Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 17
Chapter 17 - Do something!


Notas iniciais do capítulo

Ooi :)

Primeiro, me desculpem por esse cap ser um pouco pequeno, mas tive que parar ali pra dar aquele leve suspense ou frase bombástica :3

Oi, leitoras novas!

GOGOGO o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/469013/chapter/17

–A Charlie sumiu? – perguntou Will Solace, que havia se afastado do grupo que treinava tiro ao alvo, quando ouviu o nome de Charlie no tom de voz preocupado de Leo Valdez.

“Não que eu ainda goste dela...” pensou ele. “Mas sim, eu gosto dela.”

Leo franziu o cenho para o garoto louro que aparecera atrás de Piper.

–C-como assim levaram ela? – ela tinha os olhos bem abertos e mexia nervosamente nas suas unhas.

Leo fechou os olhos, pendeu a cabeça e passou as mãos nos cabelos, suspirando. Ele indicou para Ally tomar a dianteira e contar a noite passada.

***

–Ora, mas que coisa mais meiga! – disse Ally, se aproximando da fogueira. Nico estava logo atrás dela e aparentava não saber muito bem o que fazer. Charlie enterrou o rosto no pescoço de Leo, sorriu e sussurrou: – Sem privacidade.

Ele sentiu um arrepio se alastrar pelo seu corpo a partir do ponto em que a respiração dela encontrava sua pele.

–Já li em algum lugar que sair em missão pra uma deusa por causa de um espelho, com mais de duas pessoas no grupo, tira todo o seu direito a dar uns amassos sempre que der vontade. – sussurrou ele, de volta.

Charlie riu, depositou outro beijo nos lábios dele e entrou na barraca, já que Leo ia ficar de vigia com Nico. Ela se encostou no canto, com as pernas tapadas e pegou a miniatura de codorna no bolso. Em seguida, Ally entrou na barraca e parou, os cabelos vermelhos presos em um nó e as mãos na cintura. Usava uma regata de algodão vermelha com um Mickey Mouse sorridente. Charlie achou que Ally ficava legal de vermelho, ressaltava o ruivo dos cabelos e as sardas alaranjadas que a cobriam até os ombros.

–Que foi? – perguntou Charlie, percebendo o sorriso da amiga.

–Nada.

–Conheço seus sorrisos, Sparks, e esse é um sorriso debochado.

–Não é um sorriso debochado! – defendeu-se ela. – É de felicidade! Graças aos deuses você e Leo estão juntos, estava ficando cansativo todo aquele mimimi de fofice exagerada.

–A única exagerada aqui é você, sem graça. – disse Charlie, mas ainda assim tinha um leve sorriso estampado.

–Obrigada, até que enfim alguém enxergou meus dotes teatrais! – disse ela, com falsa exasperação.

Elas riram e Ally se sentou ao lado de Charlie pegando a codorna de suas mãos e lançando um olhar inquisidor a ela.

–Foi Leo quem me deu. – esclareceu Charlie.

Ela afirmou com as sobrancelhas erguidas e um sorriso.

–E aí? – perguntou a filha de Afrodite.

–E aí o quê?

–Você ficou um tempão lá, falando com o Nico.

–Não foi um tempão.

–Esse não é o caso.

–Não foi nada demais, Charlotte.

–Quando você me chama de Charlotte, é algo demais, Allycia.

–Quando você me chama de Allycia, também é.

–Não mude de assunto, Peixinho.

–Você quem falou sobre isso.

–Allycia. – disse ela, em tom de aviso.

–Ok, ok... Mas é sério, não foi nada.

–O que você falou pra ele, quando ele foi embora?

–Eu tive de pedir desculpas para ele ficar. – murmurou Ally, devolvendo a codorna.

–O quê? Não! Mas...

–Shhh... – pediu Ally.

–Desculpe, mas você salvou a vida dele! Não é justo, ele que começou a agir como uma criança de 5 anos!

–Eu sei! – sussurrou Ally – Mas eu também não fui muito adulta discutindo com ele daquele jeito. De qualquer forma, ele veio me pedir desculpas mais tarde.

–O quê? Sério? – perguntou Charlie, o mesmo sorriso que Ally dera, agora em seu rosto.

–Essa expressão é só minha, Madison. Não a use contra mim, além disso, é o momento errado.

–Não é errado, não. Você gosta dele. – disse Charlie, sua expressão ficando séria. Não queria que Ally se magoasse, afinal, Nico era... Bem, gay.

–Não gosto.

–Não minta para mim. Sou filha de Afrodite, lembra?

–Vá se foder, Charlotte. – riu Ally, dando uma leve cotovelada em Charlie. Ela se deitou ao lado da filha de Afrodite e virou-se de costas. – Vá dormir, Pombinha.

Charlie riu e ficou mexendo no cabelo de Ally, enquanto ela dormia, sentindo os próprios olhos pesarem.

Pareceram alguns segundos mas, ultimamente, o sono de Charlie andava leve. O que a acordou foi um barulho mínimo, de areia e pedra da praia batendo levemente contra a lona que fazia a saída de trás da barraca. Talvez fosse um dos garotos, pensou ela, fechando os olhos outra vez. Mas isso se mostrou estar totalmente errado quando uma mão irrompeu do outro lado da barraca, tampando sua boca. Ela se debateu e uma mecha de cabelo ruiva presa entre seus dedos, fez Ally acordar.

–Charlie, o qu... – começou ela, ainda sonolenta. Quando ela viu o desespero da amiga ao ter a boca tampada, seu rosto tornou-se uma expressão desesperada. – Leo! Nico! – ela gritou, se precipitando para Charlie e puxando-a. Charlie tentava tirar a mão de seu rosto, mas o dono começara a puxar para fora da barraca, sendo impedido apenas por Ally, que a puxava desesperada. – Solta ela! Leo! A Ch... Socorro! Nico!

–Eles não vão te ouvir, garotinha. – disse a pessoa segurando Charlie. A voz dele era áspera e grossa, de alguém bruto. Charlie aproveitou o momento de distração e mirou uma mordida forte no dedo indicador dele. – Ai! Sua vaca! – rugiu ele.

Ele a soltou e Charlie começou a empurrar Ally para a outra saída da barraca. Algo agarrou o pé dela quando quase o corpo inteiro já estava do lado de fora.

–Ally! – ela gritou

Charlie olhou para dentro da barraca e viu de quem ela fugia. Tinha o rosto enorme, irritado, cheio de cicatrizes e barbudo. O cara era enorme, ela não ficou surpresa de nem ela e nem Ally conseguirem se soltar dele.

–Me solte! – disse Charlie, mirando um chute no nariz dele, com o outro pé. Com um grito de dor, ele a soltou e o impulso para soltar dele, a fez cair em cima de Ally, que se levantou o mais rápido que pôde, levantando Charlie.

As duas correram em direção as duas formas inertes no chão, sentindo o coração bater tão forte contra as costelas que poderia quebrá-las. Charlie se ajoelhou entre ele e constatou que, por sorte – ou não – Nico e Leo estavam apenas dormindo, profundamente. Como se estivessem desmaiados.

–Charlie? – chamou Ally, olhando as três formas que saiam de trás da barraca e seguiam em direção a elas.

–Por favor, acordem. – disse ela, sacudindo-os.

–Charlotte, eles estão perto. Sua espada. Pegue-a, rápido. – disse Ally, já atirando flechas neles, mas, para sua surpresa – e horror – nenhuma delas os acertava. Passavam direto. – Não, não... Não!

Charlie tateou em seu quadril e se levantou, desembainhando a espada. Quando olhou para as três figuras, sentiu que ia cair. Seu coração, que batia velozmente, pareceu ter parado de repente. Entre dois caras enormes – sendo um deles o que as atacou – estava um homem menor, usando smoking. Cabelos brancos que, em alguma hora, estavam arrumados para o lado, a pele marcada linhas de expressão, um homem de meia-idade. Ela segurou a respiração por um instante e disse:

–M-Mórfis?

–Charlie... Você conhece esse cara?

Ela não respondeu.

–Charlie! Você o conhece? – repetiu. – Meus deuses, minhas flechas estão atravessando eles. Por que estão nos atacando?

Charlie olhou para os asseclas de Mórfis, seu mordomo. Os homens, apesar da expressão irritada, tinham o olhar levemente vago. Como se estivesse sonhando.

–Claro que não estão acertando-os. Eles são mortais! – murmurou Charlie.

–Mas eles não... Ah, droga, nós é que seremos bem mortais se não acharmos um jeito de detê-los. – sussurrou Ally, em resposta.

–O que você quer? – perguntou Charlie para o antigo mordomo.

–Olá, querida. – disse ele, sorrindo afetadamente. – Estávamos muito preocupados com você, principalmente seu p...

–Não fale sobre ele! – gritou Charlie. – Como me encontrou?

–Você não está incomunicável, Charlotte. – disse ele, ainda estava a meio caminho delas.

–O que você quer?

–Levá-la para casa, é óbvio. Esqueça toda essa maluquice, de deuses e etc. Seu lugar é junto de seu pai, conosco. Não acredite em sua mãe. Aquela besta deve ter perdido esse espelho enquanto comprava roupas e ainda por cima quer fazer um escândalo. Ande, você não precisa ser o cachorrinho dela.

–Não sou cachorrinho de ninguém! E... Como sabe... Como sabe sobre...

–O acampamento? A missão? O espelho? Sua mãe...? Eu faço parte deste mundo, Charlotte. Mais do que você imagi... Argh! – gritou ele. Ally havia mirado uma flecha em seu terno preto. Um líquido dourado escorreu do ponto em seu ombro.

–Você é um deus? – perguntou Ally, incrédula. O homem lançou um olhar impaciente a ela. Com um estalar de dedos, a filha de Poseidon caiu inconsciente na areia da praia. Charlie assistiu horrorizada a amiga cair, a visão embaçada por lágrimas.

–Ally... – sussurrou.

–E você, querida, vem comigo. – ele estalou os dedos outra vez e ela sentiu o coração se acalmar instantaneamente, as pálpebras pesando outra vez. Ela nem pensou em mais nada, sua mente escureceu e ela sentiu que já havia caído, dormindo pesadamente, enquanto o escuro se dissipou e sonhos inundaram seu sono.

***

–Quíron, temos de ir atrás dela! – emendou Ally, quando terminou seu relato até a hora em que caiu.

–Lamento, Allycia, mas a esta altura, ela já pode estar... – o centauro hesitou. Depois de tantos anos, ele devia ter se acostumado a perder campistas. Mas sempre que acontecia, era como perder uma parte do coração.

–Não. – murmurou Leo, firme. – Ela... Não... Está... – ele respirou fundo. – Morta.

–Além disso... Ela conhecia um deles... Morf... Morf alguma coisa. – disse Ally.

–Mórfis? – sugeriu Leo.

–Isso.

–Ele trabalhava na casa dela. O que ele poderia querer com...

–Ele é um deus, não é? Quero dizer, quando acertei a flecha nele, icor dourado escorreu no lugar do sangue. E ele me fez sonhar... Quero dizer... Estávamos desmaiados... dormindo.

–Como Morfeu. – disse Nico, ligando os pontos.

–Morfeu? – perguntou Annabeth, incerta. Nico lançou um olhar de ódio contido que, se ela notou, não demonstrou.

–Tipo o deus...? – começou Percy.

–Dos sonhos, Cabeça de Alga. – disse Annabeth.

–Claro.

–Mas ele trabalhava a um tempo na casa dos Madison. Como...?

–Isso me parece maior do que imaginamos... –falou Quíron, lembrando-se das palavras de Ally quando ela contou o que o mordomo disse.

–O que quer dizer? – perguntou Piper.

–Muita coisa. Tenho que entrar em contato com Bob Madison.

–Enquanto isso, ficamos aqui parados, esperando? – questionou Ally, incrédula.

Para continuar a mensagem, deposite mais um dracma... – disse uma voz feminina, incorpórea.

–Lamento... – disse Quíron, passando a mão sobre a imagem, mas não antes de o grupo – reduzido a um trio – ouvir os protestos dos amigos do outro lado.

–Esperamos. – suspirou Leo, derrotado, sentindo um peso enorme de preocupação e saudade em seu peito.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram? To amando os reviews de vocês gente, e ta aumentando o pessoal que ta acompanhando e favoritando, valeu :3

Beijinhos de Amortentia da EP :*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Son of Hephaestus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.