Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 8
Chapter 8 - Twenty Questions


Notas iniciais do capítulo

Haha, esse capítulo eu tava inspirada. Eu não revisei direito esse cap pq a Laís tava muito louca para ler e eu tive que postar com uma rápida revisão ou ela jogava uma onda em mim z

Até agora, esse é o maior da fic. Continuem dando reviews e uma recomendação cairia bem, sabia?

GOGOGO



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–Afrodite pediu uma missão. – anunciou Quíron.

Ele havia pedido uma reunião na sala de recreação com os conselheiros de cada chalé e Rachel, o Oráculo, em volta da velha mesa de ping pong. A Deusa havia mandado uma mensagem de Íris para Quíron um tanto... Alterada. Ela disse que seu poder sobre a beleza estava ficando fraco, o que a deixava um tanto menos bonita. Ainda tinha seu poder sobre o Charme, mas fora rebaixada a atriz de televisão, em quesito de beleza, não uma... Uma Deusa.

–Uma missão para quê? – perguntou Katie Gardner, do chalé de Deméter.

–Seu espelho foi roubado. – respondeu Quíron.

–Hum... Ok, uma missão para achar um espelho? – perguntou Butch, do chalé de Íris.

–Acho que não me fiz claro o suficiente, o espelho de Afrodite...

–É sua maior fonte de poder, - completou Piper – é com ele que ela controla a beleza e o charme, de tudo. Diferente do que parece, Afrodite também é guerreira... Alguns de seus filhos também são assim. O espelho também é uma arma. Um presente de Ares, para manter a beleza de sua amada e, ainda assim, deixá-la uma guerreira. Exatamente o tipo que ele gosta.

Clarisse, do chalé de Ares, e Leo reviraram os olhos. Clarisse não era fã de Afrodite, na sua opinião, ela tirava a identidade do pai. E Leo achava ridícula a idéia de trocar um cara inteligente, criativo e habilidoso por um monte de armas escroto e barraqueiro.*

–Eu mesmo não conseguiria ter posto em palavras melhores, Piper, obrigado. – disse Quíron.

–E onde está esse espelho? – perguntou Travis Stoll, do chalé de Hermes.

–Bem aqui, no acampamento. Charlotte Madison, do chalé de Afrodite, chegou com ele. Esse espelho não deveria estar com ela, mas Charlotte alega que se recorda de tê-lo desde pequena. Acho que alteraram sua memória.

–Charlie é bem bonita, não acha? – sussurrou Will Solace para Connor, o irmão de Travis. – estou pensando em convidá-la para sair.

–Você tem sorte, se conseguir. – sussurrou Connor de volta, sorrindo.

Leo sentiu suas mãos esquentando e uma enorme vontade de socar aqueles dois, mas se distraiu ao ver Piper o encarando com as um sorriso debochado. Ele olhou para ela com as sobrancelhas erguidas, em uma expressão que perguntava “o quê?”.

Ela balançou a cabeça e deu de ombros, rindo.

–Bem, é muito simples. Se o espelho está aqui, nós só temos de levá-lo até o Olimpo, para Afrodite. Nada de mais.

–Creio que não seja tão fácil, minha cara Clarisse. Afrodite foi roubada, ela vai querer saber quem foi e vai querer se vingar. Além disso, Afrodite não fica no Olimpo fora dos solstícios. Na sua opinião, não há nada de interessante e apaixonante em ficar naquele lugar.

–Nada de interessante. Vou mostrar para ela. – murmurou Annabeth. É ela que está trabalhando na nova arquitetura do Olimpo.

–E quem vai nessa missão? – perguntou Percy.

–Mal saiu de uma guerra e já quer embarcar numa missão, Persiana? Você não perde uma. – ironizou Clarisse.

–Eu não disse que vou nessa missão. O que mais quero, é paz e tranquilidade. E é Percy.

–Tanto faz.

–O fato é que eu vou pedir ao nosso querido Oráculo – disse ele, indicando Rachel, que estava no canto da sala. – para nos dar uma profecia, se possível, após o Capture a Bandeira desta noite.

Clarisse deu um olhar desafiador pela mesa.

–Por hora, vocês estão dispensados.

***

–Eu já estou cansada disso! Por que ninguém nunca me conta nada? – perguntou Charlie, depois que Piper lhe contou sobre a missão.

–É apenas um aviso, talvez seja você que vá para missão.

–Deuses. – suspirou Charlie, passando as mãos nos cabelos. – Bom, eu tenho de ir, tenho treino de Arco e Flcha com Quíron.

–Isso me lembra, cuidado para não fazer o chalé de Apolo inteiro de apaixonar por você.

–O que quer dizer? – perguntou Charlie, de cenho franzido.

–Bem, está chegando a noite de fogos do 4 de Julho.

–E, pelo amor de Afrodite, o que isso tem a ver? – perguntou Charlie rindo.

–Will Solace, do chalé de Apolo, que chamar você para sair. Eu te aconselho a escolher outro convite que vai receber, ele vale mais a pena. – disse Piper sorrindo, ela virou e se afastou.

Charlie caminhou até o treinamento, pensando no que Piper estava falando. Quíron distribuía alguns arcos aos campistas. Ele usava uma camiseta que fez Charlie esquecer, momentaneamente, do seu desapontamento com Quíron. Era uma camiseta verde limão com os dizeres: “Minhas outras pernas são de burro!”

Ele entregou o arco para Charlie que, em seguida, se aproximou de Ally. Ela havia melhorado bastante com o arco e, igualmente, com a adaga.

–Com quem seu chalé esta no Capture a Bandeira? – perguntou Ally, transformando sua lâmina e um arco com o pequeno dispositivo que girava.

–Atena conseguiu nos convencer dessa vez, mas acho que é porque Piper prefere Annabeth a Clarisse.

–Bem, Percy e Annabeth não se separam então...

–Apolo e Hefesto estão com Ares, o que é raro, vendo as desavenças entre os deuses.

–Vai estar interessante.

Ally e Charlie sorriram, ela percebeu Will olhando para ela. Ela engoliu em seco e deu um leve sorriso, cumprimentando-o. Não é que ela não gostasse de Will, ele era legal e divertido, mas como um amigo. Se ele, realmente, chamasse Charlie para sair, como Piper disse, ela duvidava se conseguiria dizer não.

O treinamento foi tudo bem, os de Apolo sempre acertando as flechas, Ally sendo tão boa quanto eles e Charlie sendo a ovelha negra das habilidades de arqueiros. O que ela teria, em seguida era fabricação de armas, com o chalé de Hefesto. Não, Charlie também não era boa em fabricar alguma coisa, mas apenas o fato de estar com o Le... Chalé de Hefesto, ótimas pessoas, muito habilidosas, a deixava feliz.

–Charlotte, minha querida! – disse Leo, se aproximando e colocando o braço em volta dos ombros dela.

–Deuses, Charlie, Leo. Charlotte é... bizarro.

–Fiquei sabendo que é francês.

–Algo assim, mas isso não faz dele menos bizarro.

–Ah, vai, Charlie... É um nome legal... Diferente.

–Mais bonito que Leo. – comentou ela.

–NADA é mais bonito que o nome Leo, a não ser, é claro, o dono. – disse ele, dando uma leve piscadinha.

–Convencido.

–Seguro de si, é diferente.

Eles riram.

–O que você vai me ensinar hoje, Batman?

–A salvar o mundo do Coringa, mentira. Eu não sei, uma codorna de bronze?

–Nossa, uma codorna? De onde tirou isso?

–É o símbolo do meu pai, salta engraçado que nem ele.

–Ahm... E pra quê uma codorna?

–Pra se lembrar de mim.

–Ah... Muito útil.

–Eu sei! Imagina! Ficar vinte e quatro horas, por dia, com uma codorna te seguindo para você sempre se lembrar de mim. Que presente maravilhoso.

Charlie riu mais.

Eles entraram na forja e Leo realmente fez uma codorna para Charlie. Eles demoraram um pouco para conseguir fazer alguma coisa, afinal, nenhum dos dois sabia o que era uma codorna. Leo não a fez um autômato, então, graças aos Deuses, ela não ia seguir Charlie em tudo quanto era lugar. A miniatura era bem pequena, cabia no bolso. Charlie sabia que, uma vez que ela ficasse com a pequena codorna, ela nunca ia soltá-la.

–Cara, esse bicho é tão fofo. – murmurou Charlie, segurando a miniatura na palma da mão, na altura dos olhos.

–Você vai me fazer uma pomba.

–Eu não sei nem fazer uma codorna, você foi quem fez todo o trabalho. E ficou divino.

–Obrigado. Ainda quero a minha pomba.

Ela riu e guardou a codorna no bolso.

–Eu vou te dar uma. Obrigada, Leo. – ela ficou na ponta dos pés, não acreditando na própria audácia, e deu um beijo em sua bochecha. – Tenho um tempo livre agora, vamos dar uma volta no lago?

–Uh... Duh...

–Vou entender isso como um sim. – disse ela sorrindo, ela puxou seu pulso. Ela não teve coragem de pegar sua mão. Mil pensamentos passavam pela cabeça de Charlie, nenhum fez sentido. O que era aquilo que estava acontecendo? Esse nervosismo? Ela sentir que era demais dar um beijo em um amigo? Bem, ela suspeitava de algo, mas aquilo não a agradou. Ainda mais se essa história de Calipso for real.

Eles se sentaram no píer do lago, os pés descalços balançando na água enquanto o sol começava a se pôr. Leo mexia nervosamente nas coisas que tirava de seu cinto, Charlie enrolava, distraidamente, uma mecha em seu cabelo.

–Você falou com a Calipso? – perguntou Charlie.

–Não... Eu nem vejo mais ela, para falar a verdade.

–Ás vezes eu tenho um vislumbre dela me assassinando com o olhar.

–Ela ainda te culpa?

–Pelo que parece.

–Nossa... Eu não fazia menor ideia de que ela era assim...

–Possessiva?

Ele afirmou.

–Eu me sinto mal, por ter dito a ela que vocês estavam de cabeça quente. Que vocês iam se resolver. Sinto como se tivesse mentido.

–Eu, realmente, não vejo como eu voltar com ela. Talvez terminar essa história de briga, mas não sei se vai ser sem essa coisa de ciúmes da parte dela.

–Se você não tentar, nunca vai saber.

–E se eu não quiser mais tentar?

Eles ficaram em silêncio. Charlie, não pode deixar de dar um sorriso, mesmo que aquilo soasse cruel, Leo não ia voltar com Calipso. Leo olhou para ela e, vendo ela sorrindo, sorriu também. Charlie começou a rir.

–O quê? Qual é a graça? – perguntou ele.

–Eu não sei. – respondeu ela, rindo mais.

–Eu tenho cara de palhaço? – perguntou ele, rindo também.

–Um pouco. – disse ela, recuperando o fôlego.

–Ha ha, muito engraçado. – disse ele, fazendo careta.

–Bobão. – disse ela, dando um leve empurrão nele.

–Ei, - disse ele. – acabo de perceber que não sei nada sobre você.

–O quê? – perguntou ela rindo.

–É sério, eu não sei nada sobre você, entretanto, somos amigos. Como isso?

–Ok, vamos fazer o jogo das 20 perguntas, está bem?

–Tudo bem.

–Eu começo... Número um: Onde você estava quando você veio para o acampamento?

–Escola da vida selvagem. Um lugar para crianças problemáticas. Encantador, não?... Ok, minha vez, de onde você é?

–Manhattan, Nova York. Quantos anos você tem?

–16. E você?

–15. Hum... Sua cor favorita?

–Minha cor favorita? Sério? Ok, ahm...Vermelho, eu acho. Deixa eu ver... Como é sua família?

Charlie parou um pouco. Sua família era algo complicado.

–Meu pai é um... Criador de softwares, o nome dele é Bob, eu tenho uma madrasta, Georgie, – ela sentiu um gosto amargo na boca ao falar o nome da mulher. – um ajudante, Mórfis e um amigo, Henry. E como é a sua família?

–Uau... Bem, minha mãe era dona de uma oficina, seu nome era Esperanza. Uma mulher adorável, se me permite dizer. Uma das melhores pessoas que eu conheci. Eu não tenho irmãos, além dos do Chalé 9 e minha tia me chama de diablo, legal né? Eu tinha uma babá psicótica, a Tia Callida, no final descobri que era Hera... É isso... Qual sua cor favorita?

–Meus... Deuses... A cor, de novo? Ok, eu ainda não respondi... É laranja, a cor da fruta. Qual é o seu lugar preferido, no mundo?

–O Bunker... Com certeza, aquele lugar é simplesmente... Especial. E o seu?

–Esse píer, nesse lago...

–Por quê?

–Isso me da o direito de duas perguntas diretas. – sorriu ela. – Ele simplesmente, é perfeito, agora.

–Vou levar isso para o lado pessoal.

–Convencido. Ok... minha vez, qual a sua comida favorita?

–Pizza.

–A minha também! É impossível não amar pizza! – eles riram. – Música favorita?

Wake me up when september ends, do Green Day.

–Essa música é tão… Bonita. – murmurou Charlie.

–Você já ouviu ela?

Ela afirmou.

–Quantas perguntas já foram? – perguntou Leo.

–Deixa eu ver... Com essa última, quinze.

–De quem é a vez?

–Agora dezesseis, é minha. Deixa eu ver... Filme favorito?

–Eu não gosto de filme de ação, parece uma afronta a minha pessoa e aos meus amigos por tudo que passamos. Aquilo é artificial. Mas eu gosto de filmes de terror. Esses de fantasmas, por exemplo, são batidos. É sempre a mesma coisa, mas eu gosto. Não tenho um favorito... E a sua música favorita?

Bring me to life, Evanescence. – respondeu ela, prontamente.

Leo a olhou, surpreso.

–Que foi? – perguntou ela.

–Evanescence, sério?

–Qual o problema?

–Pelo contrário, problema nenhum, isso é perfeito. É só que... Quase todas as filhas de Afrodite escutam essas... Bandas e cantores adolescentes, o dia todo, chega a dar dor de cabeça, sério. Daí chega você toda: “Eu gosto de Evanescence!” Deuses. – disse ele, sorrindo para Charlie.

–Eu não sou uma filha de Afrodite convencional. – sussurrou Charlie, no ouvido de Leo.

Um arrepio passou pelo corpo dele quando sentiu a respiração de Charlie tão perto. Ela se afastou um pouco, o suficiente para ficarem dois dedos de distancia do rosto um do outro. Charlie sorriu, timidamente, e em seguida, ouviu-se o sinal para o jantar.

–O jogo acabou, filho de Hefesto. – ela se levantou do píer, colocando suas sapatilhas outra vez, e se afastou pela trilha, de volta ao acampamento, deixando um Leo incrivelmente atordoado e feliz, encarando o próprio reflexo, enrubescido, na água.

***

Charlie sentia um leve desconforto na boca do estômago, não conseguia nem tocar na comida. O Pavilhão do Refeitório estava numa excitação enorme para o Capture a Bandeira. Só ela se sentia insegura? Não tivera uma luta real com a espada, e se não fosse útil em nada durante o jogo?

Annabeth e Piper disseram que ela iria ficar de guarda da bandeira, junto com outros 2 campistas, um de Atena e um de Poseidon, Ally. Depois de um tempo, a trombeta de caramujo soou. Todos se levantaram e ficaram parados ao lado de suas mesas. Annabeth entrou sorrindo no pavilhão, uma bandeira de seda prateada, com uma coruja e um ramo de oliveira estampados. Do outro lado, Clarisse entrou, também, com uma bandeira vermelha e uma cabeça de javali com uma lança sangrenta estampando.

–Essa bandeira do chalé de Ares é tão... Argh! – Charlie ouviu Drew comentando com Lacy, uma de suas irmãs do Chalé de Afrodite.

–Semideuses! – disse Quíron. – Vocês sabem as regras, até o riacho e a floresta inteira vale. Podem desarmar e usar como prisioneiro, o inimigo. Nada de amarrá-los ou amordaçá-los. Não é permitido matar ou machucar permanentemente. Vou ser o juiz e médico do campo de batalha. Armem-se!

Ele levantou as mãos e Charlie percebeu as mesas se encherem de armas, escudos, capacetes e armaduras. Campistas começaram a escolher seu equipamento a sua volta, alguns dos seus irmãos escolhiam vagarosamente a melhor armadura para combinar com suas roupas.

Charlie lançou um olhar hesitante por cima do ombro, para a mesa de Hefesto. Ela focalizou Leo, alheio a sua volta, parecia pensar em algo importante, mais importante que o Capture a Bandeira.

–Eu não tenho a menor ideia do que fazer. – murmurou ela para Piper.

A menina sorriu e pegou uma das armaduras.

–Aqui, tente essa. – Piper ajudou Charlie a por uma armadura vermelho-sangue com detalhes dourados. Não era tão ruim quanto parecia, marcava perfeitamente sua cintura e as alças davam a volta no pedaço de couro vermelho que cobria seu peito. – Ficou bem em você.

–É... É bem bonita, para uma armadura. – disse Charlie, Piper sorriu e pegou sua própria, que tinha detalhes laranja.

Por um momento, Charlie lembrou que a cor favorita de Leo era vermelho. Um sorriso se formou em seu rosto.

–Equipe Azul, sigam-me! – disse Annabeth.

Charlie sentiu alguém a observando, enquanto desembainhava sua espada, quando levantou seu olhar, viu Leo a olhando com um sorriso.

–Estou ridícula, te vejo depois. – disse ela sem emitir som.

Ele afirmou e ela foi atrás do seu grupo.

Eles estabeleceram a bandeira em uma pedra no centro de uma clareira. Charlie, o garoto de Atena e Ally fizeram um círculo em volta da bandeira. Charlie se lembrava de ter passado por aquela clareira quando ela e Leo iam para o Bunker. Naquele momento ela não percebeu, mas agora, com os três concentrados, estava bastante quieta. Permaneceu assim por uns cinco minutos, quando ela ouviu um galho quebrando atrás de si. Antes de poder fazer qualquer coisa, um leve ruído de algo fino cortando o ar a impediu. Uma flecha.

–Ally, não é para aleijá-los! – sussurrou o garoto de Atena.

–Desculpe Matt, mas mirar na perna não é bem aleijar, ele pode andar, dolorosamente, mas pode.

O garoto deu uma leve risada.

–Você o acertou? – perguntou Charlie.

–Pelo caminhar lento, para o outro lado, acho que sim.

–Boa garota.

Eles começaram a ouvir gritos e espadas retinindo, ao longe. Antes que pudesse raciocinar outra coisa, pelo menos 6 campistas do lado inimigo se aproximaram por todos os lados. Eram pelo menos dois para cada um. Ally soltava flechas aleatória a volta deles, algumas sônicas, outras que soltavam uma fumaça horrível.

–As flechas dessa garota não acabam? – reclamou um deles.

–Só está reclamando por que não consegue me vencer. – zombou Ally. – E, respondendo sua pergunta, não, elas não acabam. Um presente do meu pai, sabe?

Do outro lado, Charlie lutava com um garoto do chalé de Hefesto. Estava ficando complicado, o garoto era duas vezes maior que ela.

–O que está fazendo? – perguntou Charlie, usando o charme. – Eu estou atrás de você, por que esta esfaqueando essa pedra?

Ele olhou para trás, confuso. Charlie conseguira a distração que queria, com toda a força que pode reunir, deu um golpe na cabeça dele, com o punho da espada. O filho de Hefesto caiu, desacordado, no chão. Antes que Charlie pudesse recuperar os sentidos, ouviu o mesmo ruído que o arco de Ally fez, ao atirar. Uma coluna vermelha, chamejante, passou bem diante de seus olhos, incinerando o que devia ser as flechas. Ela ficou paralisada.

–L-Leo? – balbuciou ela.

O garoto lançou um olhar maroto, por cima do ombro, e deu um sorriso. Charlie sentiu seu coração acelerar.

–Um obrigado cairia bem, garota dos olhos coloridos.

Charlie piscou, confusa, seus olhos deveriam estar castanhos.

–O-Obrigada. – sussurrou ela.

Charlie o assistiu se afastar, floresta adentro.

“O que ele está fazendo? Poderia ter pegado a bandeira quando me distraiu.” Pensou ela. Mas, antes que pudesse raciocinar uma resposta, um filho de Apolo investiu contra ela.

–Olá, Nick, não deveria estar usando um arco? – perguntou ela, desviando o golpe.

Por um instante ele brandiu a espada como se fosse mesmo um arco.

–Não tente me enganar com o charme, Charlie. – disse ele a atacando.

–Por que não? – perguntou ela defendendo com a lâmina.

–Não é justo.

–Que pena. – disse ela, ironicamente.

Ele deu um giro com a espada, para tentar atacá-la pela esquerda, mas Charlie o defendeu.

–Você é melhor com um arco. – zombou ela.

–Decidi tentar uma espada, não está tão difícil como parece. – respondeu ele.

–Bem, porque você não para de tentar me derrotar e vem aqui me dar um beijo? – disse ela, usando o charme.

Ele hesitou por um instante. E começou a se aproximar de Charlie, ela conseguira, mais uma vez, o que queria. Ela estendeu a mão para a espada de Nick, com um rápido movimento a derrubou no chão e o puxou, prendendo-o na altura do pescoço com seu braço.

Charlie sabia que qualquer movimento brusco que Nick fizesse poderia se desvencilhar de seu braço. Mas ele parecia tanto atordoado quanto ainda sob os encantos do charme.

–Regra número um: Nunca deixe o inimigo te distrair. – disse ela, lembrando a primeira coisa que Annabeth dissera no treinamento. – Agora, por que você não vai dormir um pouco? Parece cansado.

–É... Dormir é uma boa ideia. – disse Nick. Charlie sentiu seu corpo pesar e o colocou no chão.

Matt a olhava, perplexo.

–Que foi? – perguntou ela.

–Isso foi... Brilhante! – disse ele.

–Obrigada. – sorriu ela. – Alguém conseguiu pegar a bandeira?

–Não, nós a defendemos bem. – gritou Ally, do outro lado.

Ao longe, se escutaram berros de felicidade, que se aproximavam rapidamente. Alguns minutos depois, Percy e Annabeth entraram correndo na clareira, seguidos pelo resto do time. A bandeira estava verde mar com um tridente azul no meio. Ally correu, sorrindo, e abraçou Percy, que depositou um beijo em sua testa. Ah, o amor fraternal é tão fofo, pensou Charlie.

Do outro lado da clareira, a equipe vermelha saiu da orla da floresta, Clarisse com uma cara de “tanto faz”, mas em seus olhos percebia-se o tamanho da raiva.

–O que houve com Nick? – perguntou Quíron, abrindo caminho entre os campistas, que festejavam.

–Ah, nada demais, só está dormindo. – disse Charlie, dando de ombros.

–Ela foi incrível usando o Charme. – disse Matt.

–Mas... Como dormindo? Como fez isso?

–Usei o dom da persuasão. – disse ela sorrindo, em seguida, se dirigiu ao grupo que se parabenizava.

De repente o silêncio decaiu sobre a clareira. Rachel se aproximava com uma forte aura verde, névoa da mesma cor ondulava sobre seus pés. Ela parou na frente de Nick, que começava a se levantar, sonolento, e disse:

O Rato, a Papoula e a Jovialidade juntos irão

E a Beleza encontrarão

Mas o que sumiu não será devolvido,

Irá desaparecer despercebido

E voltar pra casa, é o que vai ser decidido.


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Notas finais do capítulo

*MIL DESCULPAS, leitoras filhas de Ares u.u

Espero que tenham gostado e eu reforço o pedido das Notas Iniciais, deixem mais reviews ou uma recomendação :3

BRIGADA LAÍS, SUA LIAMDA, POR TER ME AJUDADO COM A PROFECIA



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