Teen Banshee escrita por Mr Cookie


Capítulo 7
Make Me Wanna Die


Notas iniciais do capítulo

Oooi, minha gente amada! Sim, eu não morri! Não, eu não abandonei a fic! Hhsuahsuas! Desculpem pela demora.
Este capítulo é dedicado a todos aqueles que não me deixaram no vácuo no capítulo anterior. Pois é, pois é... Eu fiquei um pouco triste por algumas pessoas divas que me impulsionavam a escrever mais não terem comentado o capítulo passado... Mas, contudo, embora, todavia, tiveram aqueles que comentaram e me deram força para escrever este capítulo! Muito obrigado! :D
Aliás, espero que vocês nunca conheçam a dor de não ter uma internet boa o suficiente para carregar um episódio de Teen Wolf. Porque eu conheci e estou conhecendo... E eu não desejo isso para ninguém.
Enfim, espero que aproveitem o capítulo. (O próximo vai ter uma música que tenha uma maior ligação com o capítulo, ok? É que eu não lembrei de outra canção que pareça mais com este...)
E não esqueçam de comentar para fazer meu dia/semana/ano/vida feliz!! ;D



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E toda vez que eu olho dentro dos seus olhos
Você me faz querer morrer

The Pretty Reckless — Make Me Wanna Die

— Vamos, Thomas! — apressou Hanna.

Eles estavam no meio do campo de lacrosse, meio que abaixados. Quer dizer, Thomas estava! Não havia necessidade, ele sabia disso, mas a hipótese de ser pego naquilo tudo lhe apavorava.

— Eu não sou uma salamandra com poderes de fogo que corre como um guepardo! — ele exclamou, levantando um pouco a cabeça para olhar para as arquibancadas que cercavam por todos os lados. Entre uma e outra, Thomy vislumbrava as luzes dos carros de polícias e da tensão quase palpável. Aquilo lhe deu um leve calafrio.

— Não tenho culpa se você é um humano lerdo — ela disse, arrumando a touca na cabeça, enquanto Thomas chegava até ela. Eles estavam atrás de uma das grandes arquibancadas do campo de lacrosse, próximos ao pedaço da floresta que adentrava a cidade. Pela milionésima vez, Thomas perguntou mentalmente o porquê de não terem desmatado de vez aquela parte perigosa da cidade.

Quer dizer, os drogados, malandros e todos os tipos de pessoas que gostam de cabular aulas (principalmente as de biologia) iam para lá! Já até encontraram um corpo morto ali...

— Odeio florestas — ele pensou alto.

Hanna ia na frente, pulando como uma criancinha, sem se preocupar com o barulho irritante de seu tênis pisando nos restos de pinheiro e outras coisas que haviam no solo da floresta, como um navio sobre aquela bruma fina que percorria toda a cidade.

— Por quê? — ela perguntou.

— Mosquitos, lama, umidade e mais uma lista enorme de outros motivos. — Thomy se abraçou, tentando interromper os calafrios que, ele sentia, estavam vindo. Além do mais estava frio. E Thomas também odiava o frio.

— Você é tão pessimista! — A garota pulou um tronco caído como se estivesse brincando de amarelinha.

— Não sou pessimista, sou realista! — ele respondeu, pulando com dificuldade o tronco preto.

Hanna soltou uma risadinha estranha.

— Seu irmão nos disse para esperá-lo — Thomas lembrou.

— Meu irmão não é meu pai — foi a resposta.

Desde quando Hanna estava tão topetuda a ponto de dar uma resposta daquelas?!

— Nem o meu, mas vamos obedecê-lo e ficar bem aqui! — Ele cruzou os braços, parando.

Hanna virou-se para ele, parando de pular, e revirou os olhos.

— Primeira coisa, — começou Thomas, erguendo a mão direita e indicando ''um'' com o dedo indicador, como sempre fazia quando queria explicar algo que estava na cara — há uma maior probabilidade daquilo que carregou a garota metida nos degolar sem seu irmão. Segunda coisa, — Hanna revirou os olhos de novo — você não tem o tal ''dom'' de superolfato do seu irmão. Então há grande possibilidade de não acharmos a menina sem ele. Terceira coisa...

Thomas parou. Ele não podia falar para Hanna o que pensou em dizer: que a garota provavelmente já estava morta. Mas nem ele mesmo havia parado para refletir sobre o que pensara. Aquilo tudo seria horrível! Mais uma pessoa morta, mais um trauma para lidar, mais noites de terror, nas quais ele passaria acordado, chorando, relembrando do corpo morto. Se é que ele sairia vivo de lá. Quer dizer, o que quer que fosse aquilo que tinha raptado a garota (ou, Deus queira que não, a matado), faria o mesmo com ele.

Hanna o encarou, enquanto ele perdia o olhar, vagando em seus próprios medos.

— Qual é a terceira coisa? — ela perguntou, as mãos na cintura e a cabeça inclinada para o lado.

Ele engoliu em seco e a encarou.

— Você não está ouvindo? Tem alguma coisa se aproximando — ele disse, tentando conter aquela sensação de pavor.

Então Hanna prestou atenção: ela não tinha superolfato, superaudição, supersentidos... Mas não precisava tê-los para ouvir os pequenos galhos da floresta sendo triturados por algo grande, se aproximando deles.

Thomas se pôs rapidamente ao lado de Hanna, o corpo tremendo impulsivamente. Ela se manteve atenta, os olhos verdes investigando todos os lados.

E, então, o barulho parou. Abruptamente, do jeito que começou.

Os dois ficaram ali, parados, ainda atentos, os corações acelerados. A respiração de Thomy estava tão pesada e ofegante que parecia quase uma crise de asma.

— Fique calmo — sussurrou Hanna.

— Como você quer que eu fique calmo se estamos no meio do mato, sozinhos, procurando uma garota que foi raptada por um monstro?! — ele exclamou, baixo. — Cara, eu acho que estou...

— Não, Thomy!

— Tarde demais.

Ele sentiu a calça molhar com um líquido morno.

— Oh, Jesus! — ele exclamou, olhando para baixo.

— Acho que estou sentindo o cheiro do chá que minha vó fazia para dor de barriga — disse Hanna, tampando o nariz. — Era tão horrível!

— Não é culpa minha! Eu não reajo bem sob situações de tensão agravante — bradou o garoto em voz baixa.

— Sob o quê?!

— Nada, Hanna, nada!

Eles calaram novamente ao ouvir o barulho recomeçar. Hanna rapidamente ficou ereta, pronta para o que quer que estivesse vindo, diferente de Thomas, que tentava tampar a mancha na calça desbotada com as mãos.

Aquele momento pareceu durar uma eternidade, tão diferente daqueles passos, que ficavam mais audíveis conforme o tempo passava. Não eram tão altos quanto os passos de outrora, mas eram um grande motivo para fazer o coração de Hanna bater mais rápido.

Por mais que ela fingisse ser corajosa, sua mente nunca lhe obedecia: ela não queria ter medo, mas tinha. E o medo não pode ser controlado, disso ela sabia. Deve-se se acostumar com ele. Torná-lo seu amigo, e não seu inimigo, pois é o medo que fortalece.

Então, simplesmente, ela tentou pensar positivo enquanto os passos tornavam-se tão próximos quanto a respiração ofegante de Thomas.

~o~

Lydia acordou ao ouvir um estalo e sentiu a face arder. Ela grunhiu fraca, piscando os olhos para o escuro. Alguns feixes de luz entravam por pequenas frestas no teto. Ela olhou de um lado para o outro, ainda sentindo o mundo girar sobre si mesma. Tentou mexer as mãos e os pés e sentiu algo os apertar com o movimento. Estava presa.

— Acorde! — exclamou alguém. A voz era rouca, abafada, provavelmente por causa de algum empecilho que a tornava indecifrável.

A Banshee forçou seu olhar. Aos poucos tudo se tornava mais claro e as formas de algo iam se definindo bem à sua frente; era uma pessoa, provavelmente. Lydia distinguiu uma face tampada até o nariz por uma máscara azul, assim como os cabelos, embora estes fossem mais claros e aquela mais escura. Era um contraste lindo, mesmo na escuridão.

— Isso ainda é um sonho? — Lydia perguntou, ainda zonza.

O ser pareceu sorrir.

— Não mesmo! — sibilou. A coisa levantou a mão e a levou novamente de encontro à face da garota. Ela exclamou quando sua cabeça foi impulsionada para o outro lado, sentindo a face pulsar de tanto arder. A tontura acabou. — O que você é?

Lydia abaixou a cabeça, tentando recuperar o fôlego e a sanidade.

— Eu perguntei... — a coisa exclamou, puxando os cabelos de Lydia para trás. Ela exclamou sentindo-os quase sendo arrancados da cabeça. — O que é você?!

Aquilo era mais um sonho? Não, não era. Ela sentia dor, então não era.

— L-Lydia — ofegou, sentindo os olhos ficarem molhados. Seu coração quase saía pela boca, e o sentimento de profundo medo só aumentava os tremores que corriam pelo corpo dela.

— Acho que você não entendeu — a coisa falou, largando os cabelos de Lydia. Ela deixou a cabeça cair por um momento, cansada, arfando, e só a levantou o bastante para ver um vulto na escuridão e a mão fechada daquilo ir em sua direção de novo.

Uma dor horrível perpassou por seu rosto e ela gritou. Lydia sentiu como se um caminhão tivesse acertado o lado direito de sua face. A boca ardia e tinha gosto de sangue. Lágrimas, de dor e de pavor, escorriam sem permissão.

— Eu perguntei: o que é você! — o monstro esbravejou.

— Banshee — Lydia grunhiu, a voz embargada de choro. — Eu sou uma Banshee.

— O espírito das lamentações? Faz sentido você ser tão escandalosa. — Lydia sentiu sua face sendo agarrada por uma mão lisa. Ela vislumbrou os olhos azuis do ser a encararem em meio à escuridão. — Quem vai morrer?

— E-eu não sei. Eu não vi — foram as únicas coisas que Lydia conseguiu pronunciar. A dor em sua face estava horrenda, o cheiro daquele lugar lhe enojava e o gosto de sangue na boca era horrível.

Os olhos azuis se fecharam um pouco e a coisa largou a face de Lydia.

— O que você realmente viu? — o monstro lhe perguntou.

— Nada...

— Não minta para mim!!

O grito ressoou por todo o local. Os olhos azuis haviam sumido na escuridão.

Enfim, havia chegado. A morte que aquela coisa dentro dela a avisara havia chegado. Mas por que ela estava com tanto medo? Não fazia sentido... Ela ia descansar, finalmente...

Uma mão agarrou o pescoço da Banshee, e ela sentiu seu corpo sendo levantado, junto com a cadeira na qual estava amarrada. O ar instantaneamente parou de sair por seus soluços de medo, e ela sentiu a pressão se acumulando em sua cabeça.

— Eu vou perguntar novamente, você me responderá novamente, e se mentir mais uma vez, quebro seu pescoço tão rápido quanto um esquilo quebra uma noz.

O ar adentrou novamente os pulmões de Lydia e ela pôde suspirar aliviada. Sentiu um solavanco duro quando a cadeira tocou o chão.

— Desde o começo. Diga tudo o que viu hoje.

A garota engoliu a seco. Ela devia dizer toda a verdade? Ou deveria simplesmente ficar calada e esperar a morte acolhê-la? Depois de tanta tristeza, depois de tanta batalha, ela iria morrer daquela maneira, afinal?

Não! Ela não morreu quando Peter a mordera, não morreu quando esteve de frente com o Kanima, não morreu quando Darach tentara cortar seu pescoço. Se Lydia sobrevivera a isso tudo não aceitaria a morte de bandeja!

Então simplesmente olhou para aqueles olhos azuis que vasculhavam qualquer mentira, pigarreou tentando encontrar a voz e se pôs a contar todo o pesadelo.

~o~

— Uuuuf! — Thomy pareceu um balão murchando de alívio, o corpo mole deitado no chão barroso da floresta.

Hanna também deixou-se relaxar. Richard saiu de trás de um pinheiro, ainda correndo. E com o topete intacto. Ele parecia ter corrido pra caramba! Como ele conseguia aquela proeza?

— Não precisei percorrer metade do colégio para perder o cheiro da Lydia. Ela não está lá dentro, e nem lá fora, com os policiais. Vim o mais rápido que pude — ele disse, encarando Hanna. — Tem mais alguém com vocês?

— Não! — Hanna exclamou.

— Senti quase meia dúzia de cheiros diferentes... Cheiro de prata — ele disse, e Hanna soube que, apesar da face neutra, ele estava preocupado.

— E prata cheira? — ela perguntou, curiosa.

— Bem, não sei, só sei que é prata. Na maioria das vezes o cheiro das pessoas refletem em seus aspectos... — Rick parou de falar e farejou o ar, fazendo uma leve careta. Ele colocou a mão sobre o nariz. — Que fedor é esse? Parece o chá que a vovó fazia para dor de barriga.

Hanna riu e apontou para um certo Thomas que se levantava do chão barroso, batendo a mão na bunda para tirar restos de lama. Sem sucesso, é claro. Ele parou ao ver que não adiantava e quando levantou a cabeça os dois irmãos o encaravam, Hanna com um sorrisinho infantil e Richard — o humano teve quase certeza — com um ar de deboche naquela cara de paisagem. Thomas olhou para a mancha na calça, para eles, depois de novo pra mancha na calça e de novo para eles.

— Eu não reajo bem sob situações de tensão agravante! — ele repetiu, dessa vez para Rick.

A boca de Richard se contorceu em um rápido sorrisinho de lado e depois de desfez.

— Melhor sairmos daqui. Acho que sei para onde Lydia foi levada. O cheiro dela está mais forte por aqui — ele disse, caminhando rumo ao interior da floresta. Hanna o seguiu calada, enquanto Thomas passava a mão suja de barro na testa para limpar o suor frio e acabava sujando-se ainda mais.

~o~

— E é só isso? — Aquelas esferas azuis pareciam encarar sua própria alma. Eram máquinas da verdade.

— Sim. — Sua voz não saiu tão insegura como quando começara a contar o que lhe ocorrera. Os olhos que a vigiavam se semicerraram.

— Seu dom é inimaginavelmente glorioso... Você não tem ideia do que é.

— Já ouvi isso antes — comentou Lydia, cabisbaixa.

O monstro pareceu sorrir. Um sorriso maligno.

— Você seria de grande serventia para mim, Banshee. Mas infelizmente não posso deixá-la viva. — Ela estalou a língua. — Uma adolescente perdida despertaria muitas suspeitas.

— Mortes também são muito curiosas, principalmente as que envolvem jovens lindas e extravagantes. — A dor na face a deixava tonta. Ela ia morrer, sabia disso, mas não seria naquele dia.

— Tão inteligente! — comentou o monstro, baixo. — Você teria toda a razão se as mortes aqui não fossem tão comuns quanto esta neblina irritante.

Mortes comuns? Aquilo tudo soou como uma coisa que já fora pensada por Lydia. Instantaneamente ela se lembrou de Beacon Hills, e de como as mortes lá nunca geraram muita polêmica. Mas, também instantaneamente, ela esqueceu-se disso. Sua vida era mais importante.

— Isso não é ruim, querida. Você mesma profetizou que ia morrer. Não doerá quando você for atravessada pela minha faca — ela disse.

Lydia pôde ver, mesmo estando escuro, o brilho de um metal. Mas não era qualquer metal, era um que emitia uma cor azul cintilante. Era mágico.

— Ah, como eu amo o inglês. Bem melhor do que aquele maldito latim — disse, e Lydia viu os contornos daquilo erguendo o que parecia ser uma faca.

Latim? Ela falava latim?!

— Por Danu!!

E, então, Lydia soube. Era a coisa que estava em seus sonhos, na praia deserta. Por isso ela não podia viver. Por isso aquilo devia matá-la.

Lydia fechou os olhos rapidamente, antes que pudesse ver a faca vindo em sua direção. E, diferente do que todos falaram, a vida dela não passou por seus olhos.

Talvez porque não tivesse chegado sua hora.

O que devia ser a porta da cabana se abriu, e a luz do dia preencheu toda a sala.


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Notas finais do capítulo

Gente, só eu tô achando que a Lydia tá sofrendo demais? Meu Deus, se ela continuar assim vai tomar o primeiro lugar do Derek... HSUAHSAU!
Espero que tenham gostado! (E Stalia reina, bitches!)