Secrets escrita por Yukii


Capítulo 14
Secret 14 - You'll never gonna be alone


Notas iniciais do capítulo

~Este capítulo se passa durante/após o episódio 109 de YuYu Hakusho.



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O nervosismo parecia ser incapaz de abandonar o vulto esguio de Botan, enquanto ela estava paralisada ao lado de Koenma. A guia usava óculos estranhos e nada discretos, acompanhados por um xale rosa que lhe cobria os ombros, escondendo parcialmente seu quimono. Supostamente, aquilo deveria ser um disfarce, afinal, ninguém ali no Makai poderia saber que dois membros do Reikai estavam assistindo calmamente aquele torneio. Apesar disso, qualquer um que conhecesse bem a guia espiritual saberia que era ela; os cabelos azuis e o quimono rosa que aparecia ao final do xale a denunciavam.

 

O Torneio de Reunificação do Makai atraíra todo o tipo de youkai, desde os mais fracos e ridículos até os mais fortes e desconhecidos. Botan varria o cenário com seus olhos ametistas, e estava estranhamente calada, o que não passou despercebido a Koenma; estava acostumado com o falatório da colega, mas, nos últimos tempos, ela se tornara mais silenciosa e quieta. Algumas vezes, o príncipe do Reikai já tentara entender que mal ela tinha, mas a ferry girl sempre fugia das perguntas. E, agora, enquanto estavam plantados no meio do cenário turbulento e apinhado de gente, ela parecia ainda mais quieta, e, ao mesmo tempo, inquieta. Koenma desviou os olhos do telão que aguardava a próxima luta, e fixou-os na guia espiritual. Ela mantinha os lábios apertados, como que para não cair na tentação de berrar alguma coisa. Suas mãos, porém, estavam suadas, e os dedos mexiam-se sem parar. Em uma das mãos, ela apertava nervosamente a programação do torneio, que já devia estar em frangalhos.

 

Já faziam seis meses que a briga entre a ferry girl e o koorime havia ocorrido. Basicamente, ele havia partido há um ano. Botan vivera seis meses de intensa espera e ansiedade por ele; depois da briga, foram seis meses de solidão e inconstância emocional. Durante aqueles últimos meses, a ferry girl nunca sorrira tanto na sua vida - o que era irônico, já que ela se sentia horrivelmente triste. Mas ela sorria, e sorria, e sorria, na esperança de disfarçar sua tristeza para os outros e para si mesma. Todo o dia que acordava com a cara inchada de choro e se olhava no seu pequeno espelho redondo, ela sorria, dizendo a si mesma que nunca se sentira tão feliz na vida. Eram mentiras. Ela enchia sua vida de mentiras, porque ela não podia ficar triste. Botan sentia que, se ficasse triste, as almas que ela buscasse iriam se desesperar, vendo aquela garota triste a recolhê-las sem um único sorriso. Por causa disso, a guia espiritual forçou a felicidade em si, numa tentativa desesperada de estar contente. Quem a visse sem a conhecer, pensaria que ela não passava de uma garota feliz. Mas Koenma a conhecia, e sabia que havia algo de errado com sua subordinada. Ela sorria, mas eram sorrisos quebrados e tremidos. Ela falava, mas não tanto quanto antes, nem tão animadamente.

 

E Koenma não sabia como podia ajudar aquela ferry girl que sempre lhe ajudava.

 

O príncipe do Reikai abriu a boca, decidido a perguntar o que ela tinha, mas, antes que pudesse falar, a voz ecoante da narradora soou ecoando pelo estádio, anunciando a luta de Hiei e Mukuro. Koenma rapidamente voltou o rosto para o telão, ansioso, embora nenhum dos participantes tivesse chegado ainda na arena. Por causa disso, o príncipe não pôde ver o desespero que retiniu nos olhos ametistas da garota ao seu lado.

 

Nas lutas anteriores, seus amigos haviam vencido; aquilo alegrava Botan. Por uma ou duas vezes, ela conseguiu sorrir com sinceridade. Quando Hiei conseguiu derrotar todo o grupo em que estava inserido, e garantindo, assim, sua vaga no torneio, não foi nenhuma surpresa para ela, mas não pôde deixar de se sentir calma e alegre.

 

Agora, porém, ela sabia que Hiei estaria lutando contra uma adversária perigosa. A ferry girl sentiu algo ruim dentro de si, uma amargura triste misturada a um mau presságio. "Eu queria poder falar com ele... queria poder desejar boa sorte, ou qualquer coisa assim", pensou a guia, sentindo-se um pouco impotente. Ouvindo berros satisfeitos, virou o rosto para o lado esquerdo e viu uma figura diminuta e mal-humorada que atravessava o estádio em direção a saída, pronto para alcançar a arena externa, onde iria lutar. Botan não quis olhar, mas não conseguiu; seus olhos grudaram em Hiei, no rosto endurecido e frio dele. Ele atravessava o local sem olhar para absolutamente ninguém, com olhos ferozes e decididos. Pelo canto do olho, o koorime vislumbrou a típica cabeleira azul de Botan, mas não quis se virar para olhar; sentia que tudo o que menos precisava era vê-la logo naquele momento. Enfraqueceria. Sairia-se como ridículo.

 

Antes que pudesse se controlar, seus olhos já tinham desviado para ela.

 

Hiei mal conseguiu reparar nos óculos estranhos e no xale que ela usava; a única coisa que lhe chamava a atenção eram aqueles olhos ametistas, parecendo tão fragilizados. Por um momento, ele teve certeza que ela desviaria o olhar dele, por vergonha ou raiva; mas ela não desviou. Ela o olhou até o último momento, com olhos nervosos que pareciam pedir-lhe que não morresse. O koorime desviou-se do par de olhos róseos; eles eram muito desoncertantes. O deixavam meio idiota. Amaldiçoou-se mentalmente por olhar tanto para ela, e saiu do estádio, em direção a luta.

 

Mukuro só foi para a arena alguns poucos minutos depois. Os olhos de Botan agora miravam avidamente o telão, como se esperassem ver algo horrível ali. Hiei estava parado em um extremo da arena, posicionado com a espada, imóvel. Mukuro, ao aparecer, pareceu despreocupada, caminhando lentamente até o seu lugar e parando. A ordem da narradora foi dada, e a luta se iniciou. A ferry girl não conseguia acompanhar todos os movimentos, mas não desviou o campo de visão dali por nem um mísero momento.

 

Todos os olhares agora se concentravam no telão, que exibia a figura pequena de Hiei atacando ferozmente Mukuro, que apenas desviava como podia. Por vez ou outra, eles conversavam entre si; pareciam à vontade. Botan notou isso, e sentiu algo estranho e totalmente novo dentro de si; umas cócegas desconfortáveis, provocantes - ciúme. Mukuro poderia não ser linda nem incrível, em termos femininos, mas tinha uma conexão com Hiei que a ferry girl achava que ela jamais teria. Nunca haviam conversado muito, e, quando Botan havia tentado conversar mais com ele, sempre havia sido rejeitada. Com Mukuro, era diferente. Ele parecia não se importar de conversar com ela, mesmo no meio de uma luta - pelo menos, era o que a guia espiritual achava. Assustada com seus pensamentos, ela rapidamente os desviou e ignorou, tentando se centrar na luta em si. Hiei estava numa situação sensivelmente pior que a de Mukuro, ferido e cansado. A garota o viu desenrolar o braço direito da bandagem que o embalava e, sem poder evitar, lembrou-se de como ensinara-o a amarrar, há tanto tempo, na costa de uma ilha, durante a noite. Ela sorriu de leve, sentindo-se um pouco mais confiante.

 

- Agora não tem como escapar! Ele vai usar aquilo! - comentou Botan com Koenma, referindo-se a técnica das chamas negras de Hiei.

 

Koenma concordou, embora parecesse um pouco na dúvida.

 

Enquanto isso, Hiei tentava dar o seu máximo na arena de batalha. Era bom não ter ninguém ao seu redor mesmo; isso facilitava um pouco as coisas. Sentia uma raiva suprema de si mesmo por ter olhado para Botan antes de ir lutar; agora, sua mente estava um vendaval. Era como se alguém tivesse soprado na sua cabeça. Os olhos da guia o faziam recordar de seis meses atrás, quando ele fora embora sem dar chance para ela se explicar melhor. Não se arrependia do que havia feito, afinal, Hiei seria sempre Hiei, orgulhoso e frio; mas não podia deixar de sentir algo desconfortável em si mesmo ao olhar aquela ferry girl. Sabia que agira errado com ela, mas nada nesse mundo o faria admitir isso.

 

- Por que você está tão disperso? - quis saber Mukuro, aproveitando-se de uma pequena distração da câmera para perguntar. - Seus ataques estão sem rumo.

 

- Hn. Não estou disperso.

 

Conversar era uma boa estratégia. Na verdade, conversar enquanto lutava nunca foi algo que Hiei gostara de fazer, mas aquilo o distraía da figura de Botan pairando em sua mente. Sentindo o corpo fraco em relação a força intocada de Mukuro, resolveu usar seu último trunfo: o Ensatsu-Kokuryuu-ha.

 

- Eu não queria usar essa técnica em você - comentou Hiei displicente, enquanto livrava o braço das amarras. "É um disperdício muito grande", acrescentou o koorime mentalmente.

 

Mukuro apenas sorriu com ironia. O dragão de fogo negro levantou-se, gigante e serpeante, ao ouvir o chamado de seu mestre. Botan nunca sentira tanta felicidade ao ver aquele dragão negro de chamas, a boca escancarada, voando numa velocidade incrível. Tinha certeza de que ele ia ganhar; torcia por ele. Queria vê-lo vivo.

 

Mukuro foi empurrada por alguns metros pelo dragão enorme, como se tentasse abarcá-lo e pará-lo. Hiei estava imóvel e cansado, o braço erguido para sustentar o dragão, os lábios trêmulos pelo esforço.

 

Um grito de surpresa liberado por diversas pessoas no estádio fez-se ecoar quando Mukuro conseguiu diminuir a velocidade do dragão com cada vez mais força, agarrando-o e usando o corpo como barragem. Hiei imprimiu mais força ao dragão, e sua cabeça tonteou num protesto surdo; ele não tinha mais nenhuma força. Não quis desistir, apesar de tudo. Os dedos do koorime doíam e seu pulso latejava como nunca, enquanto toda a sua energia se concentrava no dragão que perdia a velocidade. Depois de alguns minutos, Mukuro conseguiu parar totalmente o dragão; nem por isso o oponente desistiu. O koorime continuou mandando cada resto de força que havia em seu corpo para a forma negra que ele conjurara, mas não foi o bastante; o dragão se esvaiu em chamas em poucos segundos, desaperecendo totalmente. Hiei sentiu a surpresa e o horror tomarem conta dele mesmo, enquanto Mukuro retornava ao chão, aparentemente ilesa, os cabelos despenteados e uma cara tranquila que o koorime sentiu vontade de esbofetear. Sentia que fora mais longe do que seu corpo podia, mas não se deu a render; Hiei deu um ou dois passos, sem sentir absolutamente nada de seu corpo. Sua cabeça estava zonza, e um monte de coisas desconexas lhe vinham na mente. O koorime abriu a boca e falou qualquer coisa que lhe tinha vindo na mente, num lapso de tontura, e nem sequer escutou sua voz.

 

Antes que desse por si, já tinha desmaiado.

 

- Ele caiu! - exclamou Koenma, chocado. - Vocês viram isso? Mukuro conseguiu deter o Ensatsu Kokuryuu-ha!

 

Os murmúrios se espalharam por todo o estádio; a vitória de Mukuro não era nenhuma surpresa, mas não era comum Hiei ser derrotado. Koenma continuou mirando o telão com ar de espanto durante alguns segundos, até perguntar para Botan:

 

- Foi uma luta surpreendente, não? Nunca pensei que Hiei seria derrotado daquela manei...!

 

O príncipe parou de falar quando, ao virar para o lado no intuito de olhar para o rosto de Botan, viu apenas o vazio. A ferry girl não estava mais lá.

 

- Quê? - murmurou Koenma atordoado. Onde ela poderia ter ido?

 

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Botan sentia um leve torpor de choque enquanto atravessava o mar de gente e procurava por Hiei. Não sabia se estava fazendo certo ou errado, mas queria fazê-lo, precisava fazê-lo. Ver Hiei desmaiar daquela maneira após seu melhor ataque se desfazer em fumaça tinha chocado-a como nunca, e agora ela sentia uma necessidade mortal de saber como - e onde - ele estava. Talvez Mukuro estivesse com ele, mas não se importava. Queria apenas vê-lo.

 

Havia um camarote azul e pequeno; Botan tinha a impressão de que Hiei tinha saído dali para ir lutar. Ela rapidamente espremeu-se pelo amontoado de youkais na entrada. Enquanto caminhava pelo lugar, a garota esquadrinhou tudo com o olhar, e surpreendeu-se ao localizar a figura desacordada e inofensiva do koorime de cabelos negros, completamente sozinho, largado num canto junto a parede. Os outros youkais passavam longe, como se temessem que ele acordasse e os esganasse.

 

- Hiei!

 

Botan cortou caminho rapidamente, ziguezagueando pela multidão em direção ao outro. Algumas das criaturas a observavam com um olhar chocado; como aquela menininha estranha tinha coragem de se aproximar dele?

 

Os passos aveludados da guia estancaram a alguns centímetros dele, e ela se permitiu contemplar a face do koorime, pálida e machucada. As mãos da garota tremeram. Ele parecia morto, embora soubesse que ele não estava. A franja caía descuidadamente sobre seu rosto, e havia sangue em pontos diversos do corpo. Mesmo sendo pequeno, Hiei sempre parecera muito forte a Botan; talvez tenha sido por isso que ela o temera tanto durante tanto tempo. A imagem do koorime lhe dava a certeza que ele seria capaz de matar a todos e vencer tudo, mas ali estava a prova que ele era apenas um garoto, também. Ele poderia ser frágil, mesmo que isso parecesse tão impossível. As lágrimas arderam nos olhos da ferry girl, e ela tentou contê-las, sem muito sucesso. Era triste para ela ver Hiei assim. Era horrivelmente triste. Ele sempre parecera tão forte, imbatível, tão... indestrutível. A única vez que ela o vira perder havia sido para Yusuke, quando eles se conheceram. Ver que ele tinha ficado naquele estado graças a uma estranha era horrível para Botan.

 

"Você sempre disse que poderia se virar sozinho, que era mais forte que qualquer coisa, então por que você está assim?", questionou-se mentalmente a guia espiritual, secando as lágrimas com dedos trêmulos enquanto se ajoelhava ao lado do koorime. Ele estava sozinho. Machucado. Fraco. Ninguém queria ajudá-lo, porque todos tinham medo dele. Apenas Botan conseguia enxergar a alma solitária e machucada que existia por detrás daquela carranca orgulhosa.

 

Quem a visse ajoelhada ao lado do youkai, pensaria que ela sentia pena, ou algo assim. Botan não se importou; ela poderia ser a ferry girl mais barulhenta e emotiva de todo o Reikai, mas entendia as almas das pessoas como ninguém, talvez pelo fato de estar acostumada a levar milhares de almas para as alturas do céu. Ela não guardava nenhum ressentimento de todas as vezes que Hiei havia gritado com ela, e da última vez, em que qualquer sentimento que pudessem ter, fora despedaçado por uma briga infantil. Ela não se importava. Estremeceu com a palidez do rosto dele; parecia realmente morto. Se algum dia ele morresse - ela ainda não acreditava que alguém como Hiei pudesse simplesmente morrer - Botan esperava que ela não fosse a responsável por levar a alma dele.

 

Os dedos, ainda trêmulos, afastaram a franja do rosto dele com delicadeza. A ferry girl gostaria de poder limpar o sangue de alguma forma também, mas não havia nada ali para isso. Secando depressa os olhos que voltaram a se umedecer, ela observou o Jagan descoberto na testa dele; estava fechado como os olhos dele, e ele continuava parecendo inocente, mesmo com aquele olho oculto na testa. Botan queria, de alguma forma, confortá-lo; como podia, se nem ao menos havia como limpar todo aquele sangue? Sentindo que era o mínimo que podia fazer, ela pousou a cabeça e os ombros dele no colo, como havia feito no templo de Genkai após a derrota de Sensui. Ele não se mexeu, e a ferry girl descansou as mãos nos ombros do koorime, sentindo-se um pouco nervosa com os olhares curiosos dos youkais ao redor.

 

Enquanto a atenção da garota se detinha no brilho azulado da pedra Hirui no pescoço de Hiei, ela percebeu que ele tivera certa razão em brigar com ela, seis meses atrás. Naquele dia, a guia espiritual ficara muito nervosa com o retorno repentino do koorime, e todos os seus sentimentos vieram à tona de uma forma explosiva, o que acabou fazendo que sua personalidade ficasse um pouco... instável. Ela percebeu que deveria ter explicado aquilo a Hiei; ele provavelmente entenderia, mesmo que fizesse pouco caso ou fingisse indiferença. O único motivo que fizera o koorime se irritar fora o fato de ela, que sempre fora tão aberta para todos, não mostrar os seus próprios sentimentos para ele.

 

Botan sentiu vontade de chorar de novo, irritada pelo o que acontecera. Tinha quase certeza que, depois daquela "quebra" há seis meses, nunca mais poderia nutrir aquele sentimento engraçado e prazeroso por Hiei. Nunca mais.

 

"Não importa", pensou ela com determinação, tentando demonstrar alguma força enquanto seus olhos tremiam no esforço de conter as lágrimas. "Não importa que eu nunca mais possa gritar o quanto eu adoro você, Hiei. Eu sempre vou estar ao seu lado, mesmo que você não esteja do meu". Pensar aquilo acalmou levemente a ferry girl, e ela deu um suspiro calmo. Não importava se Hiei a odiasse. Não mais. Ela apenas não queria mais deixá-lo sozinho.

 

Um barulho baixo veio do koorime; piscando, Botan voltou-se para o rosto dele. Ele soltara um resmungo incompreensível de dor ou desconforto, ou talvez puro sono. Com medo que a posição em que ela o botara estivesse desagradável para ele, Botan ajeitou-o no colo, puxando o corpo do koorime para cima com os braços agarrados aos ombros dele. Como se conhecesse o toque daqueles braços, Hiei murmurou:

 

- Onna.

 

Era a mesma voz arrastada de sempre, levemente enfraquecida pelo sono. Ele continuava de olhos fechados, aparentemente lutando para acordar, sem conseguir. Se estivesse acordado, veria o quanto o rosto de Botan corara com aquele simples chamado. Ela mordeu os lábios nervosamente, pensando no que poderia dizer ou fazer.

 

- Me desculpe - foi tudo o que ela conseguiu dizer, numa voz irregular, lembrando-se de como tinha agido seis meses antes.

 

Um sorriso muito leve e quase invisível se formou nos lábios de Hiei, e a garota teve a impressão de ouvir um "Hn" baixo pronunciado por ele. Sem poder se conter, ela mesma sorriu. Estava acabado. Mas estava tudo bem. Sentia que nunca mais poderia, de alguma forma, querer amar aquele koorime. Eles eram de mundos distintos. E aquela briga tão insignificante e estranha havia destruído tudo; era o que Botan achava.

 

"Não importa", pensou ela, sorrindo satisfeita ao ver o rosto calmo e adormecido de Hiei em seu colo. "Se ele estiver vivo e bem, não me importa. Eu quero lhe ver feliz, Hiei. Quero que a sua alma não fique mais sozinha. Se eu não for a pessoa que você quer para isso, não importa. Não importa..."

 

Ela repetia os pensamentos, na esperança de dizer a si mesma que poderia viver perfeitamente bem com a ideia de que ele estava vivo, mesmo que distante dela. Queria ter pelo menos alguma chance de se despedir, mas não havia como, naquele momento. Depois daquele torneio, ela sabia que tomariam rumos diferentes. Ele iria querer viver para sempre no Makai; ela ansiava por uma vida normal no Ningenkai. Eram caminhos adversos.

 

Mas Botan nunca iria deixá-lo sozinho.


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Notas finais do capítulo

N.A.: Esse capítulo ficou com um ar de último capítulo de história triste, né? ' Mas não é o último capítulo, não mesmo! XD Na verdade, eu penei bastante para escrevê-lo, porque estava meio sem ideias e essa fase da fanfic está sendo um pouco complicada. Apesar de tudo, esse capítulo não foi apenas filler XD ele foi importante para mostrar o quanto a Botan se importa com o Hiei, e como ela descobre mais a fundo os sentimentos dela. Eu realmente NÃO queria meter a Mukuro no meio da história, mas... e_e' como eu já disse, não gosto nem um pouco dela. E não tenho planos nada bons para ela na fic HOHO~ Tentarei postar o próximo cap. o mais breve possível, e me desculpem pelas demoras, como eu já disse, estou com um bloqueio de criatividade aqui Me desculpem também por esse capítulo ser muito babadão e triste, mas capítulos melhores virão! Obrigada pelos reviews, continuem dands, e recomendem a fic também, se puderem! Obrigada mesmo por quem acompanha, esse é o meu incentivo! o/ Esperem pelo próximo capítulo, será melhorzinho XD