Benvenuto, Miss America escrita por Luh


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da idéia da fic, ela surgiu do nada enquanto eu estava escutando uma música.Desculpe qualquer erro.



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–Senhorita America, por favor, acorde. O Rei deseja falar com a senhorita imediatamente.- Ao ouvir aquilo pulo imediatamente de minha cama. O quê o Rei gostaria de falar comigo? Não fiz nada de errado, na verdade, venho andado na linha desde daquela noite que fui quase expulsa do palácio. Venho me comportado como uma verdadeira dama para mostrar que mereço estar ali e principalmente conseguir a confiança de Maxon de volta. Mas isso tem estado bem difícil, nesse último mês tenho visto Maxon poucas vezes e raramente só nós dois; ele diz que com aproximação do dia da escolha ele vem estado muito atarefado com toda uma burocracia chata. Mas parece que ele tem tempo para a Kriss. Uma das causas que não tenho tido tempo a sós com o príncipe. Parece que Celeste e eu nem participamos mais da Seleção.

Desde que Elise saiu, pela lógica, Maxon teria mais tempo para as últimas três selecionadas. Mas não é o que está acontecendo. Gostaria muito de saber o porquê.

–Senhorita America temos que ir rápido. O rei odeia atrasos. - Lucy falou fechando o vestido que acabaram de fazer em mim.

–Sim, sim .- Coloquei um sapato e sai em um passo apressado de meu quarto. Se não fosse pelos gritos de minhas criadas já teria descido a escada principal inteira, mas...

Senhorita, senhorita, o cabelo!!– As três vieram correndo com escovas de cabelo e grampos em suas mãos. - Não arrumamos o seu cabelo!

Afobadas pela corridinha elas fizeram uma trança não muito elaborada, mas muito bonita. – Foi o que deu para fazer. - Anne fala quando coloca o elástico na ponta da trança.

–Até que ficou bonito para um penteado feito no meio do corredor. - Lucy confessa dando uma risadinha enquanto me olha dos pés a cabeça. Realmente eu estava bonita. O vestido verde tomara que caía, como todos que elas fazem, está esplêndido e a trança combina muito bem com ele.

– Rápido meninas. O rei me aguarda. – Falo já partindo em direção ao andar da família Real.

***

–Senhorita America, que bom que se juntou a nós.– Rei Clarkson me recepciona quando entro em seu gabinete- por incrível que pareça, ele está sorridente.

– Boa tarde, Vossa Majestade. Agradeço o seu convite.– Na verdade não foi um convite estar ali e sim, uma ordem.

O gabinete é lugar muito luxuoso, suas paredes de papel parede azul marinho, pilastras douradas nos cantos, uma grande janela no lado direito que dá vista ao jardim do palácio. Os raios mais intensos de luz que adentram pela janela iluminam uma mesa no centro do cômodo. Na mesa há vários papéis e canetas, mas o que mais me chama é a atenção é um pequeno aparelho de holograma no centro dela. Nunca havia visto um, porém sabia que existia. Não me surpreendeu nada o rei de Illéa ter uma tecnologia daquelas, mas sim quem o holograma mostrava.

–Princesa Nicolleta, muito bom ver a senhorita. – Falo ainda um tanto chocada, mas alegre por vê-la. Será que era ela o motivo de o rei querer me ver?

–Minha querida America, não estamos exatamente nos vendo pessoalmente; mas em breve poderemos. Estou com muitaaa saudade.– Ela fala. Ao contrário da família real de Illeá; a monarquia italiana parece ser um pouco menos rígida ao modo de como falar, por isso Nicolleta sempre soa mais divertida e leve do que os outros, até mesmo que Maxon.

– Sim, sim. Assim espero. – Falo rindo.

–Clarkson, poderia nos dar licença, por favor?-Nicolleta fala diretamente com o rei. Ele hesita no primeiro momento, mas depois se retira dando um aceno. – Minha amiga, como disse antes; estou com muita saudade.

– A gente também– Escuto vozes atrás dela.

– Claro, Orabella e Noemi venham aqui.- Nicolleta faz um aceno para que suas primas, que se juntam rapidamente a ela no vídeo.

America!! Que saudades!!- As duas falam juntas de um jeito todo alegre. Dou um sorriso, não daqueles falsos, mas sim verdadeiro.

Mesmo tendo encontrado-as apenas uma fez, elas conseguiram me cativar de um jeito que poucas pessoas conseguiram até agora. O seu jeito “livre” de se portarem me espantou no começo, mas depois, me peguei pensando, em certos momentos, que poderia viver daquele jeito. A Itália parece ser um país tão diferente de Illéa, segundo Nicolleta, o povo é mais livre; imagine só, sem pessoas chicoteadas, sem pobreza para quase toda a população e, principalmente, sem castas. Eu, com certeza, conseguiria viver lá.

– America sem mais delongas, estamos aqui fazer um convite. - Nicolleta começa a falar.

–Que tipo de convite, princesa?- Falo. O que a futura rainha de um país estrangeiro gostaria de mim? Uma mera cinco.

Três.

Corrijo-me. Ainda terei que me acostumar a me chamar de uma três, mas ainda espero que minha casta vire a Um, assim, significando que estarei com Maxon.

– Um tipo muito especial. – Orabella fala entusiasmada.

– Como você sabe America, logo meu irmão e eu iremos subir ao trono da Itália...

– Desculpe-me Nicolleta, mas irmão?– Interrompo-a.

– Ahh sim. Você não sabe da existência de Victor. Ele não pode ir a Illeá quando fomos por motivos pessoais.

–Ele tinha terminado com a noiva. Escuto Noemifalar e logo Nicolleta a repreende.

Enfim, ele e eu somos gêmeos, então, ambos iremos assumir o trono. Um feito novo na história de todos os países. – Nicolleta fala orgulhosa. - E nossa posse ocorrerá logo, pelo menos isso é o previsto. - Nicolleta faz uma careta. Nunca pensei vê-la fazendo isso, é um tanto estranho ver uma realeza fazer isso. Mas é o jeito das italianas de ser. - E assim como toda rainha, estou fazendo a minha lista de damas de companhia. Serão apenas três. Noemi, Orabella e você.

– Eu?– Falo um tanto confusa. Eu como dama de companhia da futura rainha da Itália?– Mas nem sei falar italiano direito.

– Isso com o tempo nós cuidamos. – Fala Noemi entusiasmada como as outras. Todas estão sorridentes como estivessem falando a coisa mais maravilhosa do mundo. America pare de ser boba É a coisa mais maravilhosa do mundo. Ser convida para ser uma dama de companhia é uma coisa maravilhosa. Uma grande honra, May irá pirar quando eu contar a ela sobre isso.

É uma grande honra Nicolleta, mas eu ainda estou na Seleção.- E não pretendo larga-la até ser a mulher de Maxon, penso, mas não falo

–Mas é claro minha querida, a escolha é sua. Mas só para deixar claro seria uma grande honra para eu também ter você aqui na Itália me aconselhando. Aqui ser uma dama de companhia é um pouco diferente do que nos outros países. –Nicolleta faz uma pausa. A Itália em muitos aspectos é diferente dos outros países, a meu ver. E isso mostra o porquê de ela ser uma das principais nações. -Aqui ela é mais do que apenas uma simples companhia, amiga ou confidente. Ela é uma aconselhadora, ajuda a rainha em tudo o que se pode. De política á o que servir no jantar. Ela tem poder sobre o país também. A rainha que dá o ponto final, mas essa opinião final sempre passa por suas aconselhadoras. - Nicolleta faz outra pausa. – Tirando outras tarefas importantes que elas exercem. Além de te considerar uma amiga, você iria me ajudar bastante para não cometer os mesmo erros que há em seu país. Assim, não ajudaria apenas a mim e sim ao povo italiano também.

–Você ajudaria muito, America. -Orabella e Noemi falam ao mesmo tempo.

–Realmente é uma grande honra Nicolleta. Gostaria muito de ajuda-la, porém não pretendo desistir de Maxon tão cedo. - Falo.

Você o ama mesmo, né?- Nicolleta pergunta e como resposta balanço minha cabeça em positiva e acrescento:

–Amo-o muito.

– Entendo, torço muito por você. Se você virar rainha poderá ajudar o seu povo e quem sabe nos tornaremos aliados. – Nicolleta sorri. – Mas se por algum motivo você saia ou desista da seleção é só ligar para mim, você tem o meu telefone ainda?– Aceno que sim. O papelzinho escrito com uma caligrafia impecável está muito bem guardado junto com as cartas de minha família em uma das gavetas da cômoda. -O seu lugar estará guardado.

Após alguns minutos de conversa do tipo que amigas fazem entre si, nos despedimos. Realmente as italianas falam bastante, mas eu gosto disso nelas. Mostra o quanto vivas são. Elas me contaram que eu provavelmente iria amar morar lá, porque o povo italiano é muito musical. Todo mundo sabe cantar, mesmo alguns sendo um pouco desafinados, e tocar algum tipo de instrumento. Todos sabem cantar musicas típica e assim eles se reúnem com certa regularidade ao ar livre em volta de uma fogueira e começam a cantar e dançar. Lá no palácio ocorre todo mês o tal luau. Mas lá é um pouco diferente ele é a beira da praia, eles cantam também músicas novas e a princesa e suas primas quase sempre preparam um número para apresentar e isso ocorre também com seu irmão e seus amigos.

Nossa, com certeza, poderia morar na Itália.

***

– Senhorita America.– Sou abordada pelo rei ao sair de seu gabinete.– Uma agradável conversa?– Ele pergunta. Essa pergunta ,tenho certeza, não foi apenas para ser educado e sim porque ele quer saber o que eu tanto conversei com elas. Meu primeiro impulso é responder de um jeito meio desagradável, como Silvia diria, mas me seguro. Se ainda quero participar da Seleção e ficar com Maxon; preciso ser educada com todos, principalmente com o Rei que me quer fora dessa competição; faz muito tempo.

– Muito, Majestade. As italianas são muito simpáticas.

As italianas?– Ele pergunta com curiosidade. Havia me esquecido que ele pensava que eu estava conversando apenas com Nicolleta.

– Sim, Majestade. Noemi e Orabella se juntaram a nossa conversa.

– Seria uma conversa muito importante para outros membros da família real se juntarem? - Rei fala com um tom de pergunta. Ele realmente está interessado por saber o que eu estava conversando. Curioso esse Rei. Mas não pretendo dar-lhe informações sobre o convite de ser dama de companhia.

– Não seria esse caso, vossa Majestade. Nicolleta, suas primas e eu somos apenas amigas. Tivemos apenas um papo de damas. - Falo um tanto saudosa. Será que ele vai querer saber detalhes sobre o papo de meninas? Ah então rei, você sabe, falamos sobre muitas coisas, mas principalmente o quanto Maxon é gato, ai meu deus, o que são aqueles músculos? Ahh, e não esquecendo o quanto ele beija bem. Imagine só a cara dele se eu falasse isso, seria hilária.

– Papos de damas com damas de outro continente. Senhorita America não tem amigas no palácio?– Ele está tentando me atingir. Lembrar-me de Marlee, de como ele a fez sofrer em meio à praça pública. Vigarista, só quer acabar comigo, me desconcentrar da competição. Mas não irei deixá-lo fazer isso.

– Tenho sim, Majestade. Mas muito obrigada por se preocupar. – Meu deus, como sou falsa. – Se o senhor não se importar tenho que ir. – Realmente, após lutar muito consegui um encontro a sós com Maxon e o horário combinado se aproxima. Mas ao invés de abrir passagem para o corredor, ele fala:

– Senhorita America, pare de ser tão idiota. Sei que vocês está indo encontrar Maxon. - Na verdade, não me surpreendo tanto. Todo mundo sabe o que acontece entre Maxon e eu.- Desista. Você não tem mais chance de ganhar isso.

– Desuculpe- me, Majestade, mas a Seleção ainda não acabou; então eu tenho ainda chance de ficar com Maxon.

Tola. É isso que você é tola. Pergunte a Maxon o porquê de ele passar tanto tempo com Kriss, e ai saberá que estar errada. Vá.– O rei abre caminho e indica para que eu vá. Eu vou, pois parece que o assunto está encerrado por aqui.

O rei deve estar inventando coisa só para me preocupar e me fazer voltar-me contra Maxon. Não. Não irei deixa-lo entrar em minha cabeça. Todo mundo sabe que não sou mais a predileta de Maxon, e sim Kriss, mas sou eu que ele ama. Não devo me preocupar, tenho feito tudo certinho para ele depositar sua confiança novamente em mim. Venho me comportado direito e venho ignorado Aspen. E não gasto nem um pouquinho de energia para fazer isso. Ele não me interessa mais, não sinto mais nada por ele. Parece que todo o amor eu tinha por ele desapareceu, claro que ainda tenho um sentimento de carinho por ele; ele foi o meu primeiro amor. Foi. Todo meu amor é de Maxon agora. O que eu mais desejo é ele e a mais ninguém. Com toda a certeza; é ele que eu amo.

***

Maxon e eu combinamos em nos encontrarmos no hall de entrada para ele me levar para um passeio. Antes de ir ao encontro dele, volto ao meu quarto para refazer a trança, pois ela havia se desmontado e agora meu cabelo ruivo pende em meus ombros. Já faz quase quatro meses que estou aqui; meu cabelo cresceu e muito. Mas não acho que o corte que eu costumava usar seja adequado a uma rainha. Creio que vou ter que deixa-lo crescer para poderem fazer tudo o que quiserem nele. Quando já estou pronta, sou liberada pelas meninas para ir ao meu encontro.

Quando já estou chegando à escada principal que dá no hall, vejo Kriss parada apreciando um quadro da família real quando Maxon ainda era bebê que está pendurado em uma das paredes do corredor. Mas há algo diferente com ela; em sua postura talvez, ela está mais endireitada como se estivesse em estado de alerta. Mas ao mesmo tempo parece tão distante, uma hora mexendo em seu cabelo, outra hora passando a mão em sua barriga enquanto aprecia a obra. Olho para um relógio que está logo a minha frente no corredor. Estou adiantada. Dá tempo de falar com Kriss, mas quando já estou indo em sua direção sou impendida ao avistar um senhor se aproximando de Kriss. Ele está vestido totalmente de branco.

– Senhorita, precisamos voltar ao consultório. Ainda temos muito que fazer.

Será que Kriss está doente? Por isso o senhor está todo de branco. Ele é provavelmente é um médico. Mas nunca o vi na enfermaria, e olha que ultimamente tenho ido bastante para lá. Quando puder, irei falar com Kriss para saber se ela está bem.

–Que bom que você veio. –Falo quando me aproximo perto o bastante de Maxon para poder cruzar meus braços em volta de seu pescoço. É um tipo de abraço que adoro dar nele.

Ao chegar ao hall um guarda disse que o príncipe Maxon estava um pouco atrasado e então tinha pedido para me levar para o lugar do encontro. O guarda me levou para um lugar do jardim mais afastado do palácio, lá estava disposto um esplêndido piquenique. Uma toalha floral estendida no chão com chá, alguns mini sanduiches e muitos doces. Maxon sabe que amo comer.

–Por que não viria?– Fala ele com um tom divertido. Ele parece tão descontraído hoje.

– Ah, você demorou.– Falo.– Queria aproveitar esse dia esplêndido com você. Olhe céu.– Aponto. O céu está totalmente limpo e o sol brilha como se não houvesse o amanhã.

– Mas por que comigo?– Em tom brincalhão ele pergunta.– Só sirvo para estragar a paisagem.

– Sem você essa paisagem maravilhosa não seria tão maravilhosa; você é o toque final.– Falo

– Ai meu deus, o que eu fiz para receber tantos elogios?

– Por ser você. E por eu te amar. – Falo ainda mais próxima dele e quando vejo estamos nos beijando. Fazia tempo que não nos beijávamos desse jeito. Na verdade, sinto que nossos beijos nunca foram assim, pelo menos por parte de Maxon, desesperados. Há uma voracidade em Maxon que o faz me agarrar para mais perto e perto. Não deveria permitir, mas já estou preenchida das mesmas emoções que se despertam na hora que beijo-o. Uma necessidade constante de ter Maxon o mais próximo possível de mim. E logo compartilho com ele de sua voracidade. Continuamos em pé, eu passando minhas mãos graciosamente por seu sedosos cabelos e as dele exploram minhas costas.

– Te amo.– Susurro.

E na hora nossa sessão de beijos é interrompida por Maxon que me afasta de perto dele. Por quê?

– Não posso. Não posso.– Ele sai murmurando de um lado para o outro. Fico parada feito uma tonta assistindo aquilo. Meu Deus, o que está acontecendo com ele? Ele estava tão feliz até um momento atrás...

– Maxon, o quê você não pode? Não pode me beijar?– Pergunto a ele. Na hora que escutou o que falei parou de andar de um lado pro outro e ficou parado na minha frente, mas com uma distância considerável, tento me aproximar, mas ele se afasta. E começa a me encarar. – Maxon, responda!- Ando em sua direção novamente com os braços para frente para alcança-lo, mas ele me impede segurando minhas mãos entre as suas, tremendo. Nunca o vi tremer tanto, apenas quando limpava seus machucados nas costas; ele tremia pela dor. Mas, agora, parece que essa dor estaria multiplicada por 10.

– Não apenas te beijar, America.– Ele faz uma pausa, e me lança um olhar de sofrimento. Meu deus, o que está acontecendo?–Eu não posso te amar. – Ele fala. Sinto uma dor no peito na hora e sinto o mundo girar, se não fosse Maxon me segurando pelas mãos com certeza iria cair. Nunca imaginei escutar essas palavras vindas dele, nem em meus pesadelos mais terríveis. Há poucos meses ele estava dizendo que me amava e que iria se casar comigo. E eu acreditei. O quão boba fui?– Nós não podemos ter nada. - Esse foi o golpe final. Puxo minhas mãos com força para se livrarem do aperto das de Maxon. Ando alguns passos para trás e quando já estou a uma distância dele, olho para o céu.

Como um dia tão bonito me reservou isso? Por quê? Esse dia tinha tudo para ser perfeito. Um piquenique entre pessoas que se amam acompanhados da cantoria de pássaros ao fundo. É isso. Subitamente me viro e vou em direção dele. Agora ele está parado com os braços jogados ao seu lado, mostrando o quão cansado estava. Pego suas mãos coloco entre as minhas, ele continua a olhar para o gramado e não para mim.

– Maxon, querido. Olhe para mim.– Relutante ele se volta em minha direção. Estamos tão próximos que consigo sentir sua respiração em meus ouvidos. – Não entendo o que está acontecendo no palácio, mas sei que está te sobrecarregando muito. Vejo isso em você. Mas não deixe esses aborrecimentos influenciarem em nosso relacionamento. Saiba que estou aqui para você falar o que quiser.– Faço uma pausa e escuto ele suspirar.– Sabe por que? Porque pessoas que se amam se apoiam. Eu te amo, Maxon e sei que você tem esse mesmo sentimento por mim.– Ao terminar vejo que Maxon está me olhando com um olhar de dor. Meu deus, o faça parar de sofrer! Eu não aguento vê-lo assim.

– America. Não é um simples problema que está ocorrendo no palácio. - Ele olha para mim, bem em meus olhos e pela primeira vez não entendo o que passa por seus olhos. Tudo o que eu vejo é uma confusão de emoções. E então ele fala. – Kriss está grávida.

Mas ao mesmo tempo parece tão distante, uma hora mexendo em seu cabelo, outra hora passando a mão por sua barriga enquanto aprecia a obra.

–Senhorita, precisamos voltar ao consultório. Ainda temos muito o que fazer.

Nunca havia visto este médico.

–Kriss está grávida.

Então agora tudo está se encaixando. Aquele médico não era um médico qualquer e sim um médico especifico para cuidar de sua gravidez. Kriss está doente uma figa, America. Na verdade ela é doente. Inventar toda aquela história de se guardar até o casamento, só criou aquela historinha para me fazer de boba enquanto se atracava com Maxon nos corredores até o quarto. Ou será que eles também vinham para os jardins? Supostamente esse seria o meu lugar e de Maxon. Só em pensar nisso saio andando em direção ao palácio, agora está ventando dificultando a minha caminhada, mas ainda não havia andado muito quanto sinto mãos me puxando.

– America.– Maxon puxa meus braços com mais força para me virar na direção dele. Apenas o encaro. Como ele pode fazer isso comigo?– America, fale alguma coisa!- continuo a encara-lo feito uma estatua. Não consigo entender. Não consigo.– Fale...– fala ele cansado.

– Falar o que? Com quanto desgosto estou olhando para você?– falo. Na hora Maxon se espanta com o meu comentário. Não. Agora ele vai ter que ouvir. Ele que causou isso e agora irá receber a consequência. - Maxon, eu te confiei o meu coração e é assim que você o trata? Como se fosse descartável?

– America, nunca tive a intenção de fazer isso...- ele começa a falar mas o interrompo.

– Pare de mentir!– grito- Você quis sim fazer isso. Afinal, acho que o principezinho não foi obrigado a fazer o que fez com a Kriss. Não se faz isso sem querer e você sabe muito bem disso.

– America, me escute.

– Não vou te escutar. – falo alto. – É a sua vez de me escutar, então fique quieto. – falo rudemente e ele se cala. Não é assim que se fala com o príncipe. Realmente, não é. Não se fala com um príncipe respeitoso assim, mas com esse tipo que tenho aqui na minha frente merece coisa muito pior. – Sabe, sempre me senti mal por ter te traído no começo da seleção. Você dizia que me amava e te retribuía estando apaixonada pelo meu ex.- ele me olha espantado. – Não me olhe desse jeito, querido. Você fez coisas muito piores com sua queridinha do que eu fiz com ele. Mas eu percebi que te amava então parei de encontrar ele para depois escutar o que acabei de escutar. Maxon admita! Você nunca me amou. Admita!

– Como ousa...

– Como ousa você, Maxon! Falar que me ama num dia e no dia seguinte falar que outra pessoas está grávida de você! – estou descontrolada eu sei, mas não consigo evitar falar alto. Sinto tanta raiva dele que tenho que aliviar de um jeito e esse jeito é gritar. Mas ainda há a tristeza do coração partido que é expressa com o choro enquanto falo.- Se quiser pode me prender. Mandar me bater. Rebaixar-me de casta. Isso tudo é melhor do que olhar para sua cara por mais um minuto. – Com isso viro-me e começo andar o mais rápido possível, mas o vento e o vestido que uso não ajudam em nada e logo Maxon está a minha frente.

– America, eu te amo ainda. Sempre te amei e muito. Mas você tem que entender, isso foi consequência dos seus atos. Se você não tivesse feito o que fez eu não teria caído nos braços de Kriss.

–Meus parabéns, Maxon Schreave.– começo a bater palma. Devo estar parecendo uma doida.– Você chegou ao ponto do ridículo que nunca imaginei que alguém poderia alcançar. Agora é minha culpa você ter feito um filho com ela? Que eu saiba eu não estava naquele momento.– falo indignada.

– Você provocou isso. Pensei que não me amava mais e isso me devastou.

– E isso te levou a ir à cama de outra mulher. – penso alto.

– Sabe Maxon até poucos minutos atrás eu tinha certeza que te amava com todo o coração e alma. Mas agora não, sabe tudo o que sinto por você nesse exato momento?- falo, jogando as palavras que estava entaladas em minha garganta a tantos minutos.

– O quê?– Ele pergunta.

– Nojo.– falo.– Tudo o que sinto por você nesse exato momento é nojo, Maxon Schreave.

A expressão que ele fez quando falei aquilo foi como se ele tivesse levado mil socos em sua barriga. Ele merece isso. Ele merece isso por ter feito isso comigo.

Viro em direção ao palácio e começo a andar. Estamos em um ponto tão distante do jardim. Teria sido uma tarde perfeita a de hoje. Mas não foi.

– Você sabe que ainda não está fora da competição, certo?- Escuto Maxon gritar. Claro que eu sabia. Do jeito que Maxon é ele nunca iria me deixar ir agora, mas sei que o dia da escolha não está longe. Talvez daqui uma ou duas semanas chegue o dia, tenho certeza que Kriss não aguentará muito mais tempo dividindo a atenção de Maxon com outras pessoas; algumas grávidas tendem a ser possessivas algumas vezes. Mas é tempo suficiente para organizar e efetuar meus planos.

Viro minha cabeça para trás e falo a última vez com Maxon.

– Claro, vossa Alteza.

E retomo minha caminhada em direção ao castelo que logo vira uma corrida comigo segurando meu vestido para não tropeçar nele e com o vento desfazendo a trança de meus cabelos. E aproveito para eliminar tudo o que estou sentido em lágrimas, pois sei que não poderei chorar em meu quarto. Minhas criadas estarão lá e tudo o que eu não quero é ter que explicar o porquê de eu estar chorando.

Logo estou dentro do castelo correndo por seus longos corredores até chegar ao meu quarto. Paro em frente a porta para me recompor. Provavelmente estou com cara de choro, mas não me importo, pelo menos assim posso não responder as minhas criadas posso dizer que peguei uma friagem por causa do vento ou coisa assim. Abro a porta e, como já esperava, me deparo com minhas criadas no quarto. Lucy e Mary costurando um vestido e Anne limpando a cômoda. E é para onde vou diretamente, ignorando tudo o que as criadas falavam. Se eu parasse para falar alguma coisa, receio que perderia a coragem do que estou prestes a fazer. Peço licença para Annie e abro uma das gavetas da cômoda. É onde guardo as cartas que recebo de minha família e mais uma coisa. Pego objeto de meu desejo nesse momento, um pequeno pedaço de papel preenchido por uma caligrafia impecável. É o telefone de Nicolleta.

– Senhorita, o que está acontecendo?– Annie pergunta aflita. Ela sabe o que é aquele papelzinho e sabe que eu só o usaria em caso de emergência. E agora é um caso de emergência. Eu não iria aguentar ver todo dia na TV o rosto de Kriss Ambers ao lado de Maxon. No lugar que deveria ser meu, mas agora eu não quero mais isso. Tudo o que quero é fugir desse futuro de ser governada por eles e ser obrigada a ama-los serem meus reis.

É agora ou nunca America, e falo ainda olhando para o número que está em minha mão.

– Irei me mudar para a Itália, Anne.


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Notas finais do capítulo

Então gostaram? Odiaram? Podem falar, eu não mordo. Espero por reviews seus para ter uma ideia se é para eu continuar a fic ou não.Se tiverem qualquer crítica ou sugestão é só falar não precisam ter medo da autora :)Vocês devem achar que eu não gosto de Maxerica, mas muito pelo contrário!! Adoro aqueles dois, tenho certeza que else vão acabar juntos em The One.