A semana passou rápida e todo dia eu ficava com o bruno, sinceramente eu estava gostando daquela situação (apesar de repetir mentalmente que não ia me apaixonar por ele) e o melhor foi que nem precisei explicar nada pra ninguém, porque todos já achavam que nós namorávamos, então foi tudo fácil e o melhor de tudo é que não tive mais nenhum sinal da Aline, ela nunca mais voltou a aparecer. No fundo eu torcia para que ela tivesse ido embora.

Logo o sábado chegou e eu estava em casa sozinha novamente, assistindo TV (ou pelo menos, tentando assistir) quando a campanhia tocou e fui atender.

–Oiii!Era o bruno, que já entrou, me abraçou enquanto fechava a porta com o pé.

Ele me arrastou ate o sofá onde caímos e continuamos nos beijando.

–Que isso ta doido?E se tiver alguém em casa? Perguntei, assim que consegui me soltar dele.

–E tem alguém? Ele perguntou com cara de convencido.

–Não, mas...

Não consegui o que ia dizer, logo ele me interrompeu com mais uma seção de beijos.

–Bruno se comporta! Brinquei com ele, novamente me soltando.

–Está bem, parei.

–Melhor assim.

Ele me soltou e sentou ao meu lado no sofá me puxando para deitar em seu colo.

E ficamos assim em silencio, apenas nos olhando, enquanto ele fazia carinho nos meus cabelos. E não era um silencio constrangedor, era um silencio bom, parecia que muitas coisas estavam sendo ditas naquela pequena troca de olhares. Meu coração palpitava, parecia mais uma bateria de escola de samba, eu não sei o que esta acontecendo comigo ou com a gente, mas sei que uma coisa muito boa de sentir.

Passamos a tarde em casa, apenas assistindo filmes, conversando e nos beijando (na verdade mais nos beijando) e foi uma tarde ótima. Quando eram umas seis horas ele resolveu ir embora, não sem antes dizer que a noite esperava me ver muito linda para a festa. Como se isso fosse possível.

Arrumei-me e olhei no espelho, não estava tão mal, mas não queria realmente ir a tal festa. Só de imaginar um bando de jovens se embebedando e fazendo coisas malucas meu estomago revirava, eu sei que sou uma adolescente também, mas não vejo motivos para fazer loucuras nas festas, muito menos motivo para me embebedar, ou seja, nunca vou nessas festas ou quando vou sempre fico em canto apenas observando.

Ouvi uma buzina no lado de fora e olhei pela janela e vi o carro de bruno em frente ao meu portão, agora não tinha mais como fugir, tinha dado minha palavra ao bruno que iria com ele, o jeito era por o melhor sorriso que conseguisse no rosto e ir encontra-lo.

Desci as escadas e encontrei minha mãe e meu pai na sala.

–Oi filhota!Aonde você vai tão linda assim? Minha mãe perguntou, enquanto me examinava de cima a baixo.

–Vou numa festa...

–Festa?Que festa é essa? Meu pai entrou na conversa e pela expressão dele não estava gostando muito do assunto.

–É uma festa do amigo do bruno, parece que é despedida dele.

–Ah!Então você vai com o bruno?

–Sim.

–Então tudo bem. Senti o alivio na voz do senhor Decio, de algum modo meu pai confiava cegamente no bruno, alias todos cofiam cegamente nele.

–Ótimo, então eu já vou indo. Caminhei em direção a porta, mas antes que pudesse sair ouvi meu pai dizer.

–Cuidado mocinha e não chegue tarde!

Sai pela porta antes que meu pai resolvesse me dar um spray de pimenta.

Entrei no carro do bruno e ele pôs o carro em movimento.

–E aí?Animada?

–Aham. Respondi forçando um sorriso.

–Que isso luna?Animação!

–Estou animada.

–Tudo bem, vamos escutar uma musica.

Ele ligou o radio e como se tivesse sido combinado, começou a tocar “Rolling In The Deep” da adele, que é uma das nossas musicas favoritas. Ele aumentou o volume e começou a cantar com seu inglês nada perfeito, em alguns momentos tudo que ele dizia era ‘’nananana”

Acabei me contagiando pela animação dele e comecei a cantar também e ficamos os dois parecendo bobos cantando o mais alto que conseguíamos,quando paramos no sinal vermelho o pessoal do carro ao lado nos olhava com se fossemos loucos e isso fez com que tivéssemos uma crise de riso,que só parou quando chegamos na casa do amigo do bruno.

–Com você sempre tenho momentos ótimos. Ele disse enquanto abria a porta do carro pra mim.

–E quando estou com você todos pensam que sou maluca! Rebati, tentando conter o riso.

–E você adora isso. Ele afirmou, enquanto me abraçava.

–Na verdade eu odeio...

–Odeia?Serio? O loiro beijou meu pescoço me fazendo arrepiar e depois sorriu um sorriso safado e lindo.

Como alguém conseguiria resistir a esse menino?Ele é perfeito.

Ai, dona luna!Não se apaixone por ele!

–Vem, vamos entrar na festa. Ele pegou minha mão e fomos em direção a porta da casa.

Assim que a porta foi aberta, vi que a enorme sala tinha se tornado uma enorme balada,tinha tanta gente que era impossível andar sem levar um pisão no pé. Ficamos parados na entrada, ate que um garoto extremamente alto e magro veio ate nós.

–Bruno!Fala mano! O garoto puxou bruno num abraço apertado.

–E aí cara. Depois que separaram o garoto alto finalmente reparou na minha presença.

–E essa gata?É sua namorada? Ele perguntou para bruno, enquanto pegava minha mão e a beijava, exatamente como faria um cavalheiro de antigamente.

–Essa é a luna, lembra que eu te falei dela, minha melhor amiga. Fiquei um pouco incomodada com o jeito que o bruno me apresentou. Como assim amiga? Para Todos na escola ele me apresentava como namorada, mas para o amiguinho dele, bruno disse a verdade. Isso mesmo luna! Essa é a verdade, você é apenas a melhor amiga dele.

Disfarcei minha chateação e forcei um sorriso para o garoto, que descobri que se chamava Manoel.

–Você não me disse que ela era tão linda. Manoel sorriu com segundas intenções para mim e não fazia a menor questão de disfarçar.

–Pode ir baixando a bola aí, mano, essa gata aqui esta comigo hoje. Bruno percebendo o assanhamento do amigo tratou logo de me abraçar. Ciúmes?

–Beleza bruno, não me meto com ela-Manoel levantou as mãos para cima, em sinal de rendição –Mas que tal a gente ir beber alguma coisa?

–Claro vamos sim. E assim a festa foi acontecendo, tinha gente bebendo, gente dançando esquisito e tinha ate quem ameaçava tirar a roupa.

Tenho que confessar que a festa não estava tão ruim,bom pelo menos não quanto eu imagina que seria.

–Esta gostando? O loiro que tinha ido buscar uma cerveja voltou e agora estava sussurrando em meu ouvido, me fazendo arrepiar ate o ultimo fio de cabelo.

Não consegui responder a pergunta dele, porque uma musica lenta começou a tocar e o bruno me puxou para o meio da pista. Ele colou o corpo no meu e ficamos nos jogando para lá e pra cá no ritmo da musica, apesar de eu nem saber dançar.

Mas eu não estava nem aí para a musica que estava tocando, na verdade eu nem ouvia ela direito,só escutava as batidas aceleradas do meu coração,cada vez que sentia o perfume delicioso do loiro. Como ele consegue ser tão perfeito assim?Tão lindo, tão educado e tão cheiroso. Deveria ser ilegal essa perfeição toda andando por aí.

Luna pare de pensar assim! Ele é só o bruno, só o seu amigo, só isso e apenas isso.

Eu queria muito me convencer disso, mas estava muito difícil. Minha única vontade era de agarra-lo ali mesmo.

–Sabe de uma coisa? Ele perguntou no meu ouvido.

–Não...

–Eu estou realmente gostando disso...

–Disso?Disso o que?

–Da gente...quer dizer desse nosso lance...

Não respondi, não conseguia formar nenhuma frase, de repente as palavras tinham fugido de mim.

–E você?

–Eu o que? Perguntei confusa, assim que a minha voz voltou.

–Você também gosta disso? Ele perguntou com um sorrisinho.

–Eu... Eu não sei...

Eu gosto sim!Gosto muito!

–Eu tenho vontade de te beijar a toda hora, sabia?

Pronto!Bastou ele dizer isso e senti minhas pernas ficando moles.

Não sei por que ele estava dizendo aquilo, talvez fosse apenas o efeito das cervejas que ele tinha tomado, mas era bom ouvir. Mas é claro que isso não quer dizer que eu esteja apaixonada por ele. Claro que não! Afinal, melhores amigos também se beijam e sente vontade de se beijar o tempo todo, não é?

–Eu também tenho essa vontade. Respondi e o loiro parou a dança e começou a me encarar.

–Serio?

–Serio. O Sorriso que ele abriu era tão lindo,que iluminou a sala inteira e me acendeu.

Já disse alguma vez que o sorriso dele é a coisa mais perfeita que já vi na vida?

De repente comecei a sentir uma vontade quase insuportável de beija-lo. E ele parecia querer o mesmo, começamos a ir em direção um ao outro e já estávamos quase nos beijando, já sentia a respiração dele na minha pele quando ouvi.

–Bruno. O loiro olhou para a direção de onde vinha a voz e ficou estático.

Eu também fiquei, não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.