Benvenuto, Miss America escrita por Luh


Capítulo 2
Capítulo 2- Despedidas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente tudo bom??? Demorei, mas cheguei. Amei cada comentário que vocês me mandaram :D Respondi a todos com uma cara de boba. E claro que não poderia deixar de agradecer a linda da Lina Moraes pela recomendação!! No primeiro cap gente!! Morri e ressurgi quando vi. Muitoooooo obrigado.
Sem mais delongas, cá está o cap.
Desculpe qualquer erro.



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Hoje, fui acordada por minhas criadas, como sempre. Mas hoje era diferente, era o dia. O dia da escolha.

Se elas fossem as criadas de qualquer outra selecionada estariam em êxtase junto com a menina, mas como elas são as minhas; não. Como eu havia previsto o dia tão esperado por algumas, estaria para acontecer. E após duas semanas do meu ocorrido com o Maxon, avisaram as criadas que hoje seria o dia e que era para já começarem a prepararem os vestidos que seriam usados.

Mary acaba de arrumar o meu vestido e parte para arrumar meu cabelo. Mesmo sabendo que não estou mais na Seleção em si, elas continuam me arrumando feito uma princesa. Mas admito que nos últimos dias elas veem me feito vestidos mais estilosos, penteados mais elaborados e também estão me obrigando a usar as joias reservadas para mim. E não nego suas vontades, elas me fizeram tão bem nesses últimos meses. Elas dizem que se é para eu partir, é para partir no mais alto nível. E concordo com elas.

– Pronto, senhorita.– Mary fala quando termina de fazer um coque alto com alguns fiosinhos soltos na parte da frente. Estou pronta para o café, o meu último café da manhã no palácio. Se bem que não vou mudar muito de situação, daqui irei direto para a Itália, para um palácio novo, para uma cultura nova e um país desconhecido. Cada fez que penso sinto uma insegurança, não é fácil abandonar tudo o que eu já conheci. Mas logo a insegurança vai embora por quase completo e começo a me senti em êxtase. Eu vou para a Itália, finalmente poderei descobrir o que é ter uma vida fora dos padrões de Illéa. Serei livre.

– Será que um dia vocês poderão apenas me chamar de America?– pergunto sorrindo. Em retribuição todas sorriem também.

– Vamos, senhorita. Já está na hora.– Mary fala me conduzindo para a porta. Saímos do meu quarto em direção a Sala de Jantar.

O palácio normalmente tem um clima calmo, mas hoje está a todo o vapor. Serviçais, guardas e entre outros andam de um lado para outro, apressados com todos os preparativos para hoje. A revelação da escolha será feita em um palco montado fora dos muros do palácio, onde milhares de pessoas poderão ver a hora da revelação por vários telões, pelo menos é isso o que as minhas criadas falaram. Chegamos à porta da Sala de Jantar. Viro-me para os rostinhos de minhas criadas. Elas estão sorrindo, mas sei que estão se esforçando, como eu.

– Meninas, sei que irei falar com vocês mais tarde, mas será muito corrido e o que eu tenho a falar não é uma coisa que se fale em dois segundos.– começo a falar.– Queria agradecer a vocês por terem sido muito mais do que minhas criadas nesses últimos meses e sim amigas. Quantas vezes eu não quis descer para o Salão das Mulheres e vocês ficaram comigo jogando cartas? Quantas vezes me aguentaram reclamando sobre Maxon?- falo rindo em meio a lagrimas. Sim, eu estava chorando.– Sabe, se não fosse por vocês acho que teria desistido da competição antes. Após Marlee ter sido expulsa pensei que havia ficado sem amigas de verdade aqui, mas quando vi; tinha vocês. Garotas, eu agradeço tanto vocês por terem me permitido ser suas amigas. Vocês são pessoas tão maravilhosas. – Com isso abraço as três de uma vez. Aperto-as com tanta força. Sei que nenhuma dama faria isso, mas não me importo. Sentirei tanta saudade dessas cabecinhas ocas.

–Senhorita, assim irá nos matar.– Mary fala rindo e então largo-as de meu abraço.

–Nós que nos sentimos agradecidas de uma dama como você, ter sido nossa amiga.– fala Annia. Lucy está aos prantos e logo depois me abraça.

– Senhorita, sentirei tanta saudades sua! Muita!!– fala ela.

– Também sentirei Lucy, e espero que se cuide. – falo e logo me despeço delas.

Entro na sala e vejo que não sou a última a chegar, mesmo estando bem atrasada. Me sento entre a rainha e Celeste. Tenho feito de tudo para evitar Kriss esses últimos dias. Tive até a capacidade de fazer um trabalho com a Celeste para não ter que fazer com ela. E sabe estou até sentindo pena de Celeste. Ela anda tão desesperada por atenção, mas conseguiu mais quando parei de encontrar com Maxon. Desde daquele dia, o meu único contato com ele foi através das conversas civilizadas que sou obrigada a ter. Ele nem tentou se aproximar de mim, pois sabe que eu daria aquele tapa que ele bem merece.

E falando em Maxon é ele e mais Kriss que estão atrasados. Devem estar em uma daquelas consultas que grávidas tem que fazer e os pais normalmente ficam babando ou, pensando bem, podem até estar tentando fazer gêmeos. Vai que acontece...

– Senhorita America?– escuto uma voz fina e graciosa e viro-me.

– Majestade.– falo.

– Como a senhorita está nesse grande dia?- fala ela entusiasmada, mas sem perder a postura.

– Entusiasmada, Majestade. – minto.Tenho que mostrar que estou ainda na competição. Pelo menos tentar.

– Deve ser um sonho para a senhorita ir para lá. É um país lindo, acredite.

– Mas...– Começo a falar, mas sou interrompida. Como ela sabe apenas eu, os italianos e o Rei sabem. O Rei...

– Minha querida, fique tranquila não é de conhecimento de todos que a senhorita fará essa viagem. Eu soube pela própria Nicolleta. Ela me pediu para organizar sua ida junto a Clarckson. Sabe, nós, mulheres, confiamos mais em nós mesma do que em homens, mesmo que esse homem em questão seja um Rei.– ela ri e acompanho-a. A rainha deve ser amiga de Nicolleta, ou coisa assim, para trata-la por ela.- Você saberá disso quando assumir seu futuro cargo. Estou muito orgulhosa pela senhorita. Sei que ajudará muito Nicolleta.

– Muito obrigada,Majestade.- falo.

– America.- Tomo um susto quando ela me chama pelo o meu próprio nome, sem nenhuma formalidade.– Posso chama-la assim?– Ela pergunta vendo minha cara e concordo. – Por favor, me chame de Amberly, nós nos veremos muito ainda e gostaria que você me chamasse pelo o meu próprio nome. Não sei se você percebeu, mas é assim que nos dirigimos aos outros lideres de países. – Com isso ela me lembra; eu serei uma líder. Eu exercerei pela primeira vez na vida um cargo importante.

–Claro, Majes... Amberly. –Falo sorrindo.

– Sabe America. Percebi que Maxon não sabe que você irá em borá. Quero dizer ir para a Itália.

– Realmente, pedi para não contarem a ele. Não devo explicações a um tipo de pessoa daquelas.- falo, mas logo percebo com quem estou falando. Com a mãe dele.– Peço desculpas, não pretendia falar isso na sua frente.

– Fique tranquila querida. – Vejo de onde Maxon tirou a mania de chamar as pessoas de “querida”. – Eu mesma não fiquei nada feliz com a notícia. Quero dizer, fiquei por que terei um neto ou netinha. – fala ela toda boba.– Mas achei uma bela de uma sacanagem ele ter feito isso com as outras competidoras e principalmente com você, pois sei que ele estragou o futuro de um grande amor.– ela fala.– Ele além de magoar a você, também se magoou. Ele te ama, America.

– Eu o amava. Mas o que ele fez comigo é imperdoável. – falo. Sei que ela não quis falar por mal, sei que ela me entende, pois já esteve na mesma posição que, quero dizer, já foi uma selecionada.

– Te entendo. O que você está fazendo, de sair daqui, é a coisa mais sã a se fazer, pois grandes amores são bem difíceis de esquecer. – fala. – Você precisa se manter afastada; e continuando aqui em Illéa seria muito difícil. Você teria que conviver com a imagem de Maxon todos os dias de sua vida, isso seria uma tortura. – ela fala. - Quero que saiba que pode contar comigo. Mas você tem certeza que não irá contar para Maxon sobre sua ida? Creio que a despedidas são sempre mais libertadoras do que parecem...

– Não, não contarei e sim mostrarei. –falo, repassando mentalmente tudo o que os guardas haviam me falado.

A partir do momento seguinte a escolha de Maxon, serei uma propriedade da Itália, ou seja, estarei sobre a proteção dos italianos. Após dois dias de eu ter aceitado o convite, chegaram cerca de dez guardas da Itália. Mesmo ainda sendo propriedade de Illéa, eles cuidavam de minha segurança, querendo se assegurar que iria viva para lá. Mas é claro que eles não ficavam colados em mim, se misturavam aos guardas do palácio. Por exemplo, agora vejo Theo, um homem alto e loiro com feições muito bonitas, ao lado de um guarda imperial. Mas toda essa distância iria mudar na hora da escolha.

Tudo isso foi planejado com a presença do rei, que por acaso ficou bem feliz pela minha ida, assim, todos os devidos documentos, autorizações e coisas do tipo que uma pessoa teria que ter para ir para outro país fora fornecido por ele próprio; tudo para facilitar a minha saída da vida do filho. O que estou fazendo com um maior prazer.

Falando nele, Maxon adentra a sala seguida por sua queridinha. Logo se sentam, um tanto constrangidos, e começamos finalmente a refeição. Troco umas últimas palavras com a rainha e me concentro em meu prato. Uma torta de morango e creme. Esplendida como sempre, e sempre me lembrando de tantas coisas... A aposta que havia feito com Maxon, que perdi, e meu primeiro encontro privado com ele. Bem no começo da Seleção e agora estou eu, aqui, a poucas horas do fim dela. Não consigo evitar e olho para ele. Está sentado no outro lado da mesa com Kriss ao lado. Ela come com um sorriso no rosto e Maxon como sempre parecendo calmo. Surpreendo-me quando ele retribuiu o meu olhar e logo levanta sua mão e coloca em sua orelha. Nosso sinal. Tenho vontade de retribuí, mas não. Se for para contar para ele o que tenho que contar irá ser do meu jeito. Ele insiste com o sinal, mas não retribuo. E volto em me deliciar com a minha torta.

***

–Senhorita, você está esplêndida. - todas as meninas falam juntas, enquanto olham para mim.

Dessa vez, tenho que admitir. Elas arrasaram. Eu estou estonteante. Pedi para fazerem uma coisa nada antes usada por nenhuma selecionada. E não é que elas fizeram. Toco a saia do vestido e tento sentir o tule que normalmente está lá, e aos montes, mas não sinto. O meu vestido ao contrário dos outros que já usei, não tem quase nada de volumoso. É prata com detalhes em cristais swarovski e olha que elas não pouparam cristais. Meu cabelo ruivo colocam uma cor no visual com seu penteado meio solto e meio preso.

– Você está pronta para arrasar!– Mary fala dando um pulinho e sorrio com isso. Me surpreendo por toda a minha felicidade. É impressionante como o humor de uma pessoa muda tanto de uma hora para outra. Finalmente me dei conta que estou indo para a Itália. Eu tenho que estar feliz com isso; e sou.

–Ai meninas, como eu queria levar vocês comigo. – falo.

– Talvez qualquer dia você possa nos visitar.- fala Lucy.

– Talvez.– falo. Mas sei que provavelmente não voltarei, pelo menos, não muito cedo. Nem para visitar meus pais. Durante essa semana, tentei convencer eles a irem junto comigo, mas sempre alegaram que tinham uma vida aqui que não poderiam deixar de uma hora para outro. Depois de várias discussões, cedi, mas sobre o acordo de que iriam me visitar todo ano. Claro que fiquei triste, queria ter pelo menos alguém que conhecesse bem, comigo, nessa nova jornada. Mas o governo italiano só havia permitido levar a minha família, então estou indo sozinha. Mas não irei desanimar.

– Está na hora.– Anne fala. Então abraso-as pela última vez.

– Adeus.- falo, quase chorando, mas sei se chorasse de verdade iria ser repreendida até a minha morte por ter borrado a maquiagem delas.

– Adeus não. Até logo.– Lucy fala. Então elas me apertam uma última vez e me soltam de seu abraço.

– Sabemos que você será uma ótima dama de companhia, America.– fala Anne sorrindo. E também sorrio, não só por elas acreditarem em mim, mas também porque elas finalmente me chamaram de America. Vou em direção a porta e abro-a dando de cara com dois guardas que irão me acompanhar até o palco. Viro-me uma última vez para minhas criadas, sorrio uma última vez para ela e fecho a porta ainda com a imagem das três uma do lado da outra sorrindo e acenando feito bobas. Mas elas eram bobas, mas eram as minhas bobas. Anne. Mary. Lucy. Nunca esquecerei esses nomes.

Sigo em direção ao palco com cada guarda em um dos meus lados, é bom me acostumar com isso. Pois sei que será comum depois da escolha ser acompanhada de guardas, muito mais do já era aqui no palácio. Tudo isso foi passado por Nicolleta em uma de nossas conversas. Hábitos novos. Vida nova. Mal posso espera para ser uma pessoa nova.

Então logo escuto os gritos da multidão através do portão do palácio. E quando se abrem é tudo o que escuto e vejo, um mar de pessoas gritando nomes entre eles; o meu.

–America! America!

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VESTIDO DA AMERICA:


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Odiaram? Podem falar, eu não mordo. Espero por reviews seus. Se tiverem qualquer crítica ou sugestão é só falar, não precisam ter medo da autora :)
O cap era para ter o dobro desse tamanho, mas não podia ficar mais tempo sem postar. Mas enfim, o próximo temos A ESCOLHA!!!