O Garoto da Última Casa escrita por Bruna Ribeiro


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Oi,
Esse capítulo será mais voltado á explicação do último acontecimento.
Sim, o fato de Olaf ser pai de Alexis.
O que vocês acharam disso?O que acharam do verdadeiro pai de Alexis ser Olaf?E suas previsões para o futuro dessa garota?
Vou adorar saber.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/472207/chapter/13

CAPÍTULO 12 - PALAVRAS MORTAS PODEM MATAR

O que fazer quando tudo cai por entre seus dedos? O que fazer quando tudo o que sabia era mentira? Quando a verdade é mais dura do que você pensava?

Eu não sabia o que fazer.

Eu não sei se queria fazer alguma.

Encarei William boquiaberta e assustada.Ele não parecia mentir, ele não parecia alguém que só queria me atingir.

– Willliam, essa não foi a melhor maneira de expor as coisas– a voz de Ashley não me despertou e eu continuei olhando fixamente para o Hãnsel - Alexis, me escute, tudo vai ficar bem...

– Diga que é mentira - eu não falei para Ashley, eu falei para o garoto que estava encostado na estante de livros, um pouco distante de mim - Por que está mentindo?

Ele sorriu, mas não parecia estar se divertindo com a situação.

– Eu não estou mentindo - ele se desencostou da estante, mas permaneceu naquele lugar - Por que mentiria, hibrida?

– Porque é um idiota e idiotas fazem isso - respondi, me levantando da cadeira e indo em sua direção.O que eu mais queria naquele momento era dar um soco naquele rosto perfeito, porém tudo o que fiz foi encara-lo - E não me chame de hibrida.Eu não sou isso.Meus pais são Amélia e Edward Miller e eles estão mortos, ouviu?

– Não sou surdo, Miller - ele se aproximou mais de mim - Mas não quer dizer que acredito em você.Não estamos falando por falar.

– Então me dê provas, senhor Hãnsel.Porque não acredito em uma só palavra que diz.

– Quer provas? - não fiz nenhum movimento - Temos uma carta que explica tudo.

– William - ouvi a voz de Ashley ao fundo, mas era fraca e eu não estava interessada nas palavras mentirosas ou de conforto dela.

– Me mostre - o encarei sem desviar o olhar.

– Com todo o prazer - e então saiu da biblioteca.

O silêncio reinou por alguns minutos, depois da saída de William.

– Alexis, me escute.... - só naquele momento, prestei atenção no que Ashley falava.

– É mentira, não é mesmo?

– Alexis...

– Ele apenas está jogando, não é?

Ninguém falou mais nada.

E eu senti.Senti que tudo o que William falou poderia ser verdade.Eu senti dor.

A porta da biblioteca se abriu com um estrondo e ao lado de William se encontrava Georgia.

– Dê á ela, Georgia - William disse alto o bastante para eu ouvir.

– Alexis, eu sinto tanto. - murmurou Georgia, com uma coisa em mãos.Uma carta.

– Por favor, Georgia, me dê a carta - pedi e ela me entregou o papel em suas mãos.

Eu estava tremendo e percebi isso assim que segurei aquele papel amarelado e visivelmente velho.Mas eu o li mesmo assim.

''Querida amiga,

Não me pergunte como sei, mas se está lendo essa carta, eu provavelmente posso estar morta, ou bem perto disso.

Acredite quando digo, a vida não foi tão dura comigo e eu não estou com medo de morrer.Minha curiosidade sempre foi minha perdição e eu sabia.Você me avisou.E eu deixei para lá.

Anos e anos de amizade não serão perdidos por causa de minha morte.Acredite, de onde estiver ainda posso ler á noite com você e conversar sobre aqueles vizinhos sem modos.

Peço desculpa, por aquela briga que tivemos.Foi precipitada e pior, minha culpa.

Você estava certa.

Minha pequenina Alexis, meu doce bebezinho, é uma hibrida.Eu não acreditei em você, quando supôs isso, mas ela é.E agora acredito.

Sim, minha querida criança não é filha de Edward e nem de Amélia.E sim, de Olaf com aquela Olívia.Mas peço que me entenda, não podemos falar nada sobre isso a ninguém.Olaf é só um garoto, não pode ter tamanha responsabilidade, ele só está estudando ainda.Olívia sempre foi um problema, e você sabe.Aquela bruxa deve tê-lo enfeitiçado de alguma maneira, Olaf não se apaixonaria assim por ela.Achamos que Edward e sua esposa, por estarem em melhor condição e com uma maior maturidade, serão melhores para a criança.

Ela é só um pedacinho frágil, em um mundo bruto.Olaf não a defenderia muito bem.

Sei que sabe que quando Olívia veio contar a notícia - que mais uma Miller entraria na família - eu fui fraca e a expulsei de minha casa, sem ela se quer falar com Olaf á respeito.Estava com medo.Estava assustada.

Mas então se passaram 4 meses e eu senti que precisava de minha neta.Eu queria a criança junto á mim.

Eu fui até Olívia e sua família e falei sobre ficar com Alexis, após seu nascimento.Olívia não gostou do que falei e tentou me expulsar, no entanto a família - a irmã horrível e a mãe assustadora - aprovaram minha ideia.Elas até sorriram, acredita?Olívia apenas chorou.

Eu nunca mais vi Olívia novamente.

Quando Alexis nasceu, a mãe de Olívia entregou-a para mim.E eu me apaixonei.Eu a amei com apenas um olhar e isso foi maravilhoso.

Alexis era tão pequena e tão frágil.Me sinto culpada, mas acho que foi a decisão certa.Ás vezes fazer o certo é difícil, mas é necessário, é preciso.

Edward e Amélia seriam seus pais, cuidariam dela e Olaf jamais saberia.Falaríamos que Edward a adotou.Foi o que houve.

Me doeu ver Olaf ficar meses afastado de Olívia - eu e a mãe dela combinamos que seria melhor a garota passar os meses de gravidez fora, para não levantar suspeitas - , me doeu quando, depois do nascimento de Alexis, ele descobriu que ela morreu, mas me doeu mais ver ele olhar e carregar Alexis pela primeira vez, sem saber de nada.Durante meses, ela e ele não se desgrudavam.Quando Alexis chorava no quarto, não era Edward que ia acalma-lá, era Olaf.Ela sabia.Ou sentia.

Olaf era seu pai.

A família de Olívia, depois da morte estranha dela, ficaram sumidas.Desapareceram e nem sequer vistaram nossa família, para se despedir de minha neta.Afinal, ela também era uma Lancaster, tanto quanto era uma Miller.

Pode parecer egoísta de minha parte, mas eu gostei disso.Gostei que elas não se entrometeram com minha família.Pelo visto, Georgia, elas não queriam uma hibrida associada á elas.Poderiam desconfiar.

A maldição é clara, minha amiga, e Alexis tem grande chance de estar nela.De decidi-lá.

Eu vi os Hãnsel se matarem por gerações e fico muito feliz em pensar que talvez Alexis possa acabar com isso.O menino Hãnsel é tão pequeno e seu pai não está bem.Está louco.Está amaldiçoado.William Hãnsel precisa de ajuda, mas fico receosa sobre a segurança de Alexis em relação á isso.

Ela está aqui ao meu lado nesse momento, enquanto escrevo essa carta, ela só tem pouco mais de 1 ano agora, e logo iremos embora.

Longe de Owens.Longe do perigo.Longe de Olaf.

Mas ela ficará bem.Segura.Nós ficaremos.

Eu resolvi ir junto, e convenci meu marido do mesmo, pois com tudo o que sei, não tem como eu ficar viva por muito tempo, no entanto adiarei o meu último dia o quanto puder.É por Alexis que faço isso.

Ela é uma criança adorável e me encanto com sua inteligência a cada momento que passamos juntas.E antes que se pergunte, sim, ela é muito curiosa, até mais que eu.Acho que isso vem de família.Ela mexe em tudo, sobe em tudo, revira tudo, e sabe qual foi sua primeira palavra? ''Porquê''.

Isso me diverte e me faz amá-la mais.

Olaf está do mesmo jeito de quando o viu pela última vez - antes de eu cortar relações com você -, está estudando demais.Mas não se preocupe, Alexis sempre dá um jeito de distraí-lo e fazer ele sair um pouco do quarto.Os dois não resistem um ao outro.

Pena que isso não durará.

Edward teve uma discussão séria com ele ontem á noite, e Olaf não verá Alexis tão cedo.Eu nem sei, ao menos, se verá um dia novamente.

Deve estar se perguntando, como sei que irei morrer.Simples, eu descobri, querida amiga, eu descobri uma coisa.Mas receio que não posso colocar o que, nessa carta.Meu marido está me rondando e eu tenho que me apressar.Não daria tempo.Então eu escrevi em outra carta o que descobri, com detalhes, e escondi.Escondi em meu lugar favorito.Provavelmente, você saberá.

O que descobri é uma coisa perigosa, mas ajudará vocês.Ajudará vocês a acabar com a maldição.Mas sei que elas sabem que descobri e que meu ultimato já foi assinado.Não me importo.

Eu peço, em nome de nossa longa amizade, proteja minha Alexis, se um dia ela precisar ser protegida.Porque eu a amo tanto, que pensar em sua morte, me dói mais do que pensar na minha.

O que descobri foi por ela, foi pelo jovem William, foi por essa cidade.E também acho que pela culpa que sinto em deixar você para trás.

Olaf fará faculdade na Califórnia, e o resto da família se mudará para Nova Iorque.

Nova Iorque, como já disse, é mais seguro, mas sei que nada nunca será como agora.Eu sinto.

Com todo o amor, Clarisse.''

Eu reconheci a letra, reconheci o jeito que as palavras eram colocados no papel, e também a assinatura ao final da folha.

– Ela morreu muitos anos depois dessa carta, mas foi uma morte desconhecida e suspeitamos dela - Georgia sussurrou para mim - Ela te amava muito, Alexis.E também queria te proteger.Não á culpe, não culpe sua família.

Eu não disse nada, tudo que eu consegui fazer naquele momento era chorar.Me senti uma fraca e idiota, mas chorei.

Minha avó sabia.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu vi um filme bem chorável no dia em que escrevi esse capítulo e acho que ele me inspirou.Então é por isso que esse capítulo foi mais desse modo.
Estou ficando com pena da Alexis, talvez eu pegue mais leve com ela...quer saber?Não vou não muahaha É legal acontecer isso.Pelo menos, por agora.
É melhor a minha querida Alexis ser forte, por que essa é apenas a porta do submundo e ela ainda nem passou pelo Cérbero.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Garoto da Última Casa" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.