anteriormente? – Opa...

–Er... Sobre isso, eu não achei que o senhor foi bem especifico em relação a ela... Poderia repetir por favor? – Cê acha o que? Eu manjo dos paranauê!

–Eu tentarei ser mais claro em minha pergunta... – Ele caiu nessa? – Eu havia lhe questionado sobre uma das primeiras perguntas feitas por filósofos.

Muito objetivo... (Por favor, sinta o sarcasmo em minha voz).

–E esta seria? – Fiz sinal para que ele prosseguisse.

–Por que as coisas se tornam opostas ao que eram? – Eu me questiono a mesma coisa.

–Eu não acredito de fato que as coisas em si mudam, acho que nós é que mudamos... Recentemente, eu vi os meus sentimentos em relação a uma pessoa mudarem aos poucos. Eu vivi essa questão. E me ocorreu que as coisas não mudam, apenas revelam uma parte que antes estivera oculta, ou ofuscada por algo que chamou mais a atenção. As coisas são reveladas, e em sua grande maioria, por nós mesmos.

Eu não sei de onde saiu tudo isso, nem de onde eu consegui meter o Perseu nessa resposta, e muito menos o que eu acho sobre o que eu acabei de dizer. Mas minha resposta foi satisfatória para o momento.

–Por que diz isso? – O professor parecia estar surpreso com minha resposta, e ao mesmo tempo curioso. Ele me incentivou a terminar minha resposta, cara, ele não vê que nem eu sei do que eu estou falando?

–Nossa visão muda. Nossas metas se alteram graças aos nossos sentimentos.

–Diga um exemplo.

–Você odeia uma pessoa, e sua maior meta é ficar o mais longe possível da mesma, mas ai você se dá conta de que o ódio que você alimentava por ela, apenas estava ofuscando um possível sentimento positivo. E sua maior meta se torna fugir disso, mesmo sabendo que você já foi pego. – Se o Percy não fosse tão lento, ele teria notado que esse exemplo é ele, mas ele é lerdo demais pra sacar alguma coisa... Provavelmente agora ele ainda está tentando encontrar algum sentido em tudo que eu falei! Mas minhas amigas não são devagar assim, as meninas já estão morrendo de emoção ali, Piper já deve ter feito uns 15 corações no caderno dela que ela levantava para que eu pudesse ver.

–Mas isso não mudou, você continua fugindo da coisa.

–Exato, a coisa em si não mudou, foram seus sentimentos que já não são mais os mesmos.

A sala estava toda concentrada no que eu estava dizendo, menos Leo, que contava uma piada para duas líderes de torcida. Isso chamou a atenção do professor.

–Leo Valdez! Repita o que a Annabeth disse! – O professor se virou e estalou os dedos no nariz de Leo, o fazendo ficar vesgo.

–O que a Annie disse! – Leo repetiu a última parte do que o professor falou.

–Não Valdez, o que a Annabeth disse!

–Não Valdez, o que a Annabeth disse! – Leo refazia até os gestos do professor.

–O que você tem a dizer sobre o que sua colega disse? Sem repetição! – O professor parecia estar irritado. Até porque, né?

–Que o exemplo que ela deu é a tartaruga marinha? – Leo apontou para Percy.

–Quem?

–O Percy, Perseu, Zóio verde, Peixinho, Tartaruga marinha, o que você quiser!

–Se já acabou de dizer baboseiras eu posso prosseguir a aula?

–Sinta-se a vontade, a aula é sua.

–Você é um homem morto Valdez! – Disse baixinho.

–Pelo menos eu vou morrer feliz! – Leo não estava nem aí e falou alto mesmo.

–Tem algo que queira compartilhar com a turma, Leo? – O professor se virou e o encarou mortalmente, esse efeito não pega no Valdez...

–Compartilhar? Ah não, isso eu vou fazer mais tarde no Facebook! Eu vi uma tirinha muito engraçada! – Ele arrancou muitas risadas da sala agora.

–Quer ir fazer uma visitinha ao diretor?

–Não, ele deve estar ocupado demais fumando e se enchendo de vinho para poder me dar atenção, mas obrigada por perguntar. – Leo não tem medo do perigo, não?

–Agora! Para a sala do diretor! – O professor apontou para a porta.

–Tudo sou eu nesse lugar, se eu voltar bêbedo vou contar pra minha mãe que a culpa foi sua! – Leo saiu resmungando.

Leo sendo Leo.

POV: Nico

Bom, olha que coisa lindamente linda, agora eu estou na aula de filosofia vendo um garoto dar em cima da menina que eu gosto!

Cara, esse olhos azuis dela me hipnotizam.

–Você vai sair mais tarde? – O garoto se aproximou dela.

–Sai daqui! Eu estou ocupada hoje! – Ela estava incomodada.

–Ah gata, qual é! – Ele começou a passar as mãos nela! Puta que pariu, eu não vou deixar ele fazer isso comigo aqui.

–Eu não quero!

–Você não a ouviu? Ela não quer sair contigo! – Me levantei o empurrando.

–Não se intromete, Di Angelo! – O garoto podia até ser mais forte que eu, mas eu não vou deixar ele fazer isso com ela na minha frente! Cara, eu estou morto!

–Não mexe com a garota!

–Ninguém fala assim comigo!

–Pois deveriam falar!

–Eu vou quebrar essa sua cara!

Percy e Jason se levantaram.

–Toca no nosso amigo que eu levo um time de futebol inteiro pra te arrancar os dentes! – Percy empurrou o idiota.

–Não se mete no que não é teu, Jackson!

–Acontece que você mexeu com um dos meus amigos, essa briga é minha também!

–Ótimo! Então eu quebro vocês três! – Ele bateu no ombro de Percy.

Jason empurrou o idiota.

–Parem vocês quatro! – Ela tentou separar a gente.

–O que está acontecendo ai no fundo? – O professor finalmente pareceu notar a confusão.