The Four Secrets escrita por starqueen


Capítulo 9
Capítulo 8 - Um túnel.


Notas iniciais do capítulo

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Sinceramente, não seria lá tão legal morrer desse jeito.

Eu sempre imaginei a minha morte de um jeito legal ou até de uma forma “lendária”. É, eu sei, é algo bem iludido, mas eu sempre imaginei assim. Eu passei a minha vida todinha lutando com coisas bem mais poderosas, e iria morrer logo desse jeito? Por um grupinho de lobisomens irritados? Ótimo, eu sou uma pessoa muito sortuda, para falar o contrário, claro.

Os lobisomens rosnavam e logo alguns deles foram correndo para os soldados e Wright, como se eles estivessem me ignorando. Eu não estava vendo nada, e finalmente entendi como os cegos se sentiam em toda a sua vida. Eu só estava sendo guiada pelo os sons das patas dos lobos e seus rosnados. Eu não sabia o que fazer, e nem sabia se os soldados estavam lutando direito contra os lobos. Como a luz me fazia falta.

A falta de luz... Isso era muito irônico para mim.

Eu precisava pensar em algo, porque, uh, cadê a descarga de adrenalina nessa hora? Sério, quando eu realmente estou em casos tipo desses a droga da adrenalina não vem e eu fico com medo sem pensar direito. Droga de vida.

Eu respirei fundo e tentei tranquilizar a minha mente. Se deu certo? Não. Mas, depois disso, eu corri para algum lugar meio separado dos lobos e tentei pensar em alguma coisa. Eu não poderia vê-los direito, apenas ouvir suas patas andando pelo o chão. Eu prestei total atenção apenas para o som das coisas ao meu redor, tentando ver se conseguia aguçar apenas esse sentido. Então eu fechei meus olhos e pensei em todas as coisas ruins do mundo. Não tipo, sabe, aquelas pessoas sofrendo na África ou as desigualdades em algumas áreas da Ásia ou América do Sul. Eu pensei na morte. Corpos despedaçados, suicídios, genocídios e assassinatos.

Nada parecia funcionar.

Então eu pensei em me ferir, o que era o único jeito de eu conseguir aguçar meu sentidos — e a audição em especial — e me safar dessa. Eu sabia que se matasse mais lobos, mais matilhas iriam querer me matar e depois me fatiar em pedacinhos, mas matar era o único jeito de me salvar. E, sinceramente, eu não estava nem aí para a Área 51, as pessoas que vivem aqui ou as vidas normais dos lobos, eu só queria ficar viva.

Eu movi lentamente a minha mão até a boca, temendo que talvez isso não iria dar lá muito certo. Eu evitei pensar menos possível e ser o mais impulsiva possível, então eu mordi a base do meu polegar. Meus dentes não eram muito afiados, mas dava pro gasto. Depois de alguns minutos — que pareciam a eternidade —, eu consegui fazer que aquele local sangrasse, então parei de morder. Agora vinha a pior parte: ficar esperando a adrenalina enquanto os lobos pudessem me matar.

Lobisomens tinham um faro perfeito. Principalmente, quando o assunto era sangue, ou o meu sangue. Normalmente, criaturas sobrenaturais tem algum problema sério com o meu sangue — eu não sei porquê —, então, morder a base do meu polegar era algo inteligente e ao mesmo tempo muito burro.

Enquanto ficava esperando alguma adrenalina e pensando em algo, escutei um lobo andar em minha direção. Logo outro se juntou. Outros dois. E depois outro. Presumi que tivesse de quarto a seis lobos sentindo o cheiro do meu sangue e querendo arrancar meu coração e me fazer em pedacinhos naquela hora. Logo, um dos lobos tentou me atacar, mas eu desviei quase que perfeitamente. Quando desviei para um lado, outro lobo mordeu a minha perna. E por um minuto, pensei como seria viver sem uma das pernas ou com uma perna mecânica.

Em questão de segundos, eu estava perdendo muito sangue. Outro lobo me atacou, mordendo a minha mão que eu havia deixado sangrar propositalmente. Eu consegui me soltar dele, mas pela a primeira vez eu me sentia... Sei lá, fraca?

Logo uns três lobos me derrubaram no chão, e por um instante, eu dessisti e pensei em como seria morrer, e caso eu vivesse — o que é bem improvável — como meu rosto ficaria “lindo” com as mordidas que eles iriam dar nele. Eu estava fraca, meu corpo e minha mente pareciam estar perdendo isso juntos, como se estivessem colaborando juntos para a minha derrota. Era estranho. Muito estranho.

Então, quando eu estava prestes a ter o meu lindo — porém não — rostinho destroçado pelos os lobos, eu me senti diferente.

Eu queria cantar “Aleluia!” que nem uma retardada por isso. Finalmente. Adrenalina. A minha droga natural.

Eu dei um salto, com a minha força três vezes mais forte. Eu deveria ter dado algum sorrisinho de possível vitória, então saí correndo pelo o local, como se estivesse chamando a atenção de todos os lobos que estavam ali propositalmente.

Com os meus sentidos aguçados — e a minha visão até melhorou um pouco. — eu pude ver o local um pouquinho melhor. Ainda estava escuro, mas eu poderia enxergar com alguma iluminação imaginária minha. Eu só consegui ver três soldados caídos no chão, e o único soldado ainda acordado — e aparentemente, vivo — estava defendendo Wright o melhor que poderia, e eu desejei que os lobos matassem Wright por um instante.

Caso não saibam, caso dominadores se concentrassem, poderiam correr muito rápido, como se fosse um carro de corrida da Nascar. Eu poderia fazer isso. Eu tinha muita experiências em matar seres como esses — ou fugir deles — então, ao passar dos anos, eu fui aprimorando minhas habilidades.

Em questão de segundos, eu cheguei perto do soldado que defendia Wright — ele segurava uma faca — tirei a sua faca tão rapidamente que não deu tempo nem dele perceber que eu estava próxima dele. Falei um: “Valeu!”, porque, claro, educação sempre vem antes de roubar as pessoas em alta velocidade para me livrar de lobos demoníacos.

Quando voltei ao local que estava antes, eu parei de correr e deixei os lobos me encurralarem propositalmente. Eu sorri rapidamente, como se estivesse certa que iria vencer.

— Preparados para morrer? — perguntei sorrindo. Os lobos responderam com um rosnado e inúmeros ataques seguidos. Eu me desviei perfeitamente, e cravei a faca em um dos lobos rapidamente, e logo ele caiu no chão, com uma morte instantânea. Os lobos ficaram cada vez mais irritados, então, todos partiram para cima de mim rapidamente, sem nem me dar um tempo de respirar.

Minha perna e minha mão ainda estavam sangrando muito, mas, mesmo assim, eu ainda tinha forças para ganhar, mesmo que tenha de vinte a trinta lobos irados indo pra cima de mim.

Eu concentrei a minha força, e em instantes, a encanação estourou. A água passava por dentro da parede, a deixando cada vez mais úmida enquanto os segundos se passam. Os lobos não pareciam prestar atenção nisso, então eu dei um salto perfeito, como se fosse uma cambalhota no ar e consegui “escapar” dos lobos. Eles rosnavam cada vez mais alto. Então, água apareceu em minhas mãos, e logo eu a dominava perfeitamente, como se aquilo fosse a coisa mais normal de todo o mundo. Ela fluía tão naturalmente e perfeitamente para mim, que era quase impossível não ser boa nisso. Por um instante, eu me senti um pouco poderosa com aquilo. Mas logo essa sensação passou quando dois lobos avançaram em minha direção ao mesmo tempo. Eu rapidamente me desviei perfeitamente, e os dois bateram de cara — ou focinho — no chão. Em questão de segundos, a água em minhas mãos se congelou, e eu lancei alguma espécie de facas de gelo neles. Eram várias. Logo eles sangravam muito, e ouvi o coração deles parar de bater — se eu prestar atenção, ás vezes posso ouvir o coração das pessoas ou animais batendo, sim, é estranho — e tive a certeza que estavam mortos. Ótimo. Dois se foram. Agora falta o resto do grupinho demoníaco de lobos.

Mais água apareceu em minhas mãos e eu a joguei neles, e congelei a água. Logo eles tremeram, e ficaram congelados ali, como se fossem esculturas estranhas e completamente mal feitas. Eu sabia que a água iria descongelar logo, então, eu peguei a faca, e descongelei todos os lobos — que estavam tremendo de frio —, fui matando um por um, com toda a velocidade e força que eu tinha.

Em menos de dois minutos, havia apenas cadáveres de lobos no chão.

Eu caí no chão. Minha perna doía muito. Acreditem, lobos são criaturas extremamente fortes. Eu me lembro que um lobo já me mordeu antes, quando eu tinha uns dez? Não, eu acho que quando eu tinha uns onze anos, talvez. Deveria ser bem de doze a dezesseis lobos, eu nem me lembro direito. Só me lembro da dor e do sangue escorrendo deles. A dor de ser mordida por eles só não supera a dor de lutar com um vampiro.

Eu respirei fundo... Okay, o que eu iria fazer agora?

Então eu vi uma fenda abrir no chão.

A porta foi arrombada — ou sei lá, deu a impressão que alguém estava dominando ela — e eu vi uma chama acessa, clareando melhor o lugar.

— O que... — ouvi Helena dizer.

— Droga. — murmurou Matthew. — Chegamos tarde demais. Eu queria chutar o traseiro desse idiotas.

Eu me virei para lá, e Wright olhava para mim com uma expressão completamente horrorizada. Os soldados estavam no chão, e estavam apagados, — aliás, eles eram recrutas — então, eu evitei qualquer julgamento mental a eles serem fracos demais ou qualquer coisa disso. Se já não bastasse serem recrutas, ainda tinham que ser atacados por lobos extremamente fortes e demoníacos.

— Sam? — Helena perguntou olhando para mim.

Não, é a Miley Cyrus, pensei com sarcasmo.

— Os olhos dela... — Matthew disse estranhando um pouco.

— Watters... — Wright disse, como se fosse me dar uma bronca. Ele deu alguns passos se aproximando de mim, e eu pense que ele fosse me matar ali mesmo, sem nenhuma demora. Então eu me surpreendi. — Isso foi incrível.

— O-O quê? — gaguejei. Eu havia acabado de matar vários lobos e tinha destruído completamente essa sala — exceto a parte da fenda, isso deve ter sido Helena —, era para ele me querer morta.

Matthew e Helena foram entrando na sala, quando mais Matthew andava em minha direção, mas suas chamas iluminavam aquela sala escura e fria.

— Você falou em latim, e... — Wright parecia estar meio estranho. — Você corria rápido, e, pegou uma faca não sei de onde, e... Os lobos morreram todos em minutos. Como... Como fez?

— Latim? — perguntei confusa. — Você só pode estar brincando.

— Você falou em latim com os lobos. — ele disse.

— Latim? — Matthew perguntou. — Esse idioma idiota ainda existe?

Helena deu um soco de leve em Matthew e murmurou algo como: “Cala a boca, seu ignorante”, e Matthew revirou os olhos de raiva.

— Eu não sei latim. — disse. — Eu só sei falar inglês.

— Você disse paravit nam mortu. — disse Wright. — É latim. Deve significar preparados para a morte, ou preparo da morte ou qualquer coisa assim.

— É... Pelo visto perdemos toda a diversão e essa parte bizarra do latim, olhos de gato. — disse Matthew.

Aquilo era estranho. Matthew não falou comigo desde... Uh, desde que eu disse que iria mata-lo ou sei lá.

— Olhos de gato? — perguntei.

— Uh... Seus olhos estavam brilhando. — explicou Matthew. — Foi estranho.

— Você nunca... Nunca aprendeu algum outro idioma? — Helena me perguntou.

— Não... Uh, eu sei falar umas duas frases em espanhol, mas fora isso, eu não sei. — respondi.

— Você falou fluentemente, como se o esse fosse o seu idioma materno, não o inglês. — disse Wright.

Minha perna sangrava mais. Eu não estava a fim de ficar falando sobre eu possivelmente ter dito algo em latim aos lobos, sem querer parecer mais egoísta que eu já sou, mas a minha perna era mais importante. E... Precisávamos saber o que diabos aconteceu aqui.

— Então, uh... — pensei em algo. — O que vamos fazer?

Helena, Matthew e Wright olharam para os corpos de lobisomens ao nosso redor, e Helena fez uma cara de nojo.

— Foi você que fez tudo isso? — Matthew perguntou meio maravilhado.

— Aham. — respondi. — Temos um problema aqui.

Apontei para a minha perna.

— Soldados inúteis... — Wright murmurou.

Então, Matthew e Helena me ajudaram a me levantar e sair dali o mais rápido possível.

...

Eu estava usando muletas temporariamente.

O médico — não me lembro o nome dele — me disse que eu tive até sorte de não ter que precisar amputar a perna. Eu achei isso muito exagerado, mas não discordei com ele. O médico passou bem uma hora falando sobre como lobisomens são fortes e perigosos e que eu deveria deixar aquele trabalho para os soldados e blá, blá, blá. Sabe, aquele tipo de babaquice que os adultos sempre falam sobre tomar cuidado e toda aquela ladainha. Na maioria das vezes, eles até que tinham um fundo de realidade, mas chegava a ser irritante. Principalmente quando eram pessoas que só lhe viram uma vez na vida e parecem ter medo de você — como é o meu caso.

Então, deveriam ser bem umas oito da noite, e em vez de estar treinando, eu estava trancada no “meu quarto” encarando a beleza do teto. Ou seja, eu estava entediada sem ter nada para fazer.

Eu só conseguia pensar no que realmente havia acontecido hoje. Um cara mascarado aparece na Televisão, a Área 51 parece ser “atacada”, lobos são soltados e eu estou usando muletas. Cara, como eu amo essa vida. Sempre acontecem coisas boas comigo e tudo sempre está perfeitamente perfeito, mas não.

Então eu ouvi umas vozes e conclui que estava ficando maluca de vez.

— Cala a boca, cuzão. — ouvi uma voz familiar. — Se o meu pai souber...

— Se o papai souber eu vou chorar e ele vai me deixar de castigo. — outra voz familiar imitou a outra, sendo que de uma maneira 7x mais fina e bem mais zoada. — Vamos lá, Rodriguez, não custa nada quebrar as regras de vez em quando.

— Você se acha demais, garota em chamas. — disse a outra voz. — Se diz o demônio em pessoa, mas eu no colegial faria você parecer uma freira santinha e virgem de quinze anos de idade. Então, cale a boca e faça o trabalho.

Eu ouvi uma chama ser acessa no banheiro.

— Pronto. — disse uma das vozes. — Me deixe em paz, Rodriguez.

Eu me levantei da cama lentamente, e peguei a minha muleta. Demorou um pouco, mas eu dava alguns “passos” lentamente e sem fazer nenhum som — o que era uma missão quase impossível — eu abri a porta do banheiro em questão de segundos, querendo ver quem estava lá ou se eu estava maluca mesmo.

Senti um alivio. Eu não estava maluca.

Era Jeff e Matthew, ambos pareciam estar meio suados e assustados. Talvez porque eu havia abrido a porta do nada e descoberto que eles estavam aqui.

— O quê...

— Precisamos falar com você. — disse Jeff — Uh, é sério.

— É sobre a invasão, garota das muletas. — disse Matthew. — Você precisa saber.

Era impressão minha ou Matt criava um apelido mais escroto para mim a cada segundo?

— Não, você não. — disse a Matthew. — Eu quero distância de você.

— Quer? Pena que não vai conseguir. — Matthew me provocou.

— Você é tão... — antes que eu falasse um xingamento terrível, eu vi um buraco debaixo da pia. — Merda. Vocês fizeram um túnel para cá?

— O quarto da garota em chamas e do Travis é ao lado do seu. — disse Jeff. — Eu sei um pouco sobre esses assuntos, então, eu fiz um túnel. Até que foi fácil. Matthew só precisou queimar as paredes de ferro e cavamos uns três metros até chegar aqui. Simples.

Droga. Se a Helena soubesse disso... E... Droga, isso não fazia sentido nenhum. Como eles podiam fazer um túnel tão faclimente? Sério, aqui é a Área 51. Nenhuma pessoa normal iria falar algo tipo: Ah, que tal fazermos um tunel do meu dormitório até o da Sam e Helena?, e o outro responder: É, boa ideia. Vamos.

Isso não fazia sentido.

— Vocês são malucos? — perguntei.

— Somos. — eles responderam ao mesmo tempo.


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Notas finais do capítulo

~attack on titan feels ahsuahsuahsuas Sam mordendo a base do polegar pra ter adrenalina é tão... Eren tentando se transformar em titã .-. Ninguém aqui assistiu Attack on Titan? Se não, okay .-.

Então... Gostaram? e.e
Então, pessoal, tem algum erro de português? O que acharam do capítulo?