Destroyers escrita por Livia Dias


Capítulo 88
Capítulo 79


Notas iniciais do capítulo

Hello Guys! Tudo bem? :)

Muita gente adorou a narração do Bruce no capítulo anterior, e fico realmente feliz por isso! õ/ Ainda vou responder os reviews de vocês galera, provavelmente no final de semana kkkkk Estou atolada em trabalhos essa semana! Relevem, please ;) Mais uma vez obrigada a todos pelo carinho! Vocês são demais!

Boa Leitura!



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Clarissa

Fury cruzou os braços em encarando com tranquilidade.

— Sabe que tem que responder minha pergunta, não sabe?

Permaneci irredutível, mordendo o interior da minha bochecha graças à tensão que eu sentia. Não estava disposta a respondê-lo.

Meu corpo é sugado pela escuridão envolvido em um abraço gentil. Nada disso me assusta. Nada disso me causa arrepios ou medo. Parece algum tipo de passeio por um ambiente já conhecido.

O mundo estaca e abro os olhos. A fumaça encobre a cena que transcorre diante de meus olhos. Uma garotinha correndo passa por mim e continua seu caminho. Semicerro os olhos ao reconhecer o ambiente que se revela aos poucos.

— Clary! Volte aqui! — um garoto mais velho seguiu a primeira velozmente.

— Os dois! Chega! — Ras Al Ghul apareceu parando a pequena garota que fechou o sorriso imediatamente. James parou ofegante logo atrás. — Vocês se propuseram a deixarem a infância para trás quando vieram para cá. Você principalmente, Clarissa.

Ela estremeceu. James engoliu em seco.

— A Clarissa vai conseguir — falou o Turner com o nervosismo evidente.

Ras Al Ghul abruptamente pegou a garotinha e a jogou sobre o ombro.

— Não! Não! James! — a pequena Clarissa gritava aos prantos. Mas James não conseguiu ir atrás dela, e baixou os olhos completamente desolado.

A fumaça encobre a cena e se desfaz um segundo depois.

— Amar destrói. — o homem dizia esquentando o ferro nas chamas da lareira. — Seu espírito infantil persiste graças a ele. Seu amor.


Repentinamente não sou apenas uma observadora da cena. A pequena Clarissa repleta de ferimentos e continuando a chorar sentia medo. Todas as emoções e sentidos dela chegam até mim. É impossível não entrar em desespero quando Ras Al Ghul se aproximava com o ferro em chamas. Grito junto da criança ao sentir meu joelho ser perfurado.

Caio no chão, chorando e gritando.

— O amor mata.

A cena se repete. E chego a vê-la mais de dez vezes em diferentes pontos do meu corpo, levando-me a inconsciência e a dor mais profunda que eu jamais senti.

Olho para o alto. A imagem de Dylan impregna meus pensamentos. É inevitável não chorar. Ele me odeia agora. Está sendo controlado pela Lexi, e se eu não sair do inferno terei perdi-o para sempre.

Irremediavelmente e torturantemente eu... Não, não. Eu não posso.

Estou presa no escuro, sem chances de liberdade. As lágrimas rolam por minhas bochechas, e todas as escolhas erradas percorrem minha mente.

— Você precisa continuar.

Viro o rosto e vejo Bruce Wayne com uma foto nas mãos. Lágrimas descem de seus olhos e por um segundo imagino se isso é real. Eu estou no inferno! Como posso estar interligada a ele?

— A querida Clary está no inferno! Literalmente — a risada do Coringa é facilmente reconhecível. — A essa altura seu corpo deve estar sendo destruído. E ela ficará viva no inferno! Para sempre!

Ofego logo que a cena dissolve. Imagino que Lexi deve ter notado o que queremos fazes, e está tentando impedir.

Mas como posso deixar o inferno?

— Qual é o seu maior medo?

A cena da antiga Clary passa por minha mente. Consigo ficar de pé, a dor menos desesperadora. Cambaleio em meio à escuridão. Barulhos de animais devorando carne e galhos se partindo preenchem meus ouvidos.

— Eu não vou responder isso. — falei com teimosia. — É ridículo!

— Se é ridículo porque não me conta? — Fury insistiu com seu único olho fitando-me com intensidade.

Uma luz surgiu no alto. Uma luz no inferno? Que contraditório.

 — Meu maior medo... Meu único medo... É amar.

A dor desaparece. Consigo raciocinar direito aos poucos, e me mover com mais facilidade. Abro os olhos.

Um salão iluminado de estende diante de meus olhos. Completamente deserto, com luminárias japonesas pendendo do teto, enquanto tons dourados preenchem as paredes e os adornos nos vasos de rosas vermelhas no chão.

— Clary.

Viro-me. Estou trajando um vestido vermelho, e meus cabelos se encontram presos em um coque elaborado com mechas caindo em meu rosto. Dylan Allen está em um terno, com os cabelos ruivos bagunçados charmosamente.

— Dylan — digo com desconfiança. Olho ao redor. — Onde estou?

— Você passou do inferno — Ele estende sua mão para mim. — E agora está livre.

Seguro sua mão, sentindo-a aquecida. Ele me puxa gentilmente, colocando sua mão em minha cintura e entrelaçando seus dedos aos meus. Levo minha mão à sua nuca. Respiro fundo. Dylan sorri.

— Você está linda — diz juntando nossos corpos e iniciando passos lentos.

Never Let Me Go da banda Florence começa a tocar. Eu sei que isso não é real, mas é tão difícil me desprender dele quando esse é o único momento que posso admitir o inevitável.

Olhando lá de baixo

O luar quebrado no mar

Reflexos ainda parecem os mesmos para mim

Como antes de eu afundar
 

— Eu sei — digo com um tom irônico. Dylan ri. — Isso não é verdade. Não é real...

— Não, não é — Ele concorda. — Mas pode fazer parecer real por um segundo?

Deito a cabeça em seu ombro, o ritmo de nossa dança seguindo um ritmo suave mesmo com a intensidade da música.

E é pacífico lá no fundo

Uma catedral onde não se pode respirar

Não é preciso rezar, não é preciso falar

Mas agora estou embaixo

— Eu tenho que sair daqui. Você... Está sendo controlado pela Lexi — sussurro sentindo o cheiro dele, e apertando seu paletó. Porque sei que quando acordar, Dylan não será o mesmo.

E está arrebentando sobre mim

Mil milhas no fundo do mar

Achei um lugar para descansar minha cabeça

Ele me afasta para me fazer rodopiar, em seguida me segurar firmemente mais uma vez. Encosta sua testa contra a minha, e me sinto leve.

Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir

Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir
 

— Fique comigo — Dylan pede, em um sussurro próximo ao meu ouvido.

E os braços do oceano estão me carregando

E toda esta devoção estava saindo de mim

E os choques são o paraíso, para uma pecadora como eu

Os braços do oceano me libertam

Seus lábios se chocam contra os meus suavemente. Um arrepio cruza todos os pontos do meu corpo, e tento permanecer sã. Meus dedos se fecham em seus cabelos. Sua boca se separa da minha e parte para meu pescoço com beijos lentos.

Embora a pressão seja difícil de aguentar

É o único jeito que eu consigo escapar

Parece uma escolha dificil de se fazer

Mas agora estou embaixo
 

Consigo me esquecer de todos os problemas. Consigo apenas pensar em nós dois, juntos, inacreditavelmente juntos. Meu peito implora pelo nosso infinito, meu coração sangra por não conseguir tê-lo comigo.

— Eu te amo — digo ofegante com uma vontade intensa de chorar.

Estou indo contra meus medos. Estou finalmente me libertando. Dylan segura meu rosto entre suas mãos.

— Fique comigo, Clary. Para sempre. — Ele me envolve em um abraço.

E está arrebentando sobre mim

Mil milhas no fundo do mar

Achei um lugar para descansar minha cabeça
 

Ras Al Ghul estivera certo em uma coisa: o amor destrói. O amor mata.

Retribuo o abraço de Dylan, embora consiga reconhecer que estou presa. Presa entre uma decisão de eternidade com Dylan ou em retornar para a realidade e voltar ao mundo destruído.

Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir

Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir

— Promete não ir? — Dylan questiona, me fitando com seus olhos castanhos tão carregados de sentimentos.

Vacilo diante de seu olhar. Minha mente grita para que eu negue, mas meu coração... Ah maldição! Eu não posso. Eu não posso!

E os braços do oceano estão me carregando

E toda esta devoção estava saindo de mim

E os choques são o paraíso, para uma pecadora como eu

Os braços do oceano me libertam

Afasto-me dele, a dor começando a ressurgir. Dylan mantém um olhar de confusão. O cenário belo se desfaz como poeira ao meu redor, e a luz cessa.

— CLARISSA!

E acabou

E estou afundando

Mas não estou desistindo

Estou apenas me rendendo



Oh, deslizando para o fundo

Oh, tão frio, mas tão doce

A escuridão me envolve mais uma vez e percebo finalmente que estou soluçando. Eu o deixei partir. Embora não fosse real... A solidão me massacra mais uma vez.

— Clary.

Arregalo os olhos. Viro-me abruptamente, buscando pela pessoa que carrega essa voz. Não. Não.

Estou no meio de um conjunto de casas em um deserto. O sol forte me golpeia com seus raios. Olho ao redor, em desespero pela origem da voz. Eu reconheceria em qualquer lugar.

— Esse vestido não lhe cai bem. Nem esse penteado. Puta que pariu, Clarissa. Você está parecendo uma menina!

Ele está parado diante de mim, com as mãos nos bolsos da calça jeans e a camiseta branca colada em seu corpo. Seu sorriso reluz. Ao lado dele, a figura feminina em um vestido florido exala altivez.

— James... — sussurro, a garganta terrivelmente seca. Meus olhos focam na garota que mantém seus dedos entrelaçados aos de James. — Aurora...

— É bom ver você Clary — A Clarkson diz sorridente. — Você conseguiu. Passou pelo inferno. E agora tem os poderes da Morte.


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Notas finais do capítulo

YES! James e Aurora voltam ao páreo! Mas Clarissa ainda não despertou... E tampouco Sophia :S

No próximo capítulo, narração do Simon com uma série de acontecimentos.

Obrigada a todos pelo carinho ;)

Beijokas!!!