Ladra De Salto escrita por Lily Evans
Notas iniciais do capítulo
HEY! Fiquei tão feliz com os comentários que resolvi postar hoje, continuem assim ;)
Annabeth.
Meu sonho se iniciou com uma lembrança antiga de dez anos atrás.
Naquela tarde o sol estava fraco e o céu azul livre de nuvens, um dia perfeito para caminhar na praia.
Meu pai, Frederick, e eu caminhávamos pela beira do mar. Ele segurava um balde pequeno, o qual eu enchia de conchinhas.
– Olha o que eu achei papai! – A pequena Annabeth estendeu uma concha fechada para ele.
– Uau! - Ele a pegou de sua mão e analisou a mesma com todo o cuidado do mundo. – Isso é demais minha querida. Você sabe quem iria gostar de uma dessas?
– Quem?
– Sua mãe.
– Então nós temos que dar para ela. – Frederick sorriu e concordou com a cabeça colocando a concha de volta em minha mão.
Saí correndo pela areia feliz da vida por ter encontrado algo tão raro. Meu pai estava logo atrás de mim.
– Mamãe! – Pulei no colo de Atena. Ela estava sentada lendo um livro de arquitetura.
– Quanta empolgação mocinha! – Minha mãe tocou a ponta de meu nariz com o dedo indicador.
– Olha o que eu achei. – Estendi a concha para ela.
– Mas que maravilha – ela sorriu.
– Sabíamos que você ia gostar. – Meu pai a beijou.
Quando eles se separam, Atena me deu um beijo no alto da cabeça.
– Chega de praia por hoje. – Disse meu pai.
Então tomamos a decisão mais idiota do dia, ir embora.
Digamos que estávamos no lugar errado na hora errada.
No calçadão da praia estava rolando um tiroteio. A rua estava um caos, as pessoas gritavam e tentavam se esconder onde e como podiam.
– O que está acontecendo? – Minha mãe perguntou ao meu pai.
– Vamos. – Ele puxou minha mãe, preocupado.
Atena me colocou no colo e então começamos a correr. Meu pai achou um lugar seguro para nos escondermos, ou ao menos parecia seguro.
Minha mãe me abraçou, e Frederick se colocou na frente de nós duas. Depois de alguns minutos um policial se aproximou. Ele ficou nos observando por alguns instantes, e então fez algo incompressível, algo que não o fez ganhar nada, algo que me fez perder muito.
Ele atirou em meu pai.
X
Acordo sobressaltada. Uma lágrima involuntária escorre pela minha bochecha. Penso sobre o sonho, minha mãe e em tudo o que me tornei.
Depois daquele dia, minha mãe enlouqueceu, literalmente, ela foi mandada para um sanatório. Ainda está viva, mas são raras às vezes em que eu consigo visita-la.
Eu estava sozinha no mundo com apenas seis anos de idade.
Jamais consegui esquecer os olhos do policial que matou meu pai, negros e frios, isento de expressão. Até hoje eu o procuro, aliás, me tornei uma criminosa por causa dele.
Uma mão pousa em uma das minhas coxas. Olho e encaro com ódio o olhar do policial que me capturou.
– Não precisa chorar, lá não é tão ruim, eu disse aquilo para te assustar.
Olho para mão pousada em minha perna, e depois volto a encara-lo.
– Tudo bem. – Percy tira a mão de lá e volta a olhar para janela.
Percebo que nos afastamos da cidade. Depois de um tempo chegamos a uma espécie de fazenda. Não consigo ver mais do que isso, já que a noite está escura.
A loira falsa para o carro, e desce.
Olho para Percy, e mesmo com a escuridão seus olhos verdes brilham intensamente.
– Chegamos. – Ele sorri de canto. – Espere aqui.
– E para onde mais eu iria? Você me trouxe para o meio do mato. – Respondi seca.
O garoto sai do carro sem dizer nada.
O policial ruivo abre a porta e me puxa bruscamente. Todos os cinco me encaram, a loira, o ruivo, nariz sangrento e os outros dois.
– Que rostinho bonitinho. – Diz o de cabelos castanhos. – Seria uma pena se alguém o machucasse... – Ele se vira para nariz sangrento. – Johanna, você quer fazer as honras?
– Com certeza.
A loira e o ruivo seguram meus braços. Fecho os olhos antes mesmo de o soco de Johanna atingir meu estômago. Minha visão fica turva.
– Me sinto muito melhor James. – Ela sorri diabolicamente.
O policial de cabelos castanhos se aproxima, seu nome era James.
– Acho que devo experimentar também. – Ele se preparou para me dar um chute. Seu pé atingiu meu estômago, e não suportando a dor vomitei.
O ruivo e a loira soltaram meu braço.
– A porquinha vomitou? Agora é minha vez. – Disse a loira me forçando a olhar para seu rosto. Ela armou um chute que teria acertado meu rosto, se alguém não tivesse segurado sua perna no meio do caminho.
– O que vocês pensam que estão fazendo? – Reconheci a voz quase de imediato. Percy.
– Só nos divertindo um pouco. – Johanna respondeu dando de ombros.
– Vocês todos são um bando de imbecis. – Ele me ajudou a levantar, e depois me arrastou para um portão gigante.
O cheiro do vômito espalhado por minha blusa preta começa a subir. Eu mal consigo andar, estou zonza e meu estomago dói. Tropeço três vezes em meu próprio pé.
– Você não está nada legal. – Percy para de repente.
– Você acha? – Respondo com sarcasmo na voz. Sangue escorre pelo meu queixo, só agora eu o havia percebido.
O garoto rola os olhos e me pega no colo.
– Em qualquer outra circunstância eu te daria um chute nas bolas por isso. – Falo em meio às tossidas.
Percy sorri para mim.
Fecho os olhos enquanto a caminhada não termina, o que parece durar horas, mas eu sei que se passaram só alguns minutos.
– Chegamos. – Ele me coloca no chão, e abre a porta de um quarto.
É simples. Cinza e monótono, com um criado mudo ao lado da cama à esquerda e um banheiro.
– Por hoje você fica aqui. – Diz o moreno retirando as algemas. – Amanhã eu volto para te ver.
– Sonhe comigo. – Falei irônica.
Percy segura meus braços e se aproxima.
– Pode ter certeza. – Sussurra em meu ouvido, e em seguida sai.
Vou até o banheiro, tomo um banho rápido e procuro algo limpo para vestir. Encontro um macacão laranja o visto e me deito na cama. E só então me permito chorar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Coitada da Annabeth. Já aviso que esse é só o início da... Tortura. Nos vemos no próximo :3