I Am Watching You escrita por laah-way


Capítulo 15
Penúltimo Capítulo


Notas iniciais do capítulo

Ok, depois de ter postado o capítulo é que fui pensar. O último capítulo promete, tem muita coisa mesmo. Então, er, se ficar muito grande, vou ter que dividir em dois, e aí esse não seria o penúltimo capítulo, mas não tenho certeza, ok? Quando eu for escrever o último é que eu penso e aí a gente vê o que é que faz, haha.



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-H-Henry? – Balbuciei assustada, sem ação.

Ele não disse nada, apenas me encarou. Eu estava em apuros. Tentei sorrir, dei meu melhor, mas foi um lixo:

- Amor, que susto que você me deu.

- O que você estava fazendo aqui?

- Eu... – Olhei para as chaves em minha mão, séria, depois voltei a olhar pra ele e tentar sorrir. –Eu queria fazer uma surpresa pra você, só isso.

- Eu te disse que não estaria aqui. – Ele falava com bastante rispidez, visivelmente irritado.

Engoli em seco.

- Eu esqueci. Sinto muito.

- Como conseguiu a chave?

- Eu roubei... – Roubar era uma palavra muito séria, então me apressei em corrigir. - Peguei. Isso, eu peguei da gaveta, ontem à noite.

- Você não tinha o direito.

- Sinto muito.  Eu sei que errei, eu só queria fazer uma surpresa – escondi o rosto nas mãos, fingindo que estava arrependida. Se bem que eu estava, um pouco. – Lamento.

Ele me encarava sem dizer palavra, mas seus olhos passavam muita, mas muita raiva. Tentei mostrar que estava tudo bem, tentei fazer com que o fato fosse menos importante. Tentei rir, mas da minha boca saía apenas o desespero.

- Qual é, Henry. Vai ficar com raiva de mim? Eu só entrei no seu apartamento. O que tem demais nisso? Tem alguma coisa pra esconder de mim aí dentro?

- Não! Claro que não.  – Agora ele parecia desesperado, então eu meio que estava ganhando.

- Então. Já pedi desculpas, não vai ficar tudo bem?

- O que você fez aí dentro?

Mordi o lábio.

- Te procurei, mas aí lembrei que você não estava. Resolvi sentar e esperar você chegar, mas depois resolvi ir embora e me deparei com você. Apenas.

Ele olhava em meus olhos, procurando algum vestígio de medo, pavor. Eu sabia disso, ele queria ter certeza que eu tinha entrado no quarto. Eu precisava mostrar que estava tudo bem ou... ou sei lá do que ele seria capaz.

- Você chorou?

Arregalei os olhos. Tudo teria ido por água abaixo? Eu mesma tinha me entregado?

- Eu... – Voltei a olhar para a chave em minhas mãos, lutando com o nervosismo, tentando me controlar e repetindo para mim mesma que ia ficar tudo bem. – Sim. Chorei, eu... Foi por isso que eu te procurei. – Comecei a enxugar algumas lágrimas falsas que escapavam, mais por nervosismo do que qualquer outra coisa. – Eu realmente precisava... preciso de você agora.

Ele ainda permanecia na mesma posição, calado. Então o encarei mais uma vez, esperando alguma reação. Henry era muito inteligente, ele ia descobrir, ele ia...

- Sinto muito, meu amor. – Ele foi até mim e me abraçou. – Às vezes eu sou um bobo, mas vamos entrar e aí você me conta tudo.

Entramos, sentamos, e inventei uma história sobre meu pai ter tido um infarto. Ele ia descobrir logo a mentira, mas eu pretendia terminar com tudo aquilo o mais rápido possível, essa mentira deveria bastar, por ora. Ele me consolou, me trouxe um chá, mas eu podia sentir que de vez em quando ele vasculhava meus olhos, procurando uma pontada de insegurança, de terror. Mas permaneci firme até o fim. Quando ele me beijou, eu sentia repulsa. Eu não conseguia, mas tinha que manter aquele disfarce, ou tudo estaria perdido. Fingir desejo era fácil. Fingir desejo com um psicopata era algo perto do impossível. Quando ele quis ir mais longe, na minha cabeça, nossos corpos eram duas cargas positivas que se repeliam, mas cedi. Quando fizemos amor, senti que era uma espécie de teste para ele, mas cedi. Eu tinha nojo de mim mesma, nojo dele, mas cedi.

-x-

Já era tarde quando cheguei em casa, e eu precisava ligar para Natalie, mas deixaria para amanhã. O dia tinha sido tão turbulento. Sentei-me no sofá e cobri os olhos com as mãos. Dane-se se Henry me observava do outro lado. Eu queria gritar, queria quebrar tudo. Queria culpar alguém, mas a única pessoa que vinha na minha mente era eu mesma. Eu que resolvi sair com ele, eu que tinha dado plena liberdade, eu tinha me envolvido tanto, eu, eu, eu. Se eu pudesse mudar alguma coisa, teria mudado tudo.

Tomei um banho, queria ter ficado meia hora debaixo do chuveiro, mas pensei no meio ambiente e resolvi pensar na cama, mas dormi logo.  Minha noite foi terrível, tive pesadelos. Mas não com cenas que meu subconsciente tinha criado, e sim com o que eu tinha visto naquele dia. As fotos passavam em câmera lenta, Mark me segurando enquanto discutíamos, na noite em que ele tinha sido morto, fotos minhas de dentro do meu apartamento, dormindo. Fotos minhas no telefone, fotos minhas na varanda olhando para o apartamento da frente, olhando para ele. E a cena mudou, agora eu via Henry no apartamento da frente com uma câmera na mão, e eu estava atrás dele. Eu precisava me esconder, mas ele se virou e me viu. Ele estava com muita raiva, e então ele abriu a boca, mas não saiu som algum. Segui seus lábios e o que ele sussurrava era o que Mark tinha me dito na última vez em que nos vimos “Você pertence a mim.” Acordei, suando, ofegando, assustada.

 


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Notas finais do capítulo

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Ah, tô tão triste em terminar a fic agora ): mas tenho que terminá-la ainda em 2009. Não queria que acabasse nunca. Mas sabe como é, tudo tem seu fim. Obrigada por terem lido, e reviews?