Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas.. esse capítulo ficou um pouco grande, ia cortá-lo ao meio, mas... vcs provavelmente iriam querer me matar por isso. kkkk
então.. aqui vai.

*** Tive pouco tempo pra revisar então perdão por qualquer coisa***

Boa leitura!



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Era um sábado atípico. Storybrooke sofria da síndrome do clima meio estranho. Tinha dias que as portas do céu se abriam e a chuva caía sem controle, não poupava o mínimo de chão seco. E outros, mais raros, como aquele, o sol aparecia tímido fazendo um calorzinho com o qual era possível aproveitar a praia. E foi isso que os amigos de Emma fizeram. Seu celular não parou de gritar os convites para juntar-se ao grupo, todos recusados educadamente. Passou o dia em casa organizando a vida escolar e saiu apenas no final da tarde para ir à casa de Regina jogar vídeo game com Henry e com certeza encontrar a morena. Aquilo não saiu de sua cabeça durante todo o dia. Mais uma vez se viu nervosa com a expectativa de encará-la, mas agora tudo parecia um tanto diferente. Emma não se sentia complemente insegura como antes e foi com essa confiança meio trêmula que bateu na mansão de número 108 as 17:30 daquele sábado quente e entregou seu melhor sorriso a Henry quando o mesmo lhe atendeu na porta.

– Emma! - Entusiasmado abraça a loira na porta de casa.

– Iaí, garoto! Tudo bem?

– Tudo ótimo. Que bom que você veio.

– Eu sempre venho, né?. - Henry sorri e leva Emma pelo braço até a sala. O vídeo game já estava pronto, tudo preparado para a chegada da amiga.

Sentam-se no sofá.

– Neal não vai jogar conosco hoje. O que é uma pena, ia fazer uma competição entre nós.

– Onde ele foi?

– Na casa de um amigo fazer um trabalho da escola depois iria à praia ou algo assim.

– Sei, todos foram à praia hoje.

– Menos você que veio pra cá comigo. Eu não te atrapalhei, né?

– Não, eu queria vir mais que ir à praia, acredite. - Fala piscando um dos olhos.

Neste exato momento Regina adentra a sala distraída, não sabia ainda da presença de Emma.

–Henry... - Regina para no portal de entrada, olha pra Emma numa clara surpresa - E... Swan, você já está aqui.

–Pois é..., era o combinado. - Emma olha pra mulher dos pés a cabeça. Nunca tinha visto Regina daquele jeito. A morena estava completamente despojada, usava uma calça preta de moletom e uma camiseta cinza e, pela primeira vez, a viu descalça com os cabelos presos numa tentativa de rabo de cavalo. Os fios mais curtos caíam em seu rosto tão naturalmente que ficou por uns segundos sem conseguir tirar os olhos dela, pensava se era humanamente possível que aquela mulher se tornasse ainda mais linda daquela forma tão natural.

–Henry, vim saber o que você quer para jantar. - Finalmente faz o que fora fazer na sala, perguntar ao filho sobre o jantar.

–Quero lasanha.

–Comemos lasanha na semana passada, Emma também, não quer outra coisa? Assim vai parecer que eu só sei fazer lasanha. - fala meio decepcionada.

Emma abre um pequeno sorriso ao perceber a preocupação da mulher. Naquela hora não tinha nada melhor do que estar ali e ouvir Regina falar, ouvir sua voz rouca e forte ecoando pelos cômodos da casa, não se importava com o que comeria desde que Regina estivesse ali.

–Quer algo especial, Emma? - Henry pergunta à loira.

–Hã... não, o que tiver pra mim tá bom.

Regina suspira parecendo entediada, uma das coisas que mais gostava de fazer era cozinhar, queria fazer algo diferente pro jantar, mas aqueles dois não ajudavam em nada.

– Vou fazer uma macarronada com molho especial, tomar um banho e depois venho chamá-los para o jantar.

Vira-se e deixou os dois na sala.

– Molho especial? - Questiona a loira.

– É um molho que ela mesma inventou. Não me pergunte o que tem nele apenas imagine a coisa mais gostosa que já comeu, não chega nem perto do gosto do molho da minha mãe. - Emma tentou imaginar a coisa mais gostosa que ela já havia comido e não conseguia pensar em nada que não fosse na boca da morena. Não que sua boca fosse comida mas, se tratando de gosto, era a coisa mais gostosa que já havia provado na vida, Regina tinha uma boca doce e quente que a deixava nos ares apenas de lembrar.

–Emma!! - Henry chama sua atenção.

–Oi... - fala meio aérea.

– Estou te chamando já tem quase um minuto. Você estava sonhado acordada? Está tudo bem?

– Sim, garoto, tudo certo. Vamos Jogar, hoje vou te dar uma surra em todos os jogos.

****

Quase uma hora e meia depois Regina reaparece na sala agora em um vestido preto simples solto no corpo, alças finas, as coxas de fora, os cabelos ainda úmidos, o cheiro do seu perfume tomando conta do ambiente:

– A comida está na mesa. Lavem as mãos.

– Você ouviu sua mãe, garoto. Pra cozinha!! - Emma ordena em tom divertido.

– Ela mandou você também, Emma. Mas eu vou chegar lá primeiro. - O garoto sai correndo pela casa até a pia da cozinha, Emma atrás dele rindo de toda situação. Poderia até parecer irreal, mas sentia-se completamente em casa ali. Henry era para ela mais que um amigo, preocupava-se com o garoto como um irmão mais novo ou até mesmo e por que não, como um filho.

****

Na sala de jantar Regina colocava os pratos na mesa quando os dois entraram fazendo barulho, conversando alto, rindo. Henry senta-se empolgado. Emma senta em frente ao garoto enquanto Regina toma para si a cabeceira.

– Mãe, descobri que Emma gosta de algumas coisas que eu gosto. Como a Liga da justiça e os Vingadores, mas o personagem favorito dela é o Hulk e o meu o Capitão América.

– O Hulk, Emma? - questiona Regina.

– Sim. Ele é forte e não enrola, resolve tudo socando quem tiver de socar. - Regina faz uma cara de desaprovação.

– Tão grosseiro, bem a sua cara mesmo. - Sorri. Henry olha pra Emma que também sorri e os três sorriem e conversam durante todo jantar. Quem chegasse ali assim de surpresa veria mais que três pessoas comento juntas numa noite quente de sábado, veria uma família conversando confortavelmente, era impossível não perceber na expressão dos três como sentiam-se em casa naquele momento.

Henry, que havia presenciado poucos momentos em família, momentos em que sua mãe se descontraísse e estampasse no rosto um sorriso que o garoto achava tão bonito e nunca via, sentia-se feliz em ver sua mãe sorrindo daquele jeito. Não lembrava de vê-la assim em todos aqueles anos.

Emma sentia-se confortável como no seio de sua família. Era como se sempre tivesse feito parte daquilo. Dividia aquele momento com Regina e com Henry e não Conseguia sentir uma melhor forma de passar seus dias do que daquele jeito.

Regina, que por muito tempo não se sentia confortável em um simples jantar em família, agora sorria de forma natural, seus olhos tinham um brilho diferente, era como se a vida batesse a sua porta mais uma vez e a convidasse a viver.

Quanto ao molho especial, era realmente a coisa mais gostosa que Emma já havia provado, isso se tratando apenas de comida, claro.

****

– Vem, Emma, vamos fazer uma sessão só com os vingadores. - Fala o garoto com um enorme sorvete indo em direção à sala.

– Vou ajudar sua mãe com a louça e já vou ai com você. - Diz da cozinha.

Regina estava com a barriga encostada ao balcão da pia, lavava a pouca louça do jantar de a pouco. Emma estava de costas para balcão com a palma de ambas as mãos segurando as bordas, seu corpo encostado como se a qualquer minuto fosse ganhar impulso e sentar ali mesmo.

– Tem certeza que não quer ajuda?

– Tenho, é pouca coisa. - Regina fala sem olhar para a loira ao seu lado.

Faz-se um silêncio absoluto entre elas. Durante todo jantar, ou melhor, durante toda a estadia de Emma naquela casa naquele dia, as duas trocaram olhares mais demorados que o normal. A loira olhava Regina de uma forma que a morena não conseguia ignorar, eram atraídas uma pela outra; naquela troca de olhares existia uma conexão capaz de anular o sentido das palavras.

Emma olha a morena na pia com aqueles olhos de quem sabe que vê as sete maravilhas do mundo enquanto Regina tentava não sucumbir diante daquilo. Naquele momento evitava passar suas íris castanhas pelos verde esmeralda da outra, mas conforme os segundos passavam naquela cena muda, ignorar aquele pedido verbalmente inexistente, porém completamente aberto, estava ficando cada vez mais dificultoso.

– Você não devia me olhar desse jeito. - Fala sem levantar o rosto.

– De que jeito? - Pergunta virando-se de lado para ficar de frente a outra.

– Desse... - Regina para o que estava fazendo e agora encara a loira. - Desse jeito tão... Tão - fecha os olhos para procurar as palavras - Tão desconcertante. - Abre-os.

Emma sorri.

– Te olho assim por que ainda não consegui crer no quanto você consegue se tornar ainda mais linda assim tão natural. - Fala levando os dedos da mão esquerda ao rosto de Regina, desenhando toda a linha lateral de seu queixo. A morena estremece, fecha os olhos sem perceber e logo em seguida, como se um segundo de sanidade lhe fizesse retomar a consciência, afasta o rosto do toque novamente desviando os olhos para a louça da pia.

– Também não devia falar assim.

– Me dá um bom motivo e eu não farei mais. - Fala sensualmente se aproximando mais da morena que tinha os olhos grudados além da louça e, depois de alguns segundos de silêncio, fala sem mudar o foco de seus olhos:

– Você não devia por que... - Para por alguns segundos

– Por quê? - Questiona se aproximando da morena lentamente. Seu corpo agora encosta levemente no braço direito da outra.

– Por que eu... Eu não sei se conseguiria resistir a isso.

– A isso? A mim? - Pergunta enquanto desenha uma linha imaginaria com a ponta dos dedos por toda extensão da coluna da mulher.

– Sim, a você. - Regina fala com a voz mais leve, soltando o ar pela boca vagarosamente. Seu corpo todo havia se arrepiado com aquele toque, estremecido, amolecido; o coração batia descontrolado; ofegava sem mesuras com os olhos fechados na direção da pia, evitando qualquer contato visual.

A loira junta seu corpo pra ainda mais perto. Sua mão esquerda agora completamente aberta no cóccix de Regina. Desce sua cabeça em direção ao ombro da mulher e pousa um beijo lento e demorado em seu ombro desnudo; ao final, removendo os lábios da pele da outra, os aproxima dos seus cabelos e quase encostando a boca no pé do ouvido fala num sussurro:

– Então não resista.

Regina sente-se derreter ainda mais com a voz mansa, sussurrante da garota que, naquele momento, estava longe de ser uma garota. Era como se Emma soubesse exatamente os mecanismos de seu corpo, como atraí-la, como seduzi-la, fosse de forma doce e meiga, como no primeiro beijo; fosse de forma aflita, dominadora, como naquele dia no banheiro; fosse como no presente momento, vagaroso, sexy, conquistador.

Regina vira a cabeça em direção à loira. Seu queixo quase em cima do ombro. A boca de Emma ali, convidativa em um pequeno espaço contra seus lábios. Respiravam pesado em sincronia. O nariz e testas tocavam-se levemente. Os olhos de Regina semicerrados. A mão de Emma acomodando-se na curva da sua cintura, trazendo seu corpo pra mais perto. O segundo antes de pular no abismo, antes de tocar o céu. Seus lábios roçando de leve. Regina trazia os seus meio abertos soltando o ar em sopros leves pela boca. Seu corpo inteiro gritava, ansiava por aquela entrega, por mais um segundo que infelizmente fora cortado.

– Hey, mãe,, Emma.. - Henry vem correndo alegremente da sala em direção à cozinha já sem seu sorvete. As duas se afastam rapidamente. Emma retorna a sua posição inicial encostada ao balcão, ofegante.

O menino entra na cozinha, olha para as duas. Emma com uma expressão meio assustada como se tivesse acabado de ver um fantasma e Regina de costas pra ele com as mãos paradas dentro da pia.

– Está tudo bem? - Henry pergunta.

– Sim- Emma responde rapidamente. - Estamos falando sobre você. - Conclui.

– Emma estava me contando como você é incrível no vídeo game. - Regina fala sorrindo virando-se para o filho, tentando regular a respiração. Emma apenas concorda balançando a cabeça positivamente.

– Eu tive uma grande ideia. Mãe... Você poderia jogar conosco. Fazemos uma competição. Quem perder leva uma surra de cócegas e quem ganhar escolhe o filme que veremos hoje e tem o direito de tomar quanto sorvete quiser durante toda semana. - Regina lança um olhar de repreensão e ao mesmo tempo sorri.

– Eu topo. - Fala Emma.

– Isso vai beneficiar apenas você, Henry.- Fala pro filho.

– Mas essa é a ideia. Eu vou vencer as duas. - Gaba-se.

– Ok, - a mãe finalmente concorda.

***

– Serão três jogos de três rodadas. Vamos decidir por sorteio quem começa. Quem vencer no primeiro jogo joga com quem ficou de fora e quem vencer nesse segundo jogo contra o primeiro que perdeu, sendo assim cada um vai ter duas chances.

–Não sei se entendi isso muito bem, mas aceito. - Emma fala desconfiada.

– Ok, capitão, mas como é esse jogo? - Pergunta Regina.

– É um jogo de luta dos Vingadores. O meu personagem é o Capitão América, da Emma é o Hulk. Qual será o seu mãe? - Fala mostrando os personagens da tela da TV.

– Hum... Quero aquela mulher ali. - Regina aponta para a personagem ruiva vestida de preto.

– A Viúva negra? - Pergunta o filho.

–Sim,ela mesma, adorei esse nome já disse pra vocês que preto é a minha cor? - Fala descontraída.

– É bem a sua cara mesmo. - Diz Emma e Regina sorri.

A loira não pode deixar de perceber o quanto ela parecia descontraída. Depois daquele susto na cozinha em que Henry quase as viu num beijo que infelizmente não aconteceu, pensou que a morena ficaria mais arisca e como sempre, fugiria o quanto pudesse.

Regina tinha aquela estranha mania de fugir, se isolar toda vez que seus sentimentos eram abalados por algo, Emma entendia isso tão bem, diversas vezes se via fugindo das coisas que sentia; às vezes pensava demais, não se permitia entregar por medo de sofrer, mas com Regina tudo parecia tão diferente. De início se questionou varias vezes sobre o que realmente estava acontecendo com ela até se permitir simplesmente viver o que gostaria. Nunca se imaginou naquele estado por uma mulher antes, nunca imaginou que gostaria tanto de uma cidadezinha no interior do Maine, nem imaginou que sentiria uma felicidade tão grande em estar ali ouvindo a voz rouca daquela mulher, vendo seu sorriso fácil, sua expressão leve e sua postura sedutora.

– Ok, eu e Emma jogamos primeiro. - Diz Henry após verem os nomes nos papeizinhos do sorteio.

Os três jogaram durante um bom tempo. Ao final do pequeno campeonato, os planos do garoto deram certo, Henry ganha o torneio, teria o quanto quisesse de sorvete durante aquela semana.

– Semana que vem ele arranja outra coisa pra conseguir mais doces para a próxima. - Fala para Emma enquanto bagunça os cabelos do filho.

Os três estavam sentados no chão encostados no sofá.

– É, tenho que planejar algo. - Confirma sorrindo. - Agora eu escolho o filme que veremos.

– Agora, Henry? Não acha que já está tarde e Emma precisa voltar pra casa? - Regina pergunta.

– Você pode assistir a um filme conosco, só um? - Pergunta à loira.

– Claro que posso. Não tem problema, Regina, de verdade. - Fala sorrindo olhando para a morena.

–Ok, mas primeiro, a surra de cócegas para o perdedor. - fala caindo em cima da mãe fazendo cócegas em sua barriga.

– Vem, Emma, precisamos fazer cócegas nela. - Emma paralisa com o convite do garoto. Não sabia se fazia o que lhe pedia ou simplesmente recusava.

– Hãn... Eu não sei fazer cócegas. - Diz meio constrangida. Regina olha para a garota, havia entendido sua relutância.

– Você não é de nada, Emma. Vou no meu quarto escolher um filme. - Levanta-se de cima da mãe e sai da sala correndo.

As duas levantam-se, sentam-se no sofá. Regina tentava arrumar o cabelo que o filho havia bagunçado e recompor o vestido enquanto olha para Emma que ainda estava meio constrangida. Até aquele momento ainda não havia pensado sobre Henry, naquilo tudo que acontecia entre ela e Regina. Por uns minutos se pegou pensando o que o garoto imaginaria, pensaria, sentiria caso soubesse o que acontece entre elas, certo que não acontecia nada, pelo não ainda, mas e se acontecesse?

– Então você não sabe fazer cócegas? - Regina pergunta irônica.

– Na verdade eu sei, quer ver? - pergunta maliciosamente esquecendo tudo que estava pensando sobre o filho de Regina, jamais perderia uma oportunidade de provocá-la.

– Nem pense nisso. - Fala de forma autoritária.

Emma dá de ombros e aproximando-se ainda mais da morena empurra-a no sofá fazendo cócegas em sua barriga. Regina ri alto e se contorce enquanto pede para que a garota pare.

Emma para. Estava completamente em cima de seu corpo, segurava seus braços contra o sofá.

– Qual a parte mais sensível do seu corpo? - Pergunta olhando-a profundamente.

– Regina retribui o olhar profundo, provocador respondendo de forma sedutora: - Acho que você já sabe.

Como resistir aquilo?

Sim, ela sabia e preparava-se para depositar um beijo no pescoço da morena quando ouve os passos corridos de Henry pela escada. Mais uma vez o desenlace é rápido. Cada uma senta em uma ponta do sofá, novamente com aquelas expressões de criança que aprontou alguma coisa e não consegue fazer com que os adultos não percebam.

– Está tudo bem? - Pergunta Henry entrando na sala.

– Sim, tudo certo. - Emma fala numa piscadela.

– Você demorou, que filme escolheu? - Regina pergunta mudando de assunto.

– Frozen, é um dos meus favoritos atualmente. - Fala sorrindo.

*****

Meia hora de filme e Henry já estava dormindo. Cabeça nas pernas da mãe e os pés nas pernas de Emma.

– Regina... - Sussurra para a morena que estava distraia com o filme. -

–Reginaaaa...

–Oi? - Responde meio aérea.

– O Henry dormiu. - Aponta o dedo para o garoto.

– Oh... Vou acordá-lo pra ele ir dormir na cama.

– Não, não precisa. Eu o levo. - Fala tirando os pés do garoto de suas pernas delicadamente.

– Tem certeza? Ele é pesado?

– Que nada, Eu carrego meu pai no colo. - Fala piscando um dos olhos enquanto levantava o garoto do sofá. Ele dormia feito pedra.

– O quarto dele fica na última porta à direita.

– ok.

Emma leva Henry até o quarto, coloca-o na cama, o aconchega com o cobertor. "É um menino de ouro", pensa. Deposita um beijo em sua testa e sai de seu quarto.

***

A garota para na passagem larga que liga o hall de entrada à sala de estar. Regina arrumava a bagunça que os três tinham feito enquanto a loira acompanhava casa movimento do seu corpo, cada parte dele era de uma sensualidade descomunal. A morena tinha lhe seduzido a noite inteira mesmo sem perceber.

Regina espanta-se ao virar-se e ver Emma parada no portal.

– Desculpe. - Fala entrando na sala. - Não queria assustar.

– Tudo bem. - Sorri arrumando a última almofada no sofá.

– Ele estava cansado.

– Sim... - Confirma ligeiramente.

–Acho que devo ir agora. - Fala a loira olhando para a outra de pé em frente ao sofá.

Regina anda até o bar.

–Espera um pouco.

Traz dois copos e uma garrafa de cidra de maçã.

– Bebe comigo? - Pergunta estendendo um copo à garota.

– Sou menor de idade, Esqueceu? - Pergunta de forma divertida.

– Não... Mas você pareceu não lembrar disso na noite em que entrou bêbada na minha casa .- Fala meio grave.

– Vai lembrar disso pra sempre? - Senta-se no sofá com o copo de cidra pela metade.

– Sim. - responde a morena sentando-se numa poltrona meio distante.

– Posso saber por quê? - Pergunta entre um gole e outro.

Regina cruza as pernas sensualmente. Leva o copo aos lábios e vira o líquido vermelho na boca devagar passando a mão livre pelos cabelos curtos. Emma se perguntava se era impressão sua ou a morena estava tentando seduzi-la, Mais do que já havia seduzido sem querer.

–O próximo jogo é na sexta, o time de Newtown. Ouvi falar que elas são boas jogadoras.

Emma sorri balançando a cabeça.

–Por que você foge de mim?

–Por acaso me viu sair por aquela porta descontrolada? - Fala irônica. - Não estou fugindo.

Emma sorri mais uma vez enquanto toma mais um gole da cidra. Olha a mulher nos olhos analisando suas expressões. Regina era meio contraditória e em momentos como aquele a garota não sabia como agir. Pousa o copo de vidro vazio na mesa de centro. Levanta-se muda. Uns poucos passos e está de pé em frente a morena com a mão direita estendida.

–Você quer dançar? Sem música?

Olha em seus olhos. Era preciso dizer mais alguma coisa? Regina sabia o que era aquilo, era um convite, mas não para dançar ali, naquele momento, era para dançar sempre que ela quisesse.

Apoia-se na mão da loira para levantar. Emma leva as mãos à curva de sua cintura unindo seus corpos numa dança estática. As únicas coisa que se movimentavam naquele momento eram seus corações que batiam apressados. A garota abraça a morena pela cintura, leva os lábios a sua orelha:

–Do que você tem medo?

Regina sai do abraço rapidamente. Afasta-se. Olha para a loira. Aspira o ar profundamente:

–Emma... - suspira. - Eu... eu não sei o que sinto por você. - Fala de uma só vez. Sentia que era necessário falar tudo agora, não aguentava mais aquela situação em que apenas os olhares se falavam, Emma havia dito tudo que queria, chegara sua vez de falar também.

Dá uma pequena volta pela sala contornando a mesa de centro, passando o mais longe possível de Emma. Senta-se no sofá. Abaixa a cabeça.

–Eu já vivi uma coisa que começou assim, meio parecido e foi tudo tão rápido quanto foi rápido o fim. Não quero viver aquilo de novo.

Sem falar nada Emma ajoelha-se em frente a morena. Põe o queixo em seus joelhos, com a mão direita levanta o rosto da outra delicadamente.

–Não estou pedindo pra você se apressar, se jogar os meus braços agora e dizer que me ama e está perdidamente apaixonada. Estou pedindo pra você não fugir de mim, por que isso seria tão difícil? Você não quer descobrir o que sente?

Pões as mãos sobre as mãos da outra. Olha seus olhos verdes tão verdadeiros.

–Eu não sei se deveria.

– Por que eu sou uma garota de dezessete anos?

–Não. Por que você não apenas me atraí ou me seduz..., você... - Aperta as pálpebras como se para evitar que por elas transbordasse tudo que estava por dentro - você me faz pensar em ti todas as noites antes de dormir e todas as manhãs ao acordar..., sim, eu tenho medo de descobrir o que é isso, tenho medo de já saber o que é.

A garota beija as mãos da mulher segurando firme entre as suas.

–Você não precisa evitar. Me deixa te fazer feliz, Regina.. devagar, pode ser bem devagar se você quiser, um degrau por vez - Fala olhando em seus olhos.

Regina leva as mãos ao rosto de Emma. Acaricia suas bochechas, passa a mão para a sua nuca aproximando-se cada vez mais, trazendo o rosto da garota para mais perto do seu, a boca, os olhos, o corpo.

As mãos de Emma são levadas a subir as pernas da morena, dedilhar os quadris e parar em sua cintura.

–Eu não vou fugir, não mais.

Seus rostos próximos um do outro. Respiração, pele, cheiro, o ar, o silêncio... era tudo delas naquele momento. Regina puxa ainda mais a nuca da garota para, enfim, entrar com seus lábios grossos na boca de Emma num beijo lento, quente, demorado, experiente. Um beijo sem posse, mas que marca um domínio seguro. Sua língua explorava a boca da outra, tomava-a para si, enlouquecia-a lentamente e seria um beijo infinito se não fosse a porta da frente bater pesada.


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Notas finais do capítulo

Regina é meio complicada as vezes, né? hehehehe... você saberão por que maaaais lá na frente, ainda temos alguns capítulos até desvendar tudo pelo que Regina já passou.
E, vcs viram que ela disse que não vai fugir, né.. quero só ver. >)
Obrigada, pessoas, muito obrigada mesmo por todos que leem e comentam e essas coisas todas.
Espero que vcs gostem.
o resto dessa cena aí vocês verão no sábado. Abraços e até lá.