Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 23
Chapter 23 - Miss Missing You


Notas iniciais do capítulo

Bom, vamos começar. Gente, ta chegando na reta final da fanfic e eu não tenho orgulho em dizer que eu começarei a entrar em uma parte delicada como escritora já que vai ser a minha primeira fanfic terminada. Quero pedir desculpas por demorar tanto a postar mas é que não ta fácil, não ta mesmo. Ta muito complicado arranjar criatividade pra escrever algo realmente bom e que deixe tanto eu como escritora tanto vocês como leitoras satisfeitas. Não que eu esteja cobrando um review ou algo do tipo, mas deixa a gente com mais vontade de escrever se as pessoas demonstram gostarem, e, ultimamente, isso anda mais parado que as estátuas da Medusa -q Brincadeiras a parte, eu recebi um review que realmente me fez querer escrever mais a fanfic, por estar desapontando minhas leitoras com a minha demora. Mas eu quero que vocês saibam que eu não vou abandonar essa fanfic, por mais que demore a postar, e que ela vai ter um fim. Aliás, é fim de ano, né gente? Eu to em período de formatura e as provas e trabalhos estão tirando toda a minha paz. Espero que vocês sejam um pouco mais compreensivas e não queiram me matar pela demora, mas é tudo para escrever algo com mais qualidade. Desculpa mesmo, aproveitem:



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Charlie agradeceu aos deuses – não a todos, para falar a verdade – que estava no acampamento outra vez, tomando banho em chuveiro de verdade, com água quente de verdade. Diferente daquele cativeiro nojento.

Quando voltou a sala de recreação, encontrou-a vazia – antes, havia um bom número de campistas ali dentro – com exceção de Quíron, seu pai, e o Sr D. Bob Madison tinha o olhar preocupado, perto da janela. Parecia que fazia séculos que não o via tão informal, em camiseta de algodão e calça jeans. Ela quase podia imaginá-lo na época que conheceu Afrodite, se não fossem pelo ar irritadiço, as bolsas abaixo dos olhos verdes e a boca contraída em uma linha fina. Charlie se sentiu horrível, pior do que quando estava no cativeiro. Ele a buscara, como ela pedira e, apesar das lágrimas e dos abraços, ela não quis – e nem estava preparada – falar nada. Ela lembrou-se que, quando o avistara, sentiu soltar o ar dos pulmões. Como se estivesse trancando a respiração a tanto tempo e nem se dera conta. Ela não o culpava por odiá-la. Seu nível de preocupação era plausível pelo tempo que não dera notícias.

–Leslie – resmungou Dionísio, quando a viu na soleira da porta.

–É Charlie – corrigiu ela, sem vontade.

–Charlie... – suspirou Quíron, baixando o livro que lia. Charlie notou que ele estava na cadeira de rodas, como fazia quando chegavam um semideus novo ou um mortal que não estava acostumado às suas pernas de corpo de cavalo.

Charlie deu um leve aceno com a cabeça, mas se dirigiu a Bob:

–Pai, primeiro de tudo, eu queria me desculpar. Eu realmente sinto muito mesmo por ter sumido, sem dar notícias ou algo do tipo, mas não poderia ficar na mesma casa de Georgie. As coisas que ela disse... – ele hesitou, não era como se já aceitasse o fato de Afrodite ser sua mãe. – Que ela disse sobre a pessoa que pensei ser minha mãe... Sei que pode parecer confuso, mas darei um jeito de explicar.

Seu pai continuou impassível, mas Charlie podia jurar ter visto um lampejo de dor a menção da mãe. Seu coração apertou, podia não estar habituada a essa coisa de ser filha da deusa do amor, mas não era difícil perceber que Bob Madison continuava irremediavelmente apaixonado por Afrodite e que isso não se curaria, não depois de todos esses anos. Sem mencionar que Charlie era uma lembrança viva desta época.

–Então – disse Quíron, percebendo o silêncio desconfortável –, por favor, Charlie, conte-nos o que se passou nesses últimos dias.

Charlotte começou a falar e, enquanto contava, uma onda de imagens perturbadoras tomaram conta de sua mente. Charlie teve que se sentar quando começou a ofegar. Enquanto contava o que aconteceu quando foram atacados no acampamento por Morfeu, acabou por, inconscientemente, a se encolher na cadeira, agarrando os joelhos– que estavam ralados e com hematomas escuros, como as mãos, por causa da corrida na floresta. A cada corte que via em seu corpo, uma pontada tomava conta de seu peito e ela abaixava as pernas os escondendo, ou cruzava os braços. Estava inquieta, mais do que o normal para um semideus hiperativo. Seu corpo começou a ter espasmos involuntários quando começou a falar dos ataques de Lonny e de como o atacara sem dó nem piedade. Quando terminou, respirou fundo enquanto uma lágrima desceu seu rosto ao lembrar-se do que teve de fazer para escapar. Se arrependia de ter sido obrigada a isso, mas apenas com Scott. Lonny era um monstro desprezível

–Eu não... Eu não queria tê-lo matado... – sussurrou ela, olhando fixamente para o vão entre uma tábua de madeira no chão e outra.

–Tudo bem, Charlie. Ele a atacou. – confortou Quíron, compreensivo.

–Não... – murmurou ela. – Não ele... Que apodreça nos Campos da Punição... Não... Me arrependo de Scott. Ele não fizera nada. – ela inspirou profundamente, sentia falta de ar. – Culpa de Hera. Culpa de Morfeu... Culpa deles... Era só um mortal...

–Ha! – gargalhou Sr. D. – A velha Hera. Sempre a mesma rabugenta! – ouviu-se um rimbombar no céu e ele ficou hesitante. – Que mulher adorável...

–O que importa, minha filha – disse Bob, agora mais calmo, uma vez que estava a par de tudo –, é que está segura. Poderá voltar para casa.

A menção de casa, Charlie levantou a cabeça, o olhar alarmado.

–Não. Não! Lá será o primeiro lugar que Georgie irá me procurar. E tenho que terminar a missão. Sem falar no acampamento...

–Pela milésima vez, Charlotte, nunca existiu Georgine Puffrock!

–Existiu! – insistiu Charlie – Eu juro, pai! O senhor tem que acreditar em mim! Eu não quero voltar para casa. – a falta de ar voltara. Ela respirava fundo, tentando conter a enxurrada de lembranças horríveis que vieram a sua cabeça. – Eu sei que ela estava lá, você lembra?

Bob ia começar a negar quando Quíron interveio:

–Memórias... – ele disse, como se esclarecesse tudo. Bob o olhou confuso, mas era para Charlie que Quíron falava. Ele se apiedou da filha de Afrodite. Infelizmente estava acostumado a semideuses desesperados e Charlotte Madison estava em estado de choque. Em um gesto gentil, acariciou seu ombro, enquanto ela se recuperava. – Não é a primeira, e temo que nem a ultima, vez que Hera rouba as memórias de alguém e muda de forma. Ela sumiu da sua vida, Sr. Madison, porque seus propósitos já estavam completos e você já não era mais necessário.

–Eu aguentei aquela... – Charlie começou mas hesitou, Bob a olhou reprovador. – Aquela mulher o tempo todo por nada?

–Por nada não, Charlotte. Para ela, foi tudo necessário. Hera precisava saber de um ponto de vista mais íntimo sobre vocês. Segredos, mágoas, lembranças. Por isso usou você deste jeito, porque sabia que seria o modo mais eficaz.

Sr. D continuou seu jogo de baralho como se nada acontecesse a sua volta. Bob saiu da sala, em direção a varanda da casa grande. Charlie o seguiu sem pensar duas vezes. Sentia tanta falta do pai que não queria se afastar dele tão cedo.

–Pai – chamou ela, calmamente. O homem parou, se apoiando na cerca. –, você está bem?

Ele ficou em silêncio por um tempo mas, quando finalmente falou, sua voz saiu tão pesada que Charlie sentiu uma dor em seu peito, uma mágoa enorme dentro de si.

–É perturbador. – murmurou ele.

–Eu sei...

–Minha filha é meio deusa. O amor da minha vida é a própria encarnação do amor, nuna a terei e... Minha cabeça... Minhas memórias sobre algo que indicava que eu, finalmente, havia superado Beatrice... Se foram. Isso é demais para mim. Dói... Sou apenas um mortal, caramba! – ele respirava rápido e Charlie não sabia exatamente o que dizer. Sentira que descobrira um Bob Madison totalmente diferente. Um vulnerável e magoado. Um alguém que sentia.

–Não. – ela disse. – Você é um humano. Toda minha parte normal, também humana veio de você. Eu senti a mesma confusão. Eu, mais do que ninguém, sabe a dor que você está passando.

–Não, não, não... – murmurou ele.

–Acha que não dói passar 15 anos sem ter ideia de quem ou como é a minha mãe? Acha que não dói suas esperanças de um dia ela voltar para a utopia de uma família perfeita ser destruídas de uma hora para outra? Acha que é fácil estar em perigo a cada esquina? Não é! Mas eu conheço você, pai. Sei que é forte. Sei que, apesar de tudo, você ainda está aqui, talvez agora mais vivo que nunca.

–Vamos para casa Charlotte...

–Eu não posso. Não se pode interferir numa profecia, e eu faço parte de uma. Preciso que confie em mim. Tenho que terminar isso.

Ele a abraçou forte, como nunca havia feito. Ela não chorou, cansara disso.

–Quando foi que você cresceu tanto?

***

Leo se sentia num estupor.

Sua mente não processara mais nada que desenhara em seus papéis. Nada era suficiente para achar Charlotte e essa incapacidade o matava aos poucos. Se ainda tivesse algo como o astrolábio que usara para achar Calipso...

Festus rangia e chiava, de vez em quando, palavras de consolo, mas era Buford, a mesinha, que irritava mais. Seus pés ficavam fazendo cléc cléc pra todo o lado e era como um martelo para o cérebro de Leo. Ele estava começando a ficar louco, nunca que uma garota o impediria de ter criatividade. Quem diria que um filho de Hefesto se sentiria tão perdido que nem criar conseguiria?

“É mais fácil lidar com uma chave inglesa do que comigo mesmo” pensou.

Leo suspirou em sua cadeira e tombou a cabeça nos braços em cima da mesa.

Ele gostava dela. Precisava dela. Do cheiro dela. Do abraço dela. Ela. Tinha vontade de mandar Festus cuspir fogo nela por ousar ir para longe dele. Leo Valdez, precisando mais de uma garota do que de fios para sua próxima criação. Sentia uma dor horrível no peito, uma ânsia por vê-la. Era uma saudade imensa.

Calipso viera atrás dele no acampamento. Toda insinuante. Leo sentiu aversão a ela. Algo que o afastou mais ainda do seu sentimento confuso entre as duas. Ora, deveria se sentir feliz, não? Duas gatas correndo atrás dele. Mas Charlie, na opinião dele, dava de 10 em Calipso. Com seus cachos negros e olhos sorridentes, jeito tímido e alegre. Andava mais quieta, ela era linda e nem fazia ideia do poder que tinha. Do que conseguia fazer. Ela era apaixonante.

Era não, é.

Quanto tempo mais ela demoraria em volta para ele?

Leo não sabia mais a quantos dias estava no Bunker, não saíra desde seu encontro com Calipso, e não sentia a mínima vontade. Piper e Jason iam vê-lo de vez em quando. Piper dissera ao namorado para dar um tempo a ele, disse que precisava deixa-lo sentir. Seria melhor.

Mas doía tanto, não era legal sentir. Iria agradecer a Piper mais tarde.

Ele ouviu batidas na entrada do Bunker e ergueu os olhos para Festus, que não emitia nada. As batidas continuaram.

–Vai embora Piper, agora não! – gritou ele, desanimado, deixando a cabeça cair outra vez.

As batidas recomeçaram.

Leo levantou-se e andou pesadamente até lá, quando, há alguns passos de distância, a batida parou. Um “flip” baixou informou-o que algo passar por debaixo da porta. Era um objeto pequeno e brilhante preso a um pedaço de papel. Um bilhete.

Finalmente achei a pomba perfeita para retribuir o presente.

Charlie

O coração dele deu um pulo ao ver o desenho delicado de uma pomba preso a um chaveiro pequeno. Impossível que só a força de seu pensamento a fizera voltar. Quando abriu a porta, seu coração batia forte demais. Ela estava ali, sorrindo. A velha camiseta laranja do acampamento, a espada presa a cintura. Era Charlotte. Sua Charlie.

Ela pulou em cima dele, desesperada, abraçando-o tão forte quanto podia. Seu coração perceptivelmente acelerado. Leo sentiu seu cérebro virar gelatina. Ele estava com a mão em suas costas, sobre seu cabelo, sentindo-a, mas não parecia real. Era um sonho? Finalmente ficara louco? Mas parecia real o quanto ela o puxava, como se quisesse colá-lo junto a ela. Era bom. Era ótimo. Mais do que Leo podia querer.

Ele afastou seu rosto do ombro dela – com extrema dificuldade, era como se seu corpo não quisesse – olhando-a, examinando-a, memorizando-a. Seus olhos brilhavam e seu sorriso era enorme. Alguns arranhões que a deixavam mais perfeita. Ele segurou seu rosto, passando o dedo em seus machucados. Ela hesitou, como se tivesse esquecido o estado em que estava. Leo sorriu e a beijou, como nunca haviam feito, retirando todos aqueles dias de preocupação, desespero e saudade. Tudo parecia mais leve.

–Meus deuses... – disse ele, quando se afastaram. Charlie percebeu que suas pupilas estavam dilatadas assim como ele percebeu que seus olhos estavam âmbar. Leo beijou cada pedacinho do rosto dela, dos lábios até o pescoço, voltando a abraça-la. – Você quer me matar, garota?

Charlie começou a rir, absorvendo o cheiro dele – óleo de motor, ferro e sabonete de lavanda – a sensação de passar a mão em seus cachos e sentir seu beijo. Ela não sabia que sentira tanta saudade dele até aquele momento. Não queria ter que um dia se separar dele outra vez.

–Senti tanto, tanto, tanto, tanto sua falta, Valdez. – sussurrou ela.

–Eu também. – disse ele – Você não tem ideia do quanto.


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Notas finais do capítulo

Eu de novo, mas não é pra textinho, é pra avisar vocês que eu li Sangue do Olimpo e [SPOILER] é muito bug saber que a Charlie beijou o cara que pegou o Nico! Tipo, é muito estranho mesmo. Anyway, não curti muito o final ter sido Caleo mas curti o fato de a fanfic não fugir completamente do livro original. Não sei se vou conseguir reescrevê-la de acordo com o livro, mas acho que não seria totalmente necessário. [Fim do Spoiler, apesar de todo mundo saber :p]

Eaê, gostaram?

Bjs de Amortentia da EP :*



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