A Última Filha de Perséfone escrita por Miss Jackson


Capítulo 9
Reencontro minha maior inimiga


Notas iniciais do capítulo

LEIAM AS NOTAS FINAIS!!!11onze11!!!
(Voltamos aos POVs somente da Anddie)



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A tal da Beatriz disse pelo menos uns quinze agradecimentos enquanto observava os dentes brilhantes do drakon. Antes de começar o feitiço para me transformar em humana outra vez ela permitiu que, um por um, meus amigos tomassem banho, e deu um jeito de arranjar roupas idênticas às que eles usavam antes para que eles vestissem outra vez.

Quando todos já estavam novamente na entrada da cabana Beatriz sorriu e olhou para mim.

– Pronta para voltar a ser humana?

Mais pronta impossível, querida!

Ela murmurou algumas coisas e eu senti que estava crescendo e tomando forma humana. De um minuto para outro eu me olhei novamente e vi que eu era humana de novo.

– ALELUIA! – gritei, fazendo uma dancinha ridícula enquanto me analisava por inteiro, para ter certeza de que eu era mesmo uma humana. Quando tive essa certeza eu dei um forte abraço em Beatriz. – Obrigada, obrigada, obrigada!

Ela riu e me soltou.

– É o mínimo que posso fazer por vocês terem conseguido os dentes do drakon – disse ela, eu olhei para meus amigos e sorri. – Agora vão, vocês precisam ir.

Nos despedimos e seguimos viagem.

– E então, Anddie, qual foi a sensação de ser uma loba? – perguntou Natalie.

– Não foi lá grandes coisas, mas é interessante – dei de ombros e olhei para o Nico. – Você gostava de mim.

Ele corou.

– Sua memória de loba não falha, hein?

Eu sorri orgulhosamente.

– Também não posso me esquecer de perguntar: Qual a sensação de dormir com a cabeça no colo do Nico e “beijar” o rosto dele? – riu Louis, senti que estava corando.

– Eu deveria ter mordido os narizes de vocês enquanto podia.

Todos riram.

– Dá pra responder? – insistiu ele.

– Sobre a primeira pergunta: É o mesmo de você ser um bebê e dormir no colo de seu pai, só que um pouco melhor. E segunda pergunta: É o mesmo que beijar a bochecha de alguém, só que ao invés disso você usa uma língua canina.

– Não me satisfaz – ele fez uma careta maliciosa.

– Credo, como vocês são maliciosos – comentou Annabeth.

– Em 1940 não era assim! – disse eu e todos rimos novamente.

– Agora a gente para e pensa: Como a Anddie e o Nico são velhos – disse Percy.

– Ugh, crianças, nós vivemos mais que vocês – disse Nico, fazendo uma voz rouca e envelhecida, mais risadas. Nós seis parecíamos crianças retardadas que riem de tudo.

– Sabemos de tudo – eu sorri. – Muito mais do que vocês sabem.

– Não! – resmungou Natalie. – Eu sou filha de Atena, cale a boca.

– Brigaaaa – cantarolou Percy.

– Cale a boca, Percy – mandou Annabeth.

– O quê? Hã? – disse Nico, parecia sonolento de repente.

– É impressão minha ou tem unicórnios correndo por aqui? – perguntou Louis. Eu olhei em volta, o cenário lentamente começava a mudar.

– Gente, onde estamos? – perguntei.

– TERRA DOS DOCES! – gritou Percy. – AI MEUS DEUSES, DOCES! AZUIS!

O céu era rosa cheio de nuvens com rostinhos e haviam doces por toda a parte; Nas árvores, nascendo no chão. Em tudo. Também haviam unicórnios coloridos que corriam por ali e outras criaturas fofinhas que me faziam me sentir em algum desenho de criança.

– Doces? – perguntou Nico, ainda sonolento. – Estou com sono...

– Não, está errado – olhei para Annabeth, mas ela também estava em transe. – Terra Mágica, que merda!

Nico cambaleou e eu o segurei, lentamente ele começava a fechar os olhos, dei um tapa em seu rosto, fazendo com que ele acordasse – do transe e do sono.

– Mas quê diabos...? – ele olhou em volta e arregalou os olhos.

– Unicórnios! – exclamou Natalie animadamente.

– Doces! – exclamou Annabeth com um sorriso maior que a cara no rosto.

– Que lugar é esse? – perguntou Nico.

– É a Terra Mágica – disse uma doce voz feminina atrás de nós, nós nos viramos e encaramos uma garotinha de uns dez anos. Cabelos rosa clarinhos e olhos da mesma cor, segurando um cajado dourado com uma rosquinha doce na ponta e usando um vestido também rosa clarinho e SAPATILHAS TAMBÉM ROSA CLARINHO, CARAMBA.

– Maggie – disse eu, estreitando os olhos. – Você?

– Ah, não, você de novo não – ela revirou os olhos. – Eu vou precisar te prender outra vez pra você aprender a não arruinar todo o meu país mágico?

Maggie olhou para Nico e sorriu de orelha a orelha.

– Mas você eu não conheço. Como você é lindo.

Ele corou.

– Encoste suas nadadeiras nele e eu acabo com você, sua piranha – rosnei.

– Andrômeda, ela é só uma criança – disse Nico.

– Não, idiota, ela não é só uma criança – praguejei em grego antigo. – Maggie, tire-nos daqui agora.

– Mas seus amigos parecem tão felizes – sorriu ela. – Vou dar para eles a liberdade de se aventurarem um pouco pela Terra Mágica.

– NÃO! – gritei, mas Maggie me ignorou, estalando os dedos. Louis, Natalie, Annabeth e Percy desapareceram. Eu peguei Maggie pelo pescoço, ela me olhou, aterrorizada. – Devolva meus amigos, sua desgraçada.

Ela riu com vontade e bateu com o cajado no chão, eu cambaleei para trás e caí por cima de Nico.

– Para onde você levou os meus amigos? – perguntei.

– Em algum canto por aí – respondeu Maggie, dando de ombros. – Agora meus servos vão ter que te prender outra vez, então?

– Dessa vez eu estou armada, Maggie – disse eu, arrebentando minha pulseira, minha espada de ferro estígio cresceu na minha mão. – Eu era só uma criança quando vim parar aqui pela primeira vez.

– Do quê você está falando? – perguntou Nico, mas eu o ignorei.

– Então – Maggie ignorou o fato de eu estar segurando uma espada. – Você vai para a minha prisão e o seu amiguinho vai vir comigo, não é mesmo?

Tampei os olhos de Nico.

– Não olhe nos olhos dela! – mandei, ele afastou minha mão e desviou o olhar de Maggie. Ela praguejou.

– Eu vou levá-lo a força se ele não for numa boa – rosnou Maggie.

– Nico – chamei. – Você não vai!

– Você não manda em mim – ele olhou nos olhos de Maggie.

– NÃO! – tornei a gritar. – Maggie, sua desgraçada, por quê você fez isso?!

– Ah, querida, não tenho tempo para suas manhas – sorriu Maggie. – Vamos nos divertir muito, garoto.

– Sim, vamos – sorriu Nico, eu caí de joelhos no chão, derrotada, e senti meus olhos se enxerem de lágrimas. Nico me olhou com desprezo enquanto eu me levantava outra vez e apontava minha espada para Maggie. – Andrômeda, não a machuque.

– Cale a boca – mandei. – Se é pra você ficar me estressando então é melhor você ficar ao lado dessa monstra.

Eu me arrependeria mais tarde de estar tratando-o assim, mas eu sabia que na Terra Mágica não se podia mais dar mole para ninguém, nem para seus próprios amigos. Me partia o coração ter que tratar Nico mal, mas era pelo bem dele.

– Por quê você está me tratando assim? – perguntou. – Anddie, eu, eu...

– Não! – exclamou Maggie. – Garoto resistente, olhe para mim.

– Não olhe! – insisti, puxando Nico para mim e fazendo-o olhar nos meus olhos. – Nico di Ângelo, pelo seu próprio bem, não olhe nos olhos dela.

– Não escute essa estúpida, olhe para mim.

– Nico, por favor – pedi. – Você confia em mim, não confia?

– E-Eu...

– VOCÊ NÃO CONFIA! – gritou Maggie. – Garoto, olhe para mim, essa garota não presta.

Nico parecia mais confuso do que eu na primeira vez que eu vim parar na Terra Mágica. Mas por fim ele fez o que eu menos queria que eu fizesse. Ele me ignorou e voltou a olhar para Maggie, que sorriu, satisfeita.

– Sua força de vontade não tem poder aqui – disse Maggie para mim. – Seu amigo está sob meus poderes agora.

– Não... – murmurei e dei outro tapa no rosto de Nico, fazendo-o olhar para mim novamente. – Nico, por favor, não olhe para ela, ela quer te colocar contra mim.

– Contra você? – perguntou ele. – Mas...

– Não dê ouvidos à ela, ela é louca! – insistiu Maggie, eu acertei em cheio o ombro dela. Ela urrou e começou a crescer um pouco, até tomar a forma de uma linda garota de dezesseis anos. – Nico di Ângelo, não ouça ela.

Nico a olhou e seus olhos brilharam. Não, não e não!

– Maggie – rosnei. – Não encoste no Nico ou eu...

Mas Maggie não me deu ouvidos, então ela tomou outra forma e se transformou em mim.

– Nico – disse ela com a voz definitivamente igual a minha. – Aquela garota ao seu lado é a Maggie, não dê ouvidos à ela, venha até mim, você sabe dos meus sentimentos por você. Eu te amo, Nico.

Gritei uns bons palavrões para Maggie, mas tanto ela quanto Nico me ignoraram. Nico não parecia estar em transe completo, mas ele estava acreditando na Maggie.

– Anddie – sorriu ele, se aproximando dela. – Quanto eu tempo esperei para isso acontecer.

– Ah, fala sério – revirei os olhos. – Nico, você vai mesmo acreditar nela?

– Você é a Maggie – disse ele. – Saia do nosso caminho, me deixe ficar com a Anddie.

– Maravilha, hein – alterei a voz, meu coração parou assim que ele a beijou. ELE. ESTAVA. BEIJANDO. A. MAGGIE. CACETE. – NÃO, NICO, ELA É MAGGIE, PARE COM ISSO!

Eu fraquejei e deixei minha espada cair no chão, quando eles se soltaram Maggie abriu um sorriso maior que a cara e olhou para mim.

– Desculpe, derrotada – disse ela. – Acho que você não se importa se eu roubar o seu amor, não é mesmo?

Sequei furiosamente algumas lágrimas que teimavam em escorrer.

– Ele não está em transe – disse eu. – Maggie, como você pôde?

– Da mesma forma que você tirou de mim o Edward quando você tinha somente seis anos, sua safada – respondeu Maggie. – Eu só estou me vingando.

– Eu tinha seis anos e o matei, você deve ter uns quinhentos anos e está ficando com o garoto que eu... Eu... – vacilei. – Você me paga, Maggie.

Era estranho como eu conseguia me lembrar tão bem da Terra Mágica, mas não de qualquer outras coisas que aconteceram comigo dos dez anos para baixo.

– Espere, você é a Maggie? – perguntou Nico, agora olhando para mim. – E você é a Anddie!

– Nico, eu sou a Andrômeda! – dissemos em uníssono.

– Ai, meus deuses... – murmurou ele. – Quem aqui é quem?

– Você acabou de beijar a Maggie, seu idiota – xinguei. – Eu sou a Andrômeda.

– Não, ela é a Andrômeda – ele olhou para a Maggie outra vez. Agora sim ele estava em transe.

– Adeus – ela forçou um sorriso cínico e estalou os dedos, a cena em minha volta mudou e agora eu estava de volta à prisão depois de uns cinquenta anos (porque eu havia ido parar na Terra Mágica antes do Cassino Lótus), mas ainda conhecia muito bem aquele lugar.

Eu gritei de raiva e tristeza e me bati na parede, começando a chorar. Não! Eu havia perdido o Nico para aquela monstra!

Tudo bem, ele estava em transe, m-mas quando ele a beijou ele não estava em um transe completo, poxa. Maggie na verdade é uma dragão que se passa por meninas bonitas, ou meninos, para seduzir as pessoas que aparecem na Terra Mágica e depois transformá-los em dragões como ela. Eu não suportava imaginar Nico com aquela desgraçada, e depois ele virando em dragão.

Não que eu o amasse do tipo Percy e Annabeth, há há, imagina, né.

Quem eu quero enganar? Cara, eu sou totalmente ridícula.

Olhei para a espada em minhas mãos e comecei a pensar em um jeito de sair da prisão. Quando eu tinha seis anos havia sido muito mais fácil, mas agora...

Uma ideia se acendeu na minha cabeça e eu olhei para fora da cela.

– Maryana – chamei, eu sabia que minha antiga amiga ainda estava lá. Uma senhora de uns cinquenta ou sessenta anos com uma expressão acabada apareceu na cela na minha frente.

– Quem é você? – perguntou minha antiga amiga, eu sorri, emocionada.

– Sou eu, Mary, sou a Andrômeda – respondi.

– Mas como?

Eu comecei a explicar tudo para ela, e expliquei inclusive minha triste situação por ali.

– Eu juro que eu vou tentar tirá-la daqui outra vez – jurei assim que terminei de contar.

– Você sabe que não é possível – ela fungou.

– Mary... – solucei. – Eu não consigo acreditar que tudo isso é real. Agora o garoto que eu amo deve estar ao lado da minha maior inimiga, e eu estou aqui.

– Você vai sair dessa – sorriu Mary. – Agora vamos lá, Andrômeda, você tem trabalho a fazer.


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Notas finais do capítulo

Gente, poderiam ler e blá blá blá minha nova fanfic http://fanfiction.com.br/historia/475486/A_Portadora_de_Segredos/ ? Por favor, adoraria leitores nela também. ^^