Preparo-me para atacá-lo, mas ele apenas me olha entediado:

–-Hora de outra cena...

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Novamente o cenário muda e acabo caindo no chão num círculo de fogo, meu fogo, droga! Ele escapou! Olho ao redor e me encontro numa floresta, um garotinho de cabelos negros, olhos naquele estranho tom de preto com azul , que reconheci como uma versão infantil de L, seus cabelos eram mais longos e meio ondulados e ele encarava entediado uma árvore, Hannah surgiu atrás dele sorrindo:

–-Muito bem meu querido, agora, destrua essa árvore! –ordena.

L dá um chute congelando a árvore, então dá outro chute girando no ar e a árvore se estilhaça, Hannah aumenta o sorriso:

–-Juhn kitag! –diz na língua dos demônios “Está pronto!”, novamente, como entendi isso?

O garotinho não reage e novamente muda o cenário, estou em uma cidade antiga, com ruas de terra, algumas casas que anunciavam serem bares e coisas do tipo, algumas pessoas ocupados com suas vidas e não com celulares, um pouco estranho à primeira vista, mas interessante, Hannah entra despercebida em um dos bares seguida de L, vai até o barman e lhe diz sorrindo:

–-Tique taque, acabou o tempo, como deseja morrer?

O homem a olha apavorado:

–-M- m- mas não estou preparado! Não hoje! É aniversário de meu filho! Meu primogênito! –lhe diz com dificuldade.

–-Oh, que tristeza! –diz Hannah forçando uma expressão triste exagerada: --Trato é trato, você teria cinco anos de vida após fazer sucesso com seu bar, seu bar está bem movimentado, fiz minha parte, agora sua!

–-N- não pode ser hoje!

–-Pelo lado positivo, sua morte será numa data inesquecível!

–-M- m- mas...

–-Lhe darei uma chance se me apresentar seu filho! –diz ela pensativa.

–-N-n-não irá me matar?

–-Há uma grande probabilidade de isso acontecer... –responde sorrindo maquiavelicamente.

Algo naquele sorriso me diz que não seria bom o homem apresentar-lhe seu filho...

–-E- e- espere aqui! –diz o homem se recolhendo para o fundo do bar e volta com um garotinho loirinho de olhos verdes que olhava tudo curioso:

–-Olá garotinho, hoje é seu aniversário, correto? –pergunta Hannah sorrindo e abaixando-se para ficar da altura do menino.

–-Sim! –diz o garotinha alegre.

–-Qual é o seu nome querido?

–-Nathan!

–-Belo nome!Quanto anos está fazendo?

–- Cinco!

–-Oh! Então já és um homem grande!

–-Sou!

Hannah sorri lentamente:

–-Ótimo, sabe o que é certo e errado, não sabe?

–-Sei... –o garoto parece hesitante.

–-O que você acha de alguém que não cumpre suas promessas?

–-Acho que é feio! Prometeu deve cumprir, é o que a mamãe e o papai sempre dizem!

–-Oh, parece que alguém deve ouvir seus próprios conselhos... –diz a demônio olhando para o barman que observava a cena atrás do filho, nesse instante ele engoliu em seco.

–-Bem, Nathan, vá brincar... –diz o homem tentando afastar a criança.

–-Não, não vá, fique mais um pouco, gostei de falar com um homem sensato por aqui! –diz Hannah e o garoto fica e a olha sorrindo:

–-Sou mesmo um homem né? –pergunta convencido.

–-Sim, claro!

–-Sou o maior dos meus irmãos e mais inteligente também!

–-Que ótimo! Já que és tão inteligente e tão adulto, o que acha de substituir seu pai em algo?!

–-Não! Diz o homem ao mesmo instante que Nathan diz “Sim”.

–-L! Klich! –L, faça-o, diz Hannah indicando a criança.

Tudo se acelerou de repente, L num instante estava atrás de Hannah, no outro estava com uma lâmina de gelo no pescoço da criança que caia no chão em sua própria poça de sangue:

–-NATHAN! –grita o homem se ajoelhando sobre o cadáver do filho: --O TRATO NÃO ERA ESSE!

–-Você começou meu caro, se não sabe cumprir promessas, elas passam a ser problema de outros, que fique de lição, agora com licença, tenho outras coisas para fazer.

Ela some e fico estática observando o homem chorar sobre o corpo da criança me lembrando de outra criança, um pouco mais velha do que Nathan, que teve uma morte prematura causada por esse mesmo ser, não costumo ter sentimento heroicos, prefiro minha vida, mas algo se agitou em mim ao ver aquele pequeno corpo no chão, um certo desejo de sangue de demônio queimado...