Apenas, Catherine escrita por A pequena sonhadora


Capítulo 4
Terceira Parte




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O gu me chamou para ir à virada cultural junto com o Pedro no sábado, porém o show acabou sendo cancelado e remarcado para dois meses depois, e eu e o gu nos aproximamos muito nesse tempo, ele já era meu melhor amigo. Nós contávamos tudo um para o outro. Ele estava no 3° ano do ensino médio e ia começar o cursinho pra prestar vestibular, seus planos eram fazer advocacia assim como o pai e ele gostava muito, mas ele tinha um interesse maior pelo teatro. O que me fez lembrar o Lucas e eu espero que, além disso, eles não tenham parecido.

Com a nossa aproximação, acho que quando ele começasse a fazer cursinho e depois a faculdade eu ia sentir falta de todo esse tempo que passamos juntos, já que nos encontrávamos todos os dias depois da aula. Quando não é na minha casa, é na dele ou em outro lugar.

Em uma sexta-feira a gente estava na casa dele e estávamos falando dos mais variados assuntos até que surgiu o assunto namoro. Ele disse que há pouco tempo tinha terminado um relacionamento de anos, era a primeira namorada dele e todos colocavam tanta pressão e achavam tanto que aquilo ia dar certo que nem se importavam com os sentimentos deles. Eles não se gostavam, mas todo mundo queria e torcia para que eles namorassem. Mas era vazio, chato, sem sentimentos.

Eu realmente senti muito por ele, mas sorte que tiveram tempo de terminar, quer dizer, porque muitas pessoas levam esse tipo de relação para sempre, sem se importar com os próprios sentimentos. E eu sempre fui influenciada de várias formas desde a minha infância a acreditar no amor e em contos de fadas. E pode parecer clichê, mas eu realmente acreditava nisso, acreditava que havia sim pessoas perfeitas umas para as outras, e era muito confuso isso, até para mim, porque não é como se você nascesse predestinada a alguém. É mais como você achar essa pessoa. E é nesse “achar” que eu acredito. Em um determinado momento de nossas vidas, quando já estamos totalmente desacreditados no amor, ele vai lá e nos surpreende. E pode ser em qualquer lugar, na fila da padaria, em um caminho que você fez errado, em um velório e em outras diversas formas mais variadas e estranhas. Mas vai acontecer. E vai ser essa a pessoa.

Fiquei um tempo paralisada com aquela história e tinha até deletado mentalmente a pergunta que ele fez de quantos namorados eu tive.

– Pergunta difícil? Por isso tá demorando a responder?

– Pelo contrário ela é muito fácil! Nenhum.

– Sério? Nenhum mesmo?

– Sério. Por quê?

– Porque você faz o tipo de menina que se faz de forte, mas na verdade vive há espera do príncipe em seu cavalo branco, o que não vai acontecer com você, porque eu apareci em um carro.

– Nossa que convencido! Como se você fosse ser o meu príncipe...

– Porque não?

Seus pais chegaram antes que eu respondesse o que me lembrou de que era a primeira vez que estávamos sozinhos na casa dele o que pelo visto não era uma coisa legal ou pelo menos não para a mãe dele que nos olhou com uma cara de reprovação. Para amenizar a situação eu a ajudei com o jantar e acabei ficando por lá até tarde.

Os dois meses passaram voando. O show estava marcado para as 20 horas. Acordei cedinho, fiz as unhas, dei um trato no cabelo, e combinei com a Raquel de ir ao shopping, aproveitaria para comprar alguma roupa para ir ao show. Encontramos na praça de alimentação e logo fomos ás compras, enquanto ela me contava sobre o Breno, seu atual namorado.

Quando chegamos lá os meninos nos encontraram no portão de entrada. O Pedro que estava quase babando disse:

– Poxa katy, se eu soubesse que você iria tão linda ia me arrumar mais! Uaau...

– Ahh que isso... Nem me arrumei muito!

Ri e abracei ele, quando estava me virando para cumprimentar a todos eu vi o Lucas passando junto com mais duas meninas. Eu nem lembrava mais daquele ridículo, mas ainda era difícil ver ele na escola e não me lembrar de como eu era patética. Nessa hora eu olhei pro gu, que estava me encarando eu sorri e o abracei, ele pegou na minha mão, eu achei um pouco estranho, mas ele continuou e fomos andando de mãos dadas.

Assim que chegamos o gu me mostrou alguns primos dele que eram produtores de som no Nx zero, eu fiquei impressionada com eles, um mais simpático que o outro. Eles disseram que á pedido do gu, reservaram um lugar especial na primeira fileira para a gente. Fiquei assustada com o tanto de gente que estava lá, esperava que fosse ser menos...

O NX ZERO logo apareceu cantando e o gu me abraçou por trás, um abraço bem gostoso, ficamos assim por bastante tempo. E nesse momento comecei a pensar, como o mundo da volta, nunca esperava que eu me tornasse realmente amiga do gu desse jeito.

Depois de um tempo o gu disse que disse que iria resolver uma coisa e já voltava, fiquei assustada, o que ele iria resolver?

De repente, o Nx zero para de cantar e saem do palco e tudo fica escuro, nesse momento todos começam a vaiar, e alguém, que me parecia conhecido sobe no palco, e começou a dizer algumas coisas, mais o microfone estava ruim, então logo apareceu um produtor e deu outro microfone para ele. Foi então que percebi que era o gu, mas o que ele estaria fazendo ali?

– Desculpem, por estar interrompendo o show de vocês! Prometo que não vou levar muito tempo... Enfim, vim aqui para falar de uma pessoa muito especial, que com pouquinho tempo foi se aproximando e conquistando seu espaço e me tem me feito fazer muitas coisas que sonhava fazer mais não tinha coragem... ELA, para ser mais especifico, é linda, encantadora, simpática, amiga, companheira, inteligente, meiga... Se eu ficar aqui falando de todas as suas qualidades vou levar muito tempo de vocês, então para ser mais breve... Catherine, você... Você... Você quer namorar comigo?

Ele se ajoelhou, tirou do bolso um anel, olhou para mim, e um holofote veio em minha direção.

Eu estava pasma, chocada. Em nenhum momento imaginaria que aquilo um dia podia acontecer. Ele estava ME pedindo em namoro... NÃO ACREDITO! E agora? Eu aceito? Não posso recursar! Não na frente de toda essa gente! Mas, pra quê eu recusaria? Eu estava mesmo gostando dele, mas eu não queria acreditar e nem esperar nada além da nossa amizade, que até então estava ótima. Mas não custa tentar, certo?! Ele parece me entender, apesar de não termos tanto em comum assim, mas como dizem, os apostos se atrai. Eu sei que eu não gosto dele da mesma maneira que eu esperava gostar, mas eu posso ir gostando dele aos poucos, Né?

Nesse momento a Clara me puxa e diz:

– O que você esta esperando garota?! Corre lá!

Foi tudo no impulso. Quando menos percebi já estava no palco o beijando.

– Isso quer dizer um sim?

– Não, sinto muito estou interessada em outro! Falei, brincando.

Rimos...

–O QUE?

– Estou brincando seu bobo! É claro que eu aceito!

Toda a plateia começou a vibrar, uns gritavam ''awm'', outros mandavam nós beijarmos de novo, outros aplaudiam. E eu estava vermelhinha!

Depois do show ele me levou para casa e ficamos em silêncio durante grande parte do tempo. Além de estar cansada, minha ficha ainda não tinha caído. UAU! Eu estava namorando!

Quando chegamos ele deixou o carro na rua e ficamos parados no portão de casa olhando pra cima e admirando as estrelas, eram poucas, mas pareciam estar tão perto... Nessa hora lembrei-me da minha mãe, e de como queria que ela estivesse aqui para compartilhar com ela esse momento, então eu sussurrei baixinho ''estou namorando mãe''.

– Katy, esta tudo bem pra você? Esse pedido, quer dizer...

– Lembra daquela conversa que a gente teve e do príncipe encantado? – Interrompi.

– Lembro – ele disse rindo.

– Não poderia ter príncipe melhor...


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