Apenas, Catherine escrita por A pequena sonhadora


Capítulo 12
Décima Primeira Parte - Relembrando tudo...




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Sábado, 13 de abril. 13:42

Um flash back, isso o que eu senti. Não como aqueles de filme que tudo parece bem nítido, foi mais como uma história que se passava pela minha mente, bem distante, mostrando vários momentos dos últimos tempos. O aniversario de namoro. A traição. A novidade. A viagem. A minha decisão. Os últimos preparativos. O intercâmbio. A Mary e o Marcelo. Minha volta.

Eu não quero ficar vivendo de passado, queria seguir em frente, mas estava muito difícil, acho que depois de tudo que aconteceu, minha melhor decisão foi a viagem, lá em Orlando eu consegui esquecer de tudo que me prendia aqui, eu senti saudades sim, mas eu amava lá e apenas segui em frente, e até então achava que havia esquecido tudo e perdoado o que me magoava, mas a volta ao Brasil simplesmente me faz lembrar de tudo. Não quero me remoer novamente por tudo que me fez ir ao exterior, e sim os momentos bons, como quando meu pai casou.

Sábado,11 de abril. 17:30

Antigamente eu sempre detestei o meu pai pelo o que ele havia se tornado, mas eu não o culpo, a história dele e principalmente a história de amor dele com minha mãe era linda e sofrida, ela era como aquelas histórias de filme, o homem supera mas acaba sozinho, porque nenhuma mulher no mundo seria capaz de ocupar o lugar da verdadeira amada. Mas quando ele apareceu com a Suzana foi um choque, a primeira coisa que eu pensei foi que ela seria minha madrasta, e se fosse como aquelas de contos de fadas?

Eles se conheceram nas inúmeras reuniões que meu pai participava em Nova Iorque, e eu estava mesmo estranhando as frequentes idas dele para os Estados Unidos. Ele confessou que algumas eram apenas para ver a Suzana, já outros era pra preparar tudo para a nossa mudança para lá. Eu fiquei em choque!

– Mudar? Tá louco pai? Eu ainda estou tentando digerir o casamento e você fala que a gente vai pra Nova Iorque? - Eu disse.

– Eu sei que é complicado pra vocês e meio de repente, o casamento é bem oficial, a gente já se sente preparado para assinar a papelada. Eu, Suzana, sou divorciada e como nós dois já tivemos toda essa experiência com casamento não sentimos nenhuma necessidade de casamento na igreja, então vai ser somente no cartório. E não precisam me olhar com essa cara, eu não sou louca, mas eu amo muito ele.

– Exatamente. Mas a mudança ainda está em processo... A empresa anda tendo muitos serviços no exterior, em especial Nova Iorque e ter a sede aqui no Brasil já não é mais tão vantajoso, e eu como diretor chefe tenho que ser encaminhado pra lá. Eu sei que será difícil para vocês, e que a vida toda de vocês está aqui, mas é uma chance única morar no exterior, ia ser muito legal e proveitoso, sem falar das ótimas escolas e universidades. Se preferirem ficar aqui, eu concordo, podem morar com a avó de vocês ou até alugar um apartamento mas eu iria adorar que vocês ao menos tentassem... Nas últimas idas eu e a Suzana compramos nossa casa e escolhemos o carro que teremos lá, o que pra gente é a melhor parte porque o dinheiro foi cedido pela empresa, uma das partes legais deles retirarem a gente do pais de origem é terem que arcar com todas as nossas despesas.

Foi muito de repente. Tudo e todas as informações me fizeram ficar a mil. Naquele dia eu teria a despedida de solteira da Ana Cláudia e acabei me atrasando muito no restaurante porque aquela conversa que inicialmente seria apenas para comemorar o aniversário do meu pai que foi a duas semanas antes se tornou na nossa decisão para o nosso futuro.

Naquele dia eu comemorava o aniversário de namoro com o Gabrieu e eu tinha imaginado tudo bem diferente de como estava se encaminhando. Mesmo depois de intensas brigas que a gente estava tendo desde quando ele estava fazendo vestibular, eu queria passar o dia inteiro com ele. Mas ele não queria desse jeito, veio até com o papo estranho que a gente tinha 364 dias para passar juntos e que o dia do nosso aniversário merecia uma comemoração. Ir á uma despedida de solteiro não era bem a comemoração que eu imaginava. E pra piorar, o Gabrieu iria pra despedida do Luiz e eu pra noiva do Luiz, a Ana Cláudia, um casal de amigos que a gente tinha. Eu adorava eles, mas não estava com pique pra isso. As despedidas seriam em lugares diferentes, ou seja, ia rolar muita coisa sem que muita gente soubesse, e eu não queria isso. Por isso eu e o Gabrieu estávamos brigados naquele dia. Ele fazia questão de estar lá, o que era muito estranho. E eu iria apenas pra fazer companhia pra Bia e pra ajudar a Ana que teve o maior trabalho com os preparativos e eu como amiga, a ajudei com tudo e ela fazia questão que eu estivesse lá. E foi onde tudo aconteceu.

Mas eu não sei porque eu acabei de lembrar disso, vamos voltar ao meu pai...

Inicialmente ele achava a Suzana muito interessante, mas nunca teve coragem de falar com ela, e ela também namorava então ele a descartou completamente. Sem falar que ela morava em Curitiba e eles só se encontravam em aeroportos, nos hotéis que ficavam hospedados, em restaurantes e nas reuniões, mas sempre juntos de várias outras pessoas o que intimidava o meu pai a conversar com ela, e as vezes ela até levava o namorado. Um belo dia ela recebeu um telefonema e voltou toda abatida, e acabou contando que havia terminado por telefone o que a deixou muito abalada pois era o primeiro namorado que ela tinha após o divórcio, e meu pai ouvindo tudo na mesma semana aproveitou para consola-lá e chamou ela pra sair. E com todas as viagens juntos acabou rolando muitas coisas até que por fim eles oficializaram. E naquela noite eu teria uma decisão importante: Ou ficava no brasil com as intensas brigas com o Gabrieu que estavam me fazendo muito mal, ou largava tudo e ia com meu pai e a Suzana e o Nícolas.

Claro que meu pai me deu um tempo pra pensar, a gente ainda teria um tempinho pra mudar. Mas a minha decisão foi no disse seguinte.

Eu relembro tudo agora? Estou preparada para isso?

Foi nessa hora que a Mary chegou, e eu precisava dela mais que tudo, só ela que entendia toda essa fase que eu havia passado.

A Mary morava em Nova Iorque com os pais até se separarem. Ela veio com a mãe para Brasília, onde sua família materna morava e onde sua mãe nasceu, mas acabou indo morar no exterior onde conheceu o pai da Mary e onde tudo aconteceu. Ela veio contra sua vontade enquanto o pai continuou em Nova Iorque, a cidade que ela amava. Mas por enquanto ela teria que aceitar suas raízes e também seu nome que na verdade era Maria Ângela, mas ela o odiava. E odiava tudo em Brasília. Por isso resolveu se inscrever na mesma empresa de intercâmbio que eu e nós duas fomos parar no mesmo assento, no mesmo voo, para o mesmo destino: Orlando.


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