Tear and Rain escrita por Rock and Perfect


Capítulo 5
Wildfire - Part.3


Notas iniciais do capítulo

Estão gostando?
Esse cap ficou meio pequeno, eu fiz o episódio divido em três partes, pois muitas coisas acontecem, mas, como resultado, o ultimo ficou pequeno.
O ultimo episódio da primeira season também será dividido, ainda não decidi se em dois ou três.
Boa Leitura...



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Daryl não diz nada, apenas continua a dirigir.

Encosto minha cabeça para trás e fico assim, até decidir fuçar na minha mochila aonde vejo minha câmera, meu álbum. Pego minha câmera instantânea e tiro uma foto do céu, apenas para lembrar dessa viajem, gosto de fazer isso, guardo as fotos no meu álbum, para ver depois de anos, “entender o passado para compreender o futuro”. Daryl olha com cara de curioso, mas não falo nada, o que ele fez foi rude, entrou muito no lado pessoal, coisa que não contaria nem para o meu pai.

Pego o álbum e colo a foto numa pagina livre, guardo-o novamente e fico sem fazer nada, até pararmos para deixar Jim, o que realmente não queria fazer.

Antes de sair do carro Daryl chama minha atenção.

— Não irei contar, eu prometo. — Ele diz sem olhar na minha cara.

— Faça o que quiser. — Respondo saindo do carro.

Todos se reúnem em volta de Jim, Rick o amarra numa arvore e oferece uma arma, claro que ele recusa, se você vai morrer mesmo, por que se proteger de coisas que irão te matar? Todos se despedem dele, quando chega minha vez ele diz:

— Eu vi você tirando fotos do acampamento, pode tirar uma minha? — Todos me encaram quando ele diz isso.

— Você estava tirando fotos do acampamento? — Carol pergunta assustada.

— Para que bosta você fez isso? — Shane diz se aproximando de mim.

Todos começam a falar de uma só vez, me acusando, alguns, meus únicos amigos, ficaram quietos, como se não soubessem o que fazer:

— Hey! Tirar foto que eu saiba não é proibido! — Grito, realmente não sabendo do que eles estão gritando.

— Ela pode ser uma espiã de algum outro grupo! — Shane diz ao Rick.

— Por que alguém iria querer espionar vocês? — Pergunto.

— Diga-me você. — Ele responde se aproximando mais ainda.

— Vem aqui. — Falo e viro-me para o grupo. — Todos vocês, me sigam.

Abro a porta da caminhonete e pego meu álbum de fotos, abro-o nas fotos que tirei e entrego para Rick. A primeira é a foto do lago azul do lado da pedreira e a outra são as crianças brincando, com o cemitério recém construído ao fundo.

— Eai, alguma coisa? Algo delator? Algo que mostre seus segredos? — Pergunto ao Shane com uma voz de acusação.

— Nada, Shane, nada, apenas o lago e o cemitério, nada — Rick diz em tom baixo e depois se volta ao resto do grupo. —, gente, não tem nada aqui, apenas duas fotos, uma do lago e outra do cemitério, venham ver.

Enquanto eles vão ver as fotos eu pego a câmera instantânea, cheia de raiva e com passos duros, fico na frente de Jim e tiro uma foto, pego uma caneta e escrevo “esse era eu, que nunca me esqueçam, pois eu fui uma pessoa” no local da legenda. T-Dog me entrega um martelo e prego, prendo a foto na arvore e volto para guardar a câmera. Pego meu álbum da mão de Shane e coloco-o na minha mochila.

Entro no carro e vejo os outros se despedirem novamente de Jim, Daryl entra novamente na caminhonete, esperamos todos começarem a viajar. Ficamos quietos, aqui não é meu lugar, eu não pertenço a esse mundo. Eu pertenço a morte.

Encosto minha cabeça no canto esquerdo e olho para a janela, vejo o tempo passar, vejo o céu claro em tempos de morte, e andarilhos em lugares belos, isso está errado. Uma lagrima escorre do meu olho, isso me surpreende, não sou de chorar, apenas quando tudo está perdido, olho para frente e vejo o trailer, onde Dale e Jacqui devem estar.

Nem tudo está perdido, ainda há esperança, então eu juro que essa será a última vez que chorarei, e eu irei cumprir isso.

–--*---

KAYA, ESTRADA DE GEORGIA.

— Quer alguma música? — Daryl pergunta no meio do percurso — Tenho dois CD’s, Nirvana e algum country que achei por ai.

— Nirvana, odeio country. — Respondo, finalmente sentando-me de uma maneira correta.

Ele coloca o CD e Smells Like Teen Spirit começa a tocar, o volume está normal, mas isso não é certo para rock, coloco quase no máximo e ele se assusta, nem ligo, ele deve ser um caipira:

— Abaixe isso! — Daryl grita durante o solo.

— Não! — Respondo sorrindo.

— Por que? Abaixe essa bosta! — Ele grita novamente irritado.

— Rock é feito para entrar no coração e penetrar sua alma, não apenas para curtir, mas para aprender — Respondo filosofando —, isso não vai acontecer se a música estiver baixa.

— Não pense que só porque fez uma frase bonita que não vou abaixar... — Daryl diz e abaixa um pouco, eu começo a rir da cara dele. — O que foi? — Ele pergunta, irritado ao olhar para mim.

— Nada… é que você ficou irritado com a música. — Respondo rindo — Sabe, se você prestar atenção percebe que não é só barulho.

— Duvido muito — Ele responde e abaixa o volume. —, estamos entrando na cidade.

Como qualquer outra cidade essa também está tomada, vejo andarilhos por toda parte, perco a conta em 126, quando Daryl começou a sussurrar palavrões. A cada esquina zumbis começam a nos perceber, mas eles são lerdos e nós rápidos, os despistamos logo. Estacionamos na frente do CDC, eu e Daryl saímos da caminhonete, permanecendo próximos do carro.

O prédio parecia abandonado, barreiras foram construídas e vários equipamentos do exércitos abandonados, sem nenhum soldado, sem ninguém lutando.

— Se até o exército foi vencido quais serão as nossas chances de sobreviver? — Pergunto, mais para mim do que pra ele.

— Nós não somos como eles. — Daryl responde e anda em direção do Rick.

Pego a garrafa d’agua e dou um pequeno gole, depois vou em direção de Dale, fico apenas parada do seu lado, sem falar nada. Não vou me apegar, quero poder ir embora desse grupo sem pensar duas vezes.

— Rick não tem ninguém aqui. — Shane diz — Temos que ir embora antes de anoitecer.

— Não, precisamos tentar, apenas tentar. — Rick retruca com autoridade.

Ele se aproxima da porta e todos nós o seguimos, batemos na porta e ninguém abre. O sol está se pondo, o céu está ficando escuro, temos que ir embora. O local está abandonado, não temos como invadir. Nossa esperança foi esmagada sem piedade, Rick teve que ser arrastado, Dale parece ter esperança e tenta convencer Shane de tentarmos mais, mas não tem como alguém ainda estar vivo.

Não posso estar num grupo que se arrisca tanto, ficando expostos sem nenhuma segurança, não posso estar num grupo que suspeita de mim. Pego minha coisas e enquanto estou indo tirar minha Harley ouço um barulho, um portão. Daryl grita para mim, ele percebe o que eu estou fazendo, algo dentro de mim fala para eu deixa-los, mas outra parte maior pede para eu ficar. Não sei o que fazer.

Ficar ou ir?

Vejo Daryl me chamando mais uma vez. Gleen também percebe.

Ajeito minha mochila e saio correndo. Correndo cada vez mais rápido.

Para longe do CDC.


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Notas finais do capítulo

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