I Am Watching You escrita por laah-way


Capítulo 5
Psicopata quem?




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- Amanda Carter?

Não levantei, apenas me virei ainda na cadeira e o encarei. Ele era... bom, como eu posso dizer?... Incrivelmente e assustadoramente bonito. Fiquei sem palavras, apenas pisquei, ainda com a boca entreaberta e sem saber o que exatamente falar.

- Amanda?

Pisquei de novo, mas dessa vez, deixei os olhos fechados por uns três segundos, tentando me concentrar.

- Isso. Amanda. Sou eu.

Ele sorriu, e meu Deus, que sorriso! Pegou minha mão e a beijou.

- É um prazer finalmente conhecê-la.

- O prazer é meu... er...

- Henry. Henry Adams.

Ele sentou-se na minha frente e me encarou. Ele tinha os cabelos negros como a noite, que notavelmente já não eram cortados há algum tempo, formando uma espécie de franja que ficava caindo sobre os olhos, o que percebi que o irritava, já que ele ficava colocando o cabelo para trás com os dedos de cinco em cinco minutos. Era muito pálido também, olhos negros, assim como os cabelos, e lábios carnudos levemente rosados. Era alto, e não fazia o tipo atlético, mas sinceramente, do jeito que estava, estava ótimo.

- Então... – ele falou e sorriu mais uma vez.

Sorri e abaixei a cabeça, completamente sem graça.

- Então, Henry. Posso fazer uma pergunta?

- Outra?

E ainda era divertido – alguém me abana.

- É, outra. – ainda sorria – Porque você simplesmente não veio até mim e tentou falar comigo? Não seria mais... prático?

- Bom... – Ele colocou o cotovelo sobre mesa, apoiou a cabeça na mão e ficou me encarando, o que adivinha, me deixou mais desconcertada ainda – Você me daria um fora em menos de um minuto, Não tenho muito jeito com as palavras, muito menos com as mulheres.

- Certo... – disse meio irônica, como se não tivesse acreditado – Sabe, eu estava pensando... - e nesse exato momento, meu celular tocou. Beleza. Quando ia desligar, vi o nome “mãe”. Droga, esqueci de ligar, como tinha prometido. – An, só um minuto.

- À vontade.

Levantei-me e afastei um pouco da mesa, tapando o outro ouvido com a mão para poder escutar melhor.

- Oi mãe.

- Filha, você não telefonou.

- É, eu sei, eu esqueci. Mas ia ligar hoje à noite.

- Você vem?

Não tinha falado com meu chefe ainda, mas sabia que ele me liberaria esse fim de semana.

- Vou sim, mãe. Mais tarde eu ligo pra dizer que horas vou chegar.

- Oh Amanda! Obrigada, estou tão feliz. Você não tem idéia do quanto isso é importante pra mim.

- Esse é o mínimo que posso fazer, mãe, mas tenho que ir agora.

- Tchau filhota, beijo.

- Te amo.

- Também.

Desliguei o telefone e voltei à mesa. Pelo visto, ele já tinha pedido o que iríamos comer. Deu-me vontade de perguntar como ele sabia do que eu gostava, mas de repente ficou óbvio. Vi uma mulher chegando, sentando um pouco afastada de nós, com óculos escuros, tinha certeza que era Natalie. Sorri, lembrando da minha apreensão mais cedo. Como poderia ter medo de um homem como esses? Tão gentil, tão educado, tão... lindo.

- Problemas de família.

- Ah.

- Então, você tem família aqui na cidade?

- Não, não. Eu não sou daqui.

- Mesmo? De onde?

- Hum... Flórida. – Ele hesitou um pouco antes de responder, o que fez eu me perguntar o porquê, mas achei melhor deixar isso quieto.

- Ah. Seus pais estão lá?

- Na verdade, só alguns tios. Meus pais morreram em um acidente de carro.

- Sinto muito. – Tentei ser o mais verdadeira possível, afinal, eu sentia muito.

- Tudo bem. – Ele parecia muito... sensibilizado em tocar nesse assunto, então preferi mudar o rumo da conversa.

- Você faz o quê? Além de desenhar, é claro. Aliás, pude perceber que você é muito talentoso.

A garçonete chegou, colocando o que ele pediu em nossos pratos, e bingo, ele tinha acertado o que eu gostava. Hunf.

Ele deu aquele sorriso lindo.

- Obrigado, mas na verdade, só desenho. Não profissionalmente, mas posso me sustentar com o que faço.  E, não tenho tanto talento, mas é que linda como você é, seria um pecado fazer um desenho feio.

Abaixei a cabeça novamente, sorrindo, envergonhada. Conversamos sobre algumas coisas inúteis enquanto terminávamos de comer, até que ele disse:

- Hora de voltar para o trabalho?

Olhei para o relógio. Uau. Passou tão rápido.

- Realmente. Perdi a noção da hora.

- Vou te ver amanhã?

- Não dá. Tenho que viajar, aniversário da mamãe. – Mostrei o celular, mostrando que, quando o mesmo tocou mais cedo, era sobre isso que estava tratando.

- Ah, entendo. – Ele parecia meio decepcionado, então me apressei em dizer:

- Segunda - feira?

- Combinado – Sorriso lindo, lindo, lindo...

- Certo, mantenha contato. – Ele entendeu o que eu quis dizer. E-mails.

- Sempre. – Me encarou e disse: – Vou esperar ansiosamente por você.

Sorri. Levantei-me e fui embora. Ele ia esperar ansiosamente por mim, ele ia esperar... saí do shopping, sorrindo com cara de boba, até que ouvi uma voz atrás de mim:

- Ele não tem um amigo lindo psicopata, não?

Ri, reconhecendo a voz de Natalie. Sabia que a mulher com óculos era ela.

-x-

Ao chegar em casa, e obviamente, depois de contar todos os detalhes para Natalie, depois de ligar para mamãe dizendo que ia chegar lá por volta de meio-dia, fui direto para o computador, ainda incerta se haveria um e-mail lá. Mas, para minha surpresa –ou não – tinha:

Iwy.ch:

Alguém já disse que você fica linda envergonhada?


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Notas finais do capítulo

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Só alguns detalhes, sim, na história vai haver esse pequeno "romance" entre Henry e Amanda, mas esse não é o rumo que a história vai tomar, certo? O suspense vai continuar, então, continuem lendo e reviews! Obrigada, beijinhos :D