POV: Annie

(...) -Um homem arrombaria essa porta.

Ele me prendeu contra a porta me segurando pela cintura, enquanto uma de suas mãos subiu para minha nuca.

–Parece que eu realmente vou ter que te mostrar que eu sou homem, Annie. – Ele foi se aproximando, e antes que você pense que eu permiti vou logo me defendendo, eu até tentei resistir, mas ele é forte.

Nossos rostos estavam a 10 centímetros um do outro, e ele continuava avançando.

POV: Percy

Levei minha mão até sua nuca e entrelacei meus dedos em seu cabelo louro, trouxe seu rosto até o meu e encarei seus olhos tempestuosos em busca de permissão.

Selei nossos lábios, mas não arrisquei pedir passagem com a língua, seria ir longe de mais. Colei seu corpo junto ao meu e a apertei forte em meus braços. Então aconteceu algo que eu não esperava. Ela abriu espaço em minha boca e a preencheu com sua língua. Nossas línguas se entrelaçaram como se tivessem sido feitas uma para outra.

Annabeth levou sua mão até minha nuca e deu um leve puxão nos meus cabelos em um pedido silencioso de “Mais”. Mordi seu lábio inferior o que a fez sorrir entre o beijo. Como resposta ela soltou meu cabelo e arranhou levemente meu pescoço me fazendo sentir arrepios por toda parte.

A levantei a pegando no colo, e ela fechou as pernas em torno de minha cintura, coloquei minhas mãos em seu quadril para impedir que ela caísse, e ela colocou seus braços em torno de meu pescoço buscando apoio. O beijo estava ganhando ainda mais intensidade, foi ai que uma coisa chamada ar faltou.

Nos separamos ofegantes, ela estava vermelha e com o cabelo bagunçado (culpa minha), eu não devia estar muito diferente.

Ela me olhou brava e me deu um tapa na cara.

–AI! Doeu! – Passei a mão no local do tapa e a coloquei no chão.

Então ela me surpreendeu de novo. Levou meus braços em torno de seu pescoço e iniciou outro beijo. Coloquei uma de minhas mãos na sua nuca e puxei seus cabelos, enquanto minha outra mão descia de sua cintura até sua perna. Alternava beijos de sua boca ao seu pescoço. Isso estava sendo muito bom. Nos separamos lentamente. Eu não queria que isso acabasse. Foi... Foi... Eu não sei se existe palavra para definir isso.

–Quem é viado agora? – Minha voz soou rouca.

–Isso... Nunca, aconteceu... – Annabeth falava pausadamente para buscar ar.

–Nunca. – Concordei, pesei as mãos pelos cabelos e enchi os pulmões de ar.

A puxei de volta e a roubei um beijo rápido.

–Vem aqui, Jackson. – Ela me puxou pela camisa e me beijou lentamente.

–Eu... Bem. – Como que se fala mesmo?

–Se contar para alguém... – Ela ainda estava ofegante.

–Não vou. – Mirava os seus lábios os desejando.

A porta atrás de nós começou a fazer um barulho estranho, era a maçaneta do lado de fora. O zelador abriu a porta devagar e colocou a cabeça para dentro.

–Eu ouvi uns barulhos vindo daqui, vocês estavam bem?

–Hã? Ah, não, estávamos presos. – Annie pegou suas coisas rapidamente e agradeceu a ele. – Obrigada por nos tirar daqui, a maçaneta está em algum lugar ai dentro. Tchau.

A observei indo embora provavelmente com uma cara de bobo. O que que aconteceu aqui dentro?

–Eu não vou contar... – O zelador pegou a maçaneta e colocou em cima de uma mesa.

–Hã?

–Não vou contar que vocês dois estavam namorando aqui dentro, rapaz.

–Mas nós não... – Não consegui terminar a frase.

–Eu sei que estavam... Olha, você tirou a sorte grande, ela é uma boa menina.

–Sim, eu tirei. – Dei um sorriso ao zelador e me dirigi até porta.

Parei no corredor para beber água.

–Essa juventude, tem um fogo! – O ouvi dizer.

POV: Annie.

Não conseguia tirar ele da cabeça, aquele beijo foi... Foi perfeito. Não perfeito não é a palavra certa, foi mais do que perfeito.

Minha cabeça ainda está girando, eu não to no meu estado perfeito, onde meu ar foi parar? Me sentei em um banco ainda dentro do colégio e levei minha mão até minha boca. Deixei escapar um sorriso pensando no que havia acabado de acontecer.

Isso está errado Annabeth! Muito errado, eu e ele não nos suportamos, pelo menos nós não deveríamos nos suportar, mas depois do que acabou de acontecer, eu já não tenho certeza de nada. Balancei a cabeça afastando esses pensamentos da minha mente.

Levantei e segui depressa para a saída não posso correr o risco de encontrar com ele... Não posso!

...

Cheguei em casa e ainda não estava bem, aquilo não saia da minha cabeça!

Subi para o segundo andar e entrei no banheiro direto, preciso tomar um banho para refrescar as ideias. Me despi e entrei no box.

A água fria (que eu mesma tratei de ajustar na menor temperatura do meu chuveiro) corria pelo meu corpo e eu esperava que junto com ela os pensamentos que não saiam da minha cabeça fossem ralo a baixo. Mas isso não parece estar funcionando, aquele beijo ainda palpita na minha cabeça, e o pior de tudo: eu quero de novo, e de novo, e de novo! Eu quero beija-lo novamente.

Eu já havia beijado outros caras, claro, mas essa foi como se tivesse sido a primeiro vez, isso tem sentido?

Desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Segui para meu quarto e me troquei. Larguei a toalha na cama mesmo porque eu não vou gastar meu tempo me dando ao trabalho de levar ela para o box e a pendurar como eu sempre faço, hoje eu não estou em condições de levar toalha nenhuma pra box nenhum, desculpe mãe, mas a toalha vai ficar na cama hoje.

Deitei na cama, me cobri com meu edredom, e enfiei a cabeça no travesseiro, hoje eu preciso dormir um pouco. Fechei os olhos e deixei minha cabeça viajar, embora meus pensamentos só tivessem um destino, sempre me levavam ao mesmo ponto, o que era frustrante. Mas ao mesmo tempo era bom, eu gostava de lembrar daquilo. Mesmo tentando não gostar.