Son of Hephaestus escrita por Lissandré, Sherllye


Capítulo 16
Chapter 16 - Ladies and gentlemen, Allycia Sparks x Nico di Angelo


Notas iniciais do capítulo

Cara, me desculpem por nao ter postado o cap quarta, mas minha net deu uma bugada e eu fiquei sem desde terça-feira ç.ç o Bom é que eu adiantei o próximo e posto ainda essa semana, se nao bugar de novo.

GOGOGO o/



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Submersa no Oceano Pacífico, Ally se sentiu infinitamente melhor. Eles haviam sido arrastados por uma corrente, de mãos dadas, por algum poder de dela. A visão de Ally clareou e a ardência irritante de seus arranhões passara. Sem perceber que ela sentia sua respiração mais leve e nem sequer percebera que estivera pesada, em algum momento. Mas o alívio que sentiu foi breve. Ela estava perfeitamente bem em baixo d’água, até respirava, mas seus amigos não. Ela nadou em volta, percebendo a falta deles, tentando captar algum sinal dos cabelos compridos e pretos de Charlie, a camiseta branca de Leo ou a jaqueta de aviador de Nico. Quando localizara Charlie, ela já nadava em direção a Leo, mas Nico continuava boiando, como se não tivesse forças nem para bater os pés ou tentar nadar para a superfície. O problema era que a vontade de Ally de salvá-los dos raios foi forte demais, levando-os até o fundo do oceano, e eles estavam exauridos demais para nadar o tanto que faltava até o oxigênio do mundo de fora. Apenas pela ajuda de Poseidon que seus órgãos não foram explodidos de dentro para fora, devido à força da água.

“Ande, pai, preciso de mais um favorzinho... É só o que peço...” implorou Ally. Nico já estava perdendo a consciência e nem Charlie ou Leo pareciam tê-lo visto. Estavam abraçados, muito forte, um no outro. Ally fechou os olhos, se concentrando. “Por favor, pai... São meus amigos.”

Ela sentiu uma leve fisgada em sua cintura e, quando abriu os olhos, percebeu que Charlie e Leo já estavam respirando, um leve halo azul claro em volta de suas cabeças. Eles haviam avistado Ally, e a olhavam espantados. Ela indicou Nico e eles assentiram, nadando em sua direção, ela os seguiu. Quando os alcançou sentiu o desespero tomar conta deles, Nico era o único em o tal do halo e já estava inconsciente, os olhos semicerrados. A resposta veio a cabeça de Ally tão rápido quanto os raios que os perseguiam. Poseidon podia ajudar os amigos da filha se ela pedisse desesperada, como fez. Mas Nico não era, exatamente, amigo de Ally e era um filho de Hades. O deus dos mares não tinha obrigação de ajuda-lo se ele invadiu seu “reino” por conta própria.

Allycia não pensou duas vezes, se aproximou mais de Nico e segurou sua cabeça, tocando seus lábios com os dela e tampando seu nariz. Charlie e Leo foram pegos de surpresa. Não, Ally não enlouqueceu. Ela não o beijara por se sentir atraída por ele, na verdade, aquilo nem era propriamente um beijo. Ally soprou o ar que tinha em seus pulmões para os de Nico e ele, repentinamente, abriu os olhos, com Ally ainda em sua boca. Ela se afastou dele com nenhuma expressão – além de indiferença.

–Não me solte, talvez eu consiga manter minha bolha sobre nós dois. – articulou ela.

Nico não tentou dar alguma resposta ou dar a entender que a entendeu, ele olhava Ally estupefato. Ela revirou os olhos e puxou o pulso dele. O plano dera certo, ao menos Nico respirava. Com um aceno com a mão, ela pediu para que Charlie e Leo seguirem-na.

***

Eles emergiram em uma faixa de areia branca, molhada pela chuva e cercada de pedras, contra um muro de terra, igualmente branca, mas com um pouco de vegetação. Parecia uma praia particular.

Charlie se deitou em uma pedra, arquejando, agradecida pelo bom e velho ar puro (mesmo que o cheiro metálico de chuva e tempestade de raios fosse ficar preso em seu olfato para sempre). Não que ela não estivesse grata. Devia muito a Poseidon. Mas o “ar marítimo” e o “ar terrestre” tem uma enorme diferença...

O fato é que ela estava totalmente desnorteada com os últimos acontecimentos. Primeiro, era mais do que claro que alguém tentara matá-los – aqui, Charlie e vocês, leitores, entenderam esse “alguém” como Hera, já que não é tão difícil persuadir seu marido a lançar raios em alguns semideuses (incluindo um filho de Hades) apenas por diversão – a única dúvida que incomodava era: Por quê?

Charlie entendia que Hera já não gostava dela, mas matá-la por uma inimizade? Se fosse por isso, MUITOS semideuses já teriam sido mortos por ela (a menina lembrou-se de Annabeth nesse momento, e não achou que ela teria uma morte tão agradável, como raios, nas mãos de Hera, por tudo que ela já falou da deusa) e Charlie não via o que poderia ter dito de tão ruim para ofendê-la a esse ponto.

Ela levantou a cabeça do céu cruelmente azul e límpido de Los Angeles e viu Ally largar Nico o mais gentilmente que conseguiu e se afastar rapidamente para as mochilas. Ela registrou a falta de alguém no grupo.

–Bem... Pelo menos sobrevivemos. – disse Leo, aparecendo à sua esquerda.

–Ainda bem, na verdade. Meus deuses, a visão daquele ônibus em chamas não se apagou da minha cabeça... Não que isso me ajude no... Você sabe.

Ele afirmou tristemente. Charlie virou a cabeça outra vez para Ally e Nico, tentando não encarar Leo nos olhos, mas se sentiu realmente de má-vontade ao ver que os outros dois brigavam, outra vez.

–Pensei que tinha dito para não me tocar! – gritou Nico. – Muito menos me beijar!

–Eu não te beijei, seu acéfalo. – murmurou Ally. Apesar de tentar insultá-lo, ela estava apenas sussurrando, desamparada. Como se estivesse triste, ou surpresa, ou arrependida, ou tudo ao mesmo tempo. – Salvei sua vida.

–Estranho você dizer que salvou minha vida, sendo que seus amiguinhos conseguiram ajuda sem precisar beijá-los. Ou isso foi um bônus especial só para mim? – disse ele, ironicamente.

–Não tenho culpa se meu pai não o ajudou. – murmurou ela, outra vez. A voz tremendo. Charlie pediu muito para que Ally não vacilasse tanto, que seu humor subisse e ela pudesse dar respostas a altura, sem murmurar. Mas ela não sabia que, assim como Charlie, todo o impacto da missão acertara Ally nesse momento. Ela estava a ponto de chorar, mas não queria fazê-lo na frente de Nico. Allycia sentia que, se levantasse a voz, ou até mesmo a cabeça, se mexesse, as lágrimas cairiam. E ela não iria dar uma de fraca na frente daquele idiota.

–Então eu devo ser terrivelmente atraente, não é? – disse Nico, ignorando o sentimentalismo de Ally. Ele sentia nojo dela. Nico passara por coisas piores que aquela e depois que virou semideus e resolveu continuar sua vida assim, sozinho, apenas uma única vez teve vontade de chorar. Quando viu Bianca aquela vez, com Percy. Em comparação a tudo, Ally estava sendo fraca.

–Esse comportamento arrogante é novo. – sussurrou Leo, para Charlie.

–Pra você chegar a ponto disso, sendo que me odeia. – emendou Nico. – Se queria me beijar, era só dizer. – disse ele, se afastando para a beira do mar. Ele não sabia por que se sentia com tanto ódio dela, e também não sabia por que estava agindo assim, como se fosse superior ou incrivelmente lindo, ou algo do tipo. Ele tinha certeza de que não era nada disso, mas podia tentar sair por cima dessa vez, nessa discussão. Ele sentia uma vontade enorme de machucá-la, não fisicamente, mas com palavras.

–Quer dizer... – começou Ally, mas sua voz falhou. Ela limpou a garganta e repetiu mais alto: - Quer dizer que, se eu pedisse, você me beijava?

Charlie levou a mão à boca, surpresa. Ela olhou pra Leo e ele comprimia os lábios tentando não rir. Esse era o tipo de assunto improvável que se passaria entre Nico e Ally.

–Eu não disse isso.

–Foi exatamente o que você disse! – disse Ally, levantando a voz. Ela secou a lágrima solitária que conseguira escorrer por sua bochecha e se recuperou, antes que Nico percebesse. – “Se queria me beijar, era só dizer” pra mim, está bem explicito.

–Isso Ally! – sussurrou Charlie, aprovando.

–Eu estava sendo irônico.

–Não deu para perceber a tal da ironia, sabia? Você está meio enferrujado nisso, aliás em matéria de beijos também. Isso, sequer, se você já beijou alguém.

Nico cerrou os punhos, ela estava se recuperando.

–Isso não é da sua conta, garota.

–Parece que acertei um ponto fraco. Sabe Nico, caso você não tenha experiência – o que tenho quase certeza – nós não tratamos com grosseria a garota com a qual você acabou de ter um contato físico tão íntimo assim. Aprenda comigo, garoto.

–Ally. – disse Leo, em tom de aviso, mas ela o ignorou. – Sabe, estou cansado de sempre ser ignorado quando tento apaziguar as coisas, que saco.

Charlie deu um leve sorriso, estava concentrada demais na discussão deles. Talvez fosse algo com essa história de ser filha da deusa do amor, mas ela sentia que esse estado defensivo de Ally era por algo que ela estava sentindo, mas não queria.

–Nossa, que garota experiente. – disse Nico, com sarcasmo.

–Ah, Niquinho querido...

–Não me chame assim.

–Eu sei que você me ama, anda assume.

–Não, você é irritante.

–Sei que você gostou de me beijar.

–Ally está demais hoje. – observou Charlie, de sobrancelhas erguidas.

–Odiei.

–Então você é gay. – disse Ally, simploriamente.

“Oh-oh” pensou Charlie. “longe demais, Allycia”

–Só pode, que garoto em sã consciência, não gosta de ser beijado por outra garota? A não ser que ele seja homossexual, claro.

–Se elas forem terrivelmente feias e bobocas. – respondeu Nico, no mesmo tom simplório.

–Ora, ora, Niquinho...

–Já disse...

–Alguém aqui está entrando na defensiva – provocou Ally, ignorando a interrupção dele. – Nico, ninguém precisa saber da sua pequena queda por mim. – ela piscou o olhou pra ele e se virou, de volta as mochilas. Se sentindo vitoriosa.

–Quer saber? Vá se foder, Allycia. Não sou obrigado a ficar te aturando, você e esse seu jeito idiota de ser. Eu desisto!

Ally parou, e levantou a cabeça, sem olhar para Nico. Ao invés disso, sua atenção foi para Charlie, que retribuiu perdida. Antes que qualquer uma das duas pudesse trocar alguma palavra, Ally se endireitou e foi atrás do filho de Hades, que se dirigia para fora da praia. Ela correu na direção dele e o puxou pelo pulso. A inércia fez Nico parar rente ao corpo dela. Ally se afastou um pouco, hesitante, ainda segurando ele.

–Não, – falou ela – por favor, isso não é justo com Ch...

–Justo? – esnobou ele. – O que você sabe sobre justo? Me deixe ir, Allycia.

–Não acredito que você está bravo por algo que nem beijo foi.

–Não acredito que você é burra o suficiente pra perceber que a discussão sobre a “respiração boca a boca” já havia passado. Não é mais por isso, é só... – sua voz falhou e Nico se odiou muito por isso. – Não consigo ficar perto de você, é insuportavelmente irritante. E eu só passei dois dias com você!

–Você é ríspido e bruto demais comigo. Não percebe? Por que me odeia tanto?

–Como se você me desse todos os motivos do mundo para gostar de você... – ele encarou Ally, nos olhos verdes que tanto lembravam aquele garoto esquisito pelo qual sentia o mesmo ódio irracional. Uma vontade enorme de socá-lo e, ao mesmo tempo, abraçá-lo o mais forte que pode, invejando secretamente as pessoas que tem essa “permissão”. Era o mesmo com Ally e ele odiava muito mesmo isso, ela, tudo. Algo por trás daquele rosto sardento fez Nico hesitar. – E eu não te odeio.

Ele conseguiu se desvencilhar do aperto da garota e se virou de costas para ela, sem conseguir olhá-la por mais nenhum minuto, sem sentir a raiva que o fazia tremer.

–Eu... Me desculpe. – ela disse.

Se Nico não tivesse a um passo de distância de Ally, não teria acreditado, ou talvez ouvido, o que ela tivesse dito.

–Está me pedindo desculpas por ter me beijado? – perguntou ele incrédulo.

–Primeiro que você mesmo disse que foi respiração boca a boca e segundo... – ela hesitou. – Você estava inconsciente no meio do oceano, não podia deixá-lo para morrer, não seria humano... E não é por isso que estou pedindo desculpas.

–Mas... – balbuciou ele.

–Estou me desculpando pelo modo que me comportei desde que nos vimos... E por ter pressionado você com coisas idiotas e sem sentido. Por ter insistido em um assunto infantil como se você já deu seu primeiro beijo ou não... Como você disse, não é da minha conta. – ela baixou o olhar, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. – Desculpe, mesmo.

–Allycia, eu...

–Por favor, não abandone Charlie e Leo por minha causa. Não é culpa deles e precisam de você. Não vá.

–Eu... – Nico ficou parado um tempo, encarando as sobrancelhas alaranjadas de Ally, e o modo que ela cutucava a areia com a ponta dos tênis, sem olhá-lo. Ele se afastou dela, na direção contrária, voltando para o pequeno acampamento.

Ally se encostou na pedra maior, que ficava atrás de outras duas medianas e ficou ali, sem a mínima vontade voltar para a praia. Se sentindo exausta física, mental e sentimentalmente.

***

–O que faremos? – perguntou Leo, quando Ally se afastou atrás de Nico.

–Vamos... Vamos montar acampamento aqui mesmo. Já está anoitecendo e estamos exaustos. Acenda a fogueira que eu monto a barraca, ok? – disse Charlie. – Amanhã pensamos em algo.

Leo assentiu e foi atrás de alguns galhos secos, para servir de lenha para a fogueira, enquanto Charlie ia até as mochilas e pegava a barraca em uma delas. Por sorte, fora Ally quem ficara com a mochila onde ela estava guardada, pois assim ficara totalmente seca. Ela retirava a armação da lona, quando um Nico transtornado voltou.

–V-você vai ficar? – perguntou Charlie. – Onde está ela?

–Allycia está bem, ficou parada lá. E sim, eu vou ficar. Aqui, deixe eu te ajudar com isso. – disse ele, pegando a armação da mão dela e fincando-a na areia.

Houve um leve clarão, com um estalar e a risadinha de Leo indicando que ele conseguira acender a fogueira.

–Deixem o jantar com o papai aqui! – gritou ele.

Charlie riu e ficou satisfeita ao ver Nico esboçar um leve sorriso.

Leo preparara enchilada para o jantar, tirando todos os ingredientes de seu cinto e – Meus deuses, pensou Charlie – Leo sabia cozinhar muito bem.

–Valdez, – suspirou ela. – está uma delícia.

–Obrigado, Madison. – sorriu Leo.

–Allycia não vai comer? – perguntou Nico, olhando por cima do ombro, para uma pedra afastada onde ela estava sentada, abraçada aos joelhos.

–Vai... Eu vou atrás dela.

–Eu... Não... Deixe que eu vá. – murmurou Nico, largando o próprio prato, intocado.

Charlie ergueu as sobrancelhas para Leo, e Nico fingiu não ver a surpresa deles por estar tentando ser gentil. Ele pegou outro prato com uma enchilada e se afastou da luz alaranjada da fogueira.

–Posso ficar o primeiro turno de vigia... – dizia Leo, quando ele seguiu na direção das pedras.

Ally estava tão perdida em pensamentos que não viu o filho de Hades se aproximando. Ele pigarreou e ela virou a cabeça, lentamente. Ele, hesitante, subiu para a pedra, sentando ao seu lado, olhando o reflexo branco da lua contra o mar.

–Trouxe seu jantar. – ele entregou para ela o prato.

–Hum... Obrigada?

–É... De nada.

–Então... Vai parar de brigar comigo?

–Você sabe perfeitamente bem que não sou em quem puxa a briga. – murmurou ele, mas Ally percebeu que ele não estava sendo ríspido ou grosso, simplesmente estava falando.

–Você me irrita, Di Angelo. – disse ela, com um meio sorriso. – Pare de me irritar e eu paro de brigar com você.

Ele continuou olhando para o horizonte. O silêncio entre eles se prolongou ao ponto de, certamente, ser palpável, de tão desconfortante e pesado, era.

–Isso é estranho. – disse ele.

–O quê? – perguntou Ally, comendo a enchilada.

–Essa coisa dos “Três Grandes”... Dependendo do ponto de vista – você pode dizer que é apenas por que sou filho dele – eu acho que se pode ver beleza no Submundo. Todo aquele jardim de Perséfone, as planícies que se estendem para onde a visão alcança. Isso pode ser... Bonito não é a palavra... É mais...

–Estranhamente atraente. – concluiu ela.

–Tipo isso... Agora Zeus... Quero dizer, de cima você vê tudo... O céu azul, a estranha forma das nuvens vista de outro ângulo, o sol em contraste com elas, terras verdes e pontas de prédios que, no pôr do sol são incríveis... Naturalmente bonito. E Poseidon, que apenas com a lua refletida na água já é algo lindo... Entende o que quero dizer?

Ally franziu o cenho, ela nunca imaginara que esse seria o tipo de conversa que teria com Nico di Angelo.

–Acho que sim... Você quer dizer que, em comparação a tudo, o reino de Hades é o único no qual se precisa se esforçar pra enxergar a beleza... Enquanto os outros são tão... Perfeitinhos.

–Perfeitinhos. – ele disse ao mesmo tempo. Ele sorriu e Ally se surpreendeu ao ver que gostava desse outro Nico. – Na verdade, isso não é tão estranho. Mostra como meu pai é tratado no Olimpo...

–Interessante esse seu ponto de vista. – disse ela, depois de um tempo, sem querer que a conversa acabasse ali. – Se eu olhasse pra você durante 4 anos, talvez eu consiga notar você um pouco mais bonito.

–Ha ha, muito engraçado, Sparks. – disse ele. Nico ficou em silêncio um tempo. – Eu te devo desculpas...

–Não, você não... Eu já...

–Não, sério. Eu devia ter enxergado que você não teria me beijado. Fui muito rude com você, e não precisava disso... Quer dizer, eu percebi, meio tarde, mas percebi. Nós já estávamos em outro patamar de discussão quando vi meu erro. – Nico se sentia estranhamente embaraçado e isso não era um sentimento bem vindo. – Quero dizer, você salvou minha vida, e não precisava ter feito. Você me odiava.

–Não, não te odiava.

–Então odeia... – provocou ele, sorrindo.

–Não, não odeio, Di Angelo. – disse ela, empurrando-o de leve, com o ombro. – Sem ressentimentos?

–Sem ressentimentos.

–Gosto desse Nico que fala sobre paisagens. – comentou ela.

–Gosto dessa Ally que enche a boca de enchiladas e não comenta com ninguém que Nico fala sobre paisagens. – disse ele.

–Ally... – sorriu ela.

–O quê? – perguntou ele, confuso.

–Você me chamou de Ally, não de Allycia.

–Bem eu... É...

–Gosto assim...

–Bem... Não comente com ninguém, ainda te odeio para os outros... – disse ele, descendo da pedra e voltando ao acampamento. Ally o seguiu, segurando o prato vazio.

–Bem, - disse ela. – isso quer dizer que, agora, você gosta de mim.

–Não abuse.

Ela riu, mas em seguida seu sorriso se desfez, percebendo que ele parara do nada.

–O que foi...? – começou ela, com o cenho franzido.

–Charlotte e Leo. – disse ele, indicando a barraca.

Ally parou ao seu lado e não pode deixar de sorrir, eles estavam abraçados firmemente em frente à barraca. Leo com o rosto enterrado no pescoço de Charlie, com a perceptível diferença de cores entre o cabelo castanho ondulado de Leo dos cabelos negros de Charlie. Ela estava satisfeita de ver seus amigos juntos, pois sabia que eles gostavam muito um do outro.

–Bem... Finalmente. – disse Ally, sorrindo.

***

Quíron distribuía arcos a cada campista que chegava para suas aulas de arco e flecha quando recebeu a mensagem de íris. Ele começava a posicionar cada um dele em frente aos alvos quando o ar tremulou em algumas cores e franziu o cenho a mirar a fisionomia abalada de Leo Valdez. Fazia alguns dias que não tinha notícias do grupo em missão para Afrodite. Allycia Sparks e, para a surpresa do centauro, Nico di Angelo faziam parte da paisagem atrás de Leo e tinham o mesmo semblante derrotado dele.

–Quíron... – disse ele.

–Leo, como vão? O que aconteceu? – perguntou ele.

–Nada bem. – respondeu ele.

–Ally? Ally? Está aí? Como você está? – disse Percy, que ajudava Quíron com os campistas, Annabeth estava a alguns passos da aula de arco e flecha, falando com Piper. Quando ouviu Percy, elas se aproximaram.

–Oi, Percy, estou bem. – disse ela. – O melhor que posso, melhor dizendo.

–Nico...? – disse perguntou Annabeth.

Piper franziu o cenho notando a falta de um do grupo.

–C-cadê a Charlie? – perguntou ela.

–Esse é o problema Pipes. Levaram a Charlie.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me foquei - sem nenhuma intenção - em Allyico esse cap, espero que nao briguem comigo por perder um pouco do foco Charleo :p

Bjs de Amortentia EP :*

Laís: ~le eu dando uma de editora e corrigindo os erros da Ester u-u



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