KAYA, ACAMPAMENTO DO THOMAS

Praticamente me arrasto para a minha mochila, pego meu walkie-talk e o ligo, começo a ajeitar o canal que havia deixado no outro, começo a chamar qualquer um, precisava salva-los, apenas precisava.

–Dale! Por favor me responda! Dale! – Começo a gritar e chorar, meu corpo todo doía, não tinha forças para gritar.

Caio de joelhos no chão e começo a chorar, aquelas pessoas irão morrer, mesmo algumas terem me tratado muito mal, não quero a morte de nenhuma delas, mas não é só por causa disso que estou chorando. É por tudo que passei até aqui, pelas pessoas que tive que matar, pelas pessoas que conheci e abandonei, agora fiz isso de novo, e vão morrer. Isso está na minha personalidade, não confiar em ninguém, ser independente, não precisar de ninguém, porém todos precisam de alguém agora, inclusive eu.

Me levanto e limpo minhas lagrimas, assim que relaxo percebo o quanto meus ferimentos estão doendo e volto a cair. Thomas se aproxima e coloca um pano encharcado na minha cabeça:

–Fiz uns pontos, mas não irão aguentar se forçar – Ele diz limpando os meus ferimentos – Igual com o do torso.

–Preciso avisa-los...eu preciso – Sussurro com muito esforço.

–Você está acabado, ficou duas horas inconsciente apenas sangrando. – Thomas fala me ajudando a sentar – E além do mais eles nem responderam.

–Mas...eles não sabem...tenho amigos lá…crianças... – Tento me levantar e a dor volta, então sento-me novamente.

–Se eles responderam eu te levo até eles, combinado?

–Combinado....

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KAYA, ACAMPAMENTO DO THOMAS

Havia me afastado um pouco da barraca de Thomas, a via como um borrão de luz, então devia ser mais longe que pensava. O sol estava nascendo, eu estava aqui há um bom tempo:

–Dale, Rick, Daryl, qualquer um, se estiverem me ouvindo digam alguma coisa – Falo pela décima vez – Por favor, responda...

Espero e espero, pela décima vez, nada, nenhum sinal de vida, eles já podem estar mortos. Eu poderia ter os ajudado....

–Alguém, por favor! – Grito com o walkie – ALGUÉM RESPONDA!

Jogo o walkie-talk para longe e enterro meu rosto nas minhas mãos, começo a chorar e chorar, ficar desesperada. O que eu faço, o que eu faço?

–O QUE EU FAÇO?! – Grito para o céu – O QUE VOCÊ QUER QUE EU FAÇA?! ME AJOELHAR? POIS EU FAÇO ISSO. – Ajoelho-me no chão – IMPLORAR? É ISSO QUE ESTOU FAZENDO – Diminuo o meu tom de voz e minha voz fica fraca – Apenas me dê uma chance de concertar isso, não mate aquelas pessoas, pense nas crianças…por favor....eu te imploro, meu Deus...me perdoe...

Nesse exato momento o walkie começa a fazer chiados, e no meio deles ouço uma voz. Uma voz rouca e velha. Dale! O velho conseguiu! Me arrasto até o walkie-talk e responde muito feliz:

–Dale! Glória Deus, não temos muito tempo, apenas me ouça. – Falo indo direto ao ponto – Saia daí, não espere nem mais um segundo!

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GLEEN, CDC

–Rick! Rick! – Grito correndo nos corredores, precisava encontra-lo o mais rápido possível. – Rick!

–Que foi, Gleen? – Ele responde saindo de uma das salas de descaso.

–Kaya. – Digo entregando o walkie-talk.

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RICK, CDC

–Kaya? É você – Pergunto duvidando de Gleen.

–Rick, não fale nada, apenas me ouça – Uma voz sai do walkie e eu reconheço, claramente era da Kaya – Esse local vai explodir assim que o gerador acabar, vocês tem que sair daí!

– O que? – Pergunto surpreso, isso têm que ser mentira – Como você sabe disso?

–Encontrei um cara que trabalhava aí. – Ela responde e começa a aumentar o tom – Saia daí agora, não sei quanto tempo vocês tem.

–Kaya, não posso sair daqui sem nenhuma prova disso. – Nesse momento todos estavam ao meu redor, assustado.

–Espere um pouco.

Eu espero, Gleen está explicando tudo para o resto do grupo, apenas Daryl não está, provavelmente de ressaca em sua cama, todos nós bebemos muito ontem à noite. Ouvimos uma voz masculina ao fundo e depois a da Kaya novamente, bem quando Daryl chega:

–Kaya?! – Ele grita e Gleen fala para ele ficar em silêncio, Shane teve que segura-lo para não avançar no walkie.

–Rick, na sala principal, aquela com computadores vai ter um painel em contagem regressiva, vá lá ver o quanto falta. – Kaya responde sem ouvir Daryl.

–Vocês poderiam aparecer na sala principal? – Dr.Jenner diz usando um tipo de auto falante apenas nesse sala e na do lado.

–Shane? – Pergunto a ele – Vamos ou não?

–Quero que todos arrumam suas coisas para sair, se precisarmos quero fazer isso rápido. – Shane responde anunciando o plano dele a todos.

–Vamos lá – Falo e todos vamos para o salão principal, mas antes falo a Kaya – Me encontre na frente do CDC, com seu amigo.

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KAYA, ACAMPAMENTO DO THOMAS

–Thomas! Thomas! – Grito indo em direção a barraca dele.

–Que foi? Estava dormindo – Ele diz irritado.

–Arrume suas coisas, vamos partir, agora você vem comigo – Falo ajoelhando-me na frente do velhinho.

–Kaya...- Ele tenta me enrolar, mas o interrompo.

–Thomas, arrume suas coisas, você vai vir comigo!

–Kaya, meu lugar é aqui, posso te ajudar a ir até lá, mas não sou de ir em grupos... – Thomas diz e eu tento falar, mas é a vez dele de me interromper – Mas nada, eu fico aqui e te ajudo a ir até lá, é melhor nos apressarmos...

–Thomas...não...você esta sozinho.

–E irei ficar assim até o fim da minha vida mesmo se conviver com quinhentas outras pessoas. – Ele retruca e eu cedo.

–Okay, mas eu não concordo com isso.

–E não precisa concordar, apenas respeitar.

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KAYA, INDO PARA O CDC

–Thomas, você pode voltar agora, eu estou bem – Falo enquanto ando mancando.

–Haha, você não iria andar nem dois metros sem minha motivação. – Thomas me responde rindo.

–Sua motivação faz tanta diferença!

Continuamos a andar, daqui dez ou quinze chegamos no CDC, estamos em vias secundárias, sem muito andarilhos, mas temos sempre um ou dois, então permaneço com meu machado na mão. Não conversamos muito, não queremos mais deles por aqui. Somo lentos, temos que nos apressar.

–Kaya! – Thomas grita apontando para um carro.

Observo um zumbi indo para lá, chegando mais perto e perto, até atingir o carro com toda a força, fazendo o alarme acionar.

–Thomas, corra! - Falo e começo a correr loucamente.

Corro até um zumbi me bloquear, enfio meu machado na cabeça, faço isso com vários e percebo que há sangue em minha blusa. Olho para trás e vejo Thomas ao longe, ele esta cercado, corro até ele, mas seu grito de dor me faz parar. Todos os monstrinhos se lançam para come-lo e eu fico parada onde eu estou, olho para trás e vejo meu caminho livre...

Volto a correr chorando, pela quinta vez do dia, depois de jurar que nunca mais iria chorar.

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KAYA, CDC

Vejo o trailer de Dale, corro mancando até ele, meu torso voltou a sangrar e tudo voltou a doer, cada passo é uma tortura, mas ao ver aquela cena a alegria amena volta. Ao chegar tudo desmorona, não havia ninguém lá, me aproximo do prédio e nada. Começo a gritar e gritar, não vim aqui por nada, não!

–RICK! DALE!

Pego o meu walkie e tento fazer contato, nada por dois minutos, até que ouço a voz de Rick:

–Kaya, nós estamos indo, nos encontre na saída.

Me aproximo mais ainda, sou lerda e nem chego na saída e já os vejo grudados no vidro, ando naquela direção tentando estancar o sangue apertando o meu torso. Ao chegar coloco minha mão no vidro e deixo sem querer uma mancha de sangue. Rick parece desesperado, pelo jeito não tinha como eles saírem. Vejo Daryl no fundo assustado, Gleen e T-Dog também.

–Granada? Não tem granada na sua sacola de armas? – Falo roucamente.

Rick se afasta e tenta pensar, Carol vai até ele e entrega-o algo, o policial mostra e pede para eu afastar, eles vão explodir o vidro. Não sou rápida o bastante por causa da bosta do tiro que levei, quando a granada explode sou levada e caio com tudo no chão. Minha audição está horrível, ouço apenas um chiado e minha visão está borrada, alguém vem até mim e ajuda-me a ir até a caminhonete, abro a porta e sento, como é bom sentar em algo alchochoado.

Olho para fora e vejo todos, todos menos Dale, Jacqui e Andrea, onde eles estão?

–Onde está Dale, Jacqui? – Pergunto e olho para quem me ajudou, por acaso Daryl, que me olha triste. – Onde eles estão?

Começo a chorar novamente, três pessoas em um dia, não podia ter algo melhor. Vejo duas pessoas saindo do CDC, saio do carro para ver quem é, Dale e....e....Andrea? Não...NÃO!

O prédio explode e eu saio do carro, apenas para ver se eles estavam bem, Daryl coloca uma mão no meu ombro e pede para eu sentar. Todos entramos nos carros e saímos o mais rápido possível de lá:

–É bom ter você de volta – Daryl diz antes de sair.

Segunda Temporada, clique para ser direcionado.