I'm Not the Enemy escrita por Queen B


Capítulo 35
Capítulo 35- Bad Twins




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/468109/chapter/35

–Como vocês se machucaram? – o bom velhinho que guiava a caminhonete perguntou em um inglês carregado de sotaque.

–Nossos pais compraram uma casa perto daqui e agora a noite, saímos para conhecer mais a floresta e acho que alguns caçadores confundiram a gente com animais. –minto olhando para a perna machucada de Gabrielle que caía em um sono profundo.

–Isso é um absurdo.

–Estamos assustadas. Tivemos sorte de encontrar alguém na estrada. –eu suspiro tentando parecer aliviada, mas na verdade, reviro os olhos.

–Vocês me assustaram no inicio, estão todas arranhadas. Tem certeza que não querem ir na casa do doutor Pudlok?

–Tenho. Só queremos ir para casa. Meu pai é advogado e ele saberá o que fazer.

–Qual é o sobrenome dele? –o velhinho me encara pelo retrovisor.

–Rutheford.

Ficamos super aliviadas quando encontramos essa caminhonete na estrada de terra. Logicamente, fomos quase atropeladas, mas o velhinho imediatamente ajudou a gente e caiu em toda a história que eu inventei. Nunca imaginei que estaríamos numa pequena cidade na Ucrânia. Todo meu corpo estava arranhado devido aos galhos da árvore que caímos, mas graças a ela, estávamos a salvo.

–Ali tem um telefone público. Pode deixar a gente lá, vamos ligar para nossos pais. –indico uma farmácia 24 horas quando chegamos ao centro da cidade.

–Tudo bem. –ele concordou meio receoso.

–Gabrielle. Chegamos.

–Hum? –ela abriu os olhos com dificuldade.

–Muito obrigada. –sorrio sem mostrar os dentes e abro a porta do carro.

–Ei, vocês precisam de dinheiro para ligar pelo telefone?

Claro que não poderíamos usar o telefone. Provavelmente a SHIELD está monitorando toda aquela área e qualquer pista que dermos, chamará atenção. Então, minha irmã e eu, decidimos falar em inglês ou um russo com sotaque bem pesado. Mas era bem estranho o avião da SHIELD estar sobrevoando sobre a Ucrânia, tão próxima a Rússia...

–Ah, sim. Muito obrigada, novamente. –agradeço quando recebo a nota de 100 coroas suecas.

–De nada. Qualquer coisa tem uma delegacia ali perto.

Concordei com a cabeça. Ajudo minha irmã a descer do carro, nós duas não aguentaríamos por muito tempo andar assim. Teríamos que arrumar um lugar para dormir. Entramos na farmácia.

–Onde é o banheiro?

–Tem uma delegacia próximo daqui.

–Obrigada. Mas precisamos apenas do banheiro. –reforçou minha irmã dando um sorriso amarelo.

Então a atendente apontou uma porta cinza em sua diagonal. O banheiro era minúsculo e não tinha papel higiênico, mas pelo menos conseguimos nos limpar do sangue seco, não o caso de Gabrielle. Aquela flecha atirada por Clint daria uma bela infecção se não cuidássemos.

–Apenas gaze não vai funcionar. Precisamos de pedir ajuda... Está doendo muito. –minha irmã faz uma cara de dor.

–Você pode aguentar por algumas horas não?

–E ter que arrancar minha perna depois por causa da infecção que isso dará?

–É isso ou seremos presas. Como vamos justificar esse machucado? A policia não irá acreditar em qualquer bobagem. –reviro os olhos irritada. Estávamos mais longe de casa do que nunca. –Está bem. Vamos nesse tal de Dr. Pudlok.

Perguntamos a atendente da loja como chegava a casa desse médico. A pé era o nosso único modo de translação e aquelas ruas da cidade me davam terrível medo. Não havia sinal de ninguém, alguns bares abertos, ruas escuras.

–Onde está a campainha? –procuramos e não achamos. –Acho que temos que bater na porta?

–É o único jeito.

–Quem é? –escutamos algumas trancas serem soltas antes mesmo de bater. –Olá?

–Você é o doutor Pudlok?

–Sim?

O médico abriu a porta, olhou para mim e para a minha irmã de cima para baixo e nos deixou entrar. Ele não era o melhor médico, a casa era extremamente suja e nada confiável. Gabrielle lançou um olhar apavorada. Mas era a nossa única opção e ela também insistiu em ir.

–Como isso aconteceu?

–Longa história.

–Nos perdemos na floresta.

–Deite aqui.

Doutor Pudlok pegou uma maca que parecia ter sido roubada. Ele fez uma careta ao ver o machucado da minha irmã melhor e pegou uma maleta com seus materiais.

–Vocês são daqui?-perguntou.

–Não. Estamos a passeio.

–Isso vai doer um pouco no inicio. –ele alertou para minha irmã quando ia injetar a anestesia.

Dei as costas aos dois para examinar a casa, ou melhor, chiqueiro. Ele estava assistindo ao noticiário comendo alguma carne estranha. Então na minha cabeça começam a surgir ideias.

–O doutor não usa luvas? –questiono para o bem de Gabrielle.

–Claro. –ele procura um pacote de enfim as coloca.

Depois de todo procedimento para retirar os pedaços da flecha e costura, lembrei que a consulta não seria grátis e eu não tinha nenhum dinheiro.

–Como ficou a minha perna? –Gabrielle pergunta em inglês, com medo de olhar. Esse cara não sabia falar em inglês, apenas russo.

–Está bonita. Agradeça a mim pelas luvas.

–O que estão falando? –o doutor ri e me assusta, fazendo minha irmã rir também.

–Sueco. Somos a suécia. –minto a ele e em seguida olho para minha irmã.- Preciso que finja que durma. Tenho que distrair esse babaca, não podemos pagar pela consulta.

–Sério? Nossa! É muito parecido com inglês.

–Somos países bem próximos. –minto descaradamente e ele acredita.

Gabrielle balança a cabeça compreendendo e finge espreguiçar os braços e a piscar lentamente. Enquanto isso, penso em como sairíamos dali. Aquele cara parecia ser fácil de enganar e provavelmente vivia sozinho.

–Doutor, é normal sentir sono? Estou tão cansada? –minha irmã pergunta e fecha os olhos.

–É...É. –ele gagueja ao responder.

–Gabrielle? –pergunto calmamente e ela não me responde. –Desculpe, acho que a minha irmã dormiu aqui.

–Não tem problema algum. Vocês já tinham algum lugar para ficar? Quer uma cerveja? –Pudlok se levanta e vai até a cozinha.

Eu não beberia aquela cerveja. Mas mesmo assim, ele trouxe para mim e ficou tentando fazer com que eu bebesse, conversando comigo sobre a Suécia e dando muito em cima de mim.

–Vocês podem ficar aqui. Não tem problema. Sua irmã precisa de descanso. Palavra de médico. –ele sorriu, mas eu não cairia na dele.

–Obrigada pela gentileza. –abaixei meu rosto e quando levantei, reparei que ele estava próximo demais. –Nós não podemos.

–Porque não eu bem? –ele beija meu pescoço e me puxa pela calça.

–Eu disse não!

Mas ele continua a me atacar. Eu o empurro com os meus braços, ele cambaleia para trás e volta a se aproximar de mim sorrindo. Sua mão puxa minha camisa com força, então eu pego o seu braço e dou uma volta por ele, segurando seus braços em suas costas.

–Você é forte querida. –ele riu.

–E você é nojento.

Pego sua maleta e bato na sua cabeça, ele cai no chão desmaiado. Minha blusa suja com o seu sangue e eu sinto uma enorme vontade de vomitar. Despejo tudo na pia, enquanto a minha irmã se levantava rindo.

–Você demorou. Estava curtindo o cara? –ela zombou.

–Cala a boca. Temos pouco tempo. Pegue as chaves do carro dele, procure a sua carteira. Eu vou me lavar.

Olho para o médico e o arrasto até a banheira do seu banheiro. Eu jogo água em meu pescoço, me limpando, mas a minha blusa já era. Teria que comprar outra no caminho.

–Não consigo achar a carteira dele. –Gabrielle grita do quarto.

–Encontrou as chaves? –eu apareço na porta.

–Sim. –ela me manda.

Encontro um óculos aviador na cômoda. Eu os lavo e coloco, ficava bem em mim.

–Vamos embora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

DESCULPE, DESCULPE. tive problemas com o meu computador. mas finalmente tudo foi resolvido, saudades de postar e escrever!
descobri que só pode um gif por capítulo agora...
próximo capítulo está quase finalizado, teremos grandes vira-voltas...