She knows she got me dazing
Cuz she was so amazing
And now my heart is breaking

[...]

You'll never have to be alone
I love you
And that's all I really know

Lucy

Era um ótimo dia, tinha uma boa companhia e estava tomando meu café animada, pois a primeira aula seria de Transfiguração, a minha matéria preferida. Fingia que estava ouvindo tudo o quê Annie estava falando, mas na verdade só estava interessada em encarar um Hufflepuff gato que sorria pra mim com seus dentes perfeitamente brancos e alinhados, pisquei pra ele que ficou corado. Os tímidos, eu adoro eles.

De repente todo o refeitório ficou num silêncio profundo, ergui a sobrancelha confusa e olhei na direção que todos olhavam de olhos arregalados. Minha reação foi a mesma.

Mas com um pouco mais de dor do que os outros, meu café da manhã reforçado queria saltar do estômago, meus olhos estavam me deixando cega com as lágrimas que ficaram presas sem poder descer. Eu tinha que ser forte.

Foi difícil levantar e passar ao lado deles mandando um olhar de nojo e superioridade. Esse casal não teria o meu apoio nunca.

Minha irmã me olhou com pena mesmo estando com um sorriso contagiante no rosto. Leo me olhou firmemente fazendo uma conexão de olhares, eu despertei do transe e sai andando para longe deles.

Eu não podia estar vivendo isso de novo.

Leo

Alguns dias depois de decidir finalmente assumir o nosso relacionamento, nós pensamos que hoje seria o dia perfeito. Hoje fazíamos 1 ano e 7 meses juntos e 9 meses de namoro.

Só de andarmos juntos pelos corredores todos já passavam nós olhavam confusos, alguns até com inveja. Molly deu pra trás e disse que não podia e que aquilo era errado e ela não queria que me julgassem por namorar a esquisitona da Weasley. Olhei nos olhos dela, ela estava com medo, totalmente assustada e envergonhada. Suspirei.

–Amor. - ela deu um pequeno sorriso desanimado, continuei - Nós podemos fazer isso lembra? Se eles falarem, julgarem, zoarem, se forem negativos e ofensivos, que se dane. O que importa é o nosso amor, ninguém pode destruir o amor. Todo o mal que eles fizerem, eles podem mudar ou não. Tudo depende do amor. Um dia eles vão perceber que foram idiotas e nós não vamos ligar, nós vamos estar juntos. Sempre.

Nós caminhávamos enquanto eu falava, senti sua respiração ficar menos pesada e ela sorriu, foi ai que passamos por um grande grupo de Slytherins que nós olharam estranho. Um deles parou, fazendo todo eles pararem também.

–Olha, nosso príncipe trocou a princesa. - Oliver Nott deu um sorriso sarcástico - pela plebeia. Eu até entenderia se ela fosse... digamos, bonita.

Todos eles começaram a rir. Senti Molly soltar a minha mão, antes que ela pudesse correr, eu a puxei pra mim. Olhando pros olhos dela, eu fingi que eles não estavam lá. Mas queria que eles ouvissem cada palavra.

–Eu disse, acabei de dizer alias que o nosso amor, ninguém pode acabar com ele. Palavras bobas, brincadeiras idiotas e piadinhas infantis não acabam com algo tão forte quanto amor. Nós fomos feitos um pro outro e eu sei disso só de olhar os seus olhos - senti ela estremecer com essas palavras. Sabia que os outros estavam em choque. - tocar a sua pele linda, mexer nos seus cabelos perfeitos e ruivos. Eu me sentia o cara mais feliz do mundo quando acordava e você estava do meu lado, ou quando eu mexo nos seus cabelos enquanto você dorme e você acorda me olhando com essas lindas safiras...

Antes mesmo de eu terminar de falar o meu discurso perfeito, maravilhoso e romântico. Ela me beijou, lábios rosados com gosto de morango com chantilly, essa garota é tão perfeita pra mim.

Quando abri os olhos só havia nós dois no corredor.

Ela me olhou, me abraçou e sussurrou no meu ouvido. - Vamos?

Peguei a mão dela e corri pelo corredor. Me senti forte e feliz, estupidamente feliz. Quando entramos no Salão todos pararam para olhar. Um silêncio que eu nunca tinha ouvido aquele lugar ficar se formou. Respirei fundo junto com ela.

De repente alguém passou como um furação entre nós. Aquele cheiro de grama, perfume de flores e menta. Lucy...

Ela nós olhou dos pés a cabeça com nojo, olhou pra irmã e depois me encarou. Sustentou o olhar, senti meu corpo ficar mole e minhas mãos suarem, eu já não estava tão feliz. Os olhos azuis me encaravam de um jeito furioso e, espera... Isso é ciúmes?

Antes de poder perceber o que havia acontecido realmente, ela se virou e foi embora corredor adentro.

Molly me deu um abraço de urso. Antes de ela ir embora, eu a beijei.

Eu só não imaginava que o castelo ia entrar em colapso por isso.

Lucy

As lágrimas que eu prendia começaram a cair assim que entrei no banheiro da Murta, agachei no chão e chorei sem fazer barulho. Abracei o meu corpo num ato infantil. Eu lembro muito bem quando ele começou a namorar aquela Barbie anoréxica, eu fiquei frustrada, me senti idiota e decidi mudar. Pensei que se eu fosse igual ela, talvez ele gostasse de mim. Não é? Comecei a andar com umas amigas dela, absorvi tudo o que podia, mudei as minhas roupas, o cabelo e o modo de agir.

Porém alguns meses depois eles brigaram feio na frente de todo mundo. Ele disse que odiava o jeito dela, as maneiras e o como se comportava. Elizabeth Nott chorava, uma coisa que nunca imaginei ver. Ela era a princesa Slytherin, tirava notas boas, era uma vadia sem coração, mas ela estava chorando ali. Por ele.

Senti uma raiva tremenda dele quando ele largou ela chorando, sozinha e humilhada no meio de tanta gente que fazia piadas e riam dela. A ajudei a levantar logo que todos finalmente se afastaram. Ela me olhou estranho, mas me disse obrigada. Num impulso eu disse para ela não chorar, que mil garotas queriam ser ela, inclusive eu. Ela riu e me ajudou. Eu me tornei como ela. E eu me orgulho disso, mesmo alguns me achando vadia e essas coisas. Lizzie era uma ótima pessoa, sempre alegre e animando os outros. Agora que ela foi embora, eu tenho que reinar nesse castelo. Foi isso que eu pensei.

E bom, aqui estou eu. Uma princesa. Que também está chorando por Leo Malfoy. Dei uma risadinha sem humor, arrumei o uniforme e fiz um feitiço pra ajeitar a maquiagem. Sai correndo antes que a Murta viesse me encher o saco. Depois fui para minha aula favorita como se nada tivesse acontecido.

Não mais iria me abalar por causa dele. Nunca mais.