Ela esta realmente parada na minha varanda?Ou é algum tipo de ilusão da minha cabeça?

–Laura?

–Você vai ficar me olhando com essa cara de palerma ou vai me convidar para entrar?

É ,realmente ela estava na minha frente.

–Desculpa, é que não esperava te ver aqui. Digo para ela, enquanto abro a porta de casa.

E então me dou conta que ela não viria falar comigo se alguma coisa muito seria não tivesse acontecendo... Alguma coisa com a Luna!

Paro com a mão na maçaneta e me viro para olha-la.

–O que aconteceu com a Luna?

–Como você sabe que aconteceu alguma coisa com a Luna? Ela perguntou espantada.

Sinto meu corpo todo tremer.

–Me diz!O que aconteceu!Onde ela esta?

–Calma!Ela esta bem!

Me encosto na parede e respiro aliviado.

–Ainda bem!

–Eu vim falar sobre ela, mas ela esta bem fisicamente. Laura explicou.

–Então vamos entrar.

Entramos em casa. Chamo Laura para sentar no sofá junto comigo.

–Então o que foi?O que você quer falar sobre a Luna?Se você for começar a me xingar por qualquer coisa,antes quero te explicar...

–Cala Boca, Bruno! Ela me interrompe seria.

E eu fico em silencio.

–Eu não vim aqui te xingar...eu vim por que sou muito amiga da Luna e ela é muito importante para mim... Não quero vê-la sofrendo e no momento é assim que ela esta.

Olhei incrédulo para a menina a minha frente.

–A Luna esta sofrendo?Mas como, se ela esta com o Manoel?

Laura suspirou pesadamente e me olhou como se eu fosse um tremendo idiota.

–Meu deus!Como você é Lento!A Luna não ama esse tal do Manoel... Ela, por algum motivo estranho, ama você seu retardado!

–A Luna... Me ama?

Fiquei tão surpreso com essa revelação, que não consegui dizer nada. A Luna me ama!Ela me ama!

–Você ainda esta ai? Laura passava a mão na frente do meu rosto tentando chamar minha atenção.

–Ela me ama! Falei abrindo um sorriso de orelha a orelha.

Laura revira os olhos.

–Sim, ela te ama e pela sua reação sei que também ama ela, por isso eu vim aqui te falar pra você fazer alguma coisa, você tem que largar daquela... Coisa que você chama de namorada e tem que ficar com a Luna.

–Eu não estou mais com a Aline, acabamos de terminar.

–Ate que enfim você acordou e largou daquela garota, então assim fica mais fácil para você tentar reconquistar a Luna.

–Mas Laura, a Luna nunca vai querer falar comigo e eu não tenho direito de atrapalhar o lance dela com o Manoel...

–O Manoel chamou a Luna para morar em nova York! Laura fala me interrompendo.

–O QUE?Como assim?

–É isso mesmo e se você não fizer alguma coisa rápido é capaz dela aceitar.

Levanto do sofá e começo a dar voltas na sala. Ele a chamou para ir embora?

–Ela não pode ir embora com ele! Falo pensando alto.

–Eu sei disso e por isso vim aqui.

Volto a me sentar ao lado de Laura.

–Mas o que eu posso fazer?Ela não vai querer me escutar.

–Eu vou te ajudar, vou dar um jeito de vocês ficarem sozinhos para conversar.

Olho agradecido para Laura.

–Obrigado por estar me ajudando, eu nunca imaginei que você faria algo assim.

Laura se levanta e vai em direção à porta.

–Olha eu to fazendo pela Luna, ela ta sofrendo e não merece isso,mas se você ousar fazer a minha amiga sofrer ,eu juro que arranco as suas bolas.

Laura me olhava seria e eu sabia que ela estava dizendo a verdade. Ela saiu pela porta me deixando sozinho, mas com muita esperança de conseguir reconquistar a Luna.

Uma semana passou desde a minha conversa com a Laura e ainda não consegui falar com a Luna. Todas as nossas tentativas foram frustradas, Luna conseguia me evitar de todas as formas.

E esse é o ultimo sábado das semanas de férias e minhas esperanças que antes eram grandes, agora estavam pequenas. Estava jogado na cama, pensando no que fazer, quando senti meu celular vibrar. Era uma mensagem da Laura.

“Já sei quando você vai poder falar com a Luna. Que tal uma viajem?”

POV Luna.

Uma semana inteira passou e Manoel ainda não tinha voltado de Nova York, nem falar com ele direito eu consegui, ele estava sempre ocupado com alguma coisa. Então minha semana de férias se resumiu a ir na casa da Laura,jogar conversa fora e ficar em casa assistindo filmes românticos com a minha mãe.Nada muito empolgante. A única coisa estranha nessa semana foi que o bruno resolveu fazer visitas quase diárias a minha casa, ele sempre estava aqui com a desculpa de ver o meu pai. Isso esta me matando!Porque ele tem que vir na minha casa?Será que ele não sabe que eu não quero vê-lo?Pelo menos ele não trouxe a Aline junto com ele, Aliás, nunca mais a vi, o que era estranho, já antes ela não desgrudava dele.

Eu pensava em tudo isso, enquanto estava deitada na minha cama, criando forças para levantar.É sábado ultimo fim de semana de férias. Logo meus pensamentos fora atrapalhados por batidas na porta.

–Posso entrar?Era minha mãe. Minha mãe acordada uma hora dessas em pleno sábado?

–Entra. Gritei e ela entrou.

Olhei minha mãe da cabeça aos pés e notei que ela estava com roupa de trilha, calça comprida, bota e camisa xadrez.

–Mãe?Aonde você vai?

–Nós vamos acampar!Ela respondeu sorridente.

–Nós?

–Sim, nós. Eu, você e o seu pai.

–Não, obrigada, prefiro passar o dia dormindo!

–Luna... Isso não é um pedido. Agora minha mãe estava seria, na verdade eu nunca a vi tão seria.

–Mas, mãe...

–Luna oliveira,levanta dessa cama e vai se arrumar.

Involuntariamente ouvir minha mãe falando assim me fez lembrar um dia de férias, um domingo quando bruno veio me acordar e então começou toda a bagunça da minha vida.

Me encolhi na cama com a lembrança.

–Eu não quero ir mãe. Olhei para ela com uma carinha de pena, mas não adiantou.

–Eu não vou deixar minha filhota sozinha, o dia esta lindo, perfeito para acampar.

Não ia ter jeito, não adiantava reclamar. Quando minha mãe bota uma coisa na cabeça é difícil de tirar.

–Esta bem. Levantei da cama e me arrastei para o banheiro.

Uma hora depois, eu já estava devidamente vestida para um acampamento em família e fui ao encontro dos meus pais que colocavam as malas no carro.

–Posso saber de quem foi essa ideia de acampar? Perguntei entregando minha mochila para meu pai.

–Foi nossa e desmancha essa cara, você sempre gostou de acampar.

–Pai, eu nunca gostei de acampar.

Meu pai me olhou confuso e coçou a cabeça quase careca.

–É verdade você nunca gostou, mas tenho certeza que vai se divertir.

–Ah!Com certeza vou me divertir horrores, no meio do mato, sem celular e sem os meus amigos.

Eu estava com meu mau humor matinal aguçado.

–Que isso filha?Você quer dizer que não se diverte com os seus velhos?

–Não é isso pai.

Suspirei e desisti de argumentar.

–Tudo bem, não tem problema... Mas, você pode ficar despreocupada porque um amigo seu vai também.

Gelei inteira quando meu pai disse isso. Amigo?Que amigo?Por favor, que seja o Fred!

–De quem você esta falando, pai?

–De mim. Ouvi uma voz atrás de mim e me virei para olhar a figura.

Lá estavam os olhos azuis. Não, não pode ser.