Ladra De Salto escrita por Lily Evans


Capítulo 2
Capítulo 2 - Lembranças.


Notas iniciais do capítulo

HEY! Fiquei tão feliz com os comentários que resolvi postar hoje, continuem assim ;)



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Annabeth.

Meu sonho se iniciou com uma lembrança antiga de dez anos atrás.

Naquela tarde o sol estava fraco e o céu azul livre de nuvens, um dia perfeito para caminhar na praia.

Meu pai, Frederick, e eu caminhávamos pela beira do mar. Ele segurava um balde pequeno, o qual eu enchia de conchinhas.

– Olha o que eu achei papai! – A pequena Annabeth estendeu uma concha fechada para ele.

– Uau! - Ele a pegou de sua mão e analisou a mesma com todo o cuidado do mundo. – Isso é demais minha querida. Você sabe quem iria gostar de uma dessas?

– Quem?

– Sua mãe.

– Então nós temos que dar para ela. – Frederick sorriu e concordou com a cabeça colocando a concha de volta em minha mão.

Saí correndo pela areia feliz da vida por ter encontrado algo tão raro. Meu pai estava logo atrás de mim.

– Mamãe! – Pulei no colo de Atena. Ela estava sentada lendo um livro de arquitetura.

– Quanta empolgação mocinha! – Minha mãe tocou a ponta de meu nariz com o dedo indicador.

– Olha o que eu achei. – Estendi a concha para ela.

– Mas que maravilha – ela sorriu.

– Sabíamos que você ia gostar. – Meu pai a beijou.

Quando eles se separam, Atena me deu um beijo no alto da cabeça.

– Chega de praia por hoje. – Disse meu pai.

Então tomamos a decisão mais idiota do dia, ir embora.

Digamos que estávamos no lugar errado na hora errada.

No calçadão da praia estava rolando um tiroteio. A rua estava um caos, as pessoas gritavam e tentavam se esconder onde e como podiam.

– O que está acontecendo? – Minha mãe perguntou ao meu pai.

– Vamos. – Ele puxou minha mãe, preocupado.

Atena me colocou no colo e então começamos a correr. Meu pai achou um lugar seguro para nos escondermos, ou ao menos parecia seguro.

Minha mãe me abraçou, e Frederick se colocou na frente de nós duas. Depois de alguns minutos um policial se aproximou. Ele ficou nos observando por alguns instantes, e então fez algo incompressível, algo que não o fez ganhar nada, algo que me fez perder muito.

Ele atirou em meu pai.

X

Acordo sobressaltada. Uma lágrima involuntária escorre pela minha bochecha. Penso sobre o sonho, minha mãe e em tudo o que me tornei.

Depois daquele dia, minha mãe enlouqueceu, literalmente, ela foi mandada para um sanatório. Ainda está viva, mas são raras às vezes em que eu consigo visita-la.

Eu estava sozinha no mundo com apenas seis anos de idade.

Jamais consegui esquecer os olhos do policial que matou meu pai, negros e frios, isento de expressão. Até hoje eu o procuro, aliás, me tornei uma criminosa por causa dele.

Uma mão pousa em uma das minhas coxas. Olho e encaro com ódio o olhar do policial que me capturou.

– Não precisa chorar, lá não é tão ruim, eu disse aquilo para te assustar.

Olho para mão pousada em minha perna, e depois volto a encara-lo.

– Tudo bem. – Percy tira a mão de lá e volta a olhar para janela.

Percebo que nos afastamos da cidade. Depois de um tempo chegamos a uma espécie de fazenda. Não consigo ver mais do que isso, já que a noite está escura.

A loira falsa para o carro, e desce.

Olho para Percy, e mesmo com a escuridão seus olhos verdes brilham intensamente.

– Chegamos. – Ele sorri de canto. – Espere aqui.

– E para onde mais eu iria? Você me trouxe para o meio do mato. – Respondi seca.

O garoto sai do carro sem dizer nada.

O policial ruivo abre a porta e me puxa bruscamente. Todos os cinco me encaram, a loira, o ruivo, nariz sangrento e os outros dois.

– Que rostinho bonitinho. – Diz o de cabelos castanhos. – Seria uma pena se alguém o machucasse... – Ele se vira para nariz sangrento. – Johanna, você quer fazer as honras?

– Com certeza.

A loira e o ruivo seguram meus braços. Fecho os olhos antes mesmo de o soco de Johanna atingir meu estômago. Minha visão fica turva.

– Me sinto muito melhor James. – Ela sorri diabolicamente.

O policial de cabelos castanhos se aproxima, seu nome era James.

– Acho que devo experimentar também. – Ele se preparou para me dar um chute. Seu pé atingiu meu estômago, e não suportando a dor vomitei.

O ruivo e a loira soltaram meu braço.

– A porquinha vomitou? Agora é minha vez. – Disse a loira me forçando a olhar para seu rosto. Ela armou um chute que teria acertado meu rosto, se alguém não tivesse segurado sua perna no meio do caminho.

– O que vocês pensam que estão fazendo? – Reconheci a voz quase de imediato. Percy.

– Só nos divertindo um pouco. – Johanna respondeu dando de ombros.

– Vocês todos são um bando de imbecis. – Ele me ajudou a levantar, e depois me arrastou para um portão gigante.

O cheiro do vômito espalhado por minha blusa preta começa a subir. Eu mal consigo andar, estou zonza e meu estomago dói. Tropeço três vezes em meu próprio pé.

– Você não está nada legal. – Percy para de repente.

– Você acha? – Respondo com sarcasmo na voz. Sangue escorre pelo meu queixo, só agora eu o havia percebido.

O garoto rola os olhos e me pega no colo.

– Em qualquer outra circunstância eu te daria um chute nas bolas por isso. – Falo em meio às tossidas.

Percy sorri para mim.

Fecho os olhos enquanto a caminhada não termina, o que parece durar horas, mas eu sei que se passaram só alguns minutos.

– Chegamos. – Ele me coloca no chão, e abre a porta de um quarto.

É simples. Cinza e monótono, com um criado mudo ao lado da cama à esquerda e um banheiro.

– Por hoje você fica aqui. – Diz o moreno retirando as algemas. – Amanhã eu volto para te ver.

– Sonhe comigo. – Falei irônica.

Percy segura meus braços e se aproxima.

– Pode ter certeza. – Sussurra em meu ouvido, e em seguida sai.

Vou até o banheiro, tomo um banho rápido e procuro algo limpo para vestir. Encontro um macacão laranja o visto e me deito na cama. E só então me permito chorar.


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Notas finais do capítulo

Coitada da Annabeth. Já aviso que esse é só o início da... Tortura. Nos vemos no próximo :3



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