Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 47
Capítulo 47


Notas iniciais do capítulo

Olá.. pessoas... Mais um capítulo novo e rápido!! eeeeeeh... pois é. Tem link de música aí..
obrigada pelos comentários, fico feliz que ainda estejam acompanhando a fic mesmo depois de tanto tempo. Vamos até o final agora!
Boa leitura



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Instituto de Educação Mills – 12:00, refeitório.

Boa tarde ,instituto Mills!! Aqui é Alan Dean Glass em mais uma edição do Recados do coração:

“Esse vai de alguém especial para alguém especial. Desculpe se te fiz sofrer,essa não era a minha intenção. Queria ao menos mais uma vez ouvir sua voz, sinto sua falta. Por favor, me perdoa.”

Muito bem, alguém especial, eu sinto muito, mas acho que você já perdeu.

Fiquem agora com Adele, Hello ...

A música preenchia todos os espaços da cantina. A tão sonhada rádio de Alan já estava a todo vapor. O garoto adorava aquilo. Lia todos os bilhetes anônimos, em grande maioria, dava uma curta opinião sobre o assunto e deixava a música rolar enquanto todos faziam suas refeições. Naquele dia, porém, não teve recado do coração que fizesse um aluno sequer prestar atenção no que dizia o jovem locutor. Todas as atenções eram voltadas para a mulher que entrara com Regina na escola naquela manhã.

–Será que ela é a nova professora? – Questiona Tinker.

–Aquela mulher? Acho que não. Deve ser outra coisa. – Responde Ariel.

–Qual o problema com ela? – Mulan questiona. – Não vi nada de demais além do seu estilo arrasador. Tenho uma nova meta pra vida. – Diz piscando para Ruby.

–Ela pode muito bem ser a nova professora. – Ruby comenta. – diretora Mills parecia resolver isso por conta própria, se ela não for, com certeza é alguém importante pra escola de qualquer jeito.

–Concordo com Ruby. – Diz Neal.- Regina está procurando uma substituta para senhorita Muller já faz um tempo. Deve ser ela.

–Mas, com aquele estilo? – Retruca Ariel.

–Qual o problema? – Pergunta Mulan.

–Nada, só achei meio inapropriado para uma professora.

– E você lá sabe o que é apropriado ou não? – Ruby questiona.

–Eu tenho bom senso, coisas que você parece não ter. – Responde levantando e arrastando consigo Eric que só conseguiu pedir desculpas e seguir a namorada até a mesa das irmãs Frozen.

–Qual o problema de vocês? – Emma pergunta se aproximando da mesa ao ver Ariel saindo bufando.

–Não sei de nada. – Fala Tinker também se retirando.

–Estamos falando sobre a nova professora. – Comenta Neil.

Emma senta ao lado de Mulan.

–A mulher do corredor? Todos estão falando dela. Eu não a vi. Como ela é?

–Ela é bafônica!!! – Fala Ruby, empolgada. – Já me identifiquei.

–Você está bem, Emma? – Mulan questiona interrompendo o assunto.

–Sim, está tudo bem. – Responde com os olhos meio distantes.

Mulan aceita a resposta da amiga por enquanto.

–Como vai seu irmão? Você nunca mais comentou sobre ele.

–Paul vai bem, vai todo mundo bem, está tudo indo bem. Eu..., eu vou ao banheiro, com licença.

–Mas... ela acabou de chegar. – Ruby comenta descontente.

(está mesmo tudo bem entre nós? Tem algo acontecendo? Tem semanas que nem consigo tocar em você. Sinto sua falta, Gina.)

Olha novamente a mensagem no próprio celular. Nenhuma resposta até agora. O motivo de Regina continuar fazendo aquele tipo de coisas era uma incógnita na cabeça da garota. Estava tudo bem e ela sumia, ficava tudo bem de novo, e Regina mais uma vez sumia. Mas, se parasse ao menos um pouco para pensar, o que queria? Realmente não tinha espaço para uma garota de 17 anos na vida de Regina. Tudo naquele momento parecia tão frágil. Aqueles altos e baixos estavam fazendo as coisas ficarem cada vez mais estranhas. Eram noites perfeitas dentro do Jolly Roger para semanas de afastamento sem satisfação.

–Pensando na morte da bezerra? – A voz de Zelena saia do último box do banheiro.

–Agora não, Zelena.

–Agora não o quê? Só fiz uma pergunta. Será que sou tão desprezível assim que nem posso dirigir uma pergunta a você?

–Agora não esse drama. – Fala molhando as mãos em baixo da pia e passando no rosto.

Zelena continuava parada no meio do banheiro olhando Emma pelo espelho. Algo acontecia com a loira, era visível. Queria ajudá-la ao instante que queria que ela fosse à merda com aquela expressão metida e aqueles cachos loiros preenchendo toda sua cabeça. Não conseguia de forma alguma entender o que havia acontecido entre elas.

–Você não vai falar não, é? – Pergunta ainda fitando a loira pelo espelho.

Emma levanta o rosto molhado e encara o reflexo da ruiva a sua frente.

–Não aconteceu nada. Só não quero sua amizade, por favor..., só aceita.

–Só aceita... – Repete atônita . – Ok..., eu só aceito então.

A troca de olhares ficou no ar por um tempo. Algo se trocava ali. O que não era possível precisar. Havia dor e mágoa de ambos os lados.

–Odeio você, Emma... – Fala olhando fixamente para o reflexo da loira que recebia os olhos azuis em seus profundamente. – Odeio...!

Zelena sai do banheiro apressada. As lágrimas vinham. Ela não queria que vissem. Ela não queria ninguém por perto. Ela não queria mais atravessar o caminho de Emma, mas no torpor das lágrimas, atravessava, naquele momento, o caminho de outra pessoa:

–Olha por onde anda, garota! – Dizia a voz forte da mulher com quem Zelena acabara de trombar no corredor.

–Desculpe. – Fala meio chorosa sem ao menos levantar direito o rosto. Apenas se desvia e sai enxugando as lagrimas o quanto pode.

–Senhora Mills... – Emma fala surpresa ao sair do banheiro logo depois de Zelena.

–Surpresa, Swan?

–Não. – Emma responde meio amarela. – Só não é muito comum vê-la aqui na escola.

–Já fui diretora deste instituto. Na época as garotas não saiam choramingando pelos corredores.

–Como?

–Algo errado entre você e Zelena?

–Não, claro que não. Está tudo bem. Sabe como Zelena é..., meio maluca.

–Sim, estou ciente. Estou de saída. Uma boa tarde, querida. – Despede-se com aquele sorriso maníaco que só Cora era capaz de fazer. Não daria para saber, nem em um milhão de anos de análise, se aquela mulher alguma vez sorria de verdade.

–Boa tarde. – Responde enquanto a mulher dá as costas. Com certeza viera falar com Regina. Como será que ela está agora?

O coração de Emma dizia para que fosse naquele instante até a diretoria, mas sua cabeça dizia que não. Se Regina estava longe aquele tempo todo, com certeza era por não ser muito seguro que elas se encontrassem. Era capaz de compreender aquilo com facilidade, mas incapaz de encontrar justiça naquela situação.

Aquele pensamento se manteve em sua cabeça até o final do dia. Ajudara Archie na biblioteca como vinha fazendo semanas seguidas. Fora para casa depois da escola. Tomou banho. Comeu. Olhou o celular sem resposta diversas vezes assim como respirou fundo incontáveis vezes também e aquele pensamento não saia de sua cabeça. Cora estava rondando Regina. Devia ser por isso. Devia ser esse o motivo.

(Vem pro Granny’s)

**

O sino de alerta na porta do Granny´s soa. Emma entrava curiosa para saber qual a urgência da mensagem de Ruby.

–O que houve? – Pergunta se acomodando em frente ao balcão.

Ruby na mesma hora se debruça do outro lado: -Está vendo ali na mesa do fundo? Os olhos de Emma percorrem a lanchonete até a última mesa. -É a nova professora.

–Hum..., me chamou aqui pra isso? Sério, Ruby? Pensei que fosse algo urgente. – Fala sem emoção.

–Deixa de ser chata. Vai dizer que você não quer conhecer a nova professora? – Pergunta empolgada

–Não.

–Nem está curiosa?

–Não.

–Qual seu problema? Essa cara azeda aí desde o começo da semana por quê?

–Você sabe por que.

–Regina? – Pergunta revirando os olhos.

–Sim. – Responde com ar meio chateado.

–Entendo, mas não precisa ficar se martirizando por isso o tempo todo. Regina tem seus problemas, imagino até que sejam muitos problemas.

–Eu sei e você está falando como Mulan. – Diz visivelmente desconfortável. Aquele tipo de conversa sobre como ela não devia se sentir para baixo por causa de Regina a deixava sempre pensativa.

–Porque Mulan tem razão e se você sabe disso, apenas relaxa e vamos nos divertir um pouco. Gostei do jeito dessa nova professora. Mulan está num jantar com a família, só sobrou você para me ajudar.

–Ok, ok... Ajudar com o quê? – Pergunta para tentar se livrar o mais rápido possível de algum sermão que Ruby poderia iniciar; não que isso fosse do feitio da garçonete, mas pelo jeito, tanto ela quanto Mulan estavam no time “não sofra por Regina”.

–A chegar nela, né!? Você entende dessas coisas.

–Eu entendo? Sério?

–Sim..., você.

–Não sei nada sobre isso. – Fala meio de lado olhando diretamente para a mesa do fundo: - Está interessada nela? Ela é lésbica?

–Dã, Emma... , está escrito na testa dela, não tá vendo?

–Não acho que isso seja uma boa ideia.

–Ah, é? E Regina?

–É diferente.

–Não vejo nenhuma diferença.

–Ok, então..., qual seu plano?

–Então vai me ajudar?

–Não disse isso, mas quero saber o que você vai fazer.

–Não quero ser direta demais, me ajuda a pensar.

–Hum..., ela já fez o pedido? – Pergunta pensativa.

–Já.

–Quando voltar lá deixa um bilhete com teu número dizendo que é de uma admiradora secreta. Assim ela não vai assustar.

–Oh..o, você é um gênio, Emma!! Vou fazer isso agora mesmo.

–Hum..., ok. – Concorda meio preocupada. Sua única esperança naquele momento era que a nova professora não desse atenção para o bilhete de Ruby.

A loira fica sentada no balcão até a garota voltar com o pedido da última mesa, dirigir-se até lá com seu melhor sorriso e encontrar uma professora distraída e um sorriso amarelo ao receber o bilhete.

–Ela não pareceu muito interessada. – Reclama sentando num banco ao lado de Emma.

–Poxa..., que pena. – Fala com alívio.

–É.., precisamos ser mais agressivas.

–Precisamos? Vou pra casa agora, te vejo na escola. – Fala rapidamente. Precisava ir embora, estava totalmente sem paciência para o que fosse.

–Vai pensando em algo enquanto isso, ok?

–Ok...

**

O garoto em frente ao Granny’s admirava uma das motos do estacionamento quando Emma passa acelerada.

–Hey, Emma...,Está cedo ainda.

–Não para mim..., tenho de ir para casa.

–Não antes de dizer o motivo dessa distância toda. – Fala se aproximando da loira.

–Que distância?

–Há semanas que você tem estado meio estranha e nunca mais foi lá em casa. Está tudo bem? Regina te fez algo?

–Me fez algo? Como assim? Ninguém me fez nada. Jogo vídeo game com Henry nos sábados. Está tudo normal.

–Ok, Emma... Eu entendo, você não quer falar; talvez não confie em mim, mas... saiba que sou muito bom com segredos.

–Eu? Segredo? Não tenho segredos.

–Tem certeza? Nenhum? Nada?

–Sim... Tenho de ir agora. Boa noite, Neal.

–Boa noite, Emma e cuidado. – Alerta com uma expressão séria no rosto.

–Com o quê?

–Não sei..., só cuidado sua casa é meio longe.

–Eu tomo cuidado. – Se despede com um sorriso meio forçado.

**

Em passos lentos de volta para casa, as últimas palavras de Neal se repetiam na cabeça de Emma: “O que ele quis dizer com só tome cuidado? Será que estava sabendo algo sobre ela e Regina? Não era possível! Havia semanas que elas mal se falavam, não tinha como ele ter descoberto algo”. Não tinha como negar que aquele pequeno diálogo tinha sido no mínimo preocupante. Seria o caso de falar sobre o assunto com Regina ou estava de alguma forma, procurando um motivo para ir trás da morena? Sua cabeça insistia em pensar que algo estava acontecendo e não parecia ser nada bom. Zelena sempre por perto querendo saber de tudo, Cora rondando Regina na escola e agora Neal com aquela conversa estranha. Precisava falar com Regina, não podia esperar mais.

(precisamos conversar, por favor, não ignore. É importante)

Envia a mensagem apreensiva. Regina havia ignorado as últimas, porque responderia aquela? Só restava esperar.

Guarda o celular de volta no bolso da jaqueta quando, de repente uma moto surge ao seu lado na rua.

–Hey, garota...

Emma vira enquanto a nova professora retira o capacete. Aproxima-se.

–Creio que isto seja seu – Diz estendendo a Emma o bilhete de Ruby. – Desculpe, mas acho que você se enganou, não tenho 17 anos. Até mais. – Acelera a moto rapidamente sem nem esperar que Emma diga alguma coisa. A garota fica parada na calçada com a expressão mais indignada que seu rosto conseguia fazer quando seu celular vibra em seu bolso.


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